Bagaço de cana surge como alternativa para geração de energia elétrica em SP

Meta é ampliar oferta de energia na época seca do ano, quando o volume de água nos reservatórios das hidrelétricas é menor

Dobrar, em quatro anos, a produção anual de 2 mil para 4 mil megawatts de energia elétrica no Estado, gerados a partir do reaproveitamento do bagaço de cana. Essa é uma das metas da Comissão de Bioenergia, grupo multidisciplinar constituído pelo governador José Serra no final do mês de abril, com o objetivo de orientar a produção de energia limpa e renovável no território paulista.

O grupo congrega profissionais oriundos das secretarias de Desenvolvimento, Saneamento e Energia, Agricultura, Economia e Planejamento, Transportes, Meio Ambiente, e também Fapesp, USP, Unesp e Unicamp. No dia 16 de maio, a Comissão de Bioenergia se reuniu para estruturar e apresentar nos próximos seis meses plano de ação que norteará os rumos da energia no Estado. O documento contemplará temas ligados à pesquisa, produção, transporte, distribuição e uso de fontes renováveis em São Paulo.

No Estado, a iniciativa privada é responsável por todo o ciclo do açúcar e álcool (sucroalcooleiro). Porém, a intenção do governo paulista é estimular nas usinas a cogeração – produção simultânea de dois energéticos (eletricidade e sacarose) – a partir de um único combustível: o bagaço de cana. A meta é abastecer 9 milhões de residências em 2010, constituídas por famílias que tenham consumo médio mensal de 190 quilowatts.

Auto-suficiência

José Goldemberg, presidente da Comissão, explica que a usina é autossuficiente em energia elétrica. Primeiro ela mói a cana para produzir o bagaço que será queimado na caldeira. O calor da combustão libera vapor de água que é direcionado ao gerador para produzir eletricidade. Depois, o mesmo vapor é redirecionado com uma pressão mais baixa para as turbinas acopladas às moendas, para obter energia mecânica e movimentá-las, tornando permanente o ciclo de energia.

Nos anos 70 as usinas dominaram a técnica da cogeração. Com isso, ganharam a oportunidade de vender seus excedentes de energia para a rede elétrica, por meio de leilões que resultam em contratos de fornecimento futuro. Seus clientes são as 64 distribuidoras brasileiras de eletricidade, como, por exemplo, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Até o fim deste mês será realizado o próximo leilão. Estão cadastradas para participar 38 usinas paulistas, que irão oferecer 1,5 mil megawatts a serem repassados à rede elétrica a partir de 2010. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem 222 usinas. Dessas, 135 estão localizadas em São Paulo, Estado produtor de 65% de toda a cana colhida no País. Dos atuais 2 mil megawatts anuais produzidos nas usinas, 1,4 mil megawatts são utilizados internamente e os 600 restantes são revendidos em leilões de energia elétrica.

Subprodutos

O engenheiro Jean Cesare Negri, da Secretaria Estadual de Saneamento e Energia, explica que a moagem de uma tonelada de cana gera três subprodutos: melaço (153 quilos de açúcar e etanol), bagaço (276 quilos) e palha (165 quilos). Ele comenta que o uso da tecnologia vem permitindo aumentos de produtividade nas colheitas e também ampliando as possibilidades de cogeração. “As usinas estão sendo incentivadas a substituir caldeiras antigas por novas com maior capacidade de pressão”, informa.

Até 2004, ano da revisão no modelo do setor elétrico brasileiro, o dono de usina não tinha incentivos para revender seus excedentes. Os motivos incluíam a baixa quantidade de energia adicional produzida, a falta de interligação da usina com a rede de distribuição (que custa U$ 150 mil cada quilômetro de instalação) e, principalmente, a sazonalidade do fornecimento, uma vez que a cogeração somente é possível no período de safra da cana – de maio a novembro.

“O governo estadual está incentivando a cogeração no setor canavieiro, para aumentar a oferta de energia nos meses do outono e do inverno, os mais críticos para a produção de energia nas hidrelétricas. A colheita da cana é realizada na época de menos chuvas do ano, período que coincide com a baixa nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas”, explica Jean.

