Feap/Banagro financia o desenvolvimento da agricultura paulista

Com juros de 3% ao ano, as 29 linhas de crédito têm prazos de carência e de pagamento mais atrativos em comparação aos oferecidos nos bancos comerciais

Para fortalecer e ampliar a sustentabilidade dos negócios no campo, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), do Banco do Agronegócio Familiar (Banagro), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA) oferece diversos apoios para produtores pessoa física e jurídica, pescadores artesanais, associações e cooperativas.

O portfólio de opções inclui 29 linhas de crédito, Seguro Rural, os programas Pró-Trator e Pró-Implemento e o Contrato de Opção, um mecanismo pioneiro no País para garantir o preço mínimo futuro do café, milho, soja e boi gordo, commodities agrícolas negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa).

“A proposta é apoiar o pequeno e o médio produtor e a agroindústria paulista, além de garantir a oferta de alimentos de qualidade na mesa da população”, destaca o engenheiro agrônomo Fernando Aluizio Pontes de Oliveira Penteado, secretário executivo do Feap/Banagro.

Segundo ele, desde a criação do Fundo, por meio da Lei Estadual nº 7.964/1992, até o final de março de 2018, os repasses já totalizaram R$ 706,4 milhões em 28,2 mil operações de crédito efetuadas. “Hoje, estão vigentes 4,9 mil contratos, com saldo devedor de R$ 330 milhões. O orçamento anual é de R$ 60 milhões e há R$ 40 milhões disponíveis em caixa”, informa.

Regras

No Feap/Banagro, cada financiamento atende a uma atividade econômica específica e os juros são de 3% ao ano. “Porém, quem não atrasa pagamento, paga somente 2,25%”, observa Oliveira Penteado, destacando outros benefícios, como os prazos de carência e de parcelamento também mais vantajosos em comparação aos oferecidos pelos bancos.

O agente financeiro das operações é o Banco do Brasil e todas as informações sobre as linhas ficam disponíveis no site da SAA (ver Serviço). Nos empréstimos, a garantia a ser fornecida pelo crédito deve corresponder, no mínimo, à totalidade do valor solicitado, sendo aceito penhor, hipoteca, fiança, aval ou outras formas. Quem, por exemplo, compra um trator, pode oferecê-lo como garantia.

Se o requerente for um produtor rural pessoa física, com renda anual de até R$ 800 mil, tem direito a assinar mais de um contrato, porém a soma dos financiamentos não pode superar R$ 600 mil. Se o contratante for pessoa jurídica, o teto do faturamento anual sobe para R$ 2,4 milhões; para associações, este limite dobra; se for cooperativa, o montante máximo para a sobra e o lucro líquido é de R$ 4,8 milhões anuais.

Como pedir

Os pedidos de financiamento são realizados nas Casas da Agricultura, ação da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA) com as prefeituras paulistas (ver Serviço). A Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, também encaminha solicitações de crédito ao Feap/Banagro em projetos com assentamentos e comunidades quilombolas.

“Todo pedido é sempre associado a um projeto e elaborado por agrônomo da Casa da Agricultura em conjunto com o produtor. O documento detalha características da propriedade como porte, nível de renda, produtividade, entre outras questões”, destaca Oliveira Penteado. Segundo ele, outras duas ações importantes do Feap/Banagro são realizadas em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA).

A primeira delas é no âmbito do Programa Nascentes e financia a recuperação de matas ciliares e corpos d’água em propriedades rurais. A segunda, prevista para terminar no final de setembro, é complementar as solicitações do Microbacias II – Acesso ao Mercado, iniciativa de crédito bancada pelo Governo do Estado e Banco Mundial voltada às cooperativas e associações de produtores realizada pela Cati em parceria com a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN) da SMA.

Diversificado

O crédito rural financia itens para agricultura em ambiente protegido (estufas), irrigação (poços artesianos e semiartesianos) e equipamentos para transição agroecológica e modernização da produção orgânica. Há também linhas para avicultura de corte, apicultura, apoio às pequenas agroindústrias, bubalinocultura, desenvolvimento regional sustentável, café, caprinocultura, flores e plantas ornamentais, floresta, fruticultura, gestão da qualidade (certificação de produtos) e Integração lavoura-pecuária-floresta (Integra SP).

