Google anuncia as três equipes campeãs do StartUp in School

Programa dará orientação aos estudantes das Escolas Técnicas Estaduais na finalização e lançamento dos aplicativos para celular; vencedores terão disponíveis contatos, instalações e apoio de profissionais da empresa

No mês de dezembro, foram anunciados os três aplicativos campeões do programa StartUp in School. O anúncio ocorreu no auditório do câmpus da Google, na capital. Iniciada em abril do ano passado, a iniciativa de inovação e empreendedorismo tecnológico desafiou dez equipes de alunos de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) a concorrerem entre si.

Cada grupo elaborou um projeto de empresa de tecnologia (startup) produtora de aplicativo para celular, capaz de oferecer na tela do aparelho solução para um problema da sociedade, em especial os vivenciados pelos moradores das grandes cidades.

Ação conjunta do Centro Paula Souza (CPS), Google e a consultoria Ideias de Futuro, o programa dará às equipes campeãs, no início deste semestre, três meses de orientação para a finalização do app de seu modelo de negócio e fará o lançamento na loja de aplicativos Google Play.

As Etecs vencedoras foram a Doutora Ruth Cardoso, de São Vicente, com o aplicativo Do2Gether; a Sebrae, de São Paulo, com o SOS Fácil; e a Jorge Street, de São Caetano do Sul, com o Walp. Também participaram da disputa as Etecs Guaracy Silveira, Parque da Juventude, Pirituba e São Paulo, da capital; Rosa Scavone, de Itatiba; Bento Quirino, de Campinas; e a Benedito Storani, de Jundiaí.

Aclamados

Vencedor da categoria Opinião do Público (vídeo mais curtido no YouTube), o aplicativo Do2Gether é dirigido à qualidade de vida. Tem por proposta ser uma rede social para interessados em praticar esportes e também conectar pessoas solitárias dispostas a se exercitarem e que acabam desistindo da ideia por falta de companhia.

O app cria grupos de participantes em diferentes modalidades esportivas e monitora o comprometimento do usuário em cada atividade. Seus criadores são Adriano Marrecas, Alisson Vassopoli, Camila Santos, Pablo Marques, Sidney Fernandes e Lucas dos Santos.

O SOS Fácil, campeão da categoria Melhor App, considera o aumento da população de idosos do Brasil nos próximos anos, o número crescente de pessoas desse grupo morando sozinhas e as probabilidades de virem a sofrer acidentes no ambiente doméstico.

Para tornar o atendimento mais ágil, em uma eventual ocorrência, com um único toque no celular, o app aciona o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), responsável pelo envio de ambulâncias, e avisa também um familiar pré-cadastrado no sistema. Seus idealizadores são Carlos da Silva, Carolina de Oliveira, Jandir dos Reis, Tainá da Silva e Vinicius Rocha.

Fechando a lista, o Walp foi o terceiro escolhido pela comissão julgadora. Vencedor da categoria Top Inovação, o aplicativo aposta em aproximar a sociedade das organizações não governamentais (ONGs).

Por meio dele, eventuais interessados em fazer doação em dinheiro ou atuar como voluntários conseguem conhecer e localizar as entidades mais próximas de sua residência, além de se informar sobre o trabalho de cada uma e a área de atuação. O aplicativo é projetado para se integrar ao Facebook e a outras redes sociais, além de ter sistema de pontos (troféus), conforme a participação do usuário e das ONGs. Seus autores são Fernanda Alves, Mateus Batista, Naomi Marrocos, Pedro Resende e Pedro Gomes.

Finalização

Segundo a diretora da Ideias de Futuro, Jaciara Cruz, a orientação para os grupos de alunos será semanal e realizada na sede da consultoria, na Vila Mariana, zona sul da capital. Nos encontros, cada equipe será orientada sobre aspectos de planejamento, marketing, entre outros temas.

“Será uma etapa de aprendizagem na qual os alunos terão à disposição instalações, contatos e apoio para finalizar e lançar seus aplicativos, recebendo, inclusive, dicas de profissionais do Google, financiador do programa, quando precisarem”, observa.

O coordenador de projetos do Centro Paula Souza e responsável pela parceria entre as instituições, professor Gislayno Monteiro, explica que o StartUp in School pretende buscar novas metodologias de ensino e estender aos estudantes os conhecimentos transmitidos em sala de aula.