Entre as medidas adotadas, está a regulação do setor, a possibilidade de conseguir financiamentos do BNDES e de vender eletricidade diretamente para clientes com consumo médio mensal acima de 500 quilowatts, como shoppings e condomínios. “Além disso, a usina pode comercializar seus excedentes nos leilões a partir de sua média anual de produção de energia e obter redução de no mínimo 50% de suas tarifas com a rede elétrica”, finaliza.


Apagão elétrico em 2009

O secretário adjunto do Desenvolvimento, Américo Pacheco, revela a disposição do governo paulista em ampliar investimentos para aprimorar ainda mais a cadeia produtiva do açúcar e do álcool. O objetivo é obter no futuro novos produtos derivados da cana, como plásticos, açúcares especiais, enzimas e matérias-primas para a indústria alimentícia.

“No setor sucroalcooleiro, São Paulo é o principal produtor e exportador do País. Detém as mais avançadas técnicas de produção de mudas, plantio e colheita e concentra as indústrias de implementos agrícolas, de máquinas para usinas e os fabricantes de motores flex. O próximo passo da comissão de Bioenergia é criar condições para que o Estado mantenha a liderança internacional na pesquisa com a cana e seus derivados e consiga produzir álcool a partir de qualquer biomassa”, explica.

Pacheco alerta para o risco de apagão elétrico em 2009, caso sejam mantidas as atuais perspectivas de crescimento da economia sem a ampliação da oferta de energia elétrica no País. “Independentemente de haver escassez ou não, a geração de energia a partir do bagaço de cana é a opção mais fácil de ser adotada – entre o plantio e a colheita são necessários apenas dois anos. E este reforço fortalecerá a disponibilidade de energia, além de ser renovável”, finaliza.


Opção para os empresários

José Carlos Meneghin, gerente industrial da Usina Zanin, de Araraquara, informa que o maquinário utilizado pela maioria das usinas brasileiras é antigo. São caldeiras com capacidade máxima de 22 bar de pressão, que operam na temperatura de 300ºC e, em média, conseguem oferecer 2,7 megawatts por hora nos 200 dias de safra. Entretanto, a popularização do motor flex na última década motivou os empresários a trocarem as caldeiras das usinas para ampliar a potência instalada.

O gerente explica que as usinas mais novas têm possibilidades concretas de vender excedentes de energia. Utilizam caldeiras que suportam até 63 bar de pressão e calor de 500º C e conseguem oferecer excedentes de até 59 megawatts por hora. Meneghin aponta a cogeração como uma alternativa viável como investimento complementar à produção de etanol e açúcar. E também uma opção interessante para a destinação final do bagaço de cana, acumulado em grandes quantidades.

“Há muitas pesquisas em andamento, como a hidrólise enzimática, que promete enriquecer o bagaço e permitir seu reaproveitamento, ampliando a produtividade da cana em até 50% para a usina. Porém, atualmente a cogeração é uma alternativa mais viável e efetiva, mas a decisão de vender excedentes de energia está ligada a critérios geográficos e às peculiaridades dos negócios de cada uma”, finaliza.

União público-privada

Promover o desenvolvimento da indústria canavieira no Brasil. Essa é a missão do Centro Avançado da Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cana do IAC, órgão vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura. Hoje, o centro responde por 22% de todas as variedades criadas no País e conseguiu aumentar a produtividade do setor em 25%.

O Centro Apta Cana é parceiro de mais de 60 usinas paulistas e concentra pesquisas nas áreas de genética, fisiologia, fitopatologia, entomologia, pedologia, fertilidade, climatologia e fitotecnia. As atividades são centralizadas em Ribeirão Preto e também realizadas nos demais pólos regionais do IAC, em Assis, Adamantina, Jaú, Jundiaí, Mococa, Pindorama e Piracicaba. O custo das pesquisas do Centro é dividido entre a Agricultura e as usinas.