A lista inclui também crédito para a compra de máquinas e equipamentos comunitários, ovinocultura, plantio direto na palha, produção de mudas cítricas em ambiente protegido, pesca artesanal, piscicultura convencional em viveiros e barragens, piscicultura em tanques-rede, pecuária de leite, qualidade do leite, pupunha, renovação de pomares de citros, sericicultura, sementes e mudas, turismo rural.

Mais Leite, Mais Renda

Um dos executores do Plano Mais Leite, Mais Renda, o agrônomo José Luiz Fontes, da assessoria técnica da SAA, destaca aprimoramentos realizados em duas linhas de crédito do Feap/Banagro. “Rebatizadas como Pecuária de Leite e Qualidade do Leite, ambas financiam até R$ 200 mil, com carência de até um ano e seis anos para pagar”, explica. A motivação, comenta, é passar a atender demandas antes não atendidas e aumentar a qualidade, assim como o volume e a lucratividade. “Deste modo, o negócio ganha diferenciais, como, por exemplo, a produção de alimentos orgânicos e lácteos”, informa.

Hoje, a produção leiteira paulista supre apenas 25% do total consumido no Estado. O rebanho paulista tem 5,5 milhões de cabeças e produz 1,77 bilhão de litros por ano. A meta do Plano (ver Serviço) é crescer 3,5% ao ano e chegar a 2 bilhões de litros anuais em 2027. “Queremos saltar de 1,4 mil litros produzidos por uma vaca a cada ano (dado apurado em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) para 2 mil litros anuais nos próximos dez anos”, analisa Fontes.

Nesse sentido, conclui, os financiamentos são uma das principais estratégias. Permitem ao produtor comprar matrizes e reprodutores e assim promover o melhoramento genético do rebanho; reformar e formar pastagens; construir e adequar estábulos, currais, bezerreiros, salas de ordenha e equipamentos; adquirir insumos e kits para manejo reprodutivo e inseminação artificial; instalação de sistemas de irrigação, entre outras possibilidades.

Serviço

Feap/Banagro
Lei nº 7.964/1992 (criação do Fundo)
Casas da Agricultura
Microbacias II – Acesso ao Mercado
Plano Mais Leite, Mais Renda


Crédito agrícola e extensão rural são aliados do produtor

Orientação agronômica da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral dá suporte a pedidos de financiamento e fortalece o desenvolvimento humano e social no campo

Localizada no Vale do Paraíba, no pé da Serra da Mantiqueira, a Fazenda Santa Terezinha, de Guaratinguetá, é exemplo do sucesso de produtividade e do potencial de expansão da pecuária leiteira paulista. Nos últimos quatro anos, seus donos, os irmãos Fábio e Marcelo Faria conseguiram elevar de 2,5 mil litros para 4,5 mil litros o volume diário ordenhado.

Um dos motivos, apontam, é o apoio permanente do Governo estadual, com serviços de extensão rural, assistência agronômica e os financiamentos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) do Banco do Agronegócio Familiar (Banagro).

Com 600 hectares, a Santa Terezinha é hoje unidade de referência da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), em pecuária e produção de volumoso (silagem de milho e capim-mombaça) para alimentação de rebanho confinado.

“O conceito empregado é o de ‘tirar leite do solo’, isto é, investir em manejo para aumentar a fertilidade do solo e assim melhorar a qualidade e a quantidade do alimento fornecido às vacas. Assim, as matrizes em lactação se nutrem adequadamente e têm maior rendimento”, explica o engenheiro agrônomo Jovino Paulo Ferreira Neto, diretor de desenvolvimento regional da Cati de Guaratinguetá e responsável pelo atendimento aos produtores.

Administração

Após a morte do pai, em 2010, os irmãos Faria assumiram o empreendimento comprado há 80 anos pelo avô. Na época, precisaram decidir entre vender ou investir na propriedade. “A produtividade das vacas era baixa e a alimentação do rebanho insuficiente”, conta Fábio, administrador da fazenda. Para virar o jogo, buscaram apoio da Cati em 2014 e, além de confiarem na orientação agronômica, também adotaram um modelo gerencial baseado em plano de negócio.

