SP Conecta aposta no crescimento da rede de startups paulistas

Realizado na sede da Investe SP, na capital, evento gratuito aproxima empreendedores de financiadores, centros acadêmicos, câmaras de comércio e grandes empresas

Com a proposta de aproximar empresas de tecnologia (startups) de todo o aparato necessário para o desenvolvimento delas, a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo) promoveu ontem, 31, em sua sede, na zona oeste da capital, o 2º SP Conecta. Com acesso gratuito e mais de 500 participantes, o evento reuniu agentes de apoio à inovação e diversos serviços para empreendedores já estabelecidos e para os que ainda não abriram negócio.

Na abertura do evento, Franklin Ribeiro, gerente de investimentos da agência, convidou os visitantes a conhecerem os 42 expositores presentes para tirarem dúvidas, se orientarem e também oferecerem seus serviços entre si. Segundo ele, esse encontro consistiu de um ‘ecossistema’ completo dirigido às startups, por contar com incubadoras, aceleradoras, investidores-anjo (sócios), câmaras de comércio, representações diplomáticas estrangeiras, acadêmicos, associações e governos.

Diferencial

“Neste ano, a Investe São Paulo quer acelerar o desenvolvimento das startups, aproximá-las de grandes empresas e corporações inovadoras e fortalecer o seu processo de internacionalização”, destacou Franklin, engenheiro de computação formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e também gestor do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo.

Segundo ele, os trunfos do Estado de São Paulo para liderar este processo no País são abrigar grande parte da mão de obra qualificada e também ser o maior mercado consumidor nacional. “A agência quer ser cada vez mais parceira dos empreendedores, seguimos à disposição deles”, anunciou.

Fomento público

Egresso do mercado financeiro, o engenheiro de produção carioca Artur Carneiro está de mudança para São Paulo. Em busca de investidores-anjo (sócios) e de informações para abrir três novos negócios independentes na área de saúde, ele foi ao 2º SP Conecta para saber mais sobre financiamentos e fomentos públicos. “Busco condições mais atrativas em comparação às oferecidas pelos bancos”, revelou. Segundo ele, por enquanto os projetos ainda estão em fase de maturação, bem como a busca para os locais das sedes.

“Dentre as cidades pesquisadas para serem sedes, as que se mostraram mais indicadas até agora são Campinas e Ribeirão Preto”, disse Artur Carneiro. Ele informa que o primeiro empreendimento será destinado à compra de medicamentos; o segundo propõe melhorar o atendimento de clientes de planos de saúde; e o terceiro consistirá em aprimorar a gestão de cirurgias e de leitos hospitalares. A primeira mesa visitada pelo futuro empreendedor foi a da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp).

Fundo perdido

Américo Martins Craveiro, coordenador adjunto de pesquisa para inovação da Fundação, apresentou para Artur Carneiro o Pipe-Fapesp (ver serviço). Criado em 1997 e com quatro chamadas anuais, divulgadas no site da Fapesp, o programa tem por propósito financiar, a fundo perdido, isto é, sem exigir devolução, negócios novos ou já estabelecidos com até 250 empregados nos 645 municípios paulistas. Em sua primeira fase, é possível captar R$ 200 mil; e, na segunda, R$ 1 milhão.

De acordo com Craveiro, esse crédito tem por característica promover a inovação e ampliar a competitividade das micro e pequenas empresas, “além de aumentar a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento econômico e social do País”, acrescentou. O engenheiro de produção se interessou e foi convidado a participar na sede da Fapesp, na Lapa, zona oeste da capital, do evento gratuito Diálogos da Inovação, a ser realizado no dia 27 de setembro, onde serão detalhados aspectos do Pipe-Fapesp.

Depois, Artur Carneiro seguiu para a mesa da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) e foi atendido pela consultora de negócios Nathália Lemos. No local, descobriu ser possível simular on-line financiamentos, inclusive sem se cadastrar (ver serviço). “Esse registro somente é necessário quando o interessado vai formalizar o pedido de crédito, cujo destino pode ser projeto de investimento ou capital de giro”, esclareceu Nathália, destacando vantagens como juros mais baixos e prazos de carência e de pagamentos mais longos em comparação com os oferecidos no mercado.

Agência USP

Programador de sistemas, Yuri Fernandes se inscreveu on-line para participar do 2º SP Conecta e foi ao evento em busca de informações para lançar em breve seu primeiro aplicativo, o Gym Everyday. No setor da Agência USP de Inovação, ele questionou Naira Bonifácio e Rose Domingos, responsáveis por parcerias e eventos da área de empreendedorismo da universidade. Perguntou sobre incubadoras, ações de marketing e aceleradoras de empresas.

Fernandes soube, então, por intermédio de Naira e Rose, sobre ações permanentes de disseminação da cultura empreendedora realizadas junto à comunidade acadêmica. Outras ações, como seminários bimestrais abertos a toda sociedade e ministrados em todos os câmpus da USP no Estado – essa a resposta que interessava a Fernandes. “A Agência USP de Inovação surgiu em 2005, no âmbito da Lei federal nº 10.973/2004, também conhecida como Lei de Inovação. Desde então, as ações de fomento não pararam mais, dentre elas, destacam-se as cinco incubadoras de empresas”, explicou a dupla.