“A iniciativa pioneira teve início em março de 2014 e oferece aos estudantes uma oportunidade real de empreender, trabalhar em equipe e buscar apoio de empresas para criar um novo negócio com base no telefone celular, dispositivo hoje usado pela maioria das pessoas”, comenta.

Serviço

Startup in School Edição Google Etecs

Vídeos dos aplicativos campeões:
SOS Fácil – Etec Sebrae (São Paulo)
Walp – Etec Jorge Street (São Caetano do Sul)
Do2Gether – Etec Doutora Ruth Cardoso (São Vicente)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/01/2017. (PDF)

Um novo universo

Grupo de 50 alunos de Etecs selecionados em todo o País farão intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos

Dois alunos do ensino médio das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) integrarão a comitiva de 50 estudantes brasileiros que formarão a 13ª turma de intercambistas do Programa Jovens Embaixadores. Promovida desde 2002 pela embaixada dos Estados Unidos, a iniciativa é direcionada a alunos carentes de 15 a 18 anos de escolas públicas de todo o País. Neste ano, concorreram 13,5 mil candidatos.

Raiane Pereira, da Etec Cônego José Bento, de Jacareí, e Davi Dom Bosco, da Júlio Cardoso, de Franca, embarcarão no dia 7 de janeiro para Brasília. Dois dias depois viajarão com os outros 48 selecionados para Washington, capital dos Estados Unidos, onde estudarão por uma semana. Depois, o grupo se dividirá em turmas menores e seguirão para outros Estados americanos. Nesse período final, ficarão hospedados por duas semanas em casas de família, assistindo a aulas e fazendo apresentações sobre o Brasil.

Seleção rigorosa

O Programa Jovens Embaixadores exige dos candidatos notas acima da média, fluência em inglês, perfil de liderança e valoriza trabalhos voluntários. A seleção é dividida em três fases. A primeira inclui carta de recomendação da instituição de ensino e avalia o histórico escolar; a segunda é aplicada na língua inglesa, com provas escrita e oral, nas quais o estudante deve fazer uma apresentação e responder a uma entrevista. A etapa final considera a análise socioeconômica do interessado e inclui uma visita de representantes da Embaixada dos EUA à sua residência.

Etecs, presente!

Além da dupla de 2014, outros seis alunos de Etecs foram contemplados pelo programa. No ano passado, Amanda Ferraz, da Sales Gomes, de Tatuí, foi selecionada. Em 2012, viajaram os estudantes Laurence Uehara, da Rosa Perrone Scavone (Itatiba), Luiz Carlos Marques Júnior, da Monsenhor Antônio Magliano (Garça), e Marina Contiero Amoroso, da Professor Alcídio de Souza Prado (Orlândia). Em 2008, foi a vez de Raphael Gradinar Coelho, da Jorge Street (São Caetano do Sul). Letícia Vieira Mattos, da Antonio Devisate (Marília), participou em 2007.

Sonho americano

Prestes a embarcar para os Estados Unidos, Raiane Pereira conta ter dedicado a maior parte de seu tempo aos estudos na Etec Cônego José Bento. Neste mês, a estudante de Jacareí receberá dois diplomas expedidos pela Escola Técnica Estadual: o do ensino médio e o do técnico em química, ambos concluídos simultaneamente.

Autodidata na língua inglesa, Raiane aprimorou seus conhecimentos no idioma assistindo a filmes e seriados sem legendas, como Doctor Who, por exemplo. Ampliou o vocabulário e a gramática com pesquisas na internet e refinou sua pronúncia e capacidade de conversação com diálogos, pelo computador, com um tio que mora em Londres, Inglaterra.

Raiane sempre sonhou estudar química na Inglaterra ou nos Estados Unidos. Dona de boletins escolares “estrelados”, fruto de desempenho excepcional em todas as disciplinas, ela conta que suas maiores notas sempre foram nas matérias preferidas, as ligadas às ciências da natureza (química, física e biologia).

Decidida a transformar desejos em realidade, vislumbrou, em meados de 2013, uma chance com o Programa Jovens Embaixadores. Na Etec, teve o apoio da professora Elisiane Oliveira, de português, que assinou sua carta de recomendação. Bastante segura com relação às avaliações em inglês, diz ter enfrentado as provas com seriedade e tranquilidade.

