Banco do Povo Paulista cresce fazendo empreendedores

Com 11 mil operações financeiras e R$ 58 milhões repassados, montante financiado para microempreendedores no primeiro trimestre é recorde

Conhecido como Banco do Povo Paulista, o Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular do Estado alcançou volume recorde de empréstimos nos três primeiros meses de 2012. Com 11 mil financiamentos, a instituição ampliou em 66% a quantidade de transações realizadas no mesmo período de 2011. E repassou R$ 58 milhões, montante 135% superior ao cedido no ano anterior.

Instituído pela Lei nº 9.533, de 30 de abril de 1997, o programa paulista de microcrédito é uma iniciativa pioneira no Brasil, realizada pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert). Funciona em parceria com as prefeituras e entidades de apoio e fomento ao empreendedorismo, como o Sebrae.

A proposta primordial do Banco do Povo é gerar emprego e renda, por meio da concessão de crédito para o desenvolvimento de pequenos negócios urbanos ou rurais, formais ou informais. E oferecer para empreendedor individual, empresa ou cooperativa uma alternativa de empréstimo, e com parcelas fixas e juro prefixado em 0,5% ao mês, para todas as linhas de crédito, taxa menor que a praticada pelos bancos comerciais. Não há cobrança de taxa para abertura de crédito, cadastro e elaboração de contrato.

A primeira agência do Banco do Povo foi aberta em setembro de 1998, em Presidente Prudente. Ao longo de 14 anos, a instituição realizou 276 mil operações e concedeu empréstimos de R$ 930 milhões. Hoje, está presente em 472 municípios e tem como meta alcançar um posto disponível em cada uma das 645 cidades paulistas até o final de 2014.

Regras

Para conseguir financiamento, o interessado não pode ter ‘nome sujo’ no Serasa, no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) ou no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Estadual (Cadin). Pelas regras do Banco do Povo, cada solicitante tem direito a pedir apenas um empréstimo por vez. Só quando quitar a última parcela do primeiro fica liberado para pedir o segundo. O dinheiro pode ser usado como capital de giro ou investimento fixo ou, ainda, agregar as duas possibilidades. O faturamento bruto da empresa não pode exceder a R$ 360 mil nos últimos 12 meses.

O solicitante (pessoa física) pode parcelar o pagamento em até 24 meses. Além disso, precisa morar na mesma cidade há mais de dois anos ou ter seu negócio aberto há mais de 24 meses no município. Já a pessoa jurídica pode dividir a dívida em até três anos. Não há restrição de tempo de residência.

Como garantia, é necessário um avalista sem restrição cadastral, podendo ser parente de primeiro grau. Há ainda a alienação fiduciária, para empréstimo na modalidade investimento fixo com transferência da posse de um bem móvel ou imóvel do devedor ao credor para garantir o pagamento.

É possível pedir o financiamento na agência local ou pela internet. O site do programa também informa a relação de endereços em todo o território paulista e permite simular o valor das parcelas a serem pagas.

Decorando o mundo

O artesão Paulo César Santana tem 32 anos e se mudou de Ilhéus (BA) para São Paulo aos 15. Autodidata e criador de peças para decoração e utilidades domésticas, ao longo dos anos aprimorou sua técnica de pintura de revestimentos em gesso, vidros e materiais plásticos. No apartamento que divide com dois amigos, no bairro de Campos Elíseos, capital, ele produz e vende gatos, elefantes, namoradeiras, cães e imagens de diversas denominações religiosas. No Facebook, também expõe e comercializa seus trabalhos, neste link.

“Conheci o serviço de microcrédito paulista por intermédio de uma amiga. Na agência Centro, fui muito bem atendido e pedi R$ 1,2 mil para financiar matérias-primas, como tintas e pincéis. No encontro, ela sugeriu e eu aceitei formalizar o meu negócio, no programa de Empreendedor Individual (EI) do Governo federal. E me informou sobre as condições de pagamento das dez parcelas mensais de R$ 120. Depois ele foi conhecer meu ateliê improvisado no apartamento”, conta Paulo.

