Alunos da Etec Albert Einstein criam bicicleta magnética

Projeto apresenta alternativa sustentável para a questão do transporte nas grandes cidades; trabalho é um dos 15 finalistas do 3º Desafio Inova Paula Souza

Imagine uma bicicleta que permite ao ciclista se esforçar duas vezes menos e facilitar a subida de ladeiras e ruas íngremes, como as muitas existentes em São Paulo. Esse é o conceito da bike magnética – inovação que utiliza ímãs instalados nas rodas capazes de triplicar a força de tração a cada pedalada.

O protótipo da bicicleta é o trabalho de conclusão de curso (TCC) de três alunos do curso de Administração da Escola Técnica Estadual (Etec) Albert Einstein, localizada no bairro da Casa Verde, zona norte da capital. Sem poluir e com apelo sustentável, o projeto foi um dos finalistas na categoria Industrial da 9ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada em outubro.

Agora, o projeto é um dos 15 finalistas do 3º Desafio Inova Paula Souza de Ideias e Negócios (ver tabela). Neste ano, o concurso anual do centro paulista de ensino tecnológico recebeu 3 mil trabalhos e sua premiação visa a estimular o espírito empreendedor e destacar pesquisas realizadas nas Etecs e Faculdades Estaduais de Tecnologia (Fatecs) com potencial para originar produtos e serviços.

A avaliação dos trabalhos é feita por um júri composto por profissionais e empresários de diferentes áreas. O anúncio dos campeões ocorrerá às 9 horas do dia 24 de maio, em solenidade no Centro de Capacitação do Centro Paula Souza, na Rua General Couto de Magalhães, 145, Santa Ifigênia, região central da capital.

Segredo industrial

A bicicleta magnética é fruto da criatividade e pesquisa na área de Física, em especial dos ensinamentos do cientista Isaac Newton (1643-1727), realizada pelo alunos Ingrid Santos, Kauana Meireles e Gabriel Souza. Desenvolvido na Etec ao longo do ano passado, o projeto foi orientado pela professora Maíra Cezaretto, mestra e coordenadora da área de Administração.

“O trabalho exigiu horas de estudo na biblioteca do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP)”, relatam as estudantes Ingrid e Kauana. “Muitas ideias postas em prática vieram de conhecimentos na área de exatas do Gabriel Souza, ferramenteiro exímio, hoje universitário de Engenharia Civil”, destacam.

Além de reduzir o esforço do condutor, a bicicleta dispõe de sistema de tração auxiliar magnética sem eletricidade que tem por base as forças de atração e de repulsão presentes no conjunto. Do choque dessas duas correntes nasce a força circular, que permite ao condutor pedalar duas vezes menos.

Acessibilidade

Além do desejo de vencer o 3º Desafio, o grupo espera proposta de algum fabricante de bicicleta ou de empresa disposta a investir no aprimoramento da tecnologia – eventuais interessados devem procurar a direção da Etec (ver serviço). O protótipo desenvolvido custou R$ 350 e foi montado em uma bicicleta infantil, que teve sua viabilidade e eficiência comprovadas pelo primo de Souza, “piloto de provas” com 6 anos de idade, com peso e altura compatíveis com a da bike magnética.

“Diversos cálculos confirmaram a eficiência do sistema que tem como base os campos magnéticos”, revelam as ex-alunas. Segundo elas, o trabalho segue em desenvolvimento. As próximas metas são patentear a tecnologia e produzir a versão da bicicleta para adultos. “Outras possibilidades são adaptar a tecnologia com dispositivos direcionados à mobilidade e acessibilidade, como, por exemplo, cadeira de rodas”, explicam.

Pontuais

A repercussão obtida pelo trabalho foi uma surpresa para a professora Maíra. Ela conta que todo ano a Etec sugere um tema inédito e comum para os trabalhos de conclusão de curso, sempre buscando alternativas viáveis ante os desafios existentes na sociedade, considerando aspectos sociais, tecnológicos e financeiros. No ano passado, a proposta apresentada aos estudantes era buscar um meio de transporte, mesmo que conceitual, capaz de atenuar o problema do tempo perdido no trânsito das grandes cidades do Estado e do País.

