Vidrados em tecnologia – Campuseiros participam da Campus Party 2012

​Realizada no Anhembi, capital, a maior feira de informática da América Latina tem apoio institucional do Governo paulista e da Prodesp

Um ponto de encontro para debater inovação, tecnologia, entretenimento, ciência, empreendedorismo e cultura digital. Com este lema e mais de 500 atrações, os organizadores da Campus Party 2012 aguardam 200 mil visitantes até domingo (12), no Centro de Convenções Anhembi, na capital.

A quinta edição da maior feira de informática da América Latina tem apoio institucional do Governo paulista e da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp). Um dos principais destaques é a conexão de banda larga de até 20 Gbps para os sete mil campuseiros. O nome refere-se aos participantes que se hospedam no local e pagaram para ter o direito de participar de palestras, mesas-redondas, oficinas e fóruns. Desde o mês de setembro as inscrições se esgotaram.

Em 2012, a velocidade de conexão é o dobro da oferecida no ano passado. Os campuseiros podem escolher entre mais de 500 eventos, muitos simultâneos, em mais de uma centena de temas. A lista inclui robótica, redes sociais, software livre, publicidade on-line, jogos, desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, entre outros.

Desafio aos campuseiros

Representando o Governo paulista na Campus Party, o estande da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp) lançou na feira um desafio aos participantes: melhorar, por meio da tecnologia, os serviços oferecidos aos cidadãos pela internet. O prazo para envio de propostas on-line vai até 30 de março, no site onde também está disponível o regulamento.

O concurso visa a receber sugestões para novos aplicativos, tecnologias e metodologias em quatro áreas: Redes Sociais, Detran.SP e a segunda geração do Poupatempo e do Acessa SP, iniciativa paulista de inclusão digital com 627 postos instalados no Estado. Os vencedores em cada tema ganharão um MacBook Pro e serão anunciados no Prêmio Mario Covas, previsto para 30 de abril.

Para o Acessa SP, a ideia é projetar o novo portal do programa e desenvolver aplicativos para acesso móvel ao site, que será multiplataforma. Já para o Detran.SP, o desafio é aperfeiçoar o atendimento on-line, com relação à navegabilidade e usabilidade da página eletrônica.

Em relação ao Poupatempo, a proposta deve envolver a segunda geração do programa. E quanto às Redes Sociais, o objetivo é que os campuseiros deem soluções de como o Governo poderia ampliar a interação e agregar mais serviços em comunidades virtuais como YouTube, Twitter, Orkut e Facebook.

Atendimento ao público

Da Prodesp, Maria Clara Tavares Lopes, responsável do estande do Governo, explica que o espaço dispõe de oito computadores e 20 representantes do Acessa SP, Detran.SP, Poupatempo, Prodesp, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e secretarias estaduais da Fazenda e de Gestão Pública.

Entre os temas disponíveis para a interação com o público estão o conteúdo e conceitos de orçamento do site Prestando Contas, e informações sobre serviços públicos presenciais e eletrônicos do Acessa SP, Detran.SP e Poupatempo.

Disponíveis on-line, as bases de dados do portal Governo Aberto SP são outro assunto recorrente no estande da Prodesp. O serviço gratuito traz informações públicas e não sigilosas, como dados estatísticos, financeiros, demográficos, municipais, eleitorais, mercado de trabalho, população, Produto Interno Bruto (PIB), entre outros. “A ideia é estimular os desenvolvedores a cruzar informações e criar novos serviços eletrônicos gratuitos para o cidadão”, explica Maria Clara.

Monitores campuseiros

Um grupo de sete monitores do Acessa SP foi convidado a participar da feira como campuseiro. Além de participar dos debates, o grupo irá produzir conteúdo para os sites do programa (Acessa SP e Cidadão.SP). Juliana Petreski, do posto de Itaquaquecetuba, e Lucas Maciel, do telecentro de Sorocaba, foram dois dos contemplados.