“Os passos seguintes foram conseguir um avalista e apresentar no Banco do Povo a nota fiscal de compra dos produtos. Nem vi o dinheiro, que foi depositado, por meio de cheque administrativo, na conta do fornecedor. Uma semana depois recebi o material e comecei a trabalhar. Hoje, já vendi todas as peças”, comemora.

“Este incentivo do Governo para quem quer trabalhar por conta própria é fundamental. Agora, só faltam duas parcelas. Depois, pretendo financiar um carro para usar como loja ambulante. A ideia é descer para o litoral nos finais de semana e comercializar as peças”, finaliza.

Embelezando a vida

Para fazer seu negócio progredir, a esteticista e cabeleireira Aldaíra de Oliveira deixou de atender clientes de depilação em domicílio e montou seu novo salão de beleza e perfumaria no primeiro andar de uma galeria comercial, no bairro do Bom Retiro, na capital. Para comprar móveis, lavatório, cadeira de manicure, autoclave e esterilizador, retirou financiamento de R$ 5 mil, a serem pagos em 36 parcelas.

“Uma propaganda na televisão já tinha me chamado a atenção para o Banco do Povo. Quando fiz o curso gratuito de empreendedorismo no Sebrae, aprendi a gerenciar o negócio e fui novamente informada sobre essa possibilidade de conseguir o dinheiro”, recorda. “Antes de fazer o financiamento, o negócio já era formalizado há três anos, mas lá aprendi a separar a conta do salão do meu dinheiro pessoal. Aqui tenho salário, como se fosse funcionária”, explica.

“No salão, minha colega cabeleireira não é funcionária. Trabalha como autônoma e recebe porcentagem pelo serviço prestado. Para não me apertar com o financiamento, fui orientada no Banco do Povo a fazer prestações de menor valor e estender a dívida por um prazo mais extenso. Assim, nos meses de verão, em que o movimento cresce, antecipo o pagamento de algumas parcelas e consigo diminuir o valor total da dívida. Pretendo quitar o empréstimo antes do prazo previsto”, avisa.

O salão de Aldaíra funciona de segunda-feira a sábado, das 8 às 22 horas. “Não faltam clientes e 90% delas são coreanas, funcionárias e donas de lojas da região. Elas não priorizam luxo, mas exigem qualidade”, revela.

“Gostei muito do atendimento do Banco do Povo e o recomendei para duas amigas. Aliás, hoje sou fiadora dos empréstimos que elas fizeram”, conta a empreendedora de 42 anos e que há 27 mora na capital. “O controle do dinheiro que consigo no salão me permite visitar meus pais todos os anos na minha cidade natal, Ibiquera (BA), na região da Chapada Diamantina”.

Alimentando o futuro

A família de Aparecido Igino de Souza deixou de fazer marmitas em casa. Com os R$ 5 mil obtidos no Banco do Povo, a serem pagos em mensalidades de R$ 180 até o final de 2013, montou um restaurante na região da Estação da Luz, na capital. O filho de Aparecido foi avalista do financiamento.

O dinheiro ajudou a bancar a reforma e adaptação do ponto comercial para funcionar como bar e lanchonete. Na sequência, também formalizaram o negócio no programa de Empreendedor Individual (EI).

Em média, são produzidas 200 refeições por dia. O serviço emprega também a esposa e a filha de Aparecido, e mais uma auxiliar na cozinha. “A maior parte da receita vem das entregas de marmitex, uma clientela boa, que eu já tinha antes de abrir o restaurante. Mas quando passei a atender o público da redondeza, as vendas aumentaram. E, em alguns dias da semana, também sirvo jantar para caminhoneiros”, conta Aparecido.

Alma do negócio

Antônio Sebastião Teixeira Mendonça, diretor-executivo, comenta que desde a criação do Banco do Povo a inadimplência se mantém na média de 2% sobre o volume de operações. “A maioria dos tomadores de empréstimo paga em dia suas prestações. É um perfil de cliente que tem seu nome no mercado como sua principal referência. E faz de tudo para mantê-lo limpo”, avalia Antônio.

