USP São Carlos lidera ranking nacional de aeromodelismo

Com participações na SAE Brasil Aerodesign Competition desde 1998, Escola de Engenharia é a maior vencedora da disputa, com 13 títulos nacionais e cinco internacionais

Os troféus de duas das três categorias do concurso SAE Brasil Aerodesign Competition, torneio de aviação, foram conquistados, neste ano, por equipes de alunos de graduação da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo, câmpus de São Carlos (EESC-USP). A competição teve a participação de 1,3 mil universitários, de 88 equipes de instituições brasileiras de ensino superior e sete estrangeiras, provenientes da Venezuela, México e Polônia.

O concurso avalia o desenho aerodinâmico e o desempenho de voos de aeronaves. Ao longo do segundo semestre, a comissão julgadora fez a análise teórica dos projetos inscritos. As provas de campo com os aviões radiocontrolados ocorreram entre 3 e 6 de novembro, em São José dos Campos.

Formada por 35 estudantes matriculados em todos os semestres dos cursos de engenharia da EESC-USP, a delegação foi campeã com a aeronave Alpha, na categoria regular, e com a Charlie, na avançada. O terceiro avião projetado em São Carlos, o Bravo, ficou com o sétimo lugar na modalidade micro. Do grupo de vencedores da USP, 20 deles viajarão em abril para a cidade de Lakeland, na Flórida (Estados Unidos), para disputar a etapa internacional da competição.

Desafio

Organizado pela seção regional São José dos Campos da SAE Brasil, o concurso anual visa a promover o intercâmbio de técnicas e de conhecimentos aeronáuticos entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade. “O estudante tem o desafio de gerir o projeto de um avião em todos os seus aspectos, da gestão administrativo-financeira do projeto à inovação”, observa o presidente da SAE Brasil, Frank Sowade.

O concurso é reconhecido pelo Ministério da Educação e tem patrocínio das empresas Grupo Airbus, Altair, Boeing, Embraer, GE, Honeywell, Parker, Rolls-Royce, Saab e United Technologies. Recebe também apoio da ADC Embraer, Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e prefeitura de São José dos Campos.

Retrospecto

“A primeira participação da EESC-USP na competição foi em 1998”, conta Lorhan Coelho, estudante do terceiro ano de engenharia aeronáutica e um dos vitoriosos desse ano. Ele destaca o fato de a instituição paulista ser a maior vencedora da competição, com 13 títulos nacionais e cinco internacionais. O segredo do retrospecto favorável, explica, inclui a construção, ano após ano, de um banco de dados compartilhado com as informações de todos os projetos de aviões construídos exclusivamente para a disputa.

Quando ingressa na EESC-USP, o calouro é estimulado a participar da competição por colegas de outros semestres. Todo ano, o regulamento do concurso muda e introduz novas dificuldades. Na mais recente edição, informa Lorhan, uma das propostas era projetar um avião com formato capaz de ser encaixado dentro de um cone e também fazer as tarefas previstas – decolagem, voo e aterrissagem – com o máximo de segurança e eficiência. “A competição é contagiante, fortalece o trabalho em equipe e incentiva a busca de soluções por conta própria. Ninguém reclama de dedicar várias noites e fins de semana aos nossos aviões campeões”, relata, orgulhoso.

Mérito

De acordo com o professor Álvaro Martins Abdalla, do Departamento de Engenharia Aeronáutica, a EESC-USP incentiva a participação dos estudantes na competição, por considerá-la uma atividade extracurricular capaz de fortalecer o aprendizado. Além disso, propõe desafios reais a serem superados, isto é, apresenta aos competidores questões muitos semelhantes às existentes no mercado de trabalho em temas sobre aviação, engenharia e áreas correlatas.