O objetivo dessa parceria é utilizar o melhoramento genético para produzir mudas especiais, plantas híbridas que reúnam características de alto teor de sacarose, volume adequado de fibras, resistência contra seca prolongada, pragas e doenças e pouca palha, capaz de facilitar a colheita mecânica.

Matrizes e híbridos

O agrônomo Fábio Dias é um dos 13 pesquisadores do Centro, que possui 45 funcionários. Diz que um dos desafios atuais nas pesquisas é conseguir diminuir o tempo atual para a produção de uma nova variedade, que é de 12 anos.

“Os cruzamentos são realizados com diversas espécies de cana e vão dar origem a sementes para germinar o vegetal. Seu potencial será avaliado e, caso a planta tenha apelo comercial, fornecerá as mudas que serão testadas nas estufas do Centro e, posteriormente, no solo da usina solicitante da variedade. Por fim, depois de um grande número de testes e de cinco cortes na planta, realizados um a cada ano, a variedade estará pronta para ser lançada”, explica.

Reserva especial

O IAC tem um jardim especial com exemplares de todas as variedades lançadas pelo instituto. Nele também são plantadas as matrizes de todas as espécies de cana existentes no mundo – inclusive descendentes dos primeiros pés plantados pelos
colonizadores portugueses em São Vicente e em Recife, a partir de 1537.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I e IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/06/2007. (PDF)

Cidade do Conhecimento da USP recebe até amanhã inscrições de novos projetos

Professores, alunos e pesquisadores em geral podem apresentar propostas relacionadas ao uso da tecnologia para o ensino

O Programa Educar para Emancipação Digital, da Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo (USP), recebe até amanhã inscrições para projetos e pesquisas de cunho socioeducacional. O programa atua como rede de pesquisa formada por profissionais de educação e estudantes do ensino médio. Investe, agora, em novas metodologias para o aprendizado na área da tecnologia e do conhecimento.

Os projetos inscritos ajudarão a definir a grade de oficinas a serem realizadas em 2006. As propostas serão avaliadas por especialistas de todos os segmentos de conhecimento da USP e de setores da sociedade interessados no uso criativo e ético das mídias digitais em favor do desenvolvimento humano. A comissão julgadora apresentará os resultados no dia 15 de janeiro.

Em cinco anos de atividade, o Educar para Emancipação Digital ofereceu 25 módulos temáticos e atendeu a 2,2 mil professores. O acervo digital produzido pela iniciativa é acessado por 10 mil visitantes por mês e mais de 25 mil pessoas utilizaram a rede construída. Funciona por meio de palestras, atividades de campo e online.

As produções do boletim Educar em Tempo apresentam a dinâmica do programa, dividido em módulos temáticos associados a comunidades de estudantes e profissionais de ensino médio, organizações do terceiro setor e empresas.

A Cidade do Conhecimento promove a criação, incubação e sustentabilidade de projetos de desenvolvimento local por meio de redes digitais colaborativas. Fundada em 2001 pelo economista, sociólogo e jornalista Gílson Schwartz, age como rede de laboratórios associados ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Economia da Informação e do Audiovisual do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

Inovação e reflexão

O desafio para a direção da Cidade do Conhecimento é fazer com que, em 2006, os módulos sejam realizados completamente a distância ou de forma semipresencial. Para isso, deve ser utilizado de forma criativa o potencial de comunicação e formação de redes de TV, internet, games, telefonia celular e outras mídias: jornais, revistas, fanzines, podcasting ou radiocomunitaria.

Podem participar do programa diretores, coordenadores, professores, alunos e interessados no assunto. O pré-requisito é apresentar soluções para desafios sociais, educacionais, econômicos, culturais e tecnológicos de nossa época, sobretudo em áreas de exclusão ou desigualdade extrema.

A proposta deve estimular o uso criativo da tecnologia no cotidiano e, simultaneamente, refletir sobre essa utilização. O programa abre espaço para uma educação que supera a experiência da sala de aula no uso de mídias digitais. O objetivo é conseguir maior proximidade entre as pessoas, mesmo que os participantes estejam em pontos diferentes da cidade ou do País.

