Feap/Banagro financia o desenvolvimento da agricultura paulista

Com juros de 3% ao ano, as 29 linhas de crédito têm prazos de carência e de pagamento mais atrativos em comparação aos oferecidos nos bancos comerciais

Para fortalecer e ampliar a sustentabilidade dos negócios no campo, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), do Banco do Agronegócio Familiar (Banagro), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA) oferece diversos apoios para produtores pessoa física e jurídica, pescadores artesanais, associações e cooperativas.

O portfólio de opções inclui 29 linhas de crédito, Seguro Rural, os programas Pró-Trator e Pró-Implemento e o Contrato de Opção, um mecanismo pioneiro no País para garantir o preço mínimo futuro do café, milho, soja e boi gordo, commodities agrícolas negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa).

“A proposta é apoiar o pequeno e o médio produtor e a agroindústria paulista, além de garantir a oferta de alimentos de qualidade na mesa da população”, destaca o engenheiro agrônomo Fernando Aluizio Pontes de Oliveira Penteado, secretário executivo do Feap/Banagro.

Segundo ele, desde a criação do Fundo, por meio da Lei Estadual nº 7.964/1992, até o final de março de 2018, os repasses já totalizaram R$ 706,4 milhões em 28,2 mil operações de crédito efetuadas. “Hoje, estão vigentes 4,9 mil contratos, com saldo devedor de R$ 330 milhões. O orçamento anual é de R$ 60 milhões e há R$ 40 milhões disponíveis em caixa”, informa.

Regras

No Feap/Banagro, cada financiamento atende a uma atividade econômica específica e os juros são de 3% ao ano. “Porém, quem não atrasa pagamento, paga somente 2,25%”, observa Oliveira Penteado, destacando outros benefícios, como os prazos de carência e de parcelamento também mais vantajosos em comparação aos oferecidos pelos bancos.

O agente financeiro das operações é o Banco do Brasil e todas as informações sobre as linhas ficam disponíveis no site da SAA (ver Serviço). Nos empréstimos, a garantia a ser fornecida pelo crédito deve corresponder, no mínimo, à totalidade do valor solicitado, sendo aceito penhor, hipoteca, fiança, aval ou outras formas. Quem, por exemplo, compra um trator, pode oferecê-lo como garantia.

Se o requerente for um produtor rural pessoa física, com renda anual de até R$ 800 mil, tem direito a assinar mais de um contrato, porém a soma dos financiamentos não pode superar R$ 600 mil. Se o contratante for pessoa jurídica, o teto do faturamento anual sobe para R$ 2,4 milhões; para associações, este limite dobra; se for cooperativa, o montante máximo para a sobra e o lucro líquido é de R$ 4,8 milhões anuais.

Como pedir

Os pedidos de financiamento são realizados nas Casas da Agricultura, ação da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA) com as prefeituras paulistas (ver Serviço). A Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, também encaminha solicitações de crédito ao Feap/Banagro em projetos com assentamentos e comunidades quilombolas.

“Todo pedido é sempre associado a um projeto e elaborado por agrônomo da Casa da Agricultura em conjunto com o produtor. O documento detalha características da propriedade como porte, nível de renda, produtividade, entre outras questões”, destaca Oliveira Penteado. Segundo ele, outras duas ações importantes do Feap/Banagro são realizadas em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA).

A primeira delas é no âmbito do Programa Nascentes e financia a recuperação de matas ciliares e corpos d’água em propriedades rurais. A segunda, prevista para terminar no final de setembro, é complementar as solicitações do Microbacias II – Acesso ao Mercado, iniciativa de crédito bancada pelo Governo do Estado e Banco Mundial voltada às cooperativas e associações de produtores realizada pela Cati em parceria com a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN) da SMA.

Diversificado

O crédito rural financia itens para agricultura em ambiente protegido (estufas), irrigação (poços artesianos e semiartesianos) e equipamentos para transição agroecológica e modernização da produção orgânica. Há também linhas para avicultura de corte, apicultura, apoio às pequenas agroindústrias, bubalinocultura, desenvolvimento regional sustentável, café, caprinocultura, flores e plantas ornamentais, floresta, fruticultura, gestão da qualidade (certificação de produtos) e Integração lavoura-pecuária-floresta (Integra SP).