O diretor-executivo diz que em 14 anos o valor médio emprestado foi de R$ 3,3 mil. Nos três primeiros meses de 2012, este total saltou para R$ 5,3 mil. Além da maior procura pelo serviço, a elevação também foi motivada pela ampliação em 2011 do limite de crédito passível de ser emprestado. O valor dobrou: passou de R$ 7,5 mil para R$ 15 mil.

“O agente de crédito é o principal elo entre o empreendedor e a instituição”, observa. “Estes profissionais são a alma do negócio, quem realmente executa o programa”, afirma Antônio. O trabalho do agente de crédito inclui atender o empreendedor e encaminhar seu pedido de empréstimo para o Comitê de Crédito Operacional, grupo responsável por deferi-lo ou não, a partir de critérios técnicos. E depois acompanhá-los, ao longo do processo.

Quando o pedido de crédito é aprovado, são feitos orçamentos com três fornecedores que dispõem do produto ou serviço desejado pelo tomador de empréstimo. O de menor valor cobrado vence a concorrência. Em média, o recurso demora uma semana para ser liberado. Dez dias depois, o agente de crédito retorna ao local do empreendimento para conferir se o recurso teve a destinação correta.

O agente de crédito também orienta o cliente com relação ao prazo ideal do empréstimo e do valor das parcelas. Também é feita sempre uma avaliação da sua capacidade de pagamento, assim como a do avalista. Se ao longo do primeiro financiamento não houver nenhum atraso de pagamento superior a 30 dias, o segundo pode ser concluído sem avalista.

Ouvir para orientar

Simoni Almeida Canella é agente de crédito da unidade Centro do Banco do Povo, na capital. Desde março de 2011 ela trabalha no posto instalado dentro da Associação Comercial do Estado, na Rua Galvão Bueno, bairro da Liberdade. Mesmo com pouco tempo na função, é profissional das mais destacadas. Seu trabalho foi elogiado e recomendado pelos três empreendedores entrevistados pela reportagem.

“Um dos segredos do atendimento é sempre ouvir bastante o cliente, para assim compreender quais são suas necessidades e possibilidades”, conta Simoni. “Gostar do trabalho e de lidar com o público também é fundamental. Muitos interessados chegam ao balcão sem saber ao certo como pedir um empréstimo. É gratificante orientá-los para expandir seu negócio e crescer com segurança e rentabilidade. E claro, também ajudá-los a realizar seus sonhos”, diz, orgulhosa.

Meio milhão de novos negócios

Um dos reflexos dos empréstimos feitos pelo Banco do Povo Paulista foi que, no primeiro trimestre de 2012, o Estado de São Paulo atingiu a marca de 500 mil microempreendedores individuais registrados. Os dados são da Junta Comercial do Estado (Jucesp).

Em 2011, foram abertas no Estado 444,6 mil empresas, sendo 54% microempreendedores individuais. A maioria deles, 82%, está nos setores de comércio, serviços e construção civil; 79% têm ensino médio completo e 61% atuavam na informalidade antes de ingressar no programa de Empreendedor Individual (EI). Os dados são de pesquisas de perfil destes empreendedores divulgadas pelo Sebrae no ano passado.

“Os registros da nova modalidade ainda deverão continuar crescendo durante um período, até se estabilizar a longo prazo, abrindo caminho para transformações em modelos que permitam a ampliação do porte empresarial”, afirma o presidente da Jucesp, José Constantino de Bastos Júnior. Segundo a Jucesp, o registro de EI cresceu 41% no ano passado em relação a 2010, enquanto o total de abertura de empresas aumentou 27% no período.

Os dez tipos de empreendimento que mais deixaram a informalidade no primeiro trimestre de 2012 foram, pela ordem, comércio varejista de artigos de vestuário; cabeleireiros; execução de trabalhos de pedreiro; estética corporal; alimentação e lanchonetes; bares e outros estabelecimentos especializados em bebidas; fornecimento de marmitex; eletricista residencial; costura e confecção sob medida; manutenção de computadores.