“Buscávamos a dinâmica colaborativa em cada módulo temático. Para 2006, queremos que essa co-responsabilidade autoral, princípio de criação coletiva, esteja presente desde o momento da concepção da grade de temas e propostas”, explica Schwartz, diretor da Cidade do Conhecimento.


Encontro pela Emancipação Digital

A Cidade do Conhecimento promove, no dia 15 de dezembro, o 1º Encontro pela Emancipação Digital. O evento, que começa às 12 horas, no Memorial da América Latina, tem apoio do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), vinculado à Casa Civil da Presidência da República. Para participar, o interessado deve se inscrever pelo site da Cidade do Conhecimento.

No encontro, além das oficinas e conferência com Gílson Schwartz e Doug Schuler, criador do Seattle Community Network, serão lançados modelos inovadores de emancipação digital – o anúncio das dez localidades com alto índice de exclusão social, situadas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que integrarão o Observatório da Casa Brasil, projeto realizado em parceria entre a Cidade do Conhecimento e o ITI.

Serão apresentados, também, os conteúdos (wallpapers e ringtones) para telefones celulares produzidos pela comunidade da praia de Pipa (Rio Grande do Norte), na Rede Pipa Sabe.

Haverá o lançamento do DVD Emancipação Digital, sobre processos de certificação digital para a inclusão social, com a participação do ministro da Cultura, Gilberto Gil, do antropólogo Lévi-Strauss e do presidente do ITI, Renato Martini.

Por fim, será apresentado o projeto da carteira de identidade digital da Cidade do Conhecimento, a ser emitida a partir de 2006. A organização do evento providenciará apoio para o transporte de alunos de escolas públicas, telecentros e infocentros da Grande São Paulo. Demais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-4305.

Serviço

Inscrição de projetos e pesquisas de cunho socioeducacional é feita no site da Cidade do Conhecimento. Informações: telefone (11) 3091-4305 e cidade@usp.com.br.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/11/2005. (PDF)

Motobyte virtual é nova atração na área de informática da Estação Ciência da USP

Exposição de videogame interativo pretende despertar a curiosidade infantil e explicar como é o funcionamento de um computador

Parceria entre a Estação Ciência da USP e a Fundação Heydenreich resultou na montagem da exposição Aventurando-se no Universo do Computador, numa área de 20 metros quadrados. A atração inaugurou a área de informática na semana passada e foi incorporada ao acervo permanente da Estação.

A mostra parte de uma proposta pedagógica inovadora e lúdica para despertar a curiosidade infantil e explicar aos pequeninos como é o funcionamento de um computador. Depois de ouvir a explicação dos monitores da Estação Ciência e conferir os cartazes, a criançada é convidada a assumir o papel do Motobyte, motoboy virtual que é o protagonista da aventura multimídia.

O cenário do jogo virtual é o interior de uma placa-mãe de computador que simula uma cidade, e as imagens tridimensionais da “visita” são projetadas numa tela especial. Para começar a brincadeira, a criança aperta o botão vermelho de ignição, no guidão de uma bicicleta ergométrica adaptada. A trilha sonora é de competição e o ambiente interativo é diferente dos videogames convencionais.

Ao pedalar, o visitante queima calorias para aumentar a velocidade do veículo. E tem prazo de quatro minutos para concluir o trajeto especial dentro dos circuitos da placa-mãe do computador e alcançar o objetivo do jogo: encontrar a conexão para o teclado da máquina, saindo do processador.

Se o visitante não conseguir terminar a aventura dentro do tempo estabelecido, aciona o botão e recomeça a brincadeira. Dessa maneira, conhece a maioria dos componentes de hardware de um computador: chip, memória, disco rígido e placas de vídeo e de som. Assim, passa a compreender conceitos essenciais de funcionamento dos PCs, como entrada, processamento e saída de informações.

Multimídia

Um dos cartazes da exposição mostra uma placa-mãe e um disco rígido completamente desmontados, com os componentes identificados, de modo a facilitar a compreensão das crianças sobre o funcionamento da máquina.