A lista inclui também crédito para a compra de máquinas e equipamentos comunitários, ovinocultura, plantio direto na palha, produção de mudas cítricas em ambiente protegido, pesca artesanal, piscicultura convencional em viveiros e barragens, piscicultura em tanques-rede, pecuária de leite, qualidade do leite, pupunha, renovação de pomares de citros, sericicultura, sementes e mudas, turismo rural.

Mais Leite, Mais Renda

Um dos executores do Plano Mais Leite, Mais Renda, o agrônomo José Luiz Fontes, da assessoria técnica da SAA, destaca aprimoramentos realizados em duas linhas de crédito do Feap/Banagro. “Rebatizadas como Pecuária de Leite e Qualidade do Leite, ambas financiam até R$ 200 mil, com carência de até um ano e seis anos para pagar”, explica. A motivação, comenta, é passar a atender demandas antes não atendidas e aumentar a qualidade, assim como o volume e a lucratividade. “Deste modo, o negócio ganha diferenciais, como, por exemplo, a produção de alimentos orgânicos e lácteos”, informa.

Hoje, a produção leiteira paulista supre apenas 25% do total consumido no Estado. O rebanho paulista tem 5,5 milhões de cabeças e produz 1,77 bilhão de litros por ano. A meta do Plano (ver Serviço) é crescer 3,5% ao ano e chegar a 2 bilhões de litros anuais em 2027. “Queremos saltar de 1,4 mil litros produzidos por uma vaca a cada ano (dado apurado em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) para 2 mil litros anuais nos próximos dez anos”, analisa Fontes.

Nesse sentido, conclui, os financiamentos são uma das principais estratégias. Permitem ao produtor comprar matrizes e reprodutores e assim promover o melhoramento genético do rebanho; reformar e formar pastagens; construir e adequar estábulos, currais, bezerreiros, salas de ordenha e equipamentos; adquirir insumos e kits para manejo reprodutivo e inseminação artificial; instalação de sistemas de irrigação, entre outras possibilidades.

Serviço

Feap/Banagro
Lei nº 7.964/1992 (criação do Fundo)
Casas da Agricultura
Microbacias II – Acesso ao Mercado
Plano Mais Leite, Mais Renda


Crédito agrícola e extensão rural são aliados do produtor

Orientação agronômica da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral dá suporte a pedidos de financiamento e fortalece o desenvolvimento humano e social no campo

Localizada no Vale do Paraíba, no pé da Serra da Mantiqueira, a Fazenda Santa Terezinha, de Guaratinguetá, é exemplo do sucesso de produtividade e do potencial de expansão da pecuária leiteira paulista. Nos últimos quatro anos, seus donos, os irmãos Fábio e Marcelo Faria conseguiram elevar de 2,5 mil litros para 4,5 mil litros o volume diário ordenhado.

Um dos motivos, apontam, é o apoio permanente do Governo estadual, com serviços de extensão rural, assistência agronômica e os financiamentos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) do Banco do Agronegócio Familiar (Banagro).

Com 600 hectares, a Santa Terezinha é hoje unidade de referência da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), em pecuária e produção de volumoso (silagem de milho e capim-mombaça) para alimentação de rebanho confinado.

“O conceito empregado é o de ‘tirar leite do solo’, isto é, investir em manejo para aumentar a fertilidade do solo e assim melhorar a qualidade e a quantidade do alimento fornecido às vacas. Assim, as matrizes em lactação se nutrem adequadamente e têm maior rendimento”, explica o engenheiro agrônomo Jovino Paulo Ferreira Neto, diretor de desenvolvimento regional da Cati de Guaratinguetá e responsável pelo atendimento aos produtores.