“Represento os 1,2 mil monitores do programa”, disse Lucas, orgulhoso pelo convite. Para ele, não foi problema dormir em barraca. “Em apenas um dia conheci muita gente como eu, vidrada em tecnologia. Juliana, monitora há um ano e meio, tem opinião semelhante. “Pretendo criar uma rede social voltada para a terceira idade e permitir aos participantes divulgar trabalhos e localizar familiares distantes”.

Despertando vocação

Uma ferramenta colaborativa em maio de 2011 pela Secretaria Estadual de Cultura fez tanto sucesso que conquistou lugar na Campus Party. Batizado de Mixer Guri, o site permite ao usuário fazer música a partir de trechos de guitarra de Edgard Scandurra, vocais de Arnaldo Antunes e percussão de Naná Vasconcelos.

O site é um desdobramento do Projeto Guri, iniciativa presente em 310 cidades paulistas e dedicada a ensinar música a 51 mil crianças e adolescentes. Segundo Mônica Sousa, da Cultura, o site visa a despertar a vocação artística de estudantes e também arrecadar com sua criação.

O acesso ao endereço eletrônico é gratuito. Também há acesso irrestrito a todas ferramentas de composição. Se quiser baixar sua criação no formato MP3, o usuário precisará pagar entre R$ 0,50 e R$ 16 pela música. O preço varia de acordo com a quantidade de recursos empregados.

“Já arrecadamos R$ 10 mil. Tivemos mais de 20 mil acessos no site e conseguimos muita repercussão na web“, informa Mônica. “Quem participa tem sua música disponível e pode publicá-la nas redes sociais”, assegura Mônica. “Outros destaques da Cultura na Campus Party são os 1,2 mil alunos do Guri, que visitarão a feira até o seu final”, destaca.

Serviço

Feira Campos Party – Entrada franca para visitar estandes e praça de alimentação. Nesta área, atrações são gratuitas e é possível jogar fliperama, disputar competições de jogos com múltiplos jogadores por computador e conhecer mais sobre ações mantidas pelo Estado. A dica para visitante é ir de metrô, descer na Estação Portuguesa-Tietê e seguir de ônibus fretado gratuito até o Pavilhão.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/02/2012. (PDF)

Virada Cultural leva diversidade artística a 30 municípios do interior paulista

Organizadores calculam que 1,6 milhão de pessoas participaram dos eventos culturais que pela quarta vez chegaram ao interior

Depois da capital, foi a vez do interior, neste último fim de semana, ter a sua Virada Cultural. O evento promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, em sua quarta edição, atraiu público estimado de cerca de 1,6 milhão de pessoas e teve a participação de 30 municípios, incluindo a Baixada Santista.

A festa levou para os palcos dessas cidades mais de 1.070 atrações gratuitas, algumas internacionais como Manu Chao, Cat Power e Mudhoney. Entre os artistas nacionais, destaques para Lenine, Mônica Salmaso, Paralamas do Sucesso, Toquinho e Zeca Baleiro.

Em São João da Boa Vista, por exemplo, a ópera Carmen de Bizet (em versão compacta) abriu a programação oficial. Cleber Papa, diretor do espetáculo, explicou que o objetivo era iniciar o público em ópera. Apesar do formato mais enxuto, disse que se tratava de uma apresentação com artistas de qualidade. “É a primeira vez que se tem um espetáculo desse tipo na Virada. A ópera é uma conquista futura”, salientou.

Consuelo Barbosa Aliende, de 68 anos, nunca tinha assistido a uma ópera ou algo similar. “Ao vivo nunca vi. Minha avó italiana gostava muito e passou isso para a gente. A Virada está me dando essa possibilidade”, disse. A empregada doméstica Marilídia Inácio, de 50 anos, apesar de ter pisado o palco do Teatro Municipal, onde faz teatro afro, também nunca tinha visto. “A primeira oportunidade que estou tendo é essa”, garantiu. Americano de passagem pela cidade, Chris Teague viu e achou a montagem bem planejada: “Gostei”.