“Cedemos instalações, oficinas, túnel de vento, softwares e oferecemos apoios de diversos tipos aos estudantes. O corpo docente da EESC-USP, porém, tem por política não interferir nos projetos dos alunos”, revela. “Na verdade, em 18 anos, eles nunca nos pediram auxílio. Apenas trocam impressões. O mérito do bom desempenho na SAE Brasil Aerodesign Competition é dos estudantes, por conseguirem conciliar suas atividades acadêmicas regulares, que são muitas, com a competição”, conclui.


Os campeões de 2016 da SAE Brasil

Posição Equipe Universidade Pontuação final
Categoria Avançada
1 EESC-USP Charlie EESC-USP 298.53
2 AeroRio Advanced PUC Rio de Janeiro 256.41
3 Car-Kará Advanced Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN) 161.39
Categoria Regular
1 EESC-USP Alpha EESC-USP 483.24
2 Urubus Aerodesign Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 423.07
3 Vai, sô! Fly!!! Universidade Federal de Minas Gerais 421.58
4 Tucano Universidade Federal de Uberlândia (MG) 419.55
5 AeroFEG Universidade Estadual Paulista (Unesp Guaratinguetá) 406.20
6 Cefast Aerodesign Cefet (MG) 394.29
7 FEI Regular Centro Universitário da FEI (SP) 373.39
8 Keep Flying Escola Politécnica da USP 368.96
Categoria Micro
1 Trem ki voa Micro Universidade Federal de São João del Rei (MG) 468.00
2 Antonov Unip Câmpus Brasília (DF) 461.88
3 FEI Micro Centro Universitário da FEI (SP) 421.82
4 Tucano Micro Universidade Federal de Uberlândia (MG) 419.20
5 Vai, sô! Fly!!! Kids Universidade Federal de Minas Gerais (MG) 395.01
6 Uirá Micro Universidade Federal de Itajubá (MG) 337.95
7 EESC-USP Bravo EESC-USP 337.86
8 Carancho Micro Universidade Federal de Santa Maria (RS) 303.47

(Fonte: SAE Brasil)

Serviço

Competição SAE BRASIL AeroDesign
Site da equipe EESC-USP
EESC-USP

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/12/2016. (PDF)

Geração de energia renovável avança no Estado de São Paulo

Território paulista abriga mais de 711 empreendimentos de micro e minigeração; usina fotovoltaica tornará o Parque Villa-Lobos, na capital, autossuficiente em energia elétrica

Ampliar a segurança energética do Estado e avançar no uso e desenvolvimento de uma fonte limpa e perene, como a energia solar. Essa é a proposta da Secretaria Estadual de Energia e Mineração, por meio de três ações: apoiar as usinas fotovoltaicas, com iniciativas pioneiras de empresas como CPFL Energia e Companhia Energética de São Paulo (Cesp); incentivar a instalação de sistemas solares na indústria, comércio e moradias; e apoiar pesquisas e a formação técnica de profissionais para desenvolver a cadeia nacional de equipamentos do setor.

Segundo informa a subsecretaria paulista de energias renováveis, o território paulista tem incidência solar média anual de 5,4 kilowatt (kW) por metro quadrado. Embora inferior à registrada na Região Nordeste, a de maior incidência do País, essa média representa o dobro da verificada na Alemanha, um dos países que mais investe na geração de eletricidade a partir da luz solar. Trata-se de volume suficiente e viável para a instalação de usinas fotovoltaicas experimentais, dedicadas à produção de eletricidade.

Economia

No ambiente doméstico, de acordo com a subsecretaria, a captação da luz solar pode ser utilizada para esquentar a água de chuveiro e piscinas, por meio de aquecedores (boilers) e painéis de silício nos telhados de casas e edifícios. Esses equipamentos permitem poupar, em média, até 40% do consumo da eletricidade mensal. Com durabilidade entre 15 e 20 anos, eles têm seu custo de aquisição amortizado em cinco anos.

“A luz solar é uma fonte de energia variável e intermitente, mas tem se mostrado promissora para complementar a matriz hidrelétrica predominante no País, que hoje enfrenta dificuldades para se expandir por causa das restrições legais e ambientais”, informa a subsecretaria.

