Inscrições on-line de projetos na 17ª Febrace vão até o dia 30

Maior feira científica do País é aberta a estudantes do ensino fundamental, médio ou técnico; com sete categorias, competição desafia criação de soluções inovadoras para problemas reais

Termina na segunda-feira, 30, o prazo para envio de projetos para a 17ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Para concorrer na edição 2018 da competição, os trabalhos devem ser submetidos pelo site. Eles podem ter sido criados individualmente ou por grupos de até três alunos, todos, porém, exigem a participação obrigatória de um professor orientador maior de 21 anos. As categorias em disputa são Ciências (Exatas, da Terra, Biológicas, da Saúde, Agrárias, Humanas e Sociais) e Engenharia. (ver serviço).

Pode participar da Febrace estudante matriculado no 8º ou 9º ano do ensino fundamental, no ensino médio ou técnico de instituições públicas e privadas de todo o País. De acordo com a professora e coordenadora da feira, Roseli de Deus Lopes, esse encontro anual abre espaço a novos talentos para a ciência nacional, empresas e setor público. “Os projetos selecionados se destacam por apresentar soluções inovadoras para desafios reais existentes na sociedade”, comenta.

Talentos

Promovida desde 2003 pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a Febrace é o maior evento científico pré-universitário do País. Seu cronograma de atividades ocorre ao longo do ano e tem fases classificatórias regionais realizadas em todo o território nacional. Na primeira etapa, 150 professores da USP e de universidades parceiras irão selecionar 300 projetos para ser apresentados na mostra. No ano que vem, o evento será realizado no período de 12 a 16 de março, em uma tenda a ser montada no estacionamento da Poli-USP, na Cidade Universitária, bairro Butantã, zona oeste da capital.

Na Febrace, são considerados como critérios de julgamento dos trabalhos: criatividade e inovação; conhecimento científico do problema; modo como foram levantados os dados e conduzido o projeto; profundidade da pesquisa e clareza de apresentação na documentação do projeto. Durante o evento, os 300 finalistas são avaliados por 300 docentes mestres e doutores e essa comissão de professores indicará os três primeiros colocados em cada categoria, com direito a troféu, medalha e certificado para os trabalhos selecionados.

Visibilidade

Há também outros prêmios. Eles são concedidos por organizações públicas e privadas e incluem estágios, bolsas de estudo, equipamentos eletrônicos, visitas técnicas e credenciais para participação em outras feiras nacionais e internacionais. O principal destaque é o oferecido pela Intel Foundation – inclui credencial e estada para os estudantes de nove projetos selecionados para representar o Brasil na Internacional Science and Engineering Fair (Intel ISEF), a maior feira pré-universitária do mundo. Esse encontro será realizado em maio, em Los Angeles, Estados Unidos.

Também docente da Poli-USP, a professora Roseli destaca o aumento no número de estudantes e professores integrados no desenvolvimento dos projetos para a Febrace. De acordo com ela, em 2003, na feira inaugural, foram enviados 300 projetos e selecionados 93 finalistas. Na última edição, em março, participaram mais de 62 mil alunos das 27 unidades federadas, com envio de trabalhos diretamente pela internet ou por meio de 126 feiras afiliadas. Na fase final, 763 estudantes finalistas foram acompanhados por 484 professores orientadores.

“O aprendizado é mais efetivo quando se aprende ao fazer, observar, manipular, testar hipóteses e buscar conhecimentos e desenvolver habilidades para solucionar um desafio. Esse tipo de abordagem, além de ampliar as possibilidades de aprendizado, é a base do processo investigativo. Tal qual são os projetos desenvolvidos pelos estudantes que participam da Febrace”, conclui Roseli.


Inovação e empreendedorismo

Promovida pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), por meio do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), a Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um movimento nacional de estímulo à cultura científica, à inovação e ao empreendedorismo na educação básica (ensino fundamental, médio e técnico) e tem como proposta estimular novas vocações em Ciências e Engenharia e induzir práticas pedagógicas inovadoras nas escolas.

A iniciativa propicia a aproximação entre escolas e universidades e a interação espontânea entre estudantes, professores, profissionais e cientistas, criando espaços de trocas de experiências, de novas oportunidades e de ampliação das fronteiras do conhecimento. Desde 2003, a Febrace realiza anualmente um grande evento que reúne jovens talentos pré-universitários em Ciências e Engenharia na Universidade de São Paulo (USP).