“O leite tem lucratividade média de até 15%, uma das mais atrativas do agronegócio”, destaca Fábio, informando ter metas de produtividade, análise de todos os custos envolvidos e pagamento de bônus por desempenho para os 13 funcionários, entre outras características, para manter o seu empreendimento no “azul”.

Também responsável pelo atendimento à propriedade, o agrônomo Vinicius Sampaio do Nascimento, da Cati de Guaratinguetá, indica como um dos diferenciais da Santa Terezinha a produção em suas dependências de toda a alimentação do rebanho. “Essa estratégia é fundamental para reduzir despesas e tornar o leite competitivo. Na planilha, este custo com o rebanho não pode exceder a 50% do valor total do leite”, explica.

Retomada

Além das chamadas boas práticas da produção leiteira, cuja lista inclui o controle da mastite das vacas e da sanidade no rebanho, Jovino e Vinicius também sugeriram e acompanharam a adoção de outras medidas. Esse trabalho incluiu a correção do solo com a recuperação de 50 hectares de pastagens degradadas e a mudança no sistema de plantio, sendo adotado o direto em vez do convencional, nos cultivos de milho, aveia-branca e capim-mombaça, usados como alimento do gado criado em confinamento.

Em 2010, o volume de silagem produzido era de 40 toneladas por hectare. Em 2014, subiu para 50 e, em 2018, é de 70 toneladas. Outra iniciativa foi o melhoramento genético, com a vinda de reses mais produtivas. “O ideal é sempre ter 83% das vacas em lactação. Em 2010, o plantel era de 250 vacas; em 2014, o número caiu para 220 e hoje são 190”, comenta Fábio destacando o fato de o volume leiteiro ter praticamente dobrado no período de 2010 a 2018.

Expansão

Fábio vende sua produção para a Cooperativa de Laticínios Serramar, de Guaratinguetá, responsável pelas marcas Maringá, Serra Mar e Milk Mix. Ele conta reservar um terço do faturamento de cada ano para reinvestir no negócio, com previsão de retorno desse gasto para os próximos dez anos. O controle gerencial do negócio e sua lucratividade o permitiram modernizar diversos processos da propriedade usando o crédito rural do Governo paulista, o Feap/Banagro.

Foram adquiridos trator (R$ 95 mil) e semeadora de plantio direto (R$ 37 mil), pelos programas Pró-Trator e Pró-Implemento; sistema de ordenha eletrônica (R$ 70 mil), pela linha de crédito Qualidade do Leite; vacas (R$ 200 mil), pela linha de crédito Pecuária Leiteira; tanque resfriador de leite (R$ 34 mil), pela linha de crédito Qualidade do Leite; e instalações (R$ 200 mil), por meio da linha de crédito Desenvolvimento Rural Sustentável.

Salvação pelo solo

Também situado na zona rural de Guaratinguetá, o Sítio Mandiouro, de 20 hectares, pertencente ao casal João José Moura Tavares e sua esposa Ana, teve sua produção ampliada após a assistência da Cati. Descendentes de produtores de leite típicos do Vale do Paraíba e sem funcionários, eles tiveram o negócio ameaçado pelo fato de a renda obtida não suprir a manutenção da propriedade.

Desde 2014, a equipe da Cati de Guaratinguetá os auxilia com tecnologias, como o pastejo rotacionado das vacas e medidas para ampliar a oferta de comida para supri-las, atualmente criadas em sistema semi-intensivo.

De acordo com os agrônomos, no sistema anterior, o casal privilegiava alimentar os animais no cocho em detrimento do pasto. Depois da orientação, investiram em melhoramento genético, sanidade animal, análise do solo, adubação e plantio de diversas variedades de capim. Desse modo, há sempre disponibilidade de forragens em quantidade e qualidade suficientes, sendo oferecidas forragens, na época das águas, e cana-de-açúcar, no período seco do ano.

