Desenvolve SP oferece linhas de crédito para municípios paulistas

Subsidiados, recursos liberados pela agência viabilizam projetos de até R$ 20 milhões; prefeituras podem dar como garantia cotas do ICMS ou do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

Financiar, com taxas inferiores às cobradas pelo mercado, o crescimento econômico e beneficiar a geração de emprego e renda no Estado de São Paulo. Desde 2009, este é o mote da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), cujos repasses já chegaram a R$ 350 milhões e viabilizaram cem projetos em 50 cidades paulistas.

A Desenvolve SP oferece sete linhas de crédito aos municípios (conferir cada uma delas no site da Desenvolve SP, em serviço, na pág. IV): BNDES-PMAT (Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos); Economia Verde; Arena Multiuso; Distrito Industrial; Distribuição e Abastecimento; Iluminação Pública; e Via SP. Para ter acesso aos recursos, a prefeitura da cidade precisa detalhar o projeto na carta-consulta de pedido de financiamento endereçada à Desenvolve SP.

“As linhas estão disponíveis para todos”, assegura o superintendente de políticas públicas da agência, Pedro Magyar. “As solicitações costumam seguir as vocações econômicas das cidades e de suas regiões ou, então, são totalmente inovadoras”, observa. O único pré-requisito para o pedido é que esteja de acordo com uma das sete linhas de crédito.

Para permitir planejamento e gestão eficiente da dívida, a liberação do crédito só ocorre após a confirmação da chamada saúde financeira do Executivo municipal e avaliação de sua capacidade de endividamento. Os projetos das prefeituras também dependem de aprovação da Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Banco Central do Brasil.

Ação social

O site da Desenvolve SP (ver serviço) informa a documentação completa necessária e os sete modelos de carta-consulta das linhas de financiamento em arquivo MS Word. Ele também permite fazer simulação de empréstimo, sem exigir cadastro. Para isso, basta digitar os valores nos campos do formulário eletrônico para o sistema calcular instantaneamente a quantidade de parcelas e o período de amortização.

Os passos seguintes são preencher a carta-consulta com os dados do projeto e remetê-la, pelo correio, ao setor de Atendimento a Negócios (Desenvolve SP) – Rua da Consolação, 371 – centro – CEP 01301-000 – São Paulo (SP). A agência também oferece atendimento presencial, que funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, no mesmo endereço.

O financiamento da Desenvolve SP pode bancar até 100% dos custos dos projetos. Por ser uma ação de cunho social, os juros são subsidiados pelo Estado. A dívida pode ser quitada em até oito anos, dependendo da linha de financiamento. O período máximo de carência pode ser de até dois anos. Ou seja, a prefeitura solicitante só pagará a primeira parcela 24 meses após ter recebido o montante.

O município pode avalizar o financiamento com suas cotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – recurso de origem estadual. Se preferir, pode recorrer ao dinheiro (federal) do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O teto dos empréstimos é de R$ 20 milhões. Caso o projeto ultrapasse esse valor, o Executivo municipal pode recorrer a outras linhas de financiamento direcionadas ao setor público como, por exemplo, as oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Inovação e negócios

Com três financiamentos aprovados, Sorocaba lidera o ranking dos municípios com mais empréstimos obtidos na Desenvolve SP. O primeiro foi em 2011, quando a prefeitura pediu R$ 19,3 milhões para construir um segundo distrito industrial na cidade de 630 mil habitantes, tendo como vizinhos a fábrica da Toyota e o Parque da Biodiversidade. Um ano depois, o projeto recebeu R$ 17 milhões.

O diretor de operações do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), Mario Tanigawa, conta que o dinheiro foi usado para a construção do parque, pavimentação, compensação ambiental e adequação do distrito industrial, entre outros serviços. O complexo, de 1,8 milhão de metros quadrados, foi inaugurado em 2012 e integra o distrito industrial de 22 milhões de metros quadrados.

O empreendimento é uma empresa pública municipal autônoma cuja gestão de ciência e tecnologia é feita pela Agência Inova Sorocaba – organização social privada e sem fins lucrativos. Direcionado ao empreendedorismo, o complexo possui diversas áreas de convivência comum, incluindo refeitório, centro de convenções com três auditórios, hall para exposições e academia de ginástica.

O conjunto de atividades permanentes do parque cria um ambiente propício para a inovação e o empreendedorismo de base tecnológica, por abrigar no mesmo local universidades, empresas e laboratórios compartilhados. Assim, permite aos envolvidos potencializar as possibilidades do conhecimento produzido e gerar novas patentes e negócios.