Serviço

Febrace

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/10/2017. (PDF)

Estudantes da rede pública de ensino destacam-se na Febrace

A 15ª edição da maior feira científica do País será realizada de 21 a 23 de março na Cidade Universitária, capital; dos 300 projetos finalistas, 11 são de escolas estaduais

Neste ano, 21 estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública estadual conseguiram classificar 11 projetos entre os 300 finalistas da 15ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

Os alunos irão expor seus trabalhos (ver quadro) à visitação pública entre os dias 21 e 23 de março, das 14 às 19 horas, em tenda a ser montada no estacionamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) – Avenida Professor Luciano Gualberto, Travessa 3, Cidade Universitária, capital. A relação completa dos finalistas está disponível para consulta no site da Febrace (ver serviço).

Um dos trabalhos a ser apresentado é o medidor cardíaco desenvolvido por Nathália de Oliveira, de 17 anos, da EE Alexandre Von Humboldt, zona oeste da capital. Projetado para prevenir acidentes com síndrome de sonambulismo, o equipamento contém um módulo controlador e um sensor ‘vestível’ instalado no dedo do paciente, para acompanhar a frequência dos batimentos do coração e identificar eventuais situações de risco, como, por exemplo, quando ele não está acordado e pode se ferir.

Possibilidades

Até março, na mostra científica, Nathália pretende finalizar o desenvolvimento de um aplicativo de celular para receber os alertas emitidos pelo equipamento, hoje disponíveis para visualização apenas no computador.

“Quando a frequência cardíaca do paciente sair dos padrões, o sistema irá disparar alertas simultâneos. A lista inclui um leve choque elétrico no dedo do paciente e mais notificações na tela do smartphone, vibrações e sons – todas solicitando ao sonâmbulo para confirmar se está tudo bem”, explica.

Indecisa sobre prestar vestibular para medicina ou computação no final do ano, a estudante pretende patentear sua invenção. Antes disso, porém, irá acrescentar mais funcionalidades no equipamento, ainda sem nome definido.

“O mais difícil era programar o sistema, mas a base dele está estruturada. Agora, a ideia é aproveitá-lo para outros usos, como lembrar o paciente de horários de atividades, tomar medicações, diminuir o ritmo de atividades físicas, dentre outras muitas possibilidades”, revela.

Tecnologia

O tratamento do lixo produzido nas casas e condomínios é um dos maiores desafios ambientais da atualidade. Hoje, cerca de 170 milhões de brasileiros ainda não dispõem de coleta seletiva residencial. De olho nesse problema, os estudantes Wesley Santos e Bruno Gaspar, da EE Professora Adelaide Maria de Barros, de Mogi das Cruzes, criaram um aplicativo de celular para fazer o gerenciamento dos resíduos domésticos.

A proposta do app é indicar onde e como descartar materiais (óleo de cozinha, itens recicláveis e restos orgânicos), além de possibilitar às empresas coletar esses compostos. O trabalho tem orientação do professor Marcos Silva e co-orientação da professora Cleonice de Siqueira.

Um colete detector de objetos será outra novidade da Febrace. Criação das alunas Gabriela Garrido, Julia Rocha e Ludimila Moraes, da EE Professor José Claret Dionísio, de Hortolândia, o dispositivo de segurança ‘vestível’ foi projetado para a pessoa com deficiência visual não se chocar com obstáculos acima da altura dos ombros.

O sistema funciona com a emissão de ondas, capazes de identificar anteparos. A energia do equipamento vem de um painel fotovoltaico, acoplado nas costas do usuário, responsável por transformar a luz solar em eletricidade e carregar as baterias. Esse projeto tem orientação da professora Fabiani de Azevedo e co-orientação do professor Aparecido de Moraes.

Talentos

Promovida desde 2003 pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli-USP, a Febrace é o maior evento científico pré-universitário do País, com etapas classificatórias regionais realizadas em escolas públicas e privadas em todo o território nacional.

Seu cronograma de atividades ocorre ao longo do ano, com a mostra dos finalistas sendo realizada no mês de março. A disputa distribui medalhas e troféus para os projetos, divididos em sete categorias.