Serviço

Investe São Paulo
Programa Pipe-Fapesp
Desenvolve SP
Agência USP de Inovação
Lei federal de Inovação nº 10.973/2004

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/09/2017. (PDF)

Vigilância eletrônica da Poli-USP monitora a Cidade Universitária

Até 2022, Projeto Smart Campus pretende abarcar todo o câmpus da zona oeste da capital; tecnologia pioneira ajuda a prevenir acidentes, monitorar atitudes suspeitas e deslocar rapidamente equipes de socorro

O Smart Campus, projeto executado pelo Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), tem por meta seguir até 2022 instalando câmeras e sensores nas ruas e estacionamentos da Cidade Universitária, localizada na zona oeste da capital. Coordenada pelo pesquisador Sérgio Takeo Kofuji, a ação da Pró-Reitoria de Pesquisa na área de cidades inteligentes, pioneira no País, teve início em 2015, e propõe oferecer um ambiente mais seguro e assistivo.

Baseado em inteligência artificial, o Smart Campus usa do chamado aprendizado de máquina (Deep Learning) para reconhecer pessoas, veículos e diversos tipos de objetos, possibilitando, assim, identificar situações de risco e atitudes suspeitas. Segundo o professor Kofuji, físico e doutor em engenharia elétrica da Poli-USP, o sistema permite detalhar, por exemplo, o rosto de um indivíduo em uma multidão, informando, inclusive, as cores de suas roupas, se o mesmo carrega celular, mochila nas costas, etc.

O projeto da Poli-USP é realizado em parceria com a multinacional Huawei. Todo ano, a empresa chinesa aporta R$ 2 milhões e esse recurso é direcionado para comprar equipamentos e financiar a formação de profissionais. Em contrapartida, o grupo investidor terá direito a receber royalties de eventuais patentes de projetos decorrentes surgidos no âmbito do Smart Campus até o fim do contrato firmado com a universidade, previsto para 2022.

Privacidade

O Smart Campus visa a aumentar, gradativamente, a vigilância e a sensação de segurança para uma população flutuante estimada em mais de 50 mil pessoas, de modo menos ostensivo e invasivo. Assim, lança mão da tecnologia para proteger a comunidade acadêmica e mais, ciclistas, corredores e moradores da região, além de outros grupos presentes cotidianamente nas imediações e vias do entorno da Cidade Universitária.

“Uma das apostas será diminuir acidentes com os pedestres, pois os locais com mais ocorrências passam a ser monitorados, assim como a velocidade dos veículos”, observa Kofuji, destacando o fato de a privacidade ser um dos pilares fundamentais do projeto. “Toda a concepção do Smart Campus foi elaborada em conjunto com a Faculdade de Direito da USP, de modo a não expor ninguém e respeitar à risca direitos humanos e individuais”, ressalta.

“Por outro lado, o sistema foi projetado de modo a permitir ajudar um paciente com doença crônica, como, por exemplo, uma pessoa com asma. Basta ela solicitar a ajuda formalmente”, informa. “Assim, quando o mesmo é identificado pelo sistema, de acordo com o modo como caminha, é possível solicitar auxílio rapidamente caso seja identificada qualquer alteração no padrão de seus passos nas imagens”, destaca Kofuji.

Conectividade

De acordo com o cientista da computação Anderson Alves da Silva, pós-doutorando também comprometido com o projeto, a Internet das Coisas (conexão integrada de dispositivos) e a inviolabilidade dos dados coletados são outras duas questões-chave presentes no Smart Campus. Além das câmeras, o sistema de informática é alimentado por diversos conjuntos de sensores de temperatura, altura, peso e iluminação, entre outros.

“Todos os pontos do Smart Campus são interconectados e a inviolabilidade dessas ligações é uma preocupação permanente. Assim, para proteger as informações e conexões da rede contra hackers e invasores, usamos chaves digitais de criptografia e todos os dados são armazenados na nuvem de computação da USP”, explica Silva.

Cidades inteligentes

De acordo com o professor Silva, a maioria dos sensores está instalada em áreas externas do câmpus, mas alguns deles também ficam em ambientes internos do Living Lab. “Trabalhamos nesse Laboratório da Poli-USP onde iniciamos o projeto piloto do Smart Campus”, revela. Ao seu lado, o pesquisador Stelvio Ignácio Barboza destacou uma apresentação recente do projeto, realizada no dia 12 de julho.