Comandado pela prefeitura de Sorocaba, o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) é integrado ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI).

O SPTec possui empreendimentos semelhantes em operação nas cidades de Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São José dos Campos e mais 28 em fase de instalação. Destes, 12 conseguiram credenciamento provisório.


Para integrar o SPTec, prefeitura interessada ou entidade gestora do complexo devem encaminhar ofício à pasta de Desenvolvimento Econômico solicitando a inclusão


Para integrar o SPTec, a prefeitura interessada ou a entidade gestora do parque tecnológico devem encaminhar ofício à pasta de Desenvolvimento Econômico solicitando a inclusão. O credenciamento provisório requer um centro de inovação tecnológica em operação e o cadastramento na Rede Paulista de Centros de Inovação Tecnológica, além de uma incubadora de empresas, também em funcionamento e integrada à Rede Paulista de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica.

O interessado também deve ter disponível uma área com, no mínimo, 200 mil metros quadrados e reunir ofícios de empresas e de universidades da região manifestando apoio à instalação do parque. Esta documentação deve vir anexada à proposta de estrutura básica do empreendimento, contendo esboço do projeto urbanístico e estudos prévios de viabilidade econômica, financeira e técnico-científica. Após a aprovação da documentação, o credenciamento provisório será concedido por quatro anos.

Pesquisadores

Em Sorocaba, o Parque Tecnológico gerou 120 empregos diretos e 20 pedidos de patentes. Com os lucros e impostos decorrentes, seus gestores têm por expectativa incrementar ainda mais o empreendedorismo nos 26 municípios integrantes da Região Metropolitana da cidade, localizada no sudoeste paulista.

O conhecimento é produzido nos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em ações das universidades, de 17 empresas incubadas e de outras 14 instaladas. O PTS é especializado em quatro áreas ligadas ao setor produtivo: metal-mecânica, com ênfase na área automotiva; eletroeletrônica; tecnologia da informação; e energias alternativas.

Estão presentes no empreendimento Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Universidade Estadual Paulista (Unesp); Faculdade de Tecnologia de Sorocaba (Fatec); Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP); Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens); Universidade de Sorocaba (Uniso); e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O parque tem como parceiros a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Poupatempo da Inovação; e os escritórios especializados no registro de marcas e patentes.

O PTS possui linha direta com órgãos de fomento à pesquisa, como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), no âmbito estadual, e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da área federal.

Bardella, BioSpace, Braerg, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.), Dori Alimentos, FIT Instituto de Tecnologia, Greenworks, Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), Input Tecnologia, Jaraguá Equipamentos Industriais, Lego Education, Mentore, Metso Brasil e Scania são as empresas presentes no parque.

Turma do parque

“O projeto aqui é criar projetos”, explica o farmacêutico Marco Chaud, da Universidade de Sorocaba. Presentes no Parque Tecnológico de Sorocaba desde dezembro de 2013, ele e equipe pesquisam nanopartículas para serem usadas pela indústria de medicamentos e por fabricantes de equipamentos ortopédicos.

Os biomateriais desenvolvidos têm como matérias-primas polímeros naturais e semissintéticos. Um dos mais solicitados pelos clientes são as esponjas (scaffolds) – usadas para regenerar tecidos ósseos humanos. “Além de empresas, também atendemos hospitais, clínicas e centros de saúde”, esclarece Chaud.

Biruta eletrônica

Criada em 2012 pelo engenheiro mecânico Ricardo Amaral, a biruta eletrônica é um sistema desenvolvido com tecnologia nacional para informar pilotos em procedimentos de pouso e decolagem. Direcionada à aviação comercial, alia precisão com baixo custo por ser alternativa ao dispositivo convencional analógico.

Produzida pela BioSpace, a biruta eletrônica é ideal para pistas particulares de fazendas, que não dispõem de torre de controle, podendo ser comprada ou alugada. Seu sistema é composto por duas partes: a estação terrestre, que transmite os dados; e o receptor cuja instalação no painel da aeronave informa ao piloto localização, direção e velocidade do vento.

Sob medida

O engenheiro José Afonso Pedrazzi comanda o escritório da Bardella no PTS. Fundada na capital em 1911 e com 2,5 mil funcionários, a empresa fornece equipamentos e peças para setores industriais e de metalurgia ligados às áreas de minas, energia, petróleo e gás.