Administração

Após a morte do pai, em 2010, os irmãos Faria assumiram o empreendimento comprado há 80 anos pelo avô. Na época, precisaram decidir entre vender ou investir na propriedade. “A produtividade das vacas era baixa e a alimentação do rebanho insuficiente”, conta Fábio, administrador da fazenda. Para virar o jogo, buscaram apoio da Cati em 2014 e, além de confiarem na orientação agronômica, também adotaram um modelo gerencial baseado em plano de negócio.

“O leite tem lucratividade média de até 15%, uma das mais atrativas do agronegócio”, destaca Fábio, informando ter metas de produtividade, análise de todos os custos envolvidos e pagamento de bônus por desempenho para os 13 funcionários, entre outras características, para manter o seu empreendimento no “azul”.

Também responsável pelo atendimento à propriedade, o agrônomo Vinicius Sampaio do Nascimento, da Cati de Guaratinguetá, indica como um dos diferenciais da Santa Terezinha a produção em suas dependências de toda a alimentação do rebanho. “Essa estratégia é fundamental para reduzir despesas e tornar o leite competitivo. Na planilha, este custo com o rebanho não pode exceder a 50% do valor total do leite”, explica.

Retomada

Além das chamadas boas práticas da produção leiteira, cuja lista inclui o controle da mastite das vacas e da sanidade no rebanho, Jovino e Vinicius também sugeriram e acompanharam a adoção de outras medidas. Esse trabalho incluiu a correção do solo com a recuperação de 50 hectares de pastagens degradadas e a mudança no sistema de plantio, sendo adotado o direto em vez do convencional, nos cultivos de milho, aveia-branca e capim-mombaça, usados como alimento do gado criado em confinamento.

Em 2010, o volume de silagem produzido era de 40 toneladas por hectare. Em 2014, subiu para 50 e, em 2018, é de 70 toneladas. Outra iniciativa foi o melhoramento genético, com a vinda de reses mais produtivas. “O ideal é sempre ter 83% das vacas em lactação. Em 2010, o plantel era de 250 vacas; em 2014, o número caiu para 220 e hoje são 190”, comenta Fábio destacando o fato de o volume leiteiro ter praticamente dobrado no período de 2010 a 2018.

Expansão

Fábio vende sua produção para a Cooperativa de Laticínios Serramar, de Guaratinguetá, responsável pelas marcas Maringá, Serra Mar e Milk Mix. Ele conta reservar um terço do faturamento de cada ano para reinvestir no negócio, com previsão de retorno desse gasto para os próximos dez anos. O controle gerencial do negócio e sua lucratividade o permitiram modernizar diversos processos da propriedade usando o crédito rural do Governo paulista, o Feap/Banagro.

Foram adquiridos trator (R$ 95 mil) e semeadora de plantio direto (R$ 37 mil), pelos programas Pró-Trator e Pró-Implemento; sistema de ordenha eletrônica (R$ 70 mil), pela linha de crédito Qualidade do Leite; vacas (R$ 200 mil), pela linha de crédito Pecuária Leiteira; tanque resfriador de leite (R$ 34 mil), pela linha de crédito Qualidade do Leite; e instalações (R$ 200 mil), por meio da linha de crédito Desenvolvimento Rural Sustentável.

Salvação pelo solo

Também situado na zona rural de Guaratinguetá, o Sítio Mandiouro, de 20 hectares, pertencente ao casal João José Moura Tavares e sua esposa Ana, teve sua produção ampliada após a assistência da Cati. Descendentes de produtores de leite típicos do Vale do Paraíba e sem funcionários, eles tiveram o negócio ameaçado pelo fato de a renda obtida não suprir a manutenção da propriedade.

Desde 2014, a equipe da Cati de Guaratinguetá os auxilia com tecnologias, como o pastejo rotacionado das vacas e medidas para ampliar a oferta de comida para supri-las, atualmente criadas em sistema semi-intensivo.