Nessa oportunidade, informou Barboza, foi assinado acordo de intenções entre a diretoria da Poli-USP com a Prefeitura de Joinville (SC), para a realização de pesquisas na área de cidades inteligentes. Outro destaque nessa área é o campo permanente de provas mantido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Xerém (RJ). “Esse centro mantém intercâmbio permanente de troca de informações sobre pesquisas com cidades inteligentes com a Poli-USP”, conclui o pesquisador.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/08/2017. (PDF)

Hoje é o último dia para visitar o 27º Workshop Integrativo na capital

Dirigida a universitários, feira na Poli-USP oferece oportunidades de estágio e de programas de trainee, palestras e oficinas, além de reunir 79 estandes de empresas; entrada é franca, mas exige cadastro on-line

Termina hoje o 27º Workshop Integrativo – feira anual de recrutamento promovida pela Poli Júnior – empresa constituída e gerida por alunos da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP). O evento ocorre das 9 às 19 horas em uma tenda montada no estacionamento da Poli, no câmpus da Cidade Universitária, e é destinado a estudantes do ensino superior em busca de estágio, programa de trainee ou vaga de emprego.

A entrada é franca, porém, para participar é requerida inscrição on-line no site do evento (ver serviço). Na tenda, o visitante tem acesso aos estandes de empresas e pode participar da programação de palestras e oficinas o dia inteiro.

De acordo com a representante da organização da feira, Flávia Rosa, essa é a maior edição do workshop em número de empresas participantes. “Nos últimos 26 anos, recebemos mais de 100 mil visitantes e, neste ano, o total de expositores aumentou de 73, no ano passado, para 79”, ressalta a universitária do 3º ano do curso de engenharia de minas da Poli.

Evolução

Segundo ela, estão agendadas caravanas de estudantes da USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Mackenzie, Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre outras.

O perfil das empresas expositoras é diversificado, inclui grupos especializados em recrutamento profissional e também instituições do mercado financeiro, consultorias, startups, empreiteiras, fabricantes de software, cimento, fertilizantes, de máquinas pesadas, bebidas, produtos químicos e cosméticos, por exemplo.

“O desejo da maioria das empresas é estreitar laços com os universitários e reforçar seus quadros profissionais no presente ou no futuro. Nos estandes, costumam apresentar produtos, serviços e estrutura organizacional, além de informar sobre recrutamento e oportunidades específicas”, conta Flávia.

“Para organizar o workshop, a Poli Júnior mantém um banco de dados com diversas organizações cadastradas e também participantes de edições passadas. Eventuais interessadas em expor nos próximos anos devem entrar em contato pelo site”, informa.

Passado e presente

Matriculado no 4º ano de engenharia ambiental da Poli-USP, há um mês Álvaro Caetano foi contratado como estagiário pela Ambev. Na sua visão, a multinacional brasileira, fabricante de bebidas, possui propostas desafiadoras para a área ambiental, segmento escolhido por ele para sua carreira.

“Embora eu esteja na firma há pouco tempo, a experiência está sendo bastante enriquecedora”, comentou. No estande da empresa, Álvaro diz ter participado das três últimas edições do workshop como visitante e agora recepcionou, em nome da fabricante, a aluna de Direito da Unicamp, Heloísa Jacomin, e a estudante de Fisioterapia da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Daniela Araújo.

“Não sabíamos que a Ambev tinha escritórios no País inteiro. Outra surpresa foi descobrir que oferecia oportunidades em áreas profissionais tão diferentes como as nossas”, comentaram as amigas. Ambas moradoras de Presidente Prudente, souberam do evento pelos namorados, estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), também presentes na feira. “A viagem de carro até a capital foi longa, mas está compensando demais, fizemos muitos contatos e há excelentes empresas expondo”, revelam.

Cadastro gratuito

A consultora de recursos humanos Jéssica Vitoriano é a responsável pelo estande da 99jobs, empresa de tecnologia (startup) dirigida às áreas de recrutamento e consultoria profissional. “Atendemos negócios de todos os tamanhos – desde a seleção até o encaminhamento do escolhido para a contratante. Com os universitários, fazemos um trabalho especial”, explica.

Segundo Jéssica, quando o aluno preenche gratuitamente seu perfil no site e envia currículo, o algoritmo da ferramenta on-line rapidamente cruza o perfil do candidato com as vagas disponíveis. “Como temos portfólio com mais de 70 grupos de grande porte cadastrados, sempre há esperança”, acredita. No Workshop Integrativo, o espaço da 99jobs é vinculado ao de seus quatro clientes: Porto Seguro, Grupo Suzano Papel e Celulose, Microsoft e Raízen.

A universitária do 4º ano de relações internacionais da Unesp de Franca, Giovanna Mendes, tão logo obteve informações no estande da Porto Seguro, foi saber com Jéssica sobre como se cadastrar para participar do programa de trainee e concorrer em outras carreiras: “Quero atuar em alguma área com impacto social, como entidade do terceiro setor (ONG) ou instituição de empreendedorismo social. A orientação da 99jobs foi excelente, não conhecia”, enfatiza.

Serviço

27º Workshop Integrativo (inscrição e programação)
Telefone (11) 3091-5797
E-mail wi@polijunior.com.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/08/2017. (PDF)