Evolução das operações

Ano Operações Valor emprestado (em R$)
1998 102 170.197,65
1999 1.409 2.870.966,60
2000 5.188 11.714.039,19
2001 9.038 20.830.859,87
2002 17.186 42.399.328,86
2003 27.523 74.317.759,05
2004 26.744 76.356.541,16
2005 24.059 72.688.128,73
2006 24.588 79.865.094,26
2007 21.338 72.963.500,16
2008 20.261 77.790.717,00
2009 25.530 92.217.814,96
2010 28.802 107.193.307,73
2011 31.953 132.326.289,79
2012* 12.511 67.513.578,20
Total 276.232 931.218.123,21

*= até 18/4/2012
(Fonte: Banco do Povo Paulista)

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/05/2012. (PDF)

Temporada de Verão – Programa Roda SP Litoral vai até 5 de fevereiro

Por R$ 10, turista pode visitar de ônibus oito cidades do litoral paulista por dois dias seguidos; serviço já atendeu 10 mil pessoas neste verão

Criado em julho de 2011, o Roda SP, programa itinerante da Secretaria Estadual do Turismo, já transportou 20 mil pessoas em diversos roteiros que abrangeram 42 municípios paulistas. Atualmente no litoral, o serviço registra 10 mil passageiros nesta etapa, iniciada em 15 de dezembro com encerramento marcado para o próximo dia 5, domingo.

A proposta da secretaria para 2012 é repetir a programação de eventos do ano passado. A lista inclui Festival de Inverno de Campos do Jordão, Festa do Peão de Barretos, Festa das Flores e Morangos de Atibaia, Expoflora de Holambra, Festa de Bom de Jesus de Iguape, entre outras.

Concebida para turistas e moradores da Baixada Santista, a passagem custa R$ 10 e permite viajar de ônibus por dois dias consecutivos pelas praias dos oito municípios da costa entre Bertioga e Peruíbe. Menor de cinco anos não paga.

A proposta é oferecer atrações adicionais, além da praia, a preço acessível, para o público durante a temporada de verão. E também permitir ao visitante conhecer outras cidades vizinhas e próximas àquela onde está hospedado.

Passaporte da alegria

Para usar o serviço, é preciso comprar a pulseira que vale como passagem. Pode ser adquirida dentro dos ônibus do programa ou nos postos de informações turísticas da Biquinha e da Praia do Gonzaguinha, em São Vicente. Não há limite para o número de viagens e de conexões.

As rotas do Roda SP Litoral foram batizadas com nomes de cores. Cada passeio inclui paradas e descontos exclusivos em diversos pontos turísticos do litoral (ver boxe na página ao lado). O city tour sazonal oferece sete linhas intermunicipais: Amarela (São Vicente – Santos), Azul (São Vicente – Praia Grande), Laranja (São Vicente – Praia Grande – Mongaguá), Rosa (Mongaguá – Itanhaém), Roxa (Guarujá), Vermelha (Bertioga) e Verde (Itanhaém – Peruíbe).

A frota do programa dispõe de 21 veículos. São ônibus de dois andares (double decker) e micro-ônibus, todos com ar-condicionado e de uso exclusivo para a prática turística no Estado de São Paulo. As saídas e chegadas costumam ser pontuais. Quando ocorrem pequenos atrasos, o motorista reduz o tempo de permanência nas paradas para embarque e desembarque. É proibido comer, beber e fumar no interior dos veículos, que são limpos diariamente e não possuem banheiros.

Roteiro

No roteiro dos ônibus do Roda SP estão várias atrações turísticas da Baixada Santista. E o que é melhor: com descontos para os usuários do programa (quando não são grátis). Confira:

Bertioga
Forte São João – diariamente das 9 às 17 horas. Grátis

Guarujá
Acqua Mundo – funciona das 10 às 22 horas, todos os dias. Desconto de 30% para quem usar a pulseira do Roda SP

Mongaguá
Poço das Antas (Parque Ecológico Humberto Salomone) – funciona das 8 às 17 horas. Entrada: R$ 2
Plataforma Marítima de Pesca Amadora – funciona 24 horas por dia. Entrada: R$ 5; grátis para menor de três anos; R$ 3 para criança entre três e dez anos; R$ 2,50 para maior de 60 anos
Parque Turístico Ecológico A Tribuna – de terça-feira a domingo, das 8 às 16h30. Entrada: R$ 3