De acordo com os agrônomos, no sistema anterior, o casal privilegiava alimentar os animais no cocho em detrimento do pasto. Depois da orientação, investiram em melhoramento genético, sanidade animal, análise do solo, adubação e plantio de diversas variedades de capim. Desse modo, há sempre disponibilidade de forragens em quantidade e qualidade suficientes, sendo oferecidas forragens, na época das águas, e cana-de-açúcar, no período seco do ano.

Produtividade

Em 2014, a média diária de produção era de 92 litros, ordenhados de 35 vacas. Com a supervisão da Cati, em 2018, o número de vacas diminuiu para 16, entretanto, a média diário atual obtida é de 260 litros – e toda a produção é comercializada com a Cooperativa Serramar.

“A solução para melhorar o negócio estava aqui mesmo. Com a melhoria do solo nunca mais precisei sair à tarde para cortar capim nem alimentar as vaquinhas famintas depois da ordenha”, conta João José.

“Hoje, todas as áreas do sítio produzem alimento para elas e a produção não parou mais de crescer. No ano passado, quebramos em um dia o recorde de produção e ordenhamos 480 litros”, diz sorrindo o produtor. Para Ana, o apoio da Cati foi fundamental. “Estávamos quase desistindo”, conta emocionada.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I, II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/06/2018. (PDF)

Agricultura apresenta balanço do setor no Estado nos últimos anos

Evento na capital reuniu representantes dos setores público e privado e apresentou inovações, como o controle informatizado do uso de agrotóxicos

Na tarde de ontem (19), mais de mil participantes lotaram as galerias do Auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, na capital, para conferir o evento Ato pela agricultura: Alimento, renda e trabalho!, realizado pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA). O encontro apresentou balanço das ações realizadas pela pasta em prol do segmento agropecuário nos últimos anos e promoveu a assinatura de convênios da SAA com os municípios paulistas.

O público participante na sede do Governo reuniu lideranças do agronegócio, representantes de prefeituras, entidades, cooperativas e associações, empresas de máquinas e insumos agrícolas, produtores rurais, técnicos e pesquisadores ligados à SAA.

Na abertura dos trabalhos, representando uma das 267 cooperativas atendidas pelo Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA), a produtora rural Solange Nobre, coordenadora da Associação de Produtores e Olericultores de Lins (Apol), destacou os bens obtidos por seu grupo, composto por 180 agricultores familiares.

“Por meio do financiamento obtido, conseguimos comprar caminhão- baú refrigerado, computadores, balanças e todo o material necessário para processar hortifrútis orgânicos e convencionais, inclusive montamos uma loja”, revelou.

Regional

Na sequência, foi apresentada a Cartilha de regularização fundiária em terras devolutas estaduais nas regiões administrativas de Registro e de Itapeva, publicação elaborada pela Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), órgão da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, distribuída em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesp). Em breve disponível no site do Itesp, o documento aborda a Lei estadual nº 16.475/2017 e visa a trazer segurança jurídica para pequenos e médios produtores rurais ao determinar as regras de posse em terras devolutas estaduais.

A recuperação da Fazenda Ataliba Leonel, pertencente ao Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM) da Cati, foi outro destaque. Localizada em Manduri, no Sudoeste paulista, e pioneira na produção de sementes de milho orgânico no Brasil, desde 2016 recebeu investimento de R$ 6,6 milhões e retomou sua produção. Entre as melhorias, inovou em processos de terceirização de mão de obra para semeadura e colheita, modernizou a Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) e irá produzir, até o final do ano, 120 mil sacos de 20 quilos de sementes de milho, variedade tradicional, produto disponível para venda nas Casas da Agricultura de todo o Estado.

A conservação de nascentes de rios nas cidades de Holambra, Pardinho e Botucatu foi outro tema destacado. Essa medida integra o Programa Nascentes, ação coordenada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente com o apoio de mais 11 pastas. Na oportunidade, foram destacados também o tratamento de esgoto nas propriedades rurais e mais medidas de preservação ambiental e de contenção da água das chuvas, de modo a evitar a erosão.

