Desenvolve SP ultrapassa a marca de R$ 2,4 bilhões financiados

Direcionadas ao crescimento e à inovação, as linhas de financiamento da Agência de Desenvolvimento Paulista oferecem crédito em condições vantajosas para prefeituras e empresas de pequeno ou médio porte

Financiar o crescimento econômico com taxas de juros inferiores às cobradas pelo mercado e, assim, gerar emprego e renda no Estado. Desde 2009, este é o propósito da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), instituição financeira vinculada ao Governo estadual cujos repasses ultrapassaram em março, mês de seu aniversário, a marca de R$ 2,4 bilhões.

Disponíveis para prefeituras e empresas de pequeno e médio porte (com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões) e com pagamentos a longo prazo, as linhas de crédito e subsidiado possibilitaram a execução de mais de 1,6 mil projetos em 270 cidades paulistas.

Depois de oito anos de sua criação, a agência registra mais de 3,3 mil operações de crédito. Do total financiado, 81% foram destinados ao setor privado; e os 19% restantes, para o governamental. Atualmente com R$ 1 bilhão em caixa, a agência oferece 20 opções de financiamento para empresas e sete para a área pública.

A indústria paulista é a maior cliente, tendo recebido R$ 1,1 bilhão, seguida de comércio e serviços, com R$ 875,2 milhões. As prefeituras obtiveram R$ 457,5 milhões, valor usado em obras de infraestrutura, iluminação, redução de impactos ambientais, pavimentação e adequação e construção de distritos industriais e de centros agropecuários de distribuição e de abastecimento.

De acordo com o gerente de negócios da Desenvolve SP, Rafael Bergamaschi, a principal vantagem oferecida são as condições de pagamento mais atraentes em comparação com as vigentes nas instituições financeiras comerciais. “Não se trata de financiamento a fundo perdido, mas os juros cobrados são menores e os prazos de parcelamento e de carência são mais extensos”, comenta.

“Para conhecer, o usuário pode simular um empréstimo no site da agência. É gratuito e não exige cadastro. Basta informar o valor pretendido, o prazo total em número de meses e a carência, isto é, o período desejado, também em meses, para começar a quitar a dívida”, informa o gerente (ver serviço).

Opções

“Com preocupação social, esse crédito direcionado à inovação ou ao crescimento tem por finalidade fortalecer os negócios existentes e também estruturar novas empresas, viáveis e longevas”, pontua o gerente. Segundo ele, há opções de linhas para tecnologia e inovação; ampliação, modernização e expansão de instalações; aquisição de máquinas novas; capital de giro para comprar estoque e materiais; recursos para bancar projeto na área ambiental ou, ainda, para exportar.

Com vistas a facilitar a escolha da opção mais indicada à necessidade de cada empreendedor, o site da Desenvolve SP reúne vídeos e tutoriais explicativos. Além disso, o sistema de navegação é intuitivo e direciona, conforme vão sendo dados os cliques, para a alternativa mais recomendada. “Se preferir, o interessado pode solicitar também a orientação de um consultor ou ir pessoalmente à sede da agência, na capital, para ser atendido”, explica (ver serviço).

Para acelerar a liberação do dinheiro, é necessário estar com a documentação da empresa regular e não haver pendências legais e financeiras. A concessão de crédito da Desenvolve SP segue as regras do Banco Central do Brasil, cuja análise do pedido apresentado e do perfil do solicitante é criteriosa. “Nesse processo, são exigidos certidões negativas de débitos, demonstrativos contábeis e financeiros e informações pormenorizadas sobre o projeto a ser financiado”, informa Bergamaschi.

Saúde no interior

No dia 9 de maio, o Hospital da Unimed de Ribeirão Preto completa seu primeiro ano de operações. Financiado pela Desenvolve SP, o centro de saúde do interior recebeu R$ 34,4 milhões e permanece como uma das obras de maior valor bancada pela agência paulista. Segundo o gerente financeiro da instituição, Sidinei Facioli, o contato inicial foi realizado no final de 2011. “A princípio, fomos atraídos pela facilidade de acesso e pelas condições de pagamento. Contudo, a assertividade no atendimento acelerou as negociações”, relembra.