Várias atrações

Além da obra Carmen, a Virada levou para São João atrações musicais como os grupos Canastra, Os Opalas e Westboys, entre outros. O público teve acesso também a espetáculos teatrais (como Marias de Deus), de dança (como a performance Kamaleoas, do Núcleo Brasílica) e circo (com a dupla do Circo Delírio). Integraram ainda a programação aula aberta de teatro e feira de artes e artesanato.

As apresentações se concentraram, principalmente, no Teatro Municipal, palco externo da Estação Ferroviária e Fonteatro. Fora da área central, a Concha Acústica do bairro Jardim Nova República foi a única a receber o evento.

Em sua terceira edição na localidade, a Virada Cultural Paulista alcançou público estimado de 85 mil pessoas. A estudante Mariana Ponce, de Poços de Caldas, considerou o evento um incentivo cultural para a região inteira. A babá Rose Helena da Silva, de 36 anos, achou a iniciativa o máximo. “Aqui quase não tem nada e, quando tem, é caro. Então, se é gratuito, é muito bacana”, disse, lembrando que costuma ir algumas vezes ao teatro e raramente ao cinema.

Um dos destaques do primeiro dia, além da ópera, foi a Banda de Pífanos de Caruaru. Outro ponto alto foi o grupo Blitz que, com Evandro Mesquita à frente, apresentou sucessos como Você não Soube me Amar. A faxineira Josinete Freitas, de 46 anos, que estava na plateia, comentou que São João precisava de uma iniciativa como a Virada. Sugeriu apenas a realização do show num lugar mais amplo.

Paulo Henrique Andrade
Da Agência Imprensa Oficial


Evento vai à periferia

Pela primeira vez, um bairro de São João da Boa Vista foi incluído na programação. O público do Jardim Nova República e imediações pôde conferir shows musicais e apresentações circenses, de dança e teatro.

Moradora da região, a manicure Márcia Cristina Rodrigues da Silva comemorou a iniciativa porque as pessoas da localidade não dispõem de opções de lazer. Além disso, “muita gente tem vergonha de ir a um cinema, teatro no centro, porque acha que esses lugares são para os ricos”.

Nem por isso a dona de casa Crislaine Gomes Félix Silva, que assistia às apresentações no bairro, deixou de fazer sua crítica: “Deveria ter mais música. Achei que está muito parado. Esse negócio de circo não vira”, comentou.


Músico atrai fãs até do Acre

A manhã do segundo dia teve, por exemplo, performances circenses e a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana na Fonteatro. Luís Antônio Carneiro de Carvalho e a esposa compareceram ao primeiro espetáculo, por causa do filho mais velho, que adora circo. As atenções do dia se dividiram, porém, entre os shows de Yann Tiersen e Elba Ramalho.

O músico e compositor arrastou uma legião de fãs de outros Estados, como Vanderlei Cidral Júnior, do Acre. A funcionária pública Clarinda Doria Roqueto, de São João da Boa Vista, decidiu-se pelo show por conhecer as trilhas sonoras dos filmes Adeus, Lênin! e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, compostas pelo músico francês.

O show de Elba, como o da Blitz, atraiu grande público. “Não imaginava que fosse tão bom”, comentou a estudante Márcia Massoni, de 24 anos. Para a cantora paraibana a iniciativa é interessante “porque mobiliza a cidade e incentiva a cultura”.

Para o torneiro mecânico Marcilio Tadeu Martins, de 54 anos, eventos como a Virada são positivos porque atraem um público com menor poder aquisitivo.


Araraquara atraiu 86 mil pessoas aos espetáculos

Araraquara foi uma das 30 sedes da quarta Virada Cultural Paulista 2010. E registrou público da ordem de 86 mil espectadores, de acordo com estimativa da Secretaria da Cultura.

A maratona de 24 horas de atrações, realizada nos dias 23 e 24, ofereceu mais de 70 opções nas áreas de música, teatro, circo, cinema, capoeira, artes plásticas, artes visuais, dança e folclore.