“Um dos nossos carros-chefe são as pontes rolantes”, informa Pedrazzi. Estes equipamentos são usados em canteiros de obras de grande porte – construção de portos e hidrelétricas, transposição da água de rios, fabricação de usinas de geração eólica, entre outras. “Como as fabricamos sob medida para diversos setores, é muito importante estarmos no PTS para nos aproximarmos de fornecedores e clientes potenciais”, observa.

Central de inteligência

Alessandro Santos, gerente de projetos do C.E.S.A.R., comanda equipe de 25 profissionais no Parque Tecnológico. Originada em Recife, a empresa foi a primeira a se instalar no complexo de Sorocaba. Especializada em criar e instalar soluções de tecnologia da informação, a empresa tem em sua carteira de clientes Livraria Saraiva, Bradesco, Vivo, Philips, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Exército Brasileiro, entre outros.

“Além da oferta de mão de obra qualificada, Sorocaba também nos atraiu por ter localização privilegiada, facilitando o contato com nossas filiais, clientes e fornecedores”, ressalta Alessandro.

Serviço

Desenvolve SP
Simulador de financiamentos
E-mail: atendimento@desenvolvesp.com.br
Telefone (11) 3123-0464

Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec)
Agência Inova Sorocaba
BNDES

Parque Tecnológico de Sorocaba
Avenida Itavuvu, 11.777 – CEP 18078-005 – Sorocaba (SP)
E-mail: contato@empts.com.br
Telefone (15) 3416-6160

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I e IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/04/2015. (PDF)

Centro Paula Souza premia a inovação e cultura empreendedora

Projetos científicos vencedores de concursos de Etecs e Fatecs reúnem condições para se transformar em negócios sustentáveis; foram avaliados 1,5 mil trabalhos

O Núcleo de Inovação Tecnológica do Centro Paula Souza divulgou os três projetos vencedores da segunda edição do concurso Desafio de Ideias e Negócios. O evento foi realizado no prédio de Administração Central do Centro Paula Souza, na capital, e celebrou o encerramento de uma disputa com quatro etapas classificatórias iniciadas em agosto de 2014.

Conhecido como Desafio, o concurso avaliou 1,5 mil projetos de alunos de 218 Escolas Técnicas (Etecs) e de 64 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) paulistas. O projeto campeão Pele Humana para Transplantes e Testes Farmacológicos, da Etec Professor Carmelino Corrêa Júnior, de Franca, recebeu prêmio de R$ 8 mil. Em segundo lugar ficou Cadeira de Rodas Controlada por Voz, da Etec Lauro Gomes, de São Bernardo do Campo, que levou R$ 4 mil. A premiação de R$ 2 mil foi para o Virtual Band, da Fatec Baixada Santista, de Santos.

Aceitação

De acordo com o regulamento, os critérios considerados na avaliação dos trabalhos foram inovação, competitividade e viabilidade para transformar um projeto científico em um negócio sustentável. Cada projeto concorreu em um dos dez eixos tecnológicos da disputa: Produção Industrial; Produção Alimentícia; Controle e Processos Industriais; Gestão e Negócios; Turismo, Hospitalidade e Lazer; Infraestrutura; Recursos Naturais; Ambiente, Saúde e Segurança; Informação e Comunicação; Produção Cultural e Design.

O diretor da Agência Inova Paula Souza, Oswaldo Massambani, explica que o concurso anual é uma oportunidade para fortalecer a cultura empreendedora, desenvolver novos produtos e serviços e, ainda, beneficiar um ambiente favorável para investidores e incubadoras tecnológicas. “Os projetos são ideias bem estudadas do ponto de vista empresarial e todos têm boas chances de aceitação no mercado”, explicou.

Inovação

Moradora de Claraval, cidade mineira distante 17 quilômetros de Franca, Ângela de Oliveira, de 18 anos, segue estudando à noite para obter seu terceiro diploma técnico. Aluna de cafeicultura da Etec Professor Carmelino Corrêa Júnior formou-se pela instituição em dois cursos: curtimento e meio ambiente.

Da família de oito irmãos, Ângela se destaca nos estudos. Sua primeira aprovação no Vestibulinho foi no fim de 2012. Na Etec Agrícola de Franca, pode fazer aquilo de que mais gosta na vida: estudar e, de preferência, química, área para a qual vai prestar vestibular no fim do ano. Hoje, ela divide seu tempo entre o trabalho em uma empresa calçadista de Franca, as aulas noturnas na Etec e o curso de inglês aos sábados.