Em 26 de junho de 2012 foi formalizada a cédula de crédito bancário e, dois meses depois, houve a liberação do primeiro depósito para as obras – e conforme elas avançavam, o dinheiro ia sendo creditado. O hospital foi construído em um terreno de 20 mil metros quadrados às margens da Rodovia Ribeirão Preto–Bonfim Paulista.

Atualmente dispõe de serviços laboratoriais, diagnóstico por imagem, exames gráficos e reabilitação. Tem hoje, informa Facioli, 140 leitos construídos. Desses, 44 estão na seção de internação clínica, 14 no hospital-dia e 10 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os 72 quartos restantes entrarão em atividade até o fim do ano.

Sustentabilidade

“Nosso plano-diretor é auspicioso, pretendemos ser, até o final de 2022, um dos maiores e mais ‘ecológicos’ complexos de saúde privados da região”, revela Facioli, anunciando as próximas duas etapas de ampliação: “Na fase 2, pretendemos finalizar e pôr em operação a unidade de internação; e, na última fase, a 3, vamos entregar a sede administrativa e o prédio de consultórios (o centro médico)”, prevê.

Um dos trunfos do projeto, ressalta, é ter obtido o dinheiro na chamada Linha Economia Verde da Desenvolve SP, cujo financiamento cobre até 100% do valor dos itens pretendidos. Essa modalidade de crédito privilegia projetos sustentáveis, capazes de reduzir o consumo de energia, preservar recursos naturais e está alinhada com a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), entre outros aspectos.

Nesse sentido, nas obras do hospital foi usado aço na construção para diminuir a utilização de água e a geração de resíduos; um conjunto de painéis solares aquece a água para poupar eletricidade – esse mesmo conceito é adotado na iluminação natural, para economizar energia elétrica; o piso externo do prédio capta e um sistema armazena a água da chuva para reúso; e os painéis de vidro proporcionam claridade, conforto térmico e também ajudam a evitar o desperdício de energia.

Serviço

Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP)
Atendimento presencial ao empreendedor, de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas.
Rua da Consolação, 371 – Centro – CEP 01301-000 – São Paulo (SP)
Telefone (11) 3123-0464

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2017. (PDF)

Gestão de contratos poupa R$ 59 milhões em eletricidade em SP

Iniciado em 2011, programa da Secretaria de Energia e Mineração avaliou consumo de energia elétrica de 1.648 edificações de órgãos públicos e readequou contratos de fornecimento do serviço em 707 delas

Uma solução de monitoramento criada pela Secretaria Estadual de Energia e Mineração permitiu ao Governo paulista economizar, nos últimos cinco anos, R$ 59 milhões em despesas com eletricidade. Denominado Sistema de Gestão e Análise de Faturas e Contratos de Energia Elétrica (Gesfat), o processo teve início em dezembro de 2011 e avaliou os contratos de fornecimento de energia com as distribuidoras que atendem 1.648 unidades (edificações) de alta e média tensão de órgãos públicos estaduais.

De acordo com o engenheiro eletricista Marcos Paulo Silva, um dos executores do projeto, o Gesfat surgiu a partir de parceria firmada entre a Subsecretaria de Energia Elétrica e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Nesse período, foram readequados à necessidade 707 contratos. Essa inovação, sem custos para o erário, foi estruturada tomando por base a Resolução nº 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel (ver serviço) – legislação responsável por diferenciar o fornecimento de eletricidade em dois grupos de consumidores: A e B.

Economia

Consumidor do Grupo A, de alta e média tensão e maior volume médio mensal de kilowatts (kW), como os órgãos públicos estaduais, paga pela demanda e pelo consumo de eletricidade. O do Grupo B, de baixa tensão, caso do cliente residencial, somente é cobrado pelo consumo.

“Em muitos casos, o plano contratado pelo órgão estadual era de 50 kW mensais, porém, a média de utilização não passava de 30 kW. Assim, foi solicitada à distribuidora de energia redução para 40 kW, proporcionando, no longo prazo, economia significativa nas contas”, explica Silva.