Peruíbe
Ruínas de Abarebebê – de segunda-feira a domingo, das 11 às 17 horas. Entrada: R$ 1
Museu Histórico e Arqueológico – de segunda-feira a domingo, das 11 às 17 horas. Gratuito
Lamário – de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas; sábado e domingo, das 10 às 16 horas
Aquário – de segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas; sábado, domingo e feriado, das 9 às 20 horas. Entrada: R$ 7

São Vicente
Teleférico – diariamente das 10 às 19 horas. Participante do Roda SP paga R$ 7 (metade do preço)

Santos
Balsa – funciona 24 horas por dia
Aquário – de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; sábado, domingo e feriado, das 9 às 20 horas. Entrada: R$ 5. Estudante paga meia. Grátis para menor de 12 e maior de 60 anos


Férias da família Estevan

Vinda do interior paulista, do município de Chavantes, a família Estevan se hospedou na Praia Grande. Solange trouxe a mãe, tia, irmã e dois sobrinhos para alguns dias à beira mar.

“Estava na praia quando vi o ônibus do Roda SP passar. À tarde, fui me informar sobre os trajetos. Hoje estamos indo para Bertioga, com uma breve pausa para tomar um sorvete e apreciar a vista da Mata Atlântica no passeio panorâmico do Teleférico de São Vicente”, contou Solange.

“Para nós, tudo no litoral é novidade. Amanhã embarcaremos no sentido oposto, na Rota Verde, para Itanhaém. Estamos ansiosos para conhecer a Cama de Anchieta (formação rochosa entre o costão da Praia do Sonho e o mar, em Itanhaém), a Praia dos Sonhos é o local onde foi gravada a primeira versão da novela Mulheres de Areia”, revelou a jovem.


Férias da família Amaral

Também do interior, a moradora de São José do Rio Preto, Fernanda Amaral, veio passar férias em São Vicente na companhia do marido Élcio, dos filhos Gabriel e Sofia, da irmã Alessandra e da sobrinha Maria Eduarda.

Depois da praia matinal, o grupo foi tomar sorvete à tarde na Praça da Biquinha, onde está montado o quiosque do Roda SP, em São Vicente. A família se informou a respeito do programa e, no dia seguinte, embarcou na Linha Amarela, com destino à balsa Santos – Guarujá. De lá seguiu para a Praia do Tombo, no Guarujá, pela Rota Roxa.

“Não conhecíamos o Roda SP, foi uma grata surpresa. Estamos em férias, foi ótimo abrir mão do carro e dar mais atenção às crianças sem se preocupar com trânsito e estacionamento”, observou Fernanda. “Amanhã, vamos repetir o caminho. E desceremos na primeira parada, o Aquário de Santos”, adiantou.


Conheça os sete itinerários do Roda SP e seus horários

ROTA AMARELA – Funcionamento: Todos os dias com saídas de 45 em 45 minutos

SÃO VICENTE > SANTOS

  • Biquinha (São Vicente) – 9h, 9h45, 10h30, 11h15, 13h, 13h45, 14h30, 15h15, 16h, 16h45
  • Teleférico (São Vicente) – 9h15, 10h, 10h45, 11h30, 13h15, 14h, 14h45, 15h30, 16h15, 17h. Obs.: Troca de ônibus para Ilha Porchat/Niemeyer
  • Praia do Gonzaga – Próximo à Praça das Bandeiras (Santos) – 9h40, 10h25, 11h10, 11h55, 13h40, 14h25, 15h10, 15h55, 16h40, 17h25
  • Aquário (Santos) – 10h, 10h45, 11h30, 12h15, 14h, 14h45, 15h30, 16h15, 17h, 17h45
  • Ponta da Praia (Balsa Santos – Guarujá) – 10h15, 11h, 11h45, 12h30, 14h15, 15h, 15h45, 16h30, 17h15, 18h