A adolescente revela que esperava obter uma boa classificação entre os 13,5 mil concorrentes sem, contudo, acreditar em sua aprovação. Hoje, diz estar terminando Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e fazendo as malas (com roupas de frio). Raiane não vê a hora de embarcar. Para ela, há um “universo novo desenhado no seu horizonte, que começará a ser desbravado em 2015”.


Oportunidade agarrada

Disposto a fazer faculdade nos Estados Unidos, Davi Dom Bosco, aluno do segundo ano do ensino médio, sempre acompanhou com atenção as oportunidades para estrangeiros oferecidas pela embaixada do país norte-americano. Assim, conseguiu ser aprovado em 2013 no Access, programa que promove cursos de inglês gratuitos no Brasil para alunos carentes.

No curso extracurricular oferecido pela embaixada, Davi repetiu o desempenho favorável dos bancos escolares. Sua dedicação aos estudos foi premiada com uma carta de recomendação ao Programa Jovens Embaixadores. A correspondência foi assinada pela professora Márcia Tosi e pela diretora Ana Augusta Gomes, ambas da Etec Júlio Cardoso.

O mais novo intercambista do Centro Paula Souza crê que seus trabalhos voluntários também contribuíram para sua aprovação no Jovens Embaixadores. Na biblioteca da Escola Técnica Estadual de Franca, Davi ministra aulas de reforço e auxilia colegas em trabalhos escolares. Em suas horas vagas, faz trabalho assistencial na Igreja Ministério Casa do Senhor, recolhendo alimentos e ajudando no preparo e distribuição de refeições para moradores de rua.

Ele tem notas acima da média em todas as disciplinas e predileção por ciências exatas. Em sua estada nos Estados Unidos, pretende se concentrar ainda mais nos estudos e encontrar um caminho para ingressar em uma faculdade local. O curso almejado é nas áreas de robótica e mecatrônica e as instituições cobiçadas são as prestigiadas Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Yale University, do Estado de Connecticut. Davi tem tudo para conseguir.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/12/2014. (PDF)

Mais tecnologias assistivas

Hoje é o último dia para conferir na capital o 5º Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência

Ainda dá tempo de conferir no Palácio das Convenções do Anhembi, na capital, as atrações do 5º Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência. Em 2013, o tema do evento anual promovido pela Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência é Tecnologia Assistiva nos Serviços ao Público e reúne, no mesmo local, duas mostras paralelas.

A primeira, a Exposição de Inovação em Tecnologias Assistivas, apresenta nos estandes as últimas novidades dos fabricantes. A segunda, o Seminário Internacional, é um ciclo de debates e palestras ministradas por especialistas em medicina física, de reabilitação, pessoas com deficiência e seus familiares, representantes de governos, empresas e profissionais da área da saúde.

Promovida pelo Governo paulista, a feira tem apoio institucional do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) e é a maior do gênero na América Latina. No site do evento é possível conferir a programação completa, com a relação de horários, palestras e expositores (ver link abaixo).

Inovação

Segundo o IBGE, o Brasil tem 45 milhões de pessoas com alguma deficiência e cerca de 9 milhões delas residem no Estado de São Paulo. Outro levantamento, da Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec), calcula em 20 milhões o número de pacientes com necessidades de próteses, órteses e demais equipamentos ortopédicos. Hoje, há mais de 30 empresas no território nacional produzindo equipamentos para atender esse público.

Participante do encontro desde sua primeira edição, em 2009, Cid Torquato, coordenador da Unidade de Promoção e Articulação das Ações de Integração da secretaria, destaca que a experiência paulista com a feira deu tão certo que já originou outras cinco de menor porte sobre tecnologia assistiva no Brasil. Para ele, a inovação é fundamental para potencializar as capacidades da pessoa com deficiência.

“Ampliação do evento, com as mostras paralelas, tornou a feira uma oportunidade única de encontro para todos os segmentos envolvidos com a tecnologia assistiva”, destaca Torquato. “Troca de experiências é fundamental, estimula a criatividade de todos os participantes”.

Exemplos típicos, aponta Torquato, são os acessórios para videogames que digitalizam o corpo do jogador e interagem com movimentos, assim como as telas de celulares e de computadores com superfícies de toque (touch screen).