Pele artificial

Na Etec, a professora Joana D’Arc Felix de Souza foi responsável por sua iniciação científica. Apontou e segue indicando caminhos para Ângela avançar na área de pesquisa que escolheu para trilhar em sua carreira acadêmica: descobrir um jeito para atenuar o sofrimento de vítimas de queimaduras e de aumentar a autoestima dessas pessoas.

A opção pelo tema se deu a partir de duas situações vivenciadas pela estudante: na primeira, presenciou um acidente de trânsito e viu uma vítima com o corpo em chamas; na segunda, um trabalhador de um curtume de Franca teve 95% do corpo queimado com ácido sulfúrico. Na época, não havia pele suficiente para fazer enxerto e salvá-lo – o caso comoveu não apenas Ângela, mas todos na região do principal polo calçadista do Estado.

O Brasil possui apenas quatro bancos de pele para atender hospitais do País inteiro, localizados em São Paulo, Recife, Porto Alegre e Curitiba. Em todos, a escassez de matéria-prima é recorrente.

No processo tradicional de obtenção, o tecido humano é extraído de cadáveres e passa por tratamentos específicos para, depois, ser usado como ‘curativo biológico’ em pacientes com queimaduras. Entretanto, a pele transplantada tem ação limitada. Depois de um tempo, o enxerto tende a ser rejeitado pelo organismo do receptor, prejudicando a recuperação de pacientes com grande parte do corpo queimado.

A ideia de Ângela foi desenvolver um tipo de pele artificial reaproveitando o colágeno presente na pele suína, que é 78% similar à humana. A matéria-prima são retalhos do couro suíno wet blue, exigindo como desafio inicial a extração do colágeno presente em sua composição e, depois, com muita pesquisa e dedicação, a proposta de torná-lo um biomaterial 100% biocompatível com a pele humana.

A pele artificial desenvolvida em Franca tende a ser alternativa futura à pele sintética usada atualmente em muitas cirurgias e transplantes. Um metro e meio de pele tem custo médio de R$ 85, enquanto a mesma medida de pele produzida em laboratório e comprada pelos hospitais pode chegar a custar R$ 5 mil. O material ainda não foi testado em humanos, mas rendeu o primeiro lugar no Desafio de Ideias e Negócios do Centro Paula Souza e tem encaminhado pedidos de patentes nacional e internacional, de validade em 32 países.

Recebeu, também, três láureas adicionais: o Prêmio 2014 do Conselho Regional de Química; o Prêmio Jovem Inventor, concedido pelo programa de televisão Caldeirão do Huck; e o Prêmio de Ideias Empreendedoras, outorgado pelo Colégio Técnico da Unicamp, o Cotuca.

Tons de pele

“O trabalho não se restringe à área médica. Tem grande valor também para o meio ambiente”, explica a professora Joana. Além do colágeno, o couro wet blue contém cromo em sua composição. De acordo com a lei ambiental vigente, esse resíduo tóxico do processo produtivo dos curtumes exige tratamento antes do descarte industrial.

Ângela e Joana, a dupla afinada da Etec de Franca, explicam que o próximo passo da pesquisa com o couro de porco é sintetizar a melanina, pigmento que define a cor da pele, do cabelo e dos olhos das pessoas. Atualmente, a pele extraída de cadáveres e direcionada aos bancos de tecidos é de pessoas brancas. A proposta é estudar opções para outros tons de pele, como a dos negros e asiáticos.

Um protótipo de cadeira de rodas elétrica, controlada de modo instantâneo por comandos básicos de voz, rendeu ao grupo liderado por Daniel Braite Labriola, 23 anos, aluno de mecatrônica da Etec Lauro Gomes, de São Bernardo do Campo, o segundo lugar no concurso. Com viabilidade comprovada, a invenção foi indicada pela escola técnica para o evento e tem pedido de patente encaminhado.

Funcionando com cinco comandos (frente, pare, ré, esquerda e direita), o dispositivo usa dois motores de vidro elétrico automotivo como forma de propulsão. Esse foi o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado em junho de 2014 pelo grupo de Daniel e poderá se transformar em meio de locomoção para idoso ou pessoa com deficiência física (cadeirante).

Comando de voz

O sistema de controle da cadeira de rodas foi adaptado de um projeto anterior de automação residencial desenvolvido por Daniel, cuja formação inclui também diploma técnico em informática. Com conceitos de inteligência artificial e um sistema embarcado de controle, o dispositivo de acessibilidade recebe as instruções através de um módulo controlado por voz. Para decodificar os comandos e executar os movimentos, o sistema compara as ordens com informações gravadas na memória do aparelho.