“Do mesmo modo, quem tinha serviço de 100 kW e todo mês ultrapassava esse limite foi estimulado a subir o total, pois o custo do kW excedente é muito mais caro do que aquele contratado”, observa. Nesse processo, sublinha, foi considerado um ponto importante da Resolução nº 414/2010.

“Quando há solicitação de aumento no fornecimento de kW, o prazo legal previsto de atendimento é de 30 dias. No entanto, quando o pedido é de redução, o prazo para atender a essa demanda sobe para 180 dias”, esclarece. “Além disso, o contrato somente pode ser alterado uma vez por ano e, se não houver mudança, ele é renovado automaticamente”, esclarece.

Orientação

Segundo Silva, o bem-sucedido programa da secretaria pode e deve ser replicado em empresas de todos os portes. “A principal orientação é sempre fazer gestão das contas, analisar as últimas 12 faturas e, se for conveniente, considerar contratar um engenheiro eletricista para reavaliar os processos e as instalações elétricas do empreendimento”, observa.

“Além disso, a Subsecretaria de Energia Elétrica está à disposição de gestores públicos de todo o País e de eventuais interessados em conhecer o ferramental desenvolvido para que, juntos, criem ações semelhantes”, informa.


Economia ano a ano

Ano Valor (R$ x 1.000)
2011 2,73
2012 4.889,68
2013 16.483,40
2014 6.038,99
2015 2.121,70
2016 29.403,22
Total 58.939,72

Fonte: Subsecretaria de Energia Elétrica/Secretaria de Energia e Mineração

Serviço

Secretaria Estadual de Energia e Mineração
Telefone (11) 3124-2161
E-mail marcosp@energia.sp.gov.br

Resolução nº 414/2010 da Aneel

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2017. (PDF)

Instituto Biológico avalia riscos do percevejo-de-cama

Pesquisa integrante de projeto internacional irá verificar se a picada desse inseto pode causar doenças; quem encontrar exemplar da espécie deve remetê-lo para o IB

Pesquisa do Instituto Biológico (IB), vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, irá mapear a incidência no Brasil do percevejo-de-cama, inseto cuja alimentação se baseia no sangue de humanos e de animais – cães, gatos, morcegos e aves.

A responsável pelo estudo, a bióloga Ana Eugênia de Carvalho Campos, explica que o intuito é receber o máximo possível de exemplares da praga vindos de todo o território nacional para determinar se, além da coceira e da perturbação do sono, a picada também pode provocar doenças.

Segundo a pesquisadora, o percevejo-de-cama pertence ao mesmo grupo de insetos do barbeiro, vetor da doença de Chagas – moléstia tropical causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi com registro de muitos casos no Brasil e cujo ciclo de transmissão ocorre por meio da picada do inseto hematófago.

Na etapa posterior do projeto do IB, será analisado o código genético dos exemplares capturados em busca de traços de micro-organismos, como bactérias, vírus e protozoários relacionados às doenças transmitidas pelo sangue.

Multiplicação

Presente em todos os continentes e vivendo escondido em residências, o percevejo-de-cama alimenta-se de sangue nas suas fases jovem (ninfa) e adulta. Até a década de 1960, a população mundial da espécie esteve sob controle, por causa do uso de pesticidas clorados de amplo espectro, porém, de alta toxicidade e concentração residual, principalmente o DDT (diclorodifeniltricloroetano).

Com a gradual troca desses inseticidas por outros menos agressivos ao meio ambiente e direcionados a pragas específicas (baratas, pulgas e cupins), o número de exemplares do inseto explodiu nas últimas décadas.

Hoje, é praga considerada reemergente no País, isto é, representa novamente ameaça à saúde pública. “No passado, as infestações restringiam-se a locais insalubres, como cadeias e centros dedicados a pessoas em situação de rua.

Agora, ocorrem em casas, hotéis, cinemas, trens, metrôs, navios, aviões e até nos assentos de ônibus”, observa Ana Eugênia. Em sua avaliação, as causas da multiplicação descontrolada e da dispersão são diversas e incluem a globalização, os fluxos migratórios e o fato de não haver predadores naturais, além da circunstância de o inseto resistir até um ano sem se alimentar.