A solução não poderia exigir grandes mudanças urbanísticas, como mudar mãos de direção de ruas ou abrir novas avenidas. Deveria ser segura, ou seja, não trazer risco à vida nem ao patrimônio público e privado e, ainda, ser de perfil ecológico, isto é, apresentar eficiência energética e aproveitar recursos disponíveis e de baixo custo.

Evolução

A princípio, o trio de estudantes idealizou um serviço de táxi baseado nas bicicletas, como o utilizado na China para transportar passageiros. No entanto, o peso do condutor, a pavimentação das ruas das cidades brasileiras e a existência de muitas subidas inviabilizaram a ideia, por questões de segurança. A inspiração seguinte foi a bicicleta elétrica, solução mista, que mescla o esforço humano com motor elétrico ou a combustão.

A ideia foi novamente descartada, contou a professora Maíra, pelo fato de o motor elétrico usar bateria e ela conter materiais pesados em sua composição. O potencial poluente também inviabilizou uma solução com motor a combustão. A criação da bicicleta magnética acabou sendo a evolução natural do trabalho.


Finalistas do 3º Desafio Inova Paula Souza

Projeto Etec/Fatec Cidade
Aplicativo mobile de aprendizado e gestão escolar através do uso da gamificação Etec Prof. Idio Zucchi Bebedouro
Sistema Inteligente de Reutilização de Água (SIRA) Fatec Itapetininga Itapetininga
Sistema GPA Fatec Jales Jales
Ecoo-Jahu – Tecnologia para medição de volumes de represas Fatec Jahu Jaú
O Apagaluz – Sistema de economia de energia Fatec Piracicaba Piracicaba
Economic Shower Etec Tenente Aviador Gustavo Klug Pirassununga
Detect4 – Detecção e prevenção contra explosão por vazamento em quatro etapas Etec Júlio de Mesquita Santo André
Cadeira infantil veicular inteligente Fatec Santo André Santo André
Célula de combustível auxiliar para carros Etec Aristóteles Ferreira Santos
Bicicletário Automatizado Fatec São Bernardo do Campo – Adib Moisés Dib São Bernardo do Campo
Energia Líquida – EL42U Fatec São Carlos São Carlos
Bicicleta magnética Etec Albert Einstein São Paulo
Rede de soluções em gestão e tecnologia Fatec Sertãozinho – Dep. Waldyr Alceu Trigo Sertãozinho
Produção de tinta com adição da borra de tinta Etec de Suzano Suzano
VivBem Fatec Taquaritinga Taquaritinga

Serviço

Etec Albert Einstein
E-mail e023dir@cps.sp.gov.br
Telefone (11) 3966-0503

Vídeo com a apresentação da bicicleta em https://goo.gl/je4qjw

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/05/2016. (PDF)

Renegociação de dívidas rende R$ 2,94 bilhões ao Estado

A Secretaria da Fazenda do Estado apresentou os números dos acordos firmados com contribuintes no Programa Especial de Parcelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (PEP do ICMS) e no Programa de Parcelamento de Débitos (PPD). Realizadas em parceria com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), as iniciativas de renegociação de dívidas com o fisco paulista foram feitas no período de 13 de janeiro a 29 de fevereiro.

O saldo obtido com a regularização foi de R$ 2,94 bilhões e os programas ofereceram medidas de apoio aos inadimplentes, como descontos no valor de multas e de juros e opções de parcelamento. Quem pagou à vista teve desconto de 60% nos juros e de 75% no valor das multas punitiva e moratória.

O PEP do ICMS obteve 4.368 adesões e totalizou R$ 2,67 bilhões, abrangendo débitos do tributo estadual inscritos e não inscritos em dívida ativa com fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014. Com pendências do mesmo período, o PPD teve 71.132 adesões e conseguiu arrecadar R$ 265,98 milhões – o programa permitiu ao inadimplente escolher quais débitos desejaria incluir no pagamento.