Filho de metalúrgico com perfil também inventor, Daniel é autodidata e, na oficina do pai, desenvolve projetos completos de software (programação) e hardware (placas e circuitos). Quando tem dificuldade em alguma etapa, busca respostas em vídeos veiculados na internet. Assim que finalizou o protótipo da cadeira de rodas, publicou vídeo no YouTube demonstrando seu funcionamento e operação (disponível no link http://goo.gl/SU0fFE).

Atualmente, Daniel segue em busca de oportunidade de trabalho em mecatrônica e tecnologia de informação. Ao mesmo tempo, faz engenharia na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). No curso, as aulas on-line de formação a distância são ministradas durante a semana e os encontros presenciais ocorrem aos sábados.

Virtual Band

Três meses de trabalho foram suficientes para o grupo de cinco calouros do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec Baixada Santista Rubens Lara, de Santos, criar um programa, no segundo semestre de 2014, para facilitar o aprendizado musical. O software foi concebido para funcionar conectado à internet, com voz e instrumentos musicais (simulações foram feitas com bateria, guitarra, piano e violino, entre outros) e óculos de realidade aumentada.

Ainda não comercializado no Brasil, os óculos de realidade aumentada são um dispositivo de informática “vestível”. Permite ao usuário executar projetos em 3D, acessar sites e redes sociais e trocar e-mails, entre outras possibilidades. Tem como exemplos o Google Glass, do Google, e o HoloLens, da Microsoft, cujo comercial (em inglês) pode ser assistido no YouTube, no link http://goo.gl/T972Vg.

Ferramenta lúdica

A paixão pela música e por videogames foi o ponto de partida do projeto dos universitários de Santos, que também se inspiraram nas mais recentes e revolucionárias tecnologias para criar o Virtual Band. O projeto garantiu ao grupo a terceira colocação no Desafio de Ideias e Negócios do Centro Paula Souza.

Apresentado no plano teórico, o Virtual Band é uma plataforma de aprendizado inspirada em jogos eletrônicos, cujos controles são instrumentos musicais de brinquedo, de jogos como Rock Band, Guitar Hero e Rocksmith. Nesses títulos, de acordo com o ritmo de cada canção, é exigida destreza do jogador para apertar a sequência correta de itens que representam as notas musicais que surgem na tela vindas de diversas direções.

No Virtual Band, a brincadeira dos consoles se transforma em ferramenta educacional lúdica e dinâmica, explica a violinista, arquiteta e programadora Carla Mendanha, 25 anos. Mesmo sem ter disponíveis os óculos para os testes, a viabilidade do programa foi confirmada com similares existentes no mercado e, também, teve como base os óculos de realidade aumentada.

Em vez de só apertar botões, como ocorre nos videogames, o Virtual Band in dica com uma luz piscante qual nota deve ser executada nas “casas” do “braço” da guitarra ou nas teclas do piano cuja visualização é feita com os óculos de realidade aumentada. “Nosso próximo passo será desenvolver o aplicativo para os óculos de realidade aumentada. A patente da invenção deve ser depositada até o fim do mês e a meta é repassar a tecnologia para uma empresa de informática, podendo ser o próprio Google ou a Microsoft”, explica Carla.

O grupo da turma matutina da Etec de Santos foi orientado pelo professor João Carlos Gomes e tem como líder o pianista Matheus Fernandes, 18 anos. É integrado ainda pelos estudantes Munike Silva, 27 anos; Rodolpho Costa, 18 anos; e Hamilton Silva, 23 anos.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I e IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/04/2015. (PDF)

Elas sabem fazer a diferença

Mesmo trabalhando em setores mais complicados, como segurança pública, elas esbanjam entusiasmo e vitalidade; e garantem que não se arrependem das escolhas

Esqueça a imagem de mulher durona, que usa a cara amarrada para impor respeito. A delegada Elisabete Ferreira Sato, 56 anos, surpreende e impressiona pela marca feminina que imprime ao Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, desde que assumiu a diretoria em janeiro.

É a primeira mulher à frente do DHPP, nomeação aplaudida pelos colegas que a recepcionaram muito bem, segundo ela própria conta. À frente de uma equipe de 700 policiais, ela tem nas mãos casos de tirar o sono – assassinatos, sequestros, intolerância, pedofilia.

