Banco do Povo Paulista cresce fazendo empreendedores

Com 11 mil operações financeiras e R$ 58 milhões repassados, montante financiado para microempreendedores no primeiro trimestre é recorde

Conhecido como Banco do Povo Paulista, o Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular do Estado alcançou volume recorde de empréstimos nos três primeiros meses de 2012. Com 11 mil financiamentos, a instituição ampliou em 66% a quantidade de transações realizadas no mesmo período de 2011. E repassou R$ 58 milhões, montante 135% superior ao cedido no ano anterior.

Instituído pela Lei nº 9.533, de 30 de abril de 1997, o programa paulista de microcrédito é uma iniciativa pioneira no Brasil, realizada pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert). Funciona em parceria com as prefeituras e entidades de apoio e fomento ao empreendedorismo, como o Sebrae.

A proposta primordial do Banco do Povo é gerar emprego e renda, por meio da concessão de crédito para o desenvolvimento de pequenos negócios urbanos ou rurais, formais ou informais. E oferecer para empreendedor individual, empresa ou cooperativa uma alternativa de empréstimo, e com parcelas fixas e juro prefixado em 0,5% ao mês, para todas as linhas de crédito, taxa menor que a praticada pelos bancos comerciais. Não há cobrança de taxa para abertura de crédito, cadastro e elaboração de contrato.

A primeira agência do Banco do Povo foi aberta em setembro de 1998, em Presidente Prudente. Ao longo de 14 anos, a instituição realizou 276 mil operações e concedeu empréstimos de R$ 930 milhões. Hoje, está presente em 472 municípios e tem como meta alcançar um posto disponível em cada uma das 645 cidades paulistas até o final de 2014.

Regras

Para conseguir financiamento, o interessado não pode ter ‘nome sujo’ no Serasa, no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) ou no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Estadual (Cadin). Pelas regras do Banco do Povo, cada solicitante tem direito a pedir apenas um empréstimo por vez. Só quando quitar a última parcela do primeiro fica liberado para pedir o segundo. O dinheiro pode ser usado como capital de giro ou investimento fixo ou, ainda, agregar as duas possibilidades. O faturamento bruto da empresa não pode exceder a R$ 360 mil nos últimos 12 meses.

O solicitante (pessoa física) pode parcelar o pagamento em até 24 meses. Além disso, precisa morar na mesma cidade há mais de dois anos ou ter seu negócio aberto há mais de 24 meses no município. Já a pessoa jurídica pode dividir a dívida em até três anos. Não há restrição de tempo de residência.

Como garantia, é necessário um avalista sem restrição cadastral, podendo ser parente de primeiro grau. Há ainda a alienação fiduciária, para empréstimo na modalidade investimento fixo com transferência da posse de um bem móvel ou imóvel do devedor ao credor para garantir o pagamento.

É possível pedir o financiamento na agência local ou pela internet. O site do programa também informa a relação de endereços em todo o território paulista e permite simular o valor das parcelas a serem pagas.

Decorando o mundo

O artesão Paulo César Santana tem 32 anos e se mudou de Ilhéus (BA) para São Paulo aos 15. Autodidata e criador de peças para decoração e utilidades domésticas, ao longo dos anos aprimorou sua técnica de pintura de revestimentos em gesso, vidros e materiais plásticos. No apartamento que divide com dois amigos, no bairro de Campos Elíseos, capital, ele produz e vende gatos, elefantes, namoradeiras, cães e imagens de diversas denominações religiosas. No Facebook, também expõe e comercializa seus trabalhos, neste link.

“Conheci o serviço de microcrédito paulista por intermédio de uma amiga. Na agência Centro, fui muito bem atendido e pedi R$ 1,2 mil para financiar matérias-primas, como tintas e pincéis. No encontro, ela sugeriu e eu aceitei formalizar o meu negócio, no programa de Empreendedor Individual (EI) do Governo federal. E me informou sobre as condições de pagamento das dez parcelas mensais de R$ 120. Depois ele foi conhecer meu ateliê improvisado no apartamento”, conta Paulo.