SANTOS > SÃO VICENTE

  • Ponta da Praia (Balsa Santos – Guarujá) – 10h15, 11h, 11h45, 12h30, 14h15, 15h, 15h45, 16h30, 17h15, 18h
  • Aquário (Santos) – 10h30, 11h15, 12h, 12h45, 14h30, 15h15, 16h, 16h45, 17h30, 18h15
  • Praia do Gonzaga – Próximo à Praça das Bandeiras (Santos) – 10h50, 11h35, 12h20, 13h05, 14h50, 15h35, 16h20, 17h05, 17h50, 18h35
  • Teleférico (São Vicente) – 11h15, 12h 12h45, 13h30, 15h15, 16h, 16h45, 17h30, 18h15, 19h. Obs.: Troca de ônibus para Ilha Porchat/Niemeyer

ROTA AZUL – Funcionamento: terça, quinta, sexta-feira e domingo, com saídas de 1 em 1 hora

SÃO VICENTE > PRAIA GRANDE

  • Biquinha (São Vicente) – 9h, 10h, 11h, 13h, 14h, 15h, 16h, 17h
  • Praia Canto do Forte/Praça Duque de Caxias (Praia Grande) – 9h40, 10h40, 11h40, 13h40, 14h40, 15h40, 16h40, 17h40
  • Praça da Paz/Praia do Boqueirão (Praia Grande) – 9h55, 10h55, 11h55, 13h55, 14h55, 15h55, 16h55, 17h55
  • Praia da Cidade Ocian/Estátua do Netuno (Praia Grande) – 10h20, 11h20, 12h20, 14h20, 15h20, 16h20, 17h20, 18h20

PRAIA GRANDE > SÃO VICENTE

  • Praia da Cidade Ocian – Estátua do Netuno (Praia Grande) – 10h20, 11h20, 12h20, 14h20, 15h20, 16h20, 17h20, 18h20
  • Praça da Paz – Praia do Boqueirão (Praia Grande) – 10h45, 11h45, 12h45, 14h45, 15h45, 16h45, 17h45, 18h45
  • Praia Canto do Forte – Praça Duque de Caxias (Praia Grande) – 11h, 12h, 13h, 15h, 16h, 17h, 18h, 19h

ROTA ROXA – Funcionamento: terça, quinta, sexta-feira e domingo, com saídas de 1h15 em 1h15

GUARUJÁ – IDA

  • Balsa Guarujá – Santos – 9h15, 10h30, 13h, 14h15, 15h30, 16h45
  • Praia do Tombo (Guarujá) – 9h30, 10h45, 13h15, 14h30, 15h45, 17h
  • Praia das Astúrias (Guarujá) – 9h35, 10h50, 13h20, 14h35, 15h50, 17h05
  • Praia das Pitangueiras (Guarujá) – 9h40, 10h55, 13h25, 14h40, 15h55, 17h10
  • Acqua Mundo – Praia da Enseada (Guarujá) – 9h50, 11h05, 13h35, 14h50, 16h05, 17h20
  • Tortugas – Final da Enseada (Guarujá) –10h05, 11h20, 13h50, 15h05, 16h20, 17h35. Obs.: Troca de ônibus
  • Praia do Pernambuco – Ilha do Mar Casado (Guarujá) – 10h50, 12h05, 14h35, 15h50, 17h05, 18h20
  • Praia do Perequê (Guarujá) – 11h, 12h15, 14h45, 16h, 17h15, 18h30
  • Praia Branca (Balsa Guarujá – Bertioga) – 11h20, 12h35, 15h05, 16h20, 17h35, 18h50

GUARUJÁ – VOLTA

  • Praia Branca (Balsa Guarujá – Bertioga) 11h20 12h35 15h05 16h20 17h35 18h50
  • Praia do Perequê (Guarujá) – 11h40, 12h55, 15h25, 16h40, 17h55, 19h10
  • Praia de PernambucoIlha do Mar Casado (Guarujá) – 11h50, 13h05, 15h35, 16h50, 18h05, 19h20
  • TortugasFinal da Enseada (Guarujá) –12h30, 13h45, 16h15, 17h30, 18h45, 20h.
    Obs.: Troca de ônibus