Apaixonada pelo trabalho, está há 36 anos na polícia, onde começou como escriturária. Nessa época cursava Ciências Biológicas e sonhava em ser médica. Mudou de ideia ao conhecer a rotina da polícia. O curso de Direito ganhou prioridade, prestou concurso para delegada e tornou-se a primeira mulher no comando da Divisão de Homicídios ao assumir a chefia da primeira Delegacia da Criança.

Também exerceu a vice-presidência do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, além de ter liderado, em 1998, o grupo de apoio e proteção à escola no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) junto às escolas no combate ao microtráfico.

Nascida no bairro de Cangaíba, zona leste, é casada, e faz questão de viajar pelo menos uma vez por ano ao exterior. Após o expediente no DHPP, seu passatempo preferido é cozinhar e inventar pratos diferentes.

“Não abro mão de preparar o jantar para meu marido todos os dias. Ele acha que minha feijoada ganha do Copacabana Palace”, diz, aos risos. Filha de japonês com mineira, ama a comida de Minas, se arrisca a preparar pamonha, curau e não resiste a um doce em calda de casca da laranja-da-terra, à moda mineira.

Gosto por aprender

Uma apaixonada pelos livros e pela carreira, Norma Sueli Bonaccorso, a nova diretora do Instituto de Criminalística (IC), 54 anos, impressiona pelo currículo acadêmico. Graduada em Ciências Biológicas e em Direito pela USP, ela não parou por aí.

Obteve mestrado e doutorado em Direito Penal pela San Fran (como carinhosamente chama a Faculdade de Direito da USP). No ano passado, voltou aos bancos escolares, não como professora, mas como aluna. Agora, no curso de Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP.

Ao ingressar na USP, em Biologia, passava pela porta da Acadepol (Academia de Polícia) e pensava: “Um dia eu vou estar aí”. E conseguiu. “Comecei a trabalhar como perita criminal e, nas minhas férias, aproveitei para visitar o IML de Roma e a West Palm Beach, para conhecer todas as técnicas de perícia”.

Em 1997, veio o grande desafio: a criação do Laboratório de DNA do IC, onde realizou mais de 1,3 mil exames que contribuíram para a elucidação de vários crimes e identificação de pessoas. O trabalho, não esconde, tem de ser feito com paixão. Nas horas vagas, além de ler muito, restaura livros e móveis, pratica jardinagem e ainda cuida de três gatinhas.

Durante muito tempo, Maria Aparecida Pires de Ávila, do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), cansou de ouvir a frase, repetida com ironia: “Só podia ser mulher”. Isso ocorria quando ela puxava a caneta para autuar um motorista de táxi, cujo taxímetro apresentava irregularidades. Era uma atividade de rotina realizada por homens, mas encarada de forma diferente quando partia de uma mulher: “Eu era a chata”.

Mas o trabalho de Cidinha (como é conhecida) vai além: o setor gerenciado por ela fiscaliza cerca de 35 mil táxis, que circulam diariamente na capital. A convocacão é feita, obrigatoriamente, uma vez por ano. Por dia, o Ipem da Regional Leste (Vila Alpina) faz a verificação de 200 carros.

No Ipem há 33 anos, Maria Aparecida atua como especialista em metrologia e qualidade. O início foi tímido, como escriturária concursada. Depois, tornou-se a primeira mulher encarregada a trabalhar com aferição de taxímetro. Aprendeu a gerenciar uma área dominada pelos homens, a lidar com os conflitos entre os próprios colegas e a desviar dos comentários nem sempre elogiosos sobre a situação de mulher.

“É uma conquista diária, uma questão cultural, a mulher tem de mostrar mais capacidade às vezes por uma coisa tão simples”. Na sua seção, é responsável por 13 funcionários: dez dos quais do sexo masculino. “Hoje, temos uma convivência de muito respeito, camaradagem e de troca de ideias”. Solteira, aprecia cinema e documentários sobre ciências. Gosta de viajar nas férias, de preferência em cruzeiro.

O prazer de ensinar

“Faço o que gosto, apesar dos percalços da profissão”, diz Ana Lúcia Negrão Fernandes, professora de Matemática há 40 anos, na EE Horácio Soares, em Ourinhos, interior de São Paulo. Só nessa escola, de mil alunos, está há 25 anos. O começo foi em Salto Grande, a 20 km de Ourinhos, depois passou por Xavantes, sempre em escolas estaduais.

Ana costuma dizer que o magistério corre em suas veias e que não se imagina noutra profissão. Casada, tem dois filhos: um professor (que ela queria que se formasse em Matemática, mas ele seguiu o caminho da Geografia) e uma bióloga. Para ela, formada também em Pedagogia, o segredo de 40 anos de magistério é muito amor e dedicação.