Quem abriu a festa foi a Cia. Contemporânea de Dança, com o espetáculo Baseado em Fatos Reais, no Teatro Municipal, às 18 horas do sábado. O encerramento e ápice da festa foi com o show do cantor franco-espanhol Mano Chao, no domingo, com público de 13 mil espectadores na Praça Pedro de Toledo, no centro da cidade, palco dos principais shows musicais.

Revelações da MPB

Os araraquarenses e visitantes curtiram nomes consagrados da MPB, como o cantor pernambucano Lenine. E também revelações como a poetisa e compositora paraibana Socorro Lira e o grupo Seu Chico, cujo repertório é baseado em versões cover de canções de Chico Buarque.

Os apreciadores da música clássica se deliciaram com os acordes do Coro da Osesp na Igreja Santa Cruz. Na Casa da Cultura, o público pôde conferir trabalhos de mais de 100 artistas de diversos Estados brasileiros na exposição VIII Território das Artes.

Barbatuques

No Teatro Municipal, a apresentação mais concorrida foi a dos Barbatuques. Em poucos minutos, os 460 ingressos já estavam na mãos dos felizardos que chegaram com mais de duas horas de antecedência. Quem entrou, não se arrependeu. Foram quase duas horas de ritmos e melodias a partir de sons feitos com o corpo humano.

O repertório incluiu palmas, estalos, assobios e sapateados. No final foram aplaudidos de pé e, na hora do bis, grande parte da plateia foi convidada a participar de uma performance com os artistas. O tema foi um batuque para conscientizar o público da importância da coleta seletiva e da reciclagem de materiais.

Lendas amazônicas

A Biblioteca Mário de Andrade recebeu diversas atrações para as crianças. O principal destaque para o público infantil foram os contadores de estórias da Cia. do Mapinguary, que encantam os pequeninos com lendas amazônicas e contos do folclores nacional.

O público do Teatro Wallace Leal pôde aprender na prática como são feitas muitas mágicas executadas por ilusionistas no picadeiro circense. Quem revelou estes segredos foi o Grupo Oculto do Aparente.

O palco do Sesc abrigou performistas de diversos estilos de danças urbanas, ao som de DJs nas picapes, com apresentações do Chemical Funk, Nossa Crew e Discípulos do Ritmo.


Festa no interior

As cidades que receberam eventos da Virada Cultural Paulista: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Caraguatatuba, Franca, Indaiatuba, Jundiaí, Marília, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santa Bárbara D’Oeste, São Bernardo do Campo, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e a Região Metropolitana da Baixada Santista, Santos, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/05/2010. (PDF)

Arquivo do Estado coloca na Internet um pedaço da história: 20 anos de Última Hora

Serviço on-line gratuito traz imagens em tamanho original de edições do jornal Última Hora publicadas entre 1951 e 1971

O Arquivo Público do Estado de São Paulo avançou mais uma etapa na preservação da memória nacional. Criou, no início de outubro, em parceria com a AMD, fabricante de processadores para computador, uma página exclusiva para a divulgação on-line e gratuita de imagens das edições cariocas do jornal Última Hora, no período compreendido entre 1951 e 1971.

O projeto é dividido em duas etapas. A primeira, que deverá estar finalizada em março, prevê a digitalização de 36 mil páginas (60 meses) do jornal. A segunda terminará no final de 2008 e pretende homenagear o 200º aniversário da imprensa nacional, história iniciada em 1808 com a criação do Correio Braziliense por Hipólito José da Costa.

Segundo Lauro Ávila Pereira, diretor do Departamento de Preservação e Difusão da Memória do Arquivo Público do Estado, a iniciativa resgata parte da memória do jornalismo no País e facilita o acesso ao acervo para pesquisadores e interessados.

A coleção traz fatos relevantes da história brasileira e mundial das décadas de 1950 e 1960: o suicídio de Getúlio Vargas (1954), a inauguração de Brasília (1960), a renúncia de Jânio Quadros (1961), o bi e o tricampeonato da seleção de futebol (1962 e 1970), o assassinato do presidente norte-americano John Kennedy (1963) o Golpe Militar (1964).

