Programa incentiva produção de energia pelas usinas de cana

Projeto-piloto de cogeração de eletricidade com unidades em Morro Agudo tem potencial para suprir, durante um ano, uma cidade de 600 mil habitantes, como Ribeirão Preto

Unir a indústria sucroalcooleira paulista e as empresas distribuidoras de eletricidade para produzir energia limpa, renovável e sustentável. Esse é o objetivo do programa São Paulo na Rede Elétrica, da Secretaria de Estado de Energia. Realizada pelo Governo paulista em parceria com o setor privado, a iniciativa pretende ampliar a cogeração no Estado, processo que consiste em transformar a usina canavieira, produtora de açúcar e etanol, também em fornecedora de eletricidade para as comunidades do seu entorno.

O procedimento aproveita a queima da palha para eliminar o bagaço da cana-de-açúcar e de outros insumos de biomassa para gerar eletricidade. O passo seguinte é repassar o excedente de energia elétrica para uma subestação, que, por sua vez, a encaminha para a rede de distribuição.

Ineditismo

Segundo os gestores do programa, um de seus trunfos é dispor de um estudo inédito e pioneiro sobre a cogeração no Estado. Realizado por diversas instituições, o levantamento teve início em 2009, sob responsabilidade da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade sob fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Secretaria de Energia coletou e apurou informações de 166 usinas paulistas participantes do estudo, que são signatárias do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro Paulista. Celebrado em 2007, o acordo de adequação ambiental tem como participantes o Governo paulista, a União da Indústria Sucroalcooleira (Unica) e a Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana).

O material é de uso exclusivo do Estado, por conter informações estratégicas das empresas. Inclui a capacidade de produção, consumo e o potencial de cada usina para exportar sobras de energia e um mapeamento completo das linhas de distribuição elétrica de São Paulo, incluindo subestações e retransmissoras.

Piloto

Está prevista, por meio de licitação do Governo federal, a construção de uma subestação elétrica no município de Morro Agudo, no nordeste paulista, cujo início de operação deve ocorrer em 2017 e possibilitará a integração e conexão com as usinas da região.

No estudo preliminar, a subestação irá receber e acumular os excedentes de um grupo de dez usinas selecionadas entre as 34 existentes da região. De acordo com o levantamento da secretaria, essas empresas foram identificadas como as de maior viabilidade e potencial para a cogeração – e todas têm distância máxima de 100 quilômetros de Morro Agudo. Essas usinas apresentam potencial excedente de 237 MW, o suficiente para suprir uma cidade de 600 mil habitantes, como Ribeirão Preto, pelo período de um ano.

Cogeração

O objetivo principal do programa é ampliar a oferta de energia no Estado, considerando um cenário mundial de escassez, e também fortalecer geração sustentável, limpa e renovável. A ideia é colocar o Estado como agente indutor do desenvolvimento, visando a estender para outras regiões paulistas o projeto piloto de Morro Agudo e trazer benefícios à sociedade, como mais empregos e renda.

A secretaria também participa regularmente de feiras, eventos e seminários com representantes de setores ligados à cogeração. Mantém contato permanente com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), órgão setorial que abrange a Unica e empresas de distribuição e de transmissão de energia elétrica em atuação no Estado.

Outro viés do programa é orientar todos os participantes do projeto, assim como empreendedores dispostos a investir em negócios afins. A assessoria é diversificada, inclui orientação para obtenção de licenciamento ambiental de negócios junto à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb) e avaliação de viabilidade técnica e econômica para a cogeração.

Serviço

Secretaria Estadual de Energia
Telefone (11) 3124-2110

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/09/2015. (PDF)

Mais energia para São Paulo

Desenvolve SP tem linha de financiamento exclusiva para as 645 prefeituras do Estado investirem em iluminação

Criada em maio de 2013, a linha de financiamento Iluminação Pública, da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) tem por objetivo auxiliar as prefeituras do Estado a se prepararem para assumir a gestão da rede de iluminação municipal em 2014. O empréstimo, com juros subsidiados, vai apoiar as administrações municipais a cumprir a Resolução nº 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A legislação federal determina que, a partir de 1º janeiro, a iluminação pública, hoje um serviço de responsabilidade das distribuidoras de energia elétrica, deve passar para as prefeituras. Assim, os municípios terão de elaborar projetos, instalar, expandir, operar e realizar a manutenção das instalações. Nesse sentido, a Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista reservou R$ 100 milhões para financiar esses projetos.

Por ter finalidade social – de gerar emprego e renda no Estado –, a Agência Paulista oferece empréstimos para empresas e prefeituras paulistas em condições mais vantajosas do que as oferecidas pelos bancos comerciais.

Na linha Iluminação Pública, as taxas de juros são de 8% ao ano com valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), instituição ligada à Universidade de São Paulo (USP). O parcelamento pode ser em até 72 meses, com um ano de carência, e não há limite do montante a ser financiado.