“Já participei de muitas lutas pela melhoria das condições de trabalho e elevação de salário”. Chegou a fazer piquete em porta de escola e acredita que essa luta é a mesma que move as mulheres em outros campos de trabalho.

“A mulher já conquistou muita coisa, mas a estrada é longa. Ela ainda tem de provar sua capacidade, seguir normas, cumprir horários e se desdobrar numa tarefa paralela, que é a de dona de casa, esposa e mãe”.

Seu dia é tomado pelas aulas de manhã e à tarde, para 160 alunos. Mora a um quarteirão da Escola Horácio Soares, onde cursou o ensino médio. “É como estar em casa”. Das alegrias da profissão, a que mais a toca é quando o aluno diz: “Nunca gostei de Matemática, mudei de opinião depois das suas aulas”.

Ou quando recebe e-mails saudosos de ex-alunos, muitos já formados. Fica mais feliz ainda quando um deles diz que está formado em Matemática ou Física. “Sinto que fui recompensada”.


Amor, zelo e competência

Vencendo obstáculos e servindo de exemplo, as mulheres têm muito que comemorar neste dia, o que muitas não farão, pois estarão trabalhando

Em janeiro, Marilza Vieira Cunha Rudge assumiu a vice-reitoria da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), sendo a primeira mulher a ocupar o cargo, nos 37 anos da universidade. Médica formada pela Unicamp é pró-reitora de pós-graduação da Unesp desde 2005.

Sob sua responsabilidade estão 109 programas de pós-graduação em diferentes áreas. Tem vasta experiência de pesquisa na área de Medicina, com ênfase em Saúde da Mulher, atuando em temas como diabete e gravidez, hipertensão e gravidez e substâncias tóxicas persistentes no binômio mãe-feto.

Para Marilza, a nova atividade é prazerosa, mas de uma enorme responsabilidade. “Pesa com suavidade”, diz, ao referir-se à enorme estrutura que dirige: 35 mil alunos de graduação, 12 mil de pós strictu-sensu e mais de 6 mil de lato sensu. “Em nosso corpo docente, 42% são mulheres, 80% estão no corpo administrativo”.

Marilza comenta que as mulheres vêm ocupando espaço pelo próprio esforço, pela garra, competência e pelos estudos. “Quando fiz Medicina, na minha classe de 90 alunos só oito eram mulheres. Hoje, elas são mais de 50%”.

Constata o avanço da mulher no espaço acadêmico e elogia: “Ela faz isso sem deixar de lado o papel de mãe, de esposa e de dona de casa. E continua preocupada com o lar e a educação dos filhos. Por outro lado, teve ganhos importantes, como as creches, auxílio natalidade, e, mais recentemente, a licença gestante ampliada. Na Unesp, por exemplo, temos creche nas quatro unidades”. Mãe de três filhos e avó de duas meninas, gosta de exercer atividade física e o voluntariado numa instituição em Botucatu que abriga cem crianças. “É uma alegria”.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, tem, desde junho do ano passado uma mulher à frente da diretoria técnica. Trata-se da engenheira-agrônoma e pesquisadora Marli Dias Mascarenhas, cujo início da carreira foi em 1978, como auxiliar de laboratório, concursada, do Instituto Geológico. Foi transferida para o IEA e nomeada pesquisadora, em 1992. Em 70 anos do IEA, é a segunda mulher a ocupar o posto, depois de Valquíria da Silva, que exerceu as funções de março de 2007 até o ano passado.

Mestre em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), a nova diretora tem os olhos voltados para a área de administração rural, que envolve sistemas de produção, análise de custo de produção, gerenciamento de sistemas mecanizados, estudos de viabilidade econômica e alternativas tecnológicas, entre outros. É a responsável pela qualidade total do IEA.

Segundo Marli, dirigir um instituto desse porte é um desafio e tanto e, ao mesmo tempo, estimulante. “A direção feminina só vem somar, mesmo porque temos várias mulheres em postos de destaque aqui no instituto: elas estão na diretoria-geral, na assessoria, na diretoria administrativa, na comunicação, nos estudos econômicos e na área de estatísticas”. No IEA dos 129 funcionários, 85 são mulheres. “A convivência é bem pacífica, os homens são muito colaborativos e temos uma parceria complementar”, diz Marli.