A instalação multimídia é fruto da criatividade de Gílson Domingues, professor, designer gráfico e mestrando do Instituto de Artes da Unesp. O inventor construiu o aparelho em 120 dias, a pedido da Fundação Heydenreich, ONG paulistana que trabalha com inclusão digital e acesso à tecnologia da informação em escolas e creches da rede pública e de grupos especiais: idosos e jovens da periferia.

Para projetar o equipamento, Gílson explica que partiu de noções conhecidas da criança: a cidade, o tráfego de veículos e de pessoas, os endereços dos imóveis, as fábricas e a armazenagem de produtos. Por meio dessas metáforas, o educador construiu o traçado das trilhas tridimensionais que o Motobyte percorre pela placa-mãe do computador.

Gílson comenta que a instalação especial abrangeu conhecimentos básicos de informática, engenharia, desenho industrial e design. “O jogo abre novas possibilidades para os videogames. É simples sem ser simplório e, pretende, com cuidado estético e recursos multimídia, estimular na garotada a inquietação e o entusiasmo, para que seja, no futuro, artista e cientista brasileiro”, observa Gílson.

Inauguração

A primeira escola a conhecer a instalação foi o grupo de alunos do Colégio da Polícia Militar, da capital. A professora Flávia Cosma, da 7ª série, acompanhou a meninada e gostou do resultado. “A visita foi rica e mostrou princípios de física e eletrostática de modo didático e eficiente”, afirmou.

As alunas Natália Granero e Gabriela Araújo apreciaram o experimento e concordaram com o colega Erick de Souza Reis, o primeiro a controlar o Motobyte. “A instalação nos fez pensar em todas as coisas que ocorrem depois de acionarmos o computador”, explicaram as crianças.


Fundação Heydenreich: preocupação com a inclusão digital

A Fundação Heydenreich foi criada em 1929, na capital, a partir do legado dos irmãos Daniel e Hermann e sua esposa, todos imigrantes alemães. Uma das propostas da ONG é combater a exclusão digital no Estado e formar agentes multiplicadores em escolas e creches da rede pública. Também oferece cursos profissionalizantes, para formar jovens técnicos em informática.

Daniella Michel, gerente de projetos, explica que a instituição faz parcerias com organizações beneficentes, como o Rotary Club, e também atua em trabalho conjunto com entidades assistenciais vinculadas à igreja luterana. Já capacitou 900 educadores que atendem a 36 mil crianças.

A fundação lançou, em co-autoria com Rosângela Coutinho Ares, em março, um livro que apresenta a experiência adquirida pela ONG no trabalho de inclusão social. A primeira edição teve 3 mil exemplares.

Intitulado Escolas públicas: a informática como instrumento pedagógico – Relato de uma experiência, pretende contribuir para ampliar a compreensão infantil de conteúdos programáticos tradicionais – disciplinas de português, matemática e geografia. Procura, ainda, estimular diretores escolares, professores e alunos a perderem o medo de usar o computador. A meta é tornar a máquina um aliado definitivo na formação das crianças.

“O conhecimento que foi adquirido está disponível para toda a sociedade, e pode servir como referência para a pesquisa de novas tecnologias pedagógicas e no treinamento de idosos e de grupos sociais com dificuldades para manejar o equipamento”, explica Daniella.

O prefácio da obra, com distribuição gratuita, é assinado pelo secretário da Educação do Estado. Pode ser retirada na sede da fundação, na Rua Dr. Guilherme Bannitz, 126, conjunto 71, no bairro da Vila Nova Conceição, na zona sul. Outra opção é fazer download gratuito do livro, pela internet, no site da fundação.

Serviço

Estação Ciência: Rua Guaicurus, 1.394 – Lapa – São Paulo (SP)
Tel. (11) 3673- 7022
Horários: de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas; sábado, das 13 às 18 horas; domingo, das 9 às 18 horas. Ingresso: R$ 2

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/11/2005. (PDF)