Multiplicação

Divulgado no evento, o Balanço Social da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta/SAA) revelou que para cada real investido na agência é gerado retorno de R$ 12,20 para a sociedade. Esse resultado foi obtido a partir da análise dos impactos econômicos, sociais e ambientais de 48 tecnologias desenvolvidas nos seis institutos e 14 polos regionais da Apta no biênio 2016/2017.

A publicação está disponível no site do Apta (ver serviço). “Esses dados mostram a importância do investimento nos institutos de pesquisa do Estado. O retorno segue direto para a sociedade, por meio de empregos, renda para o produtor e empresas e alimentos saudáveis”, destacou Orlando de Melo Castro, coordenador da Apta.


Controle de agrotóxicos informatizado

Para ampliar a segurança no uso de agroquímicos, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA/SAA) anunciou, ontem, a informatização de todos os processos envolvendo o uso de agrotóxicos no território paulista. Pioneira no País e alinhada à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei federal nº 12.305/2010, a metodologia empregada segue o princípio da logística reversa, isto é, responsabiliza o fabricante de um produto pelo descarte ambiental de todos os seus componentes.

De acordo com o agrônomo Rafael de Melo Pereira, diretor do Centro de Fiscalização de Insumos e Conservação do Solo, a informatização do controle dos defensivos foi finalizada no Sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave), da SAA, no dia 18 de março. “Todos os processos manuais e em papel foram eliminados e agora todos os processos estão integrados no Gedave. O cadastro no sistema é gratuito e uma das funcionalidades incorporadas é alertar o produtor rural sobre quando deverá devolver, obrigatoriamente, as embalagens vazias para os fabricantes após o uso”, esclarece Pereira (ver serviço).

Autorização

A informatização possibilita à CDA monitorar em tempo real o fluxo de utilização dos agrotóxicos no Estado. “O Gedave permite às 40 regionais da CDA planejar e executar ações mais eficazes de fiscalização de uso dos defensivos, uma arma importante para combater pragas da citricultura, como o greening e o cancro cítrico, além de outras presentes em canaviais, cafeeiros e diversos outros plantios”, comenta Pereira.

A ferramenta inclui receituário agronômico e sistemas de relatórios e de auditoria de atividades. Com poucos cliques, o produtor faz diversas consultas e consegue verificar, por exemplo, se um agroquímico tem registro para uma determinada cultura e, ainda, se a loja ou a empresa aplicadora está regular com o Estado. Outra inovação é resolver on-line demandas que antes exigiam pelo menos quatro meses, como a solicitação de recolhimento de produtos vencidos, por exemplo.

Serviço

Sistema Gedave
Apta Balanço Social

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/03/2018. (PDF)

Pecuária leiteira paulista é destaque no Dia do Agricultor

Plano Mais Leite, Mais Renda, ação multissetorial da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e parceiros, pretende integrar a cadeia láctea do Estado e incentivar o aumento da qualidade e da produtividade no prazo de dez anos

Como parte das homenagens ao Dia do Agricultor, celebrado hoje, 28, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SAA) e um grupo de parceiros (ver serviço) lançam o Plano Mais Leite, Mais Renda. Dedicada a integrar toda a cadeia produtiva do leite paulista e a aumentar sua produtividade e qualidade, a iniciativa multissetorial será apresentada a partir das 8 horas, no 2º Encontro Regional de Agricultores.

O evento da SAA e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado (Fetaesp) será realizado no Salão dos Vicentinos, Rua Ipiranga, 2.674, no Jardim Jussara, município de Dracena. A programação inclui a apresentação de algumas ações da rede de assistência ao produtor rural da secretaria, entre eles o Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf), do Instituto Biológico (IB), e também os atendimentos e financiamentos do Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).

Panorâmica

De acordo com o agrônomo da assessoria técnica da SAA, José Luiz Fontes, e o veterinário da Comissão de Bovinocultura da Cati, Carlos Pagani Netto, dois dos autores do Plano Mais Leite, Mais Renda, o lançamento consolida um diagnóstico global da pecuária leiteira paulista.

Iniciada em março do ano passado, essa avaliação incluiu visitas a propriedades rurais para ouvir os produtores e encontros para aproximá-los dessa atividade econômica sustentável, típica da agricultura familiar e presente em todas as regiões paulistas.