Na Torre de Babel

A psicóloga Ivete Barão de Azevedo Halasc gerencia uma verdadeira Torre de Babel. Há sete anos, é diretora da Penitenciária Feminina da Capital, com 620 presas. “Setenta por cento da população carcerária daqui é formada por estrangeiras: africanas, asiáticas, latino-americanas. A maioria presa por tráfico de entorpecentes”.

A atração pelo sistema carcerário começou ainda na universidade. “Meu estágio foi na Casa de Detenção. E o meu orientador dizia que eu estava equivocada e que não iria conseguir a vaga. Consegui e o período de estágio, que era de seis meses, durou quatro anos”.

Os anos passaram e, em 1986, Ivete soube por um amigo que haveria um concurso para psicólogo na Secretaria de Administração Penitenciária. “Prestei o concurso. Fui procurar meu nome na lista e não achei. Quando estava saindo, uma funcionária perguntou qual era o meu nome. Falei e ela disse: Parabéns, você conseguiu o primeiro lugar”.

Ivete foi diretora de vários presídios masculinos, onde incentivou os reeducandos a participarem de oficinas de teatro. “Utilizamos o método do Teatro do Oprimido para ajudá-los na reinserção social. As apresentações fizeram tanto sucesso que o diretor Zé Celso Martinez queria transformar uma simples apresentação numa temporada”. Resultado: a maioria dos reeducandos não voltou ao crime.

Quando começou a trabalhar com reeducandas, viu que tinha outro desafio. “Tenho de gerenciar TPM, choros e outros problemas da psiquê feminina. Mantemos as meninas estudando e trabalhando. O tempo passa rápido e elas realizam diversos cursos: inglês, português (para as estrangeiras), dança, cantoterapia, informática, além de trabalhar em oficinas de hotelaria, padaria, marketing e reciclagem”.

Casada, mãe de três filhos e avó de duas netas, Ivete confessa que é uma apaixonada pela profissão e pelo cargo que exerce. “Não me vejo em outra função ou em outro lugar”.

Conquistar é preciso

A mais reconhecida relações-públicas do País, Margarida Maria Krohling Kunsch assumiu a diretoria da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da USP, em fevereiro, para o quatriênio 2013-2016. É a primeira mulher a ocupar o cargo de direção da Escola em 47 anos. “Realmente foi uma quebra de paradigmas e os desafios são muitos. Mas estou otimista e animada, mesmo porque na minha vida nunca optei pelas coisas mais fáceis. Não será diferente agora”.

Margarida lembra que a ECA é complexa e abrangente e congrega muitas áreas, oito departamentos e uma escola de artes dramáticas, celeiro de potencialidades e de grande capital intelectual, integrado por professores, estudantes e funcionários.

Autora de diversos livros na área de Comunicação Organizacional, foi recentemente homenageada na 7ª edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil, com a comenda Waldyr Gutierrez Fortes, honraria concedida apenas uma vez, em cada 10 anos de premiação, a personalidades que atingiram status de referencial pleno na profissão. Para a professora, a mulher tem avançado na conquista de postos mais altos, mas precisa conquistar mais.

“Apesar de termos pela primeira vez na história uma mulher presidente do País, a sua participação na política no Brasil ainda é muito pequena. No Brasil, diferente de países como a Finlândia, quando uma mulher assume cargo de destaque sempre constitui notícia. A explicação, acredito, se deve ao fato de que isso ainda é visto como exceção e não como algo normal. Portanto, as mulheres precisam ocupar mais postos de destaque na política, na ciência e na gestão de todos os setores”.


O vozeirão do Brasil

“Nossa, já até perdi as contas. Mas são cerca de 100 discos, entre compactos, 78 rotações, LPs e CDs”, diz sorrindo, Inezita Barroso. Há 33 anos, ela comanda o Viola, minha Viola, programa que vai ao ar pela TV Cultura.

A cantora e apresentadora, de 88 anos, mantém o vozeirão, segundo ela, sem ‘muito esforço’. “O que faço com afinco é evitar ar-condicionado e qualquer tipo de bebida gelada. Se eu tomo gelado, fico rouca rapidinho. Sempre foi assim”. Mesmo com o ritmo da televisão, ela continua com o trabalho de encontrar grandes talentos na música.

O programa tem plateia cativa, como o seu Santinho, e várias histórias interessantes como a de um bolo de fubá que ficava em um balcãozinho no cenário. “Nos primeiros programas, ele era de verdade. Depois, passou a ser feito de espuma. Mas era tão perfeito que não passava um programa sem que algum artista fosse lá tentar comer um pedaço”.

Maria Lúcia Zanelli e Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I e IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/03/2013. (PDF)