“Em ambas as situações, a concepção original do produto não era a pessoa com deficiência. Porém, a inovação favoreceu a inclusão digital de muitos delas, como eu. Esta é uma via de múltiplos acessos, onde vários projetos são concebidos para um público específico, mas acabam remodelados para todos os demais”, finaliza.

Reconstruindo a vida

Vítima de um atropelamento na Avenida Paulista há quatro meses, o ciclista David Santos Sousa, 21 anos, que teve o braço direito amputado no acidente, é um dos destaques da feira. No estande da empresa Ortogen, ele demonstra as possibilidades de movimentos que a prótese biônica de R$ 300 mil doada pela empresa lhe permite. A prótese é comandada por impulsos cerebrais.

Empregado como “garoto-propaganda” do fabricante de próteses modulares de Sorocaba, David abandonou a antiga ocupação de limpador de vidros. Voltou a andar de bicicleta e trabalha agora como instrutor de rapel. Bem-humorado, diz não ter perdido o gosto por viver, nem por praticar esportes radicais. “Meta principal tem sido reaprender a fazer tudo, como usar os talheres, por exemplo. E, claro, jamais deixo molhar o equipamento”, sorri.

Pesquisa paulista

Na área de exposições, o público pode conhecer projetos de tecnologia assistiva desenvolvidos pelo Centro Paula Souza, USP e Unesp. A Etec de Itatiba apresentou quatro protótipos: a cadeira rolante Unitran, a muleta articulada Art Crucht e os andadores Evolution e o Tutor de Marcha. De modo geral, o objetivo de todos é facilitar a locomoção de cadeirantes, idosos e pessoas com dificuldade de movimentos.

Anderson Sanfins, diretor da Etec, destaca que são criações artesanais de baixo custo, cujo orçamento não excede R$ 500 – testadas e aprovadas por usuários do asilo e Apae de Itatiba. São Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) que inovam em design, tecnologia, materiais usados e na aplicação dos conceitos científicos aplicados.

Reabilitação lúdica

No estande ao lado, o professor Adriano Siqueira, do Núcleo de Estudos Avançados em Reabilitação (Near) da USP, apresenta o Ankle Bot (robô de tornozelo), equipamento trazido do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Consiste de uma tela com um programa com três jogos (Corrida, Futebol e Pong), para estimular de modo lúdico e interativo a reabilitação de vítimas de paralisia e AVC, entre outros casos. O equipamento possui um conjunto de sensores instalados no tornozelo do paciente que o induzem a fazer exercícios de modo localizado e na intensidade e frequência adequadas.


Cadeira articulada

Um dos destaques da feira foi o lançamento de um novo modelo de cadeira de rodas desenvolvido pela Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Construída como monobloco e em tamanho reduzido, tem estrutura resistente, não dobra e é elaborada com materiais leves. Pesa sete quilos, metade do peso das cadeiras convencionais e tem durabilidade maior que a dos modelos disponíveis no mercado.

Para conferir autonomia ao usuário no dia-a-dia, a cadeira permite diversas opções de ajustes e regulagens e é prática para ser transportada a cadeira no carro. O público pode conhecê-la no estande da Rede Lucy Montoro. A expectativa é que seja oferecida nas próximas semanas para os pacientes atendidos pela instituição, de acordo com a demanda.


Assento exclusivo

De São Caetano veio a novidade preparada pela Etec Jorge Street: o Assento Preferencial Eletrônico. Concebido para ser usado no transporte coletivo (ônibus, trem, metrô), tem acionamento exclusivo por cartão magnético ou Bilhete Único do usuário. O grupo de idealizadores, formandos do curso técnico de Eletroeletrônico, explica que a ideia é garantir que o mesmo só seja usado por passageiros com dificuldades de locomoção, como idoso, gestante e pessoa com deficiência.

Quando não está em uso, o banco se mantém inclinado e impossibilita o uso por parte de passageiros comuns. Após a liberação, com o cartão magnético, o assento desce. Quando o usuário se levanta para sair, o sistema o retorna à posição inicial.

Serviço

5º Encontro de Tecnologia e Inovação
Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Rede Lucy Montoro

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 02/08/2013. (PDF)