Domingo é o último dia da exposição Vias do Coração na Estação Ciência

Com monitores, instalações interativas e conteúdo multimídia, mostra da Fiocruz ensina como prevenir doenças cardiovasculares

Domingo, 28 de setembro, é o último dia para conferir a exposição Vias do Coração na Estação Ciência, na Lapa, zona oeste da capital. Organizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência internacional em saúde pública, a mostra itinerante reúne conteúdo multimídia, atrações e instalações interativas. E pretende facilitar o aprendizado sobre o funcionamento do corpo humano e em especial do sistema cardiovascular.

Inaugurada dia 12 de setembro na Estação Ciência, a exposição é realizada em parceria com o centro estadual de divulgação científica ligado à Universidade de São Paulo (USP) e tem o apoio da multinacional europeia Sanofi-Aventis.

Vias do Coração é dirigida a pessoas de todas as idades e alerta para a alta incidência de doenças como a hipertensão, causa de muitas mortes no Brasil e no mundo.

As visitas têm sempre a supervisão de monitores que acompanham os passos dos visitantes. O público é estimulado a adotar e praticar sempre hábitos saudáveis, conforme ensinam as ilustrações da designer Mariana Manini. Os desenhos retratam a importância do controle da pressão arterial em situações cotidianas.

Giroscópio

A mostra é completada com oficinas e atrações ligadas ao mundo do conhecimento, incluindo conceitos de Astronomia, Física, Biologia e Paleontologia. Tão logo passa pela catraca da Estação Ciência, o visitante pode brincar no giroscópio e experimentar sensações similares às de um ambiente com pouca gravidade.

Criado pela agência espacial norte-americana (Nasa) para treinar astronautas, o giroscópio consiste em uma base com três anéis concêntricos e independentes. A instalação não tem motores e o peso do corpo do “passageiro” faz com que ele gire em todas as direções. Para interromper as rotações, o segredo é concentrar o peso do corpo na barriga e fazer dela o centro de gravidade.

“Antes de subir, o monitor me orientou a forma de parar. Mas somente após muitos giros, entendi na prática o que ele dizia”, conta o estudante mineiro Diogo Gonçalves, entusiasmado com a experiência. Ele veio em uma excursão de Passos (MG) e achou muito interessante a proposta da Estação Ciência: reunir entretenimento e lazer com qualidade.

A mostra Vias do Coração e as atrações permanentes da Estação Ciência podem ser conferidas de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e nos fins de semana e feriados das 9 às 18 horas. O ingresso custa R$ 2 e é grátis para menor de 6 anos e maior de 60 anos.


Ciência ambulante

A mostra Vias do Coração integra o Projeto Ciência Móvel da Fiocruz. O coordenador da exposição, José Ribamar Ferreira, explica que a proposta é investir em educação em saúde para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida da população. E, em geral, despertar de modo lúdico no visitante o gosto pela ciência, que está presente em todas os momentos da vida das pessoas.

Até o final do ano todo o cronograma de visitas do projeto já está completo. Os equipamentos e instalações viajam em uma carreta projetada especialmente para esta finalidade. Após o desembarque, o caminhão-baú vira uma sala de aula de 44 lugares com TV, DVD, computador, projetor e ar-condicionado. É usada para palestras e treinamento de professores e agentes de saúde.

A carreta do Projeto Ciência Móvel está disponível para atender prefeituras de todo o País, porém têm prioridade cidades pequenas e distantes dos grandes centros. O serviço é gratuito e exige contrapartidas locais, como hospedagem e alimentação para 20 pessoas por um período mínimo de três dias. Para solicitar uma visita, o representante do município interessado deve ligar para o número (21) 3865-2105.

Serviço

Estação Ciência
Rua Guaicurus, 1.394 – Lapa – São Paulo (SP)
Telefone 0800 703 00 14

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/09/2008. (PDF)

Unicamp apresenta 110 propostas de projetos para cidades brasileiras

Baseadas em pesquisas da universidade, soluções são gratuitas e atendem a áreas de saneamento, educação, cultura e agronegócio

A Agência de Inovação (Inova) da Universidade de Campinas (Unicamp) antecipou na sexta-feira passada, em seu site, o conteúdo da segunda edição do Caderno de Propostas para Projetos. A versão impressa da publicação sai no final de setembro e reproduz os 110 estudos elaborados por docentes da universidade já divulgados on-line.

As propostas têm como diferencial inovar e derivam de pesquisas realizadas na Unicamp em todas as áreas do conhecimento, podendo ser adaptadas às necessidades de prefeituras de todo o Brasil.

Contemplam temas sobre agronegócio, cultura, educação, emprego e renda, energia, esporte, educação, lixo, gestão pública, meio ambiente, patrimônio histórico, saneamento, saúde, turismo e tecnologia da informação.