“Os passos seguintes foram conseguir um avalista e apresentar no Banco do Povo a nota fiscal de compra dos produtos. Nem vi o dinheiro, que foi depositado, por meio de cheque administrativo, na conta do fornecedor. Uma semana depois recebi o material e comecei a trabalhar. Hoje, já vendi todas as peças”, comemora.

“Este incentivo do Governo para quem quer trabalhar por conta própria é fundamental. Agora, só faltam duas parcelas. Depois, pretendo financiar um carro para usar como loja ambulante. A ideia é descer para o litoral nos finais de semana e comercializar as peças”, finaliza.

Embelezando a vida

Para fazer seu negócio progredir, a esteticista e cabeleireira Aldaíra de Oliveira deixou de atender clientes de depilação em domicílio e montou seu novo salão de beleza e perfumaria no primeiro andar de uma galeria comercial, no bairro do Bom Retiro, na capital. Para comprar móveis, lavatório, cadeira de manicure, autoclave e esterilizador, retirou financiamento de R$ 5 mil, a serem pagos em 36 parcelas.

“Uma propaganda na televisão já tinha me chamado a atenção para o Banco do Povo. Quando fiz o curso gratuito de empreendedorismo no Sebrae, aprendi a gerenciar o negócio e fui novamente informada sobre essa possibilidade de conseguir o dinheiro”, recorda. “Antes de fazer o financiamento, o negócio já era formalizado há três anos, mas lá aprendi a separar a conta do salão do meu dinheiro pessoal. Aqui tenho salário, como se fosse funcionária”, explica.

“No salão, minha colega cabeleireira não é funcionária. Trabalha como autônoma e recebe porcentagem pelo serviço prestado. Para não me apertar com o financiamento, fui orientada no Banco do Povo a fazer prestações de menor valor e estender a dívida por um prazo mais extenso. Assim, nos meses de verão, em que o movimento cresce, antecipo o pagamento de algumas parcelas e consigo diminuir o valor total da dívida. Pretendo quitar o empréstimo antes do prazo previsto”, avisa.

O salão de Aldaíra funciona de segunda-feira a sábado, das 8 às 22 horas. “Não faltam clientes e 90% delas são coreanas, funcionárias e donas de lojas da região. Elas não priorizam luxo, mas exigem qualidade”, revela.

“Gostei muito do atendimento do Banco do Povo e o recomendei para duas amigas. Aliás, hoje sou fiadora dos empréstimos que elas fizeram”, conta a empreendedora de 42 anos e que há 27 mora na capital. “O controle do dinheiro que consigo no salão me permite visitar meus pais todos os anos na minha cidade natal, Ibiquera (BA), na região da Chapada Diamantina”.

Alimentando o futuro

A família de Aparecido Igino de Souza deixou de fazer marmitas em casa. Com os R$ 5 mil obtidos no Banco do Povo, a serem pagos em mensalidades de R$ 180 até o final de 2013, montou um restaurante na região da Estação da Luz, na capital. O filho de Aparecido foi avalista do financiamento.

O dinheiro ajudou a bancar a reforma e adaptação do ponto comercial para funcionar como bar e lanchonete. Na sequência, também formalizaram o negócio no programa de Empreendedor Individual (EI).

Em média, são produzidas 200 refeições por dia. O serviço emprega também a esposa e a filha de Aparecido, e mais uma auxiliar na cozinha. “A maior parte da receita vem das entregas de marmitex, uma clientela boa, que eu já tinha antes de abrir o restaurante. Mas quando passei a atender o público da redondeza, as vendas aumentaram. E, em alguns dias da semana, também sirvo jantar para caminhoneiros”, conta Aparecido.

Alma do negócio

Antônio Sebastião Teixeira Mendonça, diretor-executivo, comenta que desde a criação do Banco do Povo a inadimplência se mantém na média de 2% sobre o volume de operações. “A maioria dos tomadores de empréstimo paga em dia suas prestações. É um perfil de cliente que tem seu nome no mercado como sua principal referência. E faz de tudo para mantê-lo limpo”, avalia Antônio.