ROTA VERMELHA – Funcionamento: terça, quinta, sexta-feira e domingo, com saídas de 1 em 1 hora

BERTIOGA – IDA

  • Forte São João (Bertioga) – 9h, 10h, 11h, 13h, 14h, 15h, 16h, 17h
  • Sesc (Bertioga) – 9h15, 10h15, 11h15, 13h15, 14h15, 15h15, 16h15, 17h15
  • Riviera de São Lourenço (Bertioga) – 10h, 11h, 12h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h

BERTIOGA – VOLTA

  • Riviera de São Lourenço (Bertioga) – 10h, 11h, 12h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h
  • Sesc (Bertioga) – 10h45, 11h45, 12h45, 14h45, 15h45, 16h45, 17h45, 18h45

ROTA LARANJA (1) – Funcionamento: segunda, quarta-feira e sábado, com saídas de 1h10 em 1h10

PRAIA GRANDE > MONGAGUÁ

  • Praia da Cidade Ocian – Estátua do Netuno (Praia Grande) – 9h, 10h10, 11h20, 13h40, 14h50, 16h, 17h10
    Praia Central – Acesso ao Poço das Antas (Mongaguá) – 9h35, 10h45, 11h55, 14h15, 15h25, 16h35, 17h45
  • Feira das Artes (Mongaguá) – 9h50, 11h, 12h10, 14h30, 15h40, 16h50, 18h
  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 10h05, 11h15, 12h25, 14h45, 15h55, 17h05, 18h15

MONGAGUÁ > PRAIA GRANDE

  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 10h05, 11h15, 12h25, 14h45, 15h55, 17h05, 18h15
  • Feira das Artes (Mongaguá) – 10h20, 11h30, 12h40, 15h, 16h10, 17h20, 18h30
  • Praia Central – Acesso ao Poço das Antas (Mongaguá) – 10h35, 11h45, 12h55, 15h15, 16h25, 17h35, 18h45

ROTA LARANJA (2) – Funcionamento: segunda, quarta-feira e sábado, com saídas de 1h20 em 1h20

SÃO VICENTE > PRAIA GRANDE > MONGAGUÁ

  • Biquinha (São Vicente) – 9h, 10h20, 13h, 14h20, 15h40, 17h
  • Praia da Cidade Ocian – Estátua do Netuno (Praia Grande) – 9h40, 11h, 13h40, 15h, 16h20, 17h40
  • Praia Central – Acesso ao Poço das Antas (Mongaguá) – 10h15, 11h35, 14h15, 15h35, 16h55, 18h15
  • Feira das Artes (Mongaguá) – 10h30, 11h50, 14h30, 15h50, 17h10, 18h30
  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 10h45, 12h05, 14h45, 16h05, 17h25, 18h45

MONGAGUÁ > PRAIA GRANDE > SÃO VICENTE

  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 10h45, 12h05, 14h45, 16h05, 17h25, 18h45
  • Feira das Artes (Mongaguá) – 11h, 12h20, 15h, 16h20, 17h40, 19h
  • Praia Central – Acesso ao Poço das Antas (Mongaguá) – 11h15, 12h35, 15h15, 16h35, 17h55, 19h15

ROTA ROSA (1) – Funcionamento: segunda, quarta-feira e sábado, com saídas de 1h em 1h

MONGAGUÁ > ITANHAÉM

  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 9h, 10h, 11h, 13h, 14h, 15h, 16h
  • Igreja Matriz Sant’Anna – Monumento Anchieta (Itanhaém) – 9h50, 10h50, 11h50, 13h50, 14h50, 15h50, 16h50
  • Cama de Anchieta – Painéis de Anchieta (Itanhaém) – 10h10, 11h10, 12h10, 14h10, 15h10, 16h10, 17h10
  • Praia de Cibratel – Pocinho de Anchieta (Itanhaém) – 10h25, 11h25, 12h25, 14h25, 15h25, 16h25, 17h25