“Hoje, o sistema elétrico nacional é impactado por perdas no processo de distribuição da energia proveniente das hidrelétricas, muitas delas localizadas em locais distantes dos principais centros de consumo, como a Região Sudeste e também por desligamentos (por questões de segurança) decorrentes de diferenças de tensão nas subestações da rede de transmissão. Nesse cenário, a geração distribuída possibilitada por energias como a solar e a eólica ganha relevância, além de ser alternativa aos combustíveis mais poluentes, baseados no carvão e no petróleo, causadores do efeito estufa.”

Legislação

A Resolução nº 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi um passo importante para a energia solar. Ela foi complementada pela Resolução Normativa nº 687/2015 da agência. As duas instituíram a microgeração e a minigeração distribuída, isto é, criaram, juridicamente, a figura do consumidor gerador de energia para uso próprio e compartilhado na vizinhança. Com isso, em um período de 30 dias, quando a energia gerada por um cliente supera seu consumo, ele recebe crédito proporcional para ser usado nas faturas dos meses seguintes.

A luz solar também recebeu apoio, destaca a subsecretaria, por meio do Convênio ICMS Fase 16 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), de 2015. Complementar à Resolução nº 482/2012, essa deliberação autorizou o Distrito Federal, São Paulo e mais 18 Estados a concederem isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre a eletricidade fornecida pela distribuidora à unidade consumidora, na quantidade correspondente à soma da energia injetada na rede de distribuição pela mesma unidade.

Inauguração

Atualmente, o Estado abriga 711 empreendimentos de micro e minigeração distribuídas. Uma das experiências pioneiras foi a criação, em 2012, da Usina Solar de Tanquinho, em Campinas, projeto-piloto da CPFL Energia com 1,1 mW de potência e investimento de R$ 13,8 milhões.

Interligada à rede elétrica convencional da concessionária, a planta de geração fotovoltaica abastece a zona rural do município e produz 1,6 gigawatt anual, volume capaz de atender 1,3 mil residências com consumo mensal de 100 kW cada uma.

Há ainda mais três usinas fotovoltaicas em operação no Estado. A primeira, instalada no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na Cidade Universitária, na capital, tem capacidade de 540 kW; e outras duas, com 270 KW cada uma, nas cidades de Dracena e Guaimbê. A próxima a ser inaugurada, com previsão até o fim de novembro de 2016, fica no Parque Villa-Lobos, na capital, projeto de R$ 17 milhões da Cesp.

Com 40 postes autônomos e duas microcentrais, a planta tem capacidade prevista de 65,8 mil kilowatts, isto é, poderia atender cerca de 660 moradias com consumo mensal de 100 KWh. Entretanto, a energia produzida nos painéis fotovoltaicos tornará o parque autossuficiente, suprirá também 100% das necessidades de outro parque vizinho, o Cândido Portinari. O restante será cedido para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente usar em suas instalações, também localizadas no entorno do Villa-Lobos.


A primeira usina flutuante do planeta

Em agosto, entrou em operação a usina solar flutuante da Cesp em Rosana, projeto de R$ 23 milhões realizado na região de Presidente Prudente, distante 760 quilômetros da capital. Primeira do mundo instalada no lago de uma hidrelétrica, a planta aproveita a luz incidente na superfície dos reservatórios para gerar 101,5 mil quilowatts e abastecer cerca de mil moradias com consumo mensal de 100 kW cada uma.

O sistema é baseado em 100 painéis rígidos flutuantes de 250 watts e 180 flexíveis flutuantes de 144 watts, ocupando área de aproximadamente 500 metros quadrados dos 2,25 mil metros quadrados do reservatório. “Uma das metas desse projeto é auxiliar comunidades ribeirinhas e isoladas em todo o Brasil a terem energia”, explicou a subsecretaria. Projetos similares serão instalados nas cidades de Balbina (AM) e Sobradinho (BA).