Produtividade

Em 2014, a média diária de produção era de 92 litros, ordenhados de 35 vacas. Com a supervisão da Cati, em 2018, o número de vacas diminuiu para 16, entretanto, a média diário atual obtida é de 260 litros – e toda a produção é comercializada com a Cooperativa Serramar.

“A solução para melhorar o negócio estava aqui mesmo. Com a melhoria do solo nunca mais precisei sair à tarde para cortar capim nem alimentar as vaquinhas famintas depois da ordenha”, conta João José.

“Hoje, todas as áreas do sítio produzem alimento para elas e a produção não parou mais de crescer. No ano passado, quebramos em um dia o recorde de produção e ordenhamos 480 litros”, diz sorrindo o produtor. Para Ana, o apoio da Cati foi fundamental. “Estávamos quase desistindo”, conta emocionada.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I, II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/06/2018. (PDF)

Financiamentos da Desenvolve SP crescem 20% no primeiro semestre

Agência de Desenvolvimento Paulista repassou R$ 168,5 milhões para prefeituras paulistas e pequenas e médias empresas; volume superou em 20% o total transferido no mesmo período de 2016

Em sintonia com o momento atual de retomada do crescimento da economia brasileira, a Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) ampliou em 20% o volume de crédito financiado na comparação do primeiro semestre de 2017 com o mesmo período do ano passado. No total, a ação vinculada ao Governo estadual desembolsou R$ 168,5 milhões em projetos de investimento e capital de giro para pequenas e médias empresas e prefeituras paulistas.

De acordo com Milton Santos, presidente da Desenvolve SP, o aumento foi puxado principalmente pelos setores da indústria e dos serviços. O primeiro grupo absorveu 49% do total repassado e totalizou R$ 83 milhões, ante R$ 39,7 milhões repassados no mesmo período do ano passado. O segundo representou 35% do total financiado e recebeu R$ 69,4 milhões. Na sequência de atendimentos, vieram o setor público (9%), comércio (6%) e agronegócio (1%).

A maioria do crédito aprovado, informa Santos, foi direcionado para expandir atividades e modernizar instalações e infraestrutura. Nesse sentido, destaca, os financiamentos em investimento fixo saltaram de R$ 112,8 milhões no primeiro semestre de 2016 para R$ 126,7 milhões nos seis primeiros meses desse ano. E as operações de capital de giro cresceram 54% e subiram de R$ 27,2 milhões para R$ 41,8 milhões na primeira metade do ano.

Apelo social

“Os negócios de pequeno e médio portes receberam 93,5% dos financiamentos”, comenta Santos. Uma das explicações, observa, é o fato de os empreendedores conseguirem, junto à Desenvolve SP, “crédito mais sustentável” na comparação com o oferecido por bancos de varejo, isto é, “na agência obtêm acesso simplificado e desburocratizado, associado a taxas de juros mais baixas e prazos de carência e de pagamentos mais longos”, destaca.

“Basta estar regular, sem pendências legais e financeiras, para qualquer empresa usufruir das 20 opções de linhas disponíveis. Esse crédito mais barato também atende quem ainda não abriu o negócio. Para os municípios, há mais sete opções disponíveis”, salienta. “O objetivo do Governo paulista com a Desenvolve SP é fortalecer a inovação e gerar emprego e renda no Estado, por meio do estímulo ao surgimento de novos negócios e da expansão de todos os setores da economia”, esclarece.

Crédito digital

Para o segundo semestre, a perspectiva de crescimento segue mantida, avalia Santos. Uma das apostas principais é a inovação. Para isso, a Desenvolve SP mantém seis linhas dedicadas ao tema e, somente no primeiro semestre, os aportes em projetos inovadores disruptivos e incrementais totalizaram R$ 20,5 milhões – montante 22% superior a igual período do ano passado. Um projeto, em especial, é o Crédito Digital, lançado no final de 2016 e baseado na certificação digital e-CNPJ para autenticar eletronicamente as operações e consultas em bancos de dados.