O diretor-executivo diz que em 14 anos o valor médio emprestado foi de R$ 3,3 mil. Nos três primeiros meses de 2012, este total saltou para R$ 5,3 mil. Além da maior procura pelo serviço, a elevação também foi motivada pela ampliação em 2011 do limite de crédito passível de ser emprestado. O valor dobrou: passou de R$ 7,5 mil para R$ 15 mil.

“O agente de crédito é o principal elo entre o empreendedor e a instituição”, observa. “Estes profissionais são a alma do negócio, quem realmente executa o programa”, afirma Antônio. O trabalho do agente de crédito inclui atender o empreendedor e encaminhar seu pedido de empréstimo para o Comitê de Crédito Operacional, grupo responsável por deferi-lo ou não, a partir de critérios técnicos. E depois acompanhá-los, ao longo do processo.

Quando o pedido de crédito é aprovado, são feitos orçamentos com três fornecedores que dispõem do produto ou serviço desejado pelo tomador de empréstimo. O de menor valor cobrado vence a concorrência. Em média, o recurso demora uma semana para ser liberado. Dez dias depois, o agente de crédito retorna ao local do empreendimento para conferir se o recurso teve a destinação correta.

O agente de crédito também orienta o cliente com relação ao prazo ideal do empréstimo e do valor das parcelas. Também é feita sempre uma avaliação da sua capacidade de pagamento, assim como a do avalista. Se ao longo do primeiro financiamento não houver nenhum atraso de pagamento superior a 30 dias, o segundo pode ser concluído sem avalista.

Ouvir para orientar

Simoni Almeida Canella é agente de crédito da unidade Centro do Banco do Povo, na capital. Desde março de 2011 ela trabalha no posto instalado dentro da Associação Comercial do Estado, na Rua Galvão Bueno, bairro da Liberdade. Mesmo com pouco tempo na função, é profissional das mais destacadas. Seu trabalho foi elogiado e recomendado pelos três empreendedores entrevistados pela reportagem.

“Um dos segredos do atendimento é sempre ouvir bastante o cliente, para assim compreender quais são suas necessidades e possibilidades”, conta Simoni. “Gostar do trabalho e de lidar com o público também é fundamental. Muitos interessados chegam ao balcão sem saber ao certo como pedir um empréstimo. É gratificante orientá-los para expandir seu negócio e crescer com segurança e rentabilidade. E claro, também ajudá-los a realizar seus sonhos”, diz, orgulhosa.

Meio milhão de novos negócios

Um dos reflexos dos empréstimos feitos pelo Banco do Povo Paulista foi que, no primeiro trimestre de 2012, o Estado de São Paulo atingiu a marca de 500 mil microempreendedores individuais registrados. Os dados são da Junta Comercial do Estado (Jucesp).

Em 2011, foram abertas no Estado 444,6 mil empresas, sendo 54% microempreendedores individuais. A maioria deles, 82%, está nos setores de comércio, serviços e construção civil; 79% têm ensino médio completo e 61% atuavam na informalidade antes de ingressar no programa de Empreendedor Individual (EI). Os dados são de pesquisas de perfil destes empreendedores divulgadas pelo Sebrae no ano passado.

“Os registros da nova modalidade ainda deverão continuar crescendo durante um período, até se estabilizar a longo prazo, abrindo caminho para transformações em modelos que permitam a ampliação do porte empresarial”, afirma o presidente da Jucesp, José Constantino de Bastos Júnior. Segundo a Jucesp, o registro de EI cresceu 41% no ano passado em relação a 2010, enquanto o total de abertura de empresas aumentou 27% no período.