Segundo a professora Roseli de Deus Lopes, coordenadora da Febrace, a feira abre espaço para o surgimento de talentos para a ciência nacional; no ano passado, participaram 65 mil estudantes de 26 Estados.

Esses alunos campeões nacionais são, então, credenciados para disputar competições científicas internacionais, como a Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel Isef), realizada anualmente nos Estados Unidos com delegações de mais de 50 países.


Demais finalistas da rede estadual

  • Colocando à prova o briquete (carvão ecológico)
    EE Culto à Ciência (Campinas)
    Alunos: Adilson Soares, Guilherme Somazz e Rodrigo Myiao
    Orientadora: Claudia Caniati
    Co-orientadora: Aloísia Moretto
  • Introdução ao triturado de pet na produção de massa de construção
    EE Afonso Cafaro (Fernandópolis)
    Aluno: Guilherme Marcondes
    Orientador: Marcio Hernandes
  • O jovem infrator: Impacto do toque de acolher
    EE Afonso Cafaro (Fernandópolis)
    Alunas: Rebeca Carvalho e Mariana da Silva
    Orientador: Juliano Teodoro
    Co-orientadora: Fernanda Miranda
  • A banalização do vício em drogas: Um olhar preocupante
    EE Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes (Guaratinguetá)
    Alunos: Vitória Miranda e Pedro Silva
    Orientador: Renan Marucci
    Co-orientadora: Thábata Franco
  • Detector de som através de vibrações para deficientes auditivos
    EE Prof. José Claret Dionísio (Hortolândia)
    Alunos: Luiz Rafael Cortez, Carlos Brito e João Barreto
    Orientadora: Fabiani de Azevedo
    Co-orientador: Aparecido de Moraes
  • Projeto mecânico e instalação de um sistema autossustentável de resfriamento de ambientes com reaproveitamento de águas pluviais
    EE Longino Vastbinder (Mogi-Guaçu)
    Alunos: Guilherme de Oliveira e Taynara Ribeiro
    Orientador: Daniel Sterzo
    Co-orientador: Eliandro da Silva
  • Fotossensibilizador natural para larvas do Aedes aegypti
    EE Lesbino de Souza Alkimin (Populina)
    Aluna: Raquel Mesquita Netto
    Orientador: Leandro Oliveira
  • Uso de sistema de informação geográfica (SIG) no estudo de escolas seguras na prevenção de perigo de inundação, no município de Ubatuba
    EE Professora Florentina Martins Sanchez (Ubatuba)
    Aluno: Maurício de Jesus
    Orientador: Cláudio Ferreira
    Co-orientador: Pedro Leal
    Vídeo do projeto no YouTube

Serviço

15ª Febrace (projetos, datas, informações)
Trabalhos finalistas da Região Sudeste

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/02/2017. (PDF)

Soluções inovadoras e inteligentes

Retrospectiva 2014: texto publicado em 20-3-2014, páginas II e III, adaptado para esta edição.

Com entrada franca, feira na Poli-USP apresentou 331 trabalhos científicos de alunos do ensino básico, médio e técnico de todo o País

Hoje (20 de março) é o último dia para conferir no estacionamento da Escola Politécnica (Poli) da USP as invenções e novidades da 12ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a maior do gênero da América Latina. O evento, que começou no dia 18 de março, é organizado pelo Labora tório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP (LSI-Poli).

Nesta edição, a Febrace mostrou 331 projetos de estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todo o País. Os trabalhos – apresentados anteriormente em feiras afiliadas realizadas em território nacional – foram selecionados entre 1,8 mil inscritos e concorreram a 200 prêmios em sete categorias: Ciências Exatas e da Terra; Biológicas; Saúde; Agrárias; Sociais Aplicadas; Humanas; e Engenharia.

Amanhã e sábado a comissão julgadora da Febrace anunciará os nomes dos vencedores. Os trabalhos mais bem avaliados ganharão troféus e medalhas; e seus autores serão contemplados com bolsas de estudo e oportunidades para estágios. Além disso, concorrerão a uma das nove vagas reservadas para o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que neste ano ocorrerá de 11 a 16 de maio, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O País tem 34 premiações nessa feira.

Segundo a professora Roseli de Deus Lopes, da Poli-USP, coordenadora da Febrace, a feira abre espaço para o surgimento de talentos para a ciência nacional, provenientes de todas as regiões brasileiras. Ao longo dos três dias do evento, os alunos apresentam seus projetos para os visitantes e se aproximam de colegas e professores de outras localidades, ampliando assim a rede de contatos profissionais.