A tiragem do novo Caderno de Propostas será de mil exemplares com distribuição gratuita. A publicação será lançada em evento previsto para a última semana de setembro, no Centro de Convenções da Unicamp.


Inova: visibilidade e repercussão

O Projeto Inova nos Municípios surgiu em 2003, após dois anos de contatos e reuniões da comunidade acadêmica com representantes das prefeituras. Em 2005 foi lançada a primeira edição do Caderno de Propostas com 66 estudos.

Atua em duas frentes: nas cidades, analisa as demandas locais dos administradores públicos; e na Unicamp, seleciona pesquisas capazes de serem aproveitadas como projetos.

Um de seus propósitos é ampliar a visibilidade e repercussão social dos trabalhos de ensino, pesquisa e extensão criados na universidade. E, também, aproximar, por meio de parcerias, os professores e alunos (graduação e pós) da Unicamp dos desafios existentes em muitas cidades do País.

Iara Ferreira, agente de parcerias, explica que a meta do Inova nos Municípios é atender a demandas específicas de pesquisa e desenvolvimento das cidades em serviços inexistentes ou que não interessem ao mercado. Contudo, sem lucrar ou concorrer com empresas ou consultorias.


Inova em cinco municípios

Atualmente, a Inova nos Municípios gerencia projetos nas cidades paulistas de Artur Nogueira, Penápolis, Santo Antônio da Posse, Santos e São José do Rio Preto. A edição do projeto está disponível para prefeituras de outros Estados, que podem contratar os serviços da universidade com dispensa de licitação, direito previsto na Lei de Licitações.

Os valores dos projetos variam de R$ 2 mil a R$ 1 milhão. Em algumas situações, o docente responsável e a equipe do Inova podem até orientar a prefeitura interessada em um ou mais projetos sobre como captar recursos públicos ou privados para financiá-los.

“Para a parceria engrenar, é preciso que o professor abrace a ideia do projeto. E felizmente temos tido grande apoio por parte dos educadores. Outro viés interessante é a oportunidade dada para o aluno da Unicamp aprender na prática e ajudar a encontrar soluções de apelo tecnológico para problemas reais dos municípios”, finaliza Iara.

Descartado

A experiência pioneira foi um projeto para Morungaba, cidade de 12 mil habitantes localizada na macrorregião de Bragança Paulista. Em agosto de 2003, a prefeitura solicitou à Universidade de Campinas a concepção de uma infovia (rede de informática) para interligar as bases de dados municipais e facilitar a prestação de serviços públicos para os moradores.

O professor Leonardo Souza Mendes, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), coordenou os alunos e docentes responsáveis pela tarefa de informatizar o município. Ele foi além do pedido original e incluiu na rede baseada em fibras ópticas outros serviços – acesso à internet de banda larga e transmissão de sinais de telefone, TV e rádio.

No entanto, a eleição municipal de 2003 provocou uma reviravolta política em Morungaba e o projeto da infovia foi descartado, isto é, retornou para a Unicamp à espera de uma nova prefeitura interessada a bancar o projeto. Contudo, num curto espaço de tempo o município de Pedreira, também da região de Campinas, resolveu comprar a ideia.


Projeto pioneiro readaptado para Pedreira

Com 40 mil habitantes e a mancha urbana espalhada por montanhas e ladeiras, Pedreira tem condição geográfica desfavorável para o tráfego de dados por cabos e ondas de rádio. Depois de um ano e meio de trabalho, contando com a elaboração do projeto e a compra e instalação dos equipamentos, a infovia entrou em operação no município.

A base de operações e equipamentos da infovia fica num imóvel alugado pela prefeitura no centro da cidade. Envia o sinal para 14 estações de rádio instaladas em pontos estratégicos, conectados por meio de uma rede de fibra óptica de alta velocidade. Atualmente, outras 50 estações de rádio estão sendo instaladas.

O investimento total no projeto foi de R$ 750 mil: R$ 400 mil da União, R$ 250 mil do Estado e R$ 100 mil do município. Hoje, a infovia oferece acesso gratuito à internet para 1,2 mil casas de Pedreira, volume equivalente a 10% das moradias da cidade.

Até o final do ano, a expectativa é expandir o serviço de banda larga para 50% dos domicílios com a montagem de 150 novos pontos de acesso para a população. Estes equipamentos foram comprados pela Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp) e repassados ao município.

Internet grátis

Quem reside em área já coberta pela rede pode ter banda larga gratuita com a infovia. O único custo é adquirir o kit de antena e receptor vendido por R$ 250 no comércio local.