Os dez tipos de empreendimento que mais deixaram a informalidade no primeiro trimestre de 2012 foram, pela ordem, comércio varejista de artigos de vestuário; cabeleireiros; execução de trabalhos de pedreiro; estética corporal; alimentação e lanchonetes; bares e outros estabelecimentos especializados em bebidas; fornecimento de marmitex; eletricista residencial; costura e confecção sob medida; manutenção de computadores.


Evolução das operações

Ano Operações Valor emprestado (em R$)
1998 102 170.197,65
1999 1.409 2.870.966,60
2000 5.188 11.714.039,19
2001 9.038 20.830.859,87
2002 17.186 42.399.328,86
2003 27.523 74.317.759,05
2004 26.744 76.356.541,16
2005 24.059 72.688.128,73
2006 24.588 79.865.094,26
2007 21.338 72.963.500,16
2008 20.261 77.790.717,00
2009 25.530 92.217.814,96
2010 28.802 107.193.307,73
2011 31.953 132.326.289,79
2012* 12.511 67.513.578,20
Total 276.232 931.218.123,21

*= até 18/4/2012
(Fonte: Banco do Povo Paulista)

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/05/2012. (PDF)

Do banco escolar para o mundo

Programa de Formação Continuada alfabetiza e prepara profissional da limpeza urbana para prestar exames do currículo oficial do MEC

Um mutirão pela inclusão social. Assim pode ser definido o Programa de Educação Continuada, instituído em 2005 pelo Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee). A iniciativa é realizada pelo Metrô em parceria com dois sindicatos ligados à limpeza pública: o das Empresas de Asseio e Conservação do Estado (Seac), patronal, e o dos funcionários, o Siemaco, pertencente aos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana da capital.

O objetivo primordial do programa é estender a formação educacional de acordo com o nível de conhecimento de cada participante. Além de alfabetizar os mais necessitados, o retorno ao banco escolar resgata a autoestima e prepara para prestar as provas do currículo oficial do MEC, nos níveis fundamental I e II e médio. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para cada ano a mais de estudo na formação, a remuneração do profissional pode aumentar até 15%.

Outro viés da Educação Continuada é fortalecer a preparação acadêmica dos professores e incentivar a formação de novos docentes. Os responsáveis pelas aulas são alunos estagiários, todos matriculados em cursos de Pedagogia, Letras e Matemática. Os universitários são selecionados e supervisionados pelo Ciee. Trabalham em turnos de quatro ou seis horas e podem ficar até dois anos na função em uma empresa, tempo previsto pela legislação atual para o estágio.

Currículo do MEC

Por receberem alunos de perfis variados, as classes da Educação Continuada são seriadas e seguem os parâmetros curriculares fixados pelo MEC. As aulas são oferecidas de segunda a quinta-feira, em turmas com até 25 alunos. Têm duração média de duas horas e meia e são ministradas nos períodos da manhã, tarde e noite.

São 15 classes, localizadas nos pátios das estações Itaquera, Jabaquara e Capão Redondo e em dois edifícios do Metrô, vizinhos das estações Consolação e Marechal Deodoro. Podem participar trabalhador sindicalizado da área da limpeza e seus familiares (cônjuge e filhos), no local mais próximo do seu trabalho ou da sua residência. Para se matricular, a alfabetização requer 15 anos completos e o ensino médio exige mínimo de 18 anos. Mais informações no site do Seac e pelo telefone (11) 3821-6444.

Multiplicando esforços

Na parceria, o Metrô é responsável por ceder espaços para as aulas. O Ciee faz a supervisão pedagógica, contrata os estagiários e monitora as atividades desenvolvidas pelos universitários com os alunos. Os dois sindicatos bancam os custos que, em sete anos de existência, atenderam mais de 2,5 mil alunos. Em média, há sempre 200 estudantes matriculados.

Segundo Cláudia Colerato, assistente pedagógica do Ciee, o ambiente de apoio mútuo favorece o aprendizado. A ideia global é suprir carências na formação educacional e ampliar os horizontes profissionais dos envolvidos. Ela comenta que todo aluno recebe atendimento personalizado, de acordo com a sua necessidade e história de vida. A cada seis meses é analisado seu desempenho. E a avaliação indica se ele tem condições de fazer a prova oficial do MEC.