Aprendem também sobre como obter recursos nos principais órgãos de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico disponíveis, como Capes, CNPq e Fapesp. “Iniciação científica é fundamental para formar novos quadros para as universidades. Ela também colabora para o surgimento de novos negócios, a partir de soluções inovadoras criadas em salas de aula e em laboratórios escolares”, observa Roseli.

Etecs paulistas: presente!

Dos 331 projetos em exposição na Febrace, 27 foram desenvolvidos por alunos de 13 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Os trabalhos classificados são de Etecs das cidades de Franca (6), Itanhaém (1), Jacareí (1), Limeira (4), Monte Mor (1), Osasco (1), Piedade (2), Ribeirão Pires (3), Santa Bárbara D’Oeste (1), São Paulo (4) e Suzano (3). As Etecs são mantidas pelo Centro Paula Souza, entidade vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Atualmente, há 214 delas distribuídas em 157 municípios paulistas.

Nem fogo nem água

A estudante Natyeli Silva, do curso técnico de Curtimento, da Etec Professor Carmelino Corrêa Júnior, de Franca, desenvolveu novo modelo de botas para uso do Corpo de Bombeiros. Quatro vezes mais barato do que o calçado convencional, tem solado e revestimento de couros especiais, que impedem que o material incendeie, se exposto a chamas.

Além disso, também repele a água, mantendo seco os pés do agente em ocorrências com incêndios e ambientes alagados. O custo de cada par de botas é estimado em R$ 60 e as propriedades do couro ignificado (anti-inflamável) e hidrofugado (impermeabilidade) foram comprovadas em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Tijolo ecológico

Em Ribeirão Pires, a dupla Fabrício Luciano e Willians Zaguini, do curso técnico em Química, dedicou dois semestres no desenvolvimento do seu projeto na Etec local. Objetivo: criar uma mistura para produzir tijolos à base de materiais baratos, recicláveis e comumente descartados.

O estudo foi orientado pelo professor Carlos Barreiro e a dupla criou, de modo artesanal, um protótipo com jornal e gesso, com preço de custo unitário de R$ 0,06, valor bem inferior aos R$ 0,25 cobrados por um similar convencional. O “tijolo ecológico” está em conformidade com as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT – NBR) – e já é possível usá-lo com cimento em construções internas.

Sabor prolongado

Encontrar uma opção saudável de lanche rápido para substituir refeições calóricas e pobres em nutrientes adotadas por grande parte da população. Com essa proposta em mente, as estudantes de Química Mariana Barnett e Larissa Careca, da Etec Getúlio Vargas, da capital, desenvolveram uma emulsão comestível (biofilme) capaz de retardar a oxidação e a degradação natural de pedaços de banana e de maçã.

Produzido com fécula de mandioca e cera de abelha, o biofilme não altera o aspecto e o paladar das frutas, fontes naturais de minerais e vitaminas. A ideia é permitir, por exemplo, que um estudante ou uma criança leve na mochila ou lancheira as frutas embaladas pelo biofilme em um pote plástico para comer na hora do intervalo. De acordo com as adolescentes, a fruta revestida pelo filme armazenada em pote na geladeira mantém características nutricionais inalteradas por sete dias – e fora dela, conserva até quatro dias.

Peça pelo número

Permitir a um idoso, criança ou pessoa com deficiência comandar por voz, com segurança e sem contato físico, um elevador. Essa foi a missão proposta e executada pelo trio de estudantes Carlos Teixeira, Matheus Schimidt e Mark Schall, do curso de Eletroeletrônica da Etec Professora Doutora Quiomi Kanashiro Toyohara, de Pirituba, zona oeste da capital.

Com a supervisão dos professores Iverson Machado e Saulo Yokoo, o grupo criou um protótipo de elevador completo. O equipamento possui sistema de computação embarcado e autônomo, contendo hardware (chips, placas, microcontroladores e circuitos) e software (programas de computação para controlar o dispositivo) exclusivos e desenvolvidos sob medida. Com algumas alterações, possibilitará, por exemplo, substituir interruptores de luz, chuveiros, portões e eletrodomésticos.

Serviço

Febrace

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/12/2014. (PDF)