Como todo empréstimo da Desenvolve SP, o Crédito Digital permite ao interessado simular suas condições de obtenção, mesmo sem ter cadastro no site da Desenvolve SP (ver serviço). Basta informar no campo do formulário eletrônico o montante pretendido, o prazo total de pagamento em número de meses e o período de carência desejado, também em meses, para começar a quitar a dívida. Essa modalidade on-line financia até R$ 200 mil, em até três anos, com carência de três meses e juros de 1,18% ao mês pela taxa de juros de longo prazo (TJLP) + 8,1% ao ano.


Rápido, simples e recomendado

Gilberto Dias, proprietário da GDS Informática, encontrou no Crédito Digital da Desenvolve SP a melhor opção para financiar o projeto de desenvolvimento e compra de totens de autoatendimento para sua empresa de cartões pré-pagos. Criada em 2001 e sediada na região da Santa Ifigênia, centro da capital, a microempresa tem nove funcionários e atende cantinas de escolas e casas noturnas, com sistema de comandas informatizadas.

“Conheci a Desenvolve SP pesquisando na internet. O processo todo foi muito rápido. Em menos de cinco dias, fiz o pedido, enviei a documentação, recebi a visita do agente de crédito e o dinheiro já estava na conta”, revela. Segundo ele, o recurso serviu para adquirir 23 totens, distribuídos em 70 pontos comerciais de clientes. “Vou pagar a última prestação em dezembro do ano que vem. A partir daí, pretendo comprar mais 50 equipamentos desses. Os serviços da Desenvolve SP são excelentes, para amigos e outros empresários”, recomenda Dias.

Tecnologia

Segundo ele, hoje a GDS tem como clientes principais seis mil pais. No site da empresa, eles compram créditos para serem ‘carregados’ nos cartões pré-pagos de seus filhos, que os utilizam para comprar lanche na cantina escolar. “O conceito é permitir aos responsáveis pelas crianças definir um limite diário de gastos, além de quais itens podem ser adquiridos a cada dia, estimulando nelas a alimentação adequada, do ponto de vista nutricional e também educação financeira”, explica.

Para usar o cartão pré-pago, o único pré-requisito é a criança ser alfabetizada. Assim, na hora do intervalo, ela escolhe na tela do totem quais itens da cantina irá comprar. A partir daí, o terminal de autoatendimento imprime guia para ser entregue no balcão com o pedido – e o sistema também envia e-mail para o pai, com uma cópia da solicitação. “O sistema de cartão pré-pago é flexível, pode ser adaptado para evento fechado ou situação onde seja preciso controlar consumação sem usar dinheiro em espécie”, informa Dias, citando como exemplos festa junina, feira, parque temático e outros eventos.

Serviço

Desenvolve SP
Atendimento presencial ao empreendedor: de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas
Rua da Consolação, 371 Centro – São Paulo (SP)
Telefone (11) 3123-0464

GDS Informática

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/08/2017. (PDF)

Fundo patrimonial privado financia projetos na Poli-USP

Desde 2012, doações de ex-alunos e simpatizantes viabilizaram 60 projetos de ensino e pesquisa na Escola Politécnica; site do Fundo Patrimonial Amigos da Poli detalha seu funcionamento e orienta como colaborar

Conciliar capacidade de gestão com criatividade, além de demonstrar gratidão, para criar uma fonte permanente de recursos para viabilizar projetos acadêmicos inovadores de caráter científico e de cidadania. Com esse espírito, um grupo de ex-estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) criou, em fevereiro de 2012, o Fundo Patrimonial Amigos da Poli. Pioneira no País, a associação tem como finalidade a captação de doações de simpatizantes, de alunos e ex-alunos da instituição em uma grande rede colaborativa.

O diretor presidente do fundo, Lucas Sancassani, explica que esse modelo de captação de recursos a partir de um fundo patrimonial (endowment) inspira-se em experiências bem-sucedidas de universidades europeias e norte-americanas. Segundo ele, o dinheiro recebido por meio de doações é aplicado em investimentos financeiros diversificados e gera excedentes – o montante é reinvestido nos anos seguintes.

“Com gerenciamento adequado, profissionalismo e transparência, o patrimônio acumulado gera rendimentos anuais acima da inflação. Parte da capitalização é, então, direcionada aos projetos de ensino e pesquisa da Poli”, explica Sancassani, engenheiro elétrico, formado em 2006 na escola da USP, localizada no câmpus da Cidade Universitária, Butantã, zona oeste da capital.