Além do IPVA, os contribuintes puderam regularizar também débitos inscritos em dívida ativa de Imposto sobre Veículo Automotor (IPVA), Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), taxa judiciária e outras de quaisquer espécie e origem, taxa, multas administrativas de natureza não tributária e multas contratuais e penais – todas com fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014.

Tributos estaduais

A diretora de arrecadação da Fazenda, Érika Yamada, explica que foram mantidas nos dois programas as regras adotadas no ano passado. A maioria dos atendidos foram empresas (pessoas jurídicas). As duas iniciativas de parcelamento foram regulamentadas pelos Decretos nºs 61.788/16 e 61.789/16, publicados na edição de 9 de janeiro do Diário Oficial do Estado.

O PEP foi criado em 2013 e, por abranger o ICMS, um tributo estadual cobrado em várias etapas da cadeia produtiva, tem foco maior em contribuinte pessoa jurídica. O PPD foi instituído em 2014 com o mesmo conceito, para permitir ao fisco paulista receber os valores pendentes, de um modo flexível e transparente. “Não havia limite para a adesão e a oportunidade de participar foi estendida a todos os contribuintes, independentemente do porte do negócio ou do montante devido”, esclarece Érika.


PEP do ICMS (balanço)

Parcelas Adesões Valores
Única 1.358 R$ 479.505.256,87
De 2 a 24 1.097 R$ 62.282.816,43
De 25 a 60 1.036 R$ 453.276.806,20
De 61 a 120 877 R$ 1.679.491.454,91
Total 4.368 R$ 2.674.556.334,41

Evolução do PEP do ICMS

Período Adesões Valores
2015 (16/11/2015 a 15/12/2015) 11.552 R$ 7.027.331.395,26
2014/2015 (19/05/2014 a 15/11/2015) 32.567 R$ 9.342.620.325,87
2013/2014 (01/03/2013 a 18/05/2014) 49.372 R$ 17.056.894.772,81

PPD 2016 (balanço)

Parcelas Adesões Valores
Única 37.910 R$ 129.382.377,93
De 2 a 24 33.222 R$ 136.598.474,27
Total 71.132 R$ 265.980.852,20

Evolução do PPD do ICMS

Período Adesões Valores
2015 60.694 R$ 428.771.408,06
2014 144.793 R$ 595.423.839,94

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado

Serviço

Secretaria da Fazenda do Estado
Atendimento telefônico gratuito 0800-170110 (apenas para telefone fixo)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 16/03/2016. (PDF)

Atividades de mineração estão sob observação em todo o Estado

Até o final deste mês, Grupo de Trabalho coordenado pela Secretaria de Energia e Mineração irá apresentar estudo de riscos sobre 22 barragens paulistas

Com o objetivo de ampliar a segurança no território paulista de barragens de rejeitos e transformação mineral, a Secretaria Estadual de Energia e Mineração irá apresentar, até o final de fevereiro, diagnóstico da situação das 22 barragens cadastradas no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão federal responsável pela fiscalização do setor minerador no Brasil.

O estudo será apresentado pelo Grupo de Trabalho (GT), formado por uma equipe multidisciplinar constituída em dezembro do ano passado pela pasta de Energia e Mineração. A avaliação observa riscos estruturais (criticidade) e danos possíveis na eventualidade de acidente e tem por objetivo evitar um desastre ambiental, como o rompimento de uma barragem da empresa Samarco, na cidade de Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015.

O GT reúne representantes de diversos órgãos estaduais, entre eles o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Defesa Civil, Companhia de Tecnologia Ambiental (Cetesb), Instituto Geológico (IG), Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres no Estado (Ceped) e Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), além da própria Secretaria de Energia e Mineração.

As barragens em avaliação estão localizadas nas cidades de Cajati (4), Descalvado (2), Guararema (1), Itapetininga (2), Mogi das Cruzes (2), Ribeirão Branco (1), São Lourenço da Serra (1), São Paulo (2), Salto de Pirapora (2), Santa Isabel (3) e Sarapuí (2).