O atual prefeito de Pedreira participou do projeto da infovia desde o início. Ele acredita que com o know-how adquirido no município é possível para a Unicamp oferecer o serviço para outras cidades do mesmo porte e instalar outras infovias em apenas quatro meses.

“A infovia é uma ferramenta de inclusão digital importante para o município brasileiro. Com o apoio da sociedade e o investimento público e privado, acho possível todas as cidades paulistas terem uma no prazo de dez anos”, acredita o prefeito.

Serviço

Inova Agência de Inovação (Unicamp)
Telefone (19) 3521-2795

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/08/2008. (PDF)

Novo sistema da Prodesp une e padroniza dados do funcionalismo público estadual

Moderna tecnologia permite o recadastramento anual com atualização permanente dos funcionários do Estado de São Paulo

Um sistema desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) integrou e padronizou as informações relativas aos 662 mil funcionários públicos estaduais. Com a inovação, desde o ano passado a administração estadual faz o recadastramento dos servidores e passou a dispor de uma base de dados única, com atualização permanente para planejar suas políticas.

O trabalho foi iniciado em fevereiro de 2007 a pedido da Secretaria Estadual de Gestão Pública. O novo sistema abrange a totalidade de servidores em atividade nas secretarias de Estado, fundações, autarquias e autarquias de regime especial.

A eficiência do sistema advém de uma característica estrutural: no mês que faz aniversário todo funcionário precisa recadastrar-se pela internet. Se não o fizer, fica sem receber o salário. Assim, uma vez por ano todos os servidores acessam seu cadastro, confirmam dados pessoais e notificam eventuais mudanças como endereço, número de filhos, entre outras.

Prata da casa

O procedimento é rápido e a tarefa de recadastrar pode ser concluída em cinco minutos. Se for interrompida, pode ser retomada mais tarde a partir da última alteração. Para possibilitar o recadastramento, a Prodesp investiu R$ 1,7 milhão na compra de equipamentos e treinamento de pessoal. Para economizar, em vez de comprar no mercado um software pronto para depois ser adaptado, optou por desenvolver internamente o produto.

A missão envolveu um mutirão de 35 profissionais (15 da companhia e 20 externos) e demandou três mil horas de trabalho para mapear, desenvolver, instalar e manter a estrutura de informática.

O presidente da Prodesp, Leão Carvalho, explica que a tarefa de recadastrar funcionários atende ao Decreto nº 52.691, de janeiro de 2007, e integra um dos módulos do chamado Guia RH. Esta sigla identifica um sistema maior, chamado de Gestão Unificada e Integrada da Administração de Recursos Humanos. A proposta é padronizar, até o final de 2009, todas as bases de dados da Secretaria Estadual de Gestão Pública.

Diagnóstico instantâneo

O programa de recenseamento foi concluído em duas etapas. A primeira, de cunho mais geral e baseada na folha de pagamentos, foi feita durante 20 dias do mês de fevereiro do ano passado. Como resultado, produziu um diagnóstico instantâneo e geral do funcionalismo estadual.

A segunda fase foi mais abrangente e permite ao Executivo paulista enxergar seus recursos humanos na totalidade. Este cadastro detalha mais o perfil de cada servidor e foi concluído em julho passado, após três meses de trabalho. Por ser atualizado constantemente, terá vida útil mais longa.

O novo sistema está disponível para todas as secretarias de Estado. O recurso de informática agiliza tarefas complexas, que exigem grande capacidade computacional e de impressão, como rodar e imprimir os contracheques da folha de pagamento estadual.

Esta base de dados permite oferecer cursos de capacitação personalizados para os servidores de acordo com o seu nível de escolaridade. E possibilita à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), por exemplo, criar programas que orientem a construção de moradias conforme as necessidades de cada um.

Escalabilidade e robustez

“O modelo de sistema desenvolvido na Prodesp é sofisticado e pode crescer em volume de informações (escalabilidade) sem perder eficiência ao processar consultas e acrescentar e editar registros. Poderá, no futuro, basear um cadastro único com o registro de todos os 40 milhões de habitantes dos 645 municípios de São Paulo”, observa Marta Alcantara, coordenadora do projeto.

O diretor de atendimento de clientes, Marcos Yazaki, explica que o sistema foi desenvolvido na linguagem de programação Java, com banco de dados Oracle. E embora a atualização dos dados seja feita pela web, as informações são armazenadas em computadores de grande capacidade (mainframes) na Prodesp.

Complexo, o sistema possui 645 mil regras de negócio diferentes – volume próximo ao total de usuários cadastrados no banco de dados (662 mil). Um exemplo são as 860 regras consideradas para calcular salários e descontos, considerando a legislação existente na época de cada um dos últimos oito planos econômicos adotados no Brasil.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 12/08/2008. (PDF)