Inspeção

O inseto tem cor marrom avermelhada e seu corpo é achatado, com 5 a 7 milímetros de extensão, tamanho equivalente a uma semente de maçã. Ele não tem asas, nem salta, porém, anda rápido, e tanto machos quanto fêmeas picam as áreas desprotegidas da pele.

A praga habitualmente esconde-se nas frestas da cama e do colchão, sob o estrado, lençóis, fronhas, travesseiros e cobertores; e também vive infiltrada em áreas de descanso, como sofás e almofadas e em tecidos, móveis, cortinas e quadros.

Ao chegar a um quarto de hotel, o hóspede deve, antes de abrir as malas, inspecionar cuidadosamente o local e os móveis, além de retirar o lençol para conferir se há no colchão insetos ou marcas escurecidas. Caso sejam encontradas, elas podem ser das fezes do percevejo, pois a praga defeca depois de picar.

Outro sinal de infestação é que ele exala um cheiro semelhante ao da chamada maria-fedida. “É importante assegurar que o local está livre da praga, pois a fêmea faz a postura dos ovos na roupa das pessoas e, quando elas seguem viagem, os transportam na bagagem para outros destinos”, alerta a bióloga.

As picadas costumam ser alinhadas, em número de duas ou três, e provocam reação, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, assim como deixam marcas na pele. Em caso de infestação, a recomendação é contratar, se possível, uma empresa de desinsetização com experiência no controle de percevejos-de-cama, além de passar higienizador a vapor e depois aspirador de pó em todas as frestas e superfícies onde foram localizados os insetos.

Em seguida, deve-se incinerar o saquinho coletor de resíduos do eletrodoméstico. Por fim, é preciso lavar todas as roupas de cama e tecidos e secá-los na máquina com temperatura máxima. Quem não tiver secadora, deve deixá-las no sol e depois passar com ferro quente.

Pesquisa

No mundo, a espécie mais comum é a Cimex lectularius e no Brasil há também incidência da Cimex hemipterus. Desde 2012, a Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico, a única do gênero do País, mantém em seu site um link exclusivo para orientar cidadãos e empresas de desinsetização sobre como eliminar a praga. Esse serviço inclui questionário on-line, e sua proposta é identificar as espécies e a procedência dos insetos encontrados (ver serviço).

Essa orientação, destaca Ana Eugênia, surgiu como desdobramento de um curso ministrado em setembro de 2011 pelo especialista em percevejo-de-cama Roberto Pereira, da Universidade da Flórida (Estados Unidos).

Na época, ele alertou as autoridades brasileiras sobre os riscos da praga reemergente e a necessidade de ela ser mais bem estudada e reavaliada. Até março de 2017, o IB havia recebido 450 respostas do questionário; desses relatos, 432 atestaram a presença de exemplares encontrados nas residências: “Ou seja, a praga está restabelecida no País”, conclui a bióloga.

Internacional

O estudo do Instituto Biológico integra pesquisa da University Hospital Cleveland Medical Center & Case Western Reserve University, dos Estados Unidos, que tem o intuito de também averiguar se o percevejo-de-cama pode transmitir doenças. Dessa forma, os dados obtidos no território nacional pelo IB serão incorporados até agosto ao projeto internacional. Para isso, Ana Eugênia faz um apelo:

“Quem encontrar percevejos-de-cama em casa, deve enviá-los ao IB pelo correio, em vidro com álcool de concentração 70% ou mais, informando no rótulo o CEP do endereço onde foi realizada a coleta”. De acordo com a bióloga, cerca de 20 miligramas são suficientes para conservar os insetos e “essa substância para preservar os exemplares da praga custa cerca de R$ 3 em farmácias (ver serviço).

Serviço

Orientações do Instituto Biológico sobre o percevejo-de-cama
Para esclarecer dúvidas sobre a praga: anaefari@biologico.sp.gov.br

Remessa de frascos para o IB com percevejos-de-cama:
Aos cuidados de Ana Eugênia de Carvalho Campos
Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252
Vila Mariana – CEP 04014-002 – São Paulo (SP)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/05/2017. (PDF)