Legislação

As regras de operação do setor minerador no território brasileiro são definidas pela Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei nº 12.334, de 20-09-2010) e pela Portaria 526, de 09-12-2013, do Ministério de Minas e Energia. Essa portaria estabelece a periodicidade de atualização e revisão de cada projeto, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo mínimo de detalhamento a ser apresentado em cada operação e os demais procedimentos de segurança nas barragens.

A competência pela concessão de outorga de pesquisa e exploração de recursos minerais é federal. Ao Estado cabe a regulação ambiental das atividades, sendo executada pela Cetesb e pelo DAEE. Às prefeituras é delegada a autorização para o exercício local dessas atividades.

Em São Paulo, a mineração é realizada por 2,8 mil empresas de pequeno e médio porte, que empregam 200 mil trabalhadores e movimentam R$ 4 bilhões anuais. O setor atende à produção de equipamentos (ramo de transformação metal-mecânica) e fornece insumos para a indústria química e mineral: pedra britada para a construção civil, argila para a indústria cerâmica, areia para fundição e fabricação de vidro e outras matérias-primas, como caulim (usado na produção de tintas e papel) e fosfato e calcário (empregados na agricultura e na produção de cimento).

O engenheiro de minas José Jaime Sznelwar, coordenador do GT, explica que as matérias-primas obtidas com a mineração são usadas na produção de diversos bens de consumo, como água mineral, leite processado, refrigerantes, vidros, lâmpadas, construção civil e pavimentação, entre outras áreas. “A mineração está no dia a dia das pessoas. A atividade é fundamental para suprir obras de infraestrutura, de habitação, dentre outros setores”, explica.

O Estado de São Paulo é o terceiro maior produtor de bens minerais e o maior consumidor de insumos da cadeia de construção. Somente na capital e nas 38 cidades do seu entorno, a chamada Região Metropolitana de São Paulo, chegam diariamente mais de 9 mil carretas de brita e areia. Diferentemente de outros Estados brasileiros, predominantemente exportadores, trata-se do principal destino destes insumos.

Mineração responsável

Segundo Sznelwar, o relatório do GT irá incluir também cinco barragens de empresas de tratamento ambiental na área de metalurgia e fertilizantes. “Este trabalho vem permitindo ao Estado estreitar relacionamentos com prefeitos e empresas do setor e fortalecer o conceito de mineração responsável”, observou.

O GT trabalha com o objetivo de estabelecer uma política que estimule a produção e o atendimento da demanda compatível com outras formas de uso e ocupação do solo. Permitir, por exemplo, o reúso e a diminuição da utilização de água nos processos, o desenvolvimento de tecnologias para tratar rejeitos e reutilizar áreas exploradas, por meio de técnicas de engenharia e de preservação social e ambiental.

“O lago do Parque do Ibirapuera, área verde da capital, é um dos exemplos de reaproveitamento de uma área que foi minerada”, diz Sznelwar. Ele explica que, após a publicação do relatório, um dos objetivos será elaborar projetos-pilotos envolvendo as empresas mineradoras e as prefeituras das cidades que abrigam as 22 barragens.

Pensa-se em criar um programa para financiar a compra de equipamentos adequados, desenvolver planos de comunicação com a sociedade sobre as atividades de mineração e adotar novas tecnologias. “Eventuais interessados em participar devem acessar o site da Secretaria de Energia e Mineração (ver serviço) para saber mais”, finaliza o coordenador do GT.


Bens produzidos pela mineração paulista

Item Produção
Água mineral 3,38 bilhões de litros
Areia 84,4 milhões de toneladas
Argila 45 milhões de toneladas
Brita 60,3 milhões de toneladas
Calcário agrícola 2,5 milhões de toneladas
Calcário para cal/cimento 8 milhões de toneladas
Fosfato 6,7 milhões de toneladas

(Fonte: Secretaria de Energia e Mineração)

Serviço

Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
Secretaria de Energia e Mineração
E-mail – mineracao@energia.sp.gov.br
Telefone (11) 3124-2110

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/02/2016. (PDF)