“Identificamos potencial de crescimento para os próximos anos. São Paulo é um grande comprador de leite e uma das propostas centrais do grupo gestor da ação é estimular o protagonismo dos integrantes da cadeia leiteira”, destacam.

O rebanho paulista tem 5,5 milhões de cabeças e produz 1,77 bilhão de litros por ano. A meta é crescer 3,5% ao ano e chegar aos 2 bilhões de litros anuais em 2027. “Pretendemos saltar de 1.380 litros de leite produzidos por uma vaca a cada ano (dado apurado em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) para 2 mil litros anuais nos próximos dez anos”, analisam.

Estratégia

A íntegra do Plano Mais Leite, Mais Renda está disponível no site da SAA e também em uma comunidade do Facebook (ver serviço). Sua principal estratégia é ampliar o acesso dos produtores à rede da assistência técnica oferecida pela pasta.

Nesse sentido, destaca o agrônomo e secretário-executivo do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista/Banco do Agronegócio Familiar (Feap/Banagro), Fernando Penteado, uma das ações foi ampliar a relação de bens e serviços contemplados nos financiamentos (ver serviço).

“A proposta é agregar maior valor aos alimentos e derivados da bovinocultura leiteira do Estado. Das 29 opções atuais de crédito do Feap/Banagro, duas são exclusivas para o setor: Pecuária de Leite e Qualidade do Leite. Ambas financiam até R$ 200 mil, têm prazo de cinco anos para pagamento e carência de até um ano. Agora, as possibilidades aumentaram”, informa.

Segundo Penteado, o produtor poderá financiar projetos de irrigação, pastagem, silagem, cercamento, produção de queijo e manteiga, recuperação de áreas degradadas, tratamento de resíduos, melhorias em instalações, meios para proporcionar conforto e bem-estar animal, entre outros.

Retomada

O produtor Rodrigo Cavallo, de 41 anos, de Dracena, se diz muito esperançoso com o lançamento do Plano Mais Leite, Mais Renda. Em outubro de 2015, ele teve aprovado pedido de financiamento de R$ 150 mil pelo Feap, no âmbito do Projeto Integra SP.

Os recursos foram investidos para recuperar áreas degradadas, formar pastagens, construir sala de ordenha e comprar 18 vacas e equipamentos de conservação do leite. Na época, revela, seu desejo era retomar a tradição familiar, de produtor rural, e abandonar a vida de caminhoneiro, depois de dirigir por 17 anos.

“Minha vocação sempre foi trabalhar no campo. Para realizar esse sonho, tive total apoio e orientação da Casa da Agricultura, da Cati, de Dracena, e de todos os profissionais da SAA”, afirma. Em janeiro do ano passado, Rodrigo Cavallo iniciou a produção na propriedade do pai, a Chácara São Pedro. Ele, a esposa e os três filhos, de 4, 7 e 9 anos, residem no local, uma área de 12 hectares. A dívida com o Feap vai começar a ser quitada somente em outubro do ano que vem.

“O negócio está indo muito bem e consigo ter renda”, informa. Hoje ele tem 21 vacas e produz, em média, 260 litros de leite por dia. A produção é vendida para um laticínio de Monte Castelo, cidade vizinha. “Agora, com essas novas possibilidades de financiamento, pretendo produzir queijos e investir em silagens.”

Multidisciplinar

Além da Cati, o Plano Mais Leite, Mais Renda integra no grupo gestor os seguintes órgãos da SAA: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).

Ligadas ao Governo paulista, também participam instituições de outras secretarias de Estado, como a Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista (FMVA-Unesp) e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu (FMVZ-Unesp), além de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa e Sebrae. A lista completa de parceiros está disponível no site da SAA (ver serviço).

Serviço

Plano Mais Leite, Mais Renda (SAA)
Telefone (11) 5067-0063
E-mail saacomunica@sp.gov.br
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Feap/Banagro

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/07/2017. (PDF)