Radiação solar global no Estado de São Paulo

Município Média anual (em kWh/m²)
Araçatuba 5,520
Barretos 5,509
Bauru 5,466
Campinas 5,388
Franca 5,484
Marília 5,384
Presidente Prudente 5,401
Registro 4,388
Ribeirão Preto 5,489
Santos 4,709
São Carlos 5,444
São José dos Campos 5,053
São José do Rio Preto 5,512
São Paulo 4,589
Sorocaba 5,126

Fonte: Levantamento do Potencial de Energia Solar Paulista da Subsecretaria de Energias Renováveis

Serviço

Resolução Aneel nº 482/2012
Resolução Aneel nº 687/2015
Convênio ICMS Fase 16 do Confaz/2015

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 12/10/2016. (PDF)

Fazenda notifica devedores de IPVA de veículos com placas de finais 5 e 6

Débitos são relativos aos anos de 2011 a 2016 e totalizam R$ 530,4 milhões; prazo para quitar a dívida ou apresentar defesa é de 30 dias, contados a partir da data de publicação do comunicado

A Secretaria Estadual da Fazenda notificou proprietários de 612.140 veículos com finais de placa 5 e 6 com débitos do IPVA relativos aos anos de 2011 a 2016. No total, o lote reúne 613.842 débitos – cada veículo pode ter dívida em mais de um ano de exercício – e a soma das pendências totaliza R$ 530.445.744,47.

A lista de inadimplentes foi publicada no Suplemento do Diário Oficial do Estado, edição de 22 de setembro, página 1. A partir dessa data, a Fazenda passou a enviar pelo correio, no endereço de registro do veículo, comunicado de lançamento de débitos de IPVA. Esse impresso identifica o veículo, valores devidos, multa incidente (20% do valor devido) e juros de mora, além de esclarecer ao proprietário sobre a forma de pagamento da dívida ou apresentação de defesa no prazo de 30 dias corridos, contados a partir da data de publicação do comunicado.

Rede bancária

O comunicado da Fazenda é meramente informativo, sem incluir, porém, boleto para pagamento. O procedimento recomendado é informar o número do Renavam do veículo e o ano do débito do IPVA a ser quitado e pagar pela internet (homebanking) ou nas agências da rede bancária credenciada, por meio do serviço de autoatendimento ou nos caixas.

Para saber se foi notificado, o contribuinte pode se informar clicando diretamente no link disponível no site da Imprensa Oficial. Para isso, deve digitar o CPF ou o CNPJ ou a placa do veículo (ver serviço). Quem quiser apresentar defesa, precisa comparecer ao posto fiscal informado no comunicado, cuja localização é sempre a mais próxima do endereço de registro do veículo. Em caso de dúvida, o contribuinte pode ligar para o telefone 0800-170110 (ligação gratuita) ou acessar o site www.fazenda.sp.gov.br.

Sanções

Proprietário inadimplente que não quitar o débito ou não apresentar defesa no prazo estabelecido terá seu nome inscrito na Dívida Ativa do Estado. A partir daí, a administração desse débito será transferida para a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que poderá iniciar o procedimento de execução judicial, com a multa aumentando de 20% para 100%, acrescida da cobrança de honorários advocatícios.

O contribuinte deve regularizar a pendência para evitar a inclusão de seu nome no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (Cadin Estadual), o que ocorrerá após 90 dias da data de emissão do comunicado.


Débitos do IPVA em seis anos

Ano de exercício Débitos Valor (R$)
2016 607.678 529.002.712,45
2015 5.747 1.199.770,11
2014 132 82.803,78
2013 208 90.937,80
2012 53 53.652,74
2011 24 15.867,59

Serviço

Consulta ao lote de inadimplentes do IPVA
Site da Imprensa Oficial

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/10/2016. (PDF)