“O acolhimento aliado ao atendimento personalizado são os diferenciais do programa. Desde 2010, temos seis ex-alunos fazendo faculdade. No fundo, confirmamos que, com esforço e dedicação, é possível realizar sonhos”, comenta Cláudia.

Professores da vida

Em 2009, Emerson dos Santos Pereira trabalhava na área administrativa de uma empresa e cursava Matemática à noite. Insatisfeito com o emprego, deixou-o de lado e ingressou na Educação Continuada como estagiário. Na época, lecionava na Estação Marechal Deodoro. Apaixonado pelo magistério, hoje cursa sua segunda graduação, Pedagogia, e auxilia Cláudia Colerato no comando do programa. “Comecei alfabetizando e hoje muito me alegro de ter duas ex-alunas cursando faculdade. Serei padrinho de formatura delas”, conta orgulhoso o educador.

A professora Elisa Sabino estuda Letras e leciona no posto da Estação Consolação desde o início de 2011. Filha de auxiliar de limpeza, a jovem se sensibilizou com as dificuldades enfrentadas pela mãe, obrigada a interromper os estudos na quinta série. Decidida, realizou seu sonho de infância: o de ser professora. E incentivou a mãe a ingressar em projeto semelhante de formação educacional na cidade em que mora. “Este estágio mudou minha vida”, confessa.

Situação parecida vive Maria Aparecida de Oliveira, de 45 anos, trabalhadora da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Incentivada pelo filho universitário, decidiu retomar em março as lições escolares paralisadas por 25 anos. “O estudo ajuda a diminuir a invisibilidade que eu e muitos colegas sofremos. Com poucas lições, já não troco mais um R por um L ao escrever”, conta entusiasmada.

Sem limites para sonhar

José Alonso de Farias trabalha no asseio e conservação do Hospital Emílio Ribas. Na infância, as mudanças constantes de cidade prejudicaram seus estudos. Mais tarde, foi obrigado a trabalhar para sustentar sua família e decidiu, em 2012, voltar ao banco escolar após 15 anos. “Falta pouco para conseguir prestar o exame de equivalência do ensino médio. Quero fazer faculdade”, relata.

Isabel Oliveira optou por estudar de manhã, das 10 horas às 12h30, antes de começar o expediente no Hospital das Clínicas da USP. “Parei na sexta série, com 14 anos, porque precisava trabalhar. Depois, tive meu casal de filhos e não quis deixá-los com outras pessoas. Agora, combinei com meu marido um revezamento de horários para cuidar da casa. E depois de 15 anos tenho certeza ser este o momento ideal da minha vida para voltar a aprender. Preciso muito obter o diploma do ensino fundamental”, conclui otimista.


Números da educação continuada (de 2005 a 2012)

  • 2.508 alunos matriculados desde o início
  • 1.645 alunos já fizeram prova de certificação
  • 1.020 certificados e em processos de certificação
  • 6 alunos aprovados em universidades

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/04/2012. (PDF)

R$ 550 milhões para os pequenos

Com taxa de juro inferior à do mercado, empréstimo da Agência de Fomento Paulista impulsiona pequenas e médias empresas no Estado

A Agência de Fomento Paulista, instituição financeira do Governo estadual, completou três anos em março. Vinculada à Secretaria Estadual da Fazenda, já emprestou R$ 548,5 milhões desde o início de suas operações. São diversas opções de financiamento, com crédito de longo prazo para pequeno e médio empresário sediado em São Paulo.

Em 2011, a carteira de crédito da Agência de Fomento cresceu 83% e foram realizadas duas mil operações para mais de 650 empresas em 166 municípios paulistas. O objetivo primordial das operações financeiras não é o lucro financeiro, mas a criação de empregos e renda. O valor mínimo dos financiamentos é R$ 30 mil reais e o máximo é de R$ 30 milhões.