História

A associação de ex-alunos da Poli-USP formou-se em 2008, reúne profissionais de perfil diversificado e inclui empresários de segmentos econômicos variados e agentes do mercado financeiro. Muitos deles conheceram o endowment em programas de especialização em universidades estrangeiras.

“Vemos como fundamental esse tipo de apoio para o progresso do ensino superior no País. Nosso propósito é devolver para a sociedade todo o apoio que recebemos ao longo de nossa formação”, diz, orgulhoso, o atual presidente do grupo de voluntários.

O desafio inicial, segundo Sancassani, foi a formatação de um modelo jurídico adequado para a criação do fundo patrimonial e definir seu modelo de governança. Ele é composto por conselho deliberativo, com a participação de professores da instituição no grupo gestor.

“A associação foi constituída com R$ 4,3 milhões em doações”, revela o engenheiro. Nos últimos meses, as contribuições aumentaram e, em julho, o fundo totalizou R$ 15 milhões acumulados de patrimônio, montante que possibilitou investir R$ 1,6 milhão em 60 projetos.

Doações

Nas universidades norte-americanas, o dinheiro obtido com o endowment é utilizado para o próprio custeio. Nos últimos 70 anos, muitos centros científicos de relevância acumularam bilhões de dólares em reservas e rendimentos. Como exemplos, Sancassani cita as universidades americanas de Harvard, com US$ 30 bilhões em caixa, Yale, US$ 20 bilhões, e Columbia, US$ 10 bilhões.

“Nossa proposta é diferente e prevê a aplicação dos recursos exclusivamente em projetos internos e de capacitação dos alunos”, sublinha o também ex-universitário da Poli e diretor financeiro do fundo, Samuel Oliveira. “Os projetos apoiados contemplam mais de 600 politécnicos, incluindo alunos, servidores e professores, mas há espaço para crescer muito mais”, afirma Oliveira.

A associação, ele ressalta, tem hoje 600 doadores cadastrados e, a cada ano, aproximadamente 750 estudantes se formam na Poli-USP. “Temos a proposta de integrar e aproximar cada vez mais esse público. Fazer a doação é simples e qualquer valor interessa. Basta entrar no site do fundo, inclusive usando cartão de crédito, para concretizar a destinação”, explica (ver serviço).

Seleção

Todo ano, as contas da associação passam por auditoria externa e independente, realizada pela empresa BDO Brasil. No mês de abril, o fundo publica em seu site edital para inscrição de projetos (ver serviço). Uma banca examinadora, integrada por professores da Poli-USP e representantes do fundo, seleciona os melhores. Para isso, são considerados cinco pontos: empreendedorismo, trabalho em equipe, liderança, cidadania e inovação.

“Mesmo quem não é aprovado se beneficia. É possível conhecer os projetos no site do fundo, bem como consultar o estatuto da associação e seus balanços anuais”, diz Oliveira. Entre os projetos contemplados, ele destaca patrocínios às equipes de competição da Poli-USP, como o desenvolvimento de robôs, aviões e baja (veículo off-road), apoio à participação de alunos em torneios internacionais de ciência e outros trabalhos de impacto social.

Um dos selecionados foi o desenvolvimento de próteses e órteses humanas de baixo custo para pessoas com deficiência. Orçado em R$ 50 mil, com 75% concluídos, o projeto, coordenado pelo professor doutor Pai Chi Nan, pretende viabilizar a produção em escala industrial das peças, ao custo médio de R$ 1 mil cada uma, para serem utilizadas por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). No mercado, alguns desses dispositivos chegam a custar até R$ 150 mil.

De acordo com os gestores do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, o retorno obtido nesses cinco anos despertou o interesse de outras instituições acadêmicas públicas e particulares para criar associações similares. Na própria USP, foram recebidas manifestações das faculdades de Medicina, de Direito e de Economia, Administração e Contabilidade (FEA).

Serviço

Fundo Patrimonial Amigos da Poli
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E-mail contato@amigosdapoli.com.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/08/2017. (PDF)