Reprodução na íntegra

No momento, Lauro explica que estão sendo colocadas on-line reproduções das capas e miolos das edições em tamanho original, com 47,6 por 67,1 centímetros. A etapa seguinte será conseguir completar, com outras instituições, as edições do jornal que estiverem faltando.

“Oferecer grátis no site o conteúdo integral de cada edição é uma tendência iniciada em setembro pelo New York Times”, explica Carlos Bacellar, coordenador do Arquivo Público do Estado.

“Há também material inédito para os pesquisadores. São negativos fotográficos contendo imagens não aproveitadas pelos editores do jornal. Porém, somente entrarão no site quando for resolvida a questão dos direitos autorais com os herdeiros dos fotógrafos, uma vez que não são de domínio público”, explica Carlos.

Respeito às fontes

Alessandra Cruz, historiadora do Arquivo Público do Estado, coordena o processo de produção das páginas. Segundo ela, um dos maiores desafios encontrados é reconstituir e tratar os originais deteriorados, antes de microfilmar e digitalizar as edições.

“A ação do tempo deixou suas marcas no material e em muitas datas, eram publicadas mais de uma edição. O critério adotado é usar sempre a edição que estiver em melhor estado de conservação, sem, contudo, modificar os originais e preservar até mesmo o tom amarelado. Assim, quem conferir a edição com a chegada do homem à Lua, terá a impressão de estar folheando um jornal de  julho de 1969, sem retoques no Photoshop”, observa Alessandra.

Inovador e revolucionário

O acervo carioca da Última Hora foi adquirido em 1989 pela Secretaria Estadual da Cultura junto a Pinky Wainer, filha de Samuel Wainer, fundador do periódico. Antes da vinda em definitivo para o Arquivo Público do Estado, a coleção estava guardada em um sítio da família.

O conjunto contempla 246 volumes encadernados das edições paulista e carioca, 160 mil cópias fotográficas, duas mil caricaturas, 600 mil negativos, 6 números da revista Diretrizes e 555 rolos de microfilmes do jornal.

O matutino é considerado um marco histórico na imprensa brasileira. Inovador e com apelo popular, a Última Hora ampliou o uso de cor, ilustrações e fotos na diagramação das páginas. As reportagens priorizavam política, esporte, rádio, comportamento e temas policiais. O leitor dispunha também de colunas e crônicas assinadas por Nélson Rodrigues, Chacrinha, Stanislaw Ponte Preta, Jô Soares, Ignácio de Loyola Brandão e Nelson Motta.

Nos anos 1950 e 1960 era comum a imprensa apoiar abertamente políticos e partidos. A Última Hora surgiu no Rio de Janeiro em 1951 e foi o único grande jornal do País a opor-se desde o início à ditadura de 1964. Circulou até 1971 e alinhou-se com os presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Em 1952 foi criada a versão paulista do jornal – depois foram lançadas edições regionais em cidades como Campinas e Niterói e em capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Recife.


Parceria defende a memória

Carlos Bacellar conta que a parceria com a AMD nasceu a partir do interesse da empresa em investir em cultura. O objetivo era associar o nome da organização ao do órgão criado em 1721 e atualmente ligado à Casa Civil. A fabricante norte-americana de chips sugeriu participar de um projeto ligado ao tema imagem digital.

“Entre as opções apresentadas, a escolha foi o acervo da Última Hora, devido à abrangência nacional do periódico e à sua importância na história do jornalismo brasileiro”, explicou Bacellar.

O acordo firmado entre as instituições envolve o trabalho de 20 profissionais. A parte operacional, do investimento em produção, programação e armazenamento de informações do site ficou a cargo da empresa, que também cedeu computadores e pessoal. O restante ficou com o Arquivo Público do Estado.

“É uma grande satisfação empregar nossa tecnologia para preservar a memória brasileira e facilitar o acesso da população a um conteúdo importante” explica José Scodiero, vice-presidente de marketing da AMD para a América Latina.

Serviço

Última Hora digitalizado

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 02/11/2007. (PDF)