A nova linha pode financiar projetos que contemplem a instalação, ampliação ou adequação do sistema de iluminação da cidade, com o objetivo de garantir a gestão da rede pela prefeitura, sem riscos de desabastecimento ou problemas para a população. Entre os itens que podem ser financiados estão equipamentos, instalação de central telefônica de atendimento (call center), veículos, capacitação e treinamento, entre outros.

Regras

Antes da liberação do financiamento, o pedido de projeto será enviado para aprovação da Secretaria Estadual de Energia. O representante da prefeitura ou empresa pública municipal interessada pode fazer a solicitação do financiamento de duas maneiras – a primeira e mais rápida é por meio do simulador de empréstimos do site da Desenvolve SP.

O sistema permite calcular, até mesmo sem cadastro, o valor das prestações e as condições de pagamento. Caso aceite as condições do financiamento, a administração municipal interessada deverá enviar a documentação obrigatória e poderá acompanhar, on-line, o andamento do pedido. Todo o processo on-line é seguro. A outra opção é requerer o financiamento diretamente na sede da Desenvolve SP, na Rua da Consolação, 371, no centro da capital.

Parceira dos municípios

Desde a criação da Desenvolve SP, em 2009, ela já financiou mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 130 milhões só para os municípios paulistas. Além da linha de Iluminação Pública, há outros nove tipos de empréstimos que podem ser solicitados pelas prefeituras, com juros a partir de zero, subsidiados pelo Governo paulista.

Incluem a Linha Economia Verde, que financia projetos ecologicamente sustentáveis, a Acessibilidade Urbana, com juro zero, também subsidiado pelo Governo estadual, para ações destinadas a mobilidade em prédios públicos e instalações locais, e a Via SP, que atende às obras de pavimentação de ruas e estradas.

Em todas, a liberação do crédito para os municípios se dá apenas após a comprovação da saúde financeira e a capacidade de endividamento das prefeituras e da aprovação da Secretaria do Tesouro Nacional, usando como garantia as cotas do ICMS ou do Fundo de Participação dos Municípios.

Serviço

Desenvolve SP
Simulador de financiamento
Resolução nº 414 da Aneel

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/09/2013. (PDF)

Mais energia para mover o Estado

Com o Plano Paulista de Energia, Governo busca desenvolvimento econômico sustentável, ampliando a matriz energética renovável

O Governo estadual lançou o Plano Paulista de Energia (PPE). A iniciativa estabelece políticas públicas para o desenvolvimento sustentável, visando a aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética do Estado. O documento pode ser lido ou copiado do site da Secretaria Estadual da Energia (ver endereço em Serviço).

Atualmente, o uso de energia renovável corresponde a 12,5% no mundo; no Brasil, 45,5%; e no Estado de São Paulo chega a 55,1%. Com o PPE, o objetivo é saltar para 69% até 2020 – meta que está alinhada com a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC).

As propostas do PPE são organizadas nos eixos temáticos eletricidade, biocombustíveis, eficiência energética e gás natural. E levaram em conta as características de São Paulo em sua elaboração. O Estado, que responde por mais da metade da produção nacional da cana-de-açúcar, pretende expandir o aproveitamento da bioenergia gerada a partir do bagaço e da palha do insumo e ainda do biogás de vinhaça.

De acordo com o PPE, até o ano de 2020 São Paulo pode ampliar o potencial instalado de bioeletricidade de cana dos atuais 4,8 mil megawatts (MW) para 13 mil MW. Depende, porém, de investimentos de R$ 28 bilhões, provenientes da iniciativa privada. As apostas são o uso da geração eólica e da fotovoltaica para aumentar a matriz renovável no Estado.

O PPE também propõe criar a disciplina de Eficiência Energética e Uso Racional da Energia Elétrica na rede pública de ensino e estimular a construção civil eficiente, por meio da introdução de requisitos de eficiência nos códigos de obra. Sugere ainda o gás natural como alternativa para combustíveis poluentes hoje usados em processos industriais.

Estudos e levantamentos

As ações da Secretaria Estadual de Energia seguem as diretrizes do PPE. Para isso, a pasta produziu o Atlas Eólico do Estado de São Paulo e o estudo Levantamento do Potencial da Energia Solar Paulista, dentro do Programa Paulista de Biogás e do Programa Paulista de Biocombustíveis.

Coordenado pela pasta da Energia, o PPE recebeu orientações do Conselho Estadual de Política Energética (Cepe), e de mais 70 entidades, como universidades, secretarias de Estado, institutos de pesquisa e associações de classe.

Energia renovável hoje
Mundo 12,5%
Brasil 45,5%
São Paulo 55,1%

Serviço

Plano Paulista de Energia (PPE)

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/07/2013. (PDF)