Pode pedir empréstimo empresa com faturamento anual mínimo de R$ 360 mil e máximo de R$ 300 milhões e o prazo para pagamento é de dez anos. Um dos atrativos da instituição são as baixas taxas de juros, inferiores às praticadas pelos bancos privados.

A menor taxa cobrada é de 0,41% ao mês com correção da IPC-Fipe (sigla que identifica o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Copa 2014

Em fevereiro, a Agência de Fomento Paulista criou a Linha Investimento Esportivo 2014, destinada a negócios relacionados à Copa do Mundo de 2014. O torneio esportivo será disputado no Brasil e terá jogos na capital e, possivelmente, delegações estrangeiras se hospedarão no Estado de São Paulo.

Com taxa de juros de apenas 2% ao ano (+IPC/Fipe), tanto o setor privado quanto o setor público das cidades candidatas a sediar Centros de Treinamento de Seleções (CTS) contarão com prazos e condições exclusivas para construção de hotéis e centros esportivos.

Novidade: a Agência de Fomento Paulista aderiu recentemente ao Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), do Sebrae. O serviço serve como opção para o pequeno empresário complementar suas garantias na hora de obter o financiamento.

A proposta principal da Agência é incentivar o empresário a investir no longo prazo e planejar o crescimento do negócio de modo sustentável. Todos os setores da economia estão contemplados com os empréstimos, incluindo indústria, comércio, serviços e agronegócio.

A ideia é que o dinheiro não seja usado apenas como capital de giro, mas para financiar novos empreendimentos, reforma, ampliação e modernização de instalações, compra de máquinas etc.

As linhas de crédito da Agência de Fomento Paulista são voltadas para uma faixa de renda acima das feitas pelo Banco do Povo Paulista (BPP). Esta iniciativa é “irmã” da realizada pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert).

Petróleo e linha verde

Há linha especial para empresa disposta a ser parceira da Petrobras na exploração das jazidas de pré-sal, petróleo e gás natural na Baixada Santista. O recurso atende projetos de até 120 meses em diversas áreas, como prospecção, distribuição, produção de bens de capital e prestação de serviços técnicos especializados.

Podem solicitá-lo empresa paulista e de outros Estados. Já para máquinas e equipamentos, há financiamento para aquisição isolada e de bens novos fabricados no Brasil e no exterior (caso não haja similar nacional). O prazo máximo desta operação financeira é de até 60 meses, incluindo a carência. Este é o mesmo tempo oferecido para franquias, porém o prazo mínimo para começar a pagar é de 18 meses, enquanto para as de máquinas e equipamentos é de 12 meses.

Há também opções de empréstimo exclusivas para projetos de investimento. Um deles é a Linha Economia Verde, voltada para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e permitir às empresas que se adaptem à Política Estadual de Mudanças Climáticas, instituída pela Lei 13.798, de novembro de 2009.

A Linha Economia Verde contempla a substituição de combustíveis por opções menos poluentes, renovação de frotas, adoção de fontes de energia renovável, redução de perdas no processo de geração e transmissão de eletricidade, criação de áreas de reflorestamento, recomposição de matas ciliares, compensações ambientais e edificações com padrões de construção sustentável, entre outros.


Agência de Fomento Paulista

A Agência de Fomento Paulista funciona como um banco de desenvolvimento. Possui R$ 1 bilhão para novos financiamentos, provenientes, na maioria, de recursos próprios e, uma menor parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Se não tiver acesso à internet, o empresário também pode obter informações e conseguir empréstimo na sede da Agência de Fomento Paulista, que não possui atendimento bancário e fica na Rua da Consolação, 371, no centro da capital.

Outra opção é dirigir-se a qualquer uma das 50 entidades empresariais parceiras, como o Sebrae, Fiesp, Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entre outras. O site da Agência de Fomento Paulista informa a lista completa de parceiros. O empresário também pode procurar a entidade de classe ao qual é associado e dar início ao processo de tomada de crédito.

Serviço

Agência de Fomento Paulista

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 27/03/2012. (PDF)