ITANHAÉM > MONGAGUÁ

  • Praia de Cibratel – Pocinho de Anchieta (Itanhaém) – 10h25, 11h25, 12h25, 14h25, 15h25, 16h25, 17h25
  • Cama de Anchieta – Painéis de Anchieta (Itanhaém) – 10h40, 11h40, 12h40, 14h40, 15h40, 16h40, 17h40
  • Igreja Matriz Sant’Anna – Monumento Anchieta (Itanhaém) – 11h, 12h, 13h, 15h, 16h, 17h, 18h

ROTA ROSA (2) – Funcionamento: segunda, quarta-feira e sábado, com saídas de 1h em 1h

MONGAGUÁ > ITANHAÉM

  • Plataforma Marítima de Pesca Amadora – Parque Ecológico A Tribuna (Mongaguá) – 9h, 10h30, 12h, 13h30, 15h, 16h30
  • Igreja Matriz Sant’Anna – Monumento Anchieta (Itanhaém) – 9h50, 11h20, 12h50, 14h20, 15h50, 17h20
  • Cama de Anchieta – Painéis de Anchieta (Itanhaém) – 10h10, 11h40, 13h10, 14h40, 16h10, 17h40
  • Praia de Cibratel – Pocinho de Anchieta (Itanhaém) – 10h25, 11h55, 13h25, 14h55, 16h25, 17h55

ITANHAÉM > MONGAGUÁ

  • Praia de Cibratel – Pocinho de Anchieta (Itanhaém) – 10h25, 11h55, 13h25, 14h55, 16h25, 17h55
  • Cama de Anchieta – Painéis de Anchieta (Itanhaém) – 10h40, 12h10, 13h40, 15h10, 16h40, 18h10
  • Igreja Matriz Sant’Anna – Monumento Anchieta (Itanhaém) – 11h, 12h30, 14h, 15h30, 17h, 18h30

ROTA VERDE – Funcionamento: segunda, quarta-feira e sábado, com saídas de 1h15 em 1h15

ITANHAÉM > PERUÍBE

  • Praia do Cibratel – Pocinho de Anchieta (Itanhaém) – 9h, 10h15, 11h30, 14h, 15h15, 16h30
  • Ruínas de Abarebebê (Peruíbe) – 10h, 11h15, 12h30, 15h, 16h15, 17h30
  • Praia Central (Peruíbe) – 10h35, 11h50, 13h05, 15h35, 16h50, 18h05
  • Lamário (Peruíbe) – 10h45, 12h, 13h15, 15h45, 17h, 18h15

PERUÍBE > ITANHAÉM

  • Lamário (Peruíbe) – 10h45, 12h, 13h15, 15h45, 17h, 18h15
  • Praia Central (Peruíbe) – 10h55, 12h10, 13h25, 15h55, 17h10, 18h25
  • Ruínas de Abarebebê (Peruíbe) – 11h30, 12h45, 14h, 16h30, 17h45, 19h

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/01/2012. (PDF)

Novas tecnologias a seu dispor

IPT celebra 112 anos inaugurando, até o fim do ano, na capital, o Laboratório de Bionanotecnologia; em 2012 será entregue o de Estruturas Leves em São José dos Campos

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) celebrou 112 anos de fundação no dia 24 de junho. Criado em 1899, o instituto surgiu com o objetivo de avaliar a qualidade de materiais empregados nas áreas de construção civil e produção mecânica. Hoje, é referência internacional em metrologia e parceiro de órgãos públicos e empresas privadas em projetos de inovação, pesquisa, desenvolvimento e educação.

Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), o IPT atua como elo multidisciplinar entre universidades e centros de pesquisas com diversos setores produtivos brasileiros. O serviço inclui desenvolver soluções tecnológicas e melhorar processos para pequenos e médios empresários, de modo a fortalecer o empreendedorismo no Estado e no País.

O IPT também é parceiro de setores industriais de grande porte, como petróleo, mineração, naval, aeronáutica, siderurgia, medicamentos, cosméticos, engenharias, construção civil, têxtil, florestal, química, geração de energia, biocombustíveis e livros didáticos.

O trabalho do órgão é realizado por 12 centros de pesquisa, 30 laboratórios, dez seções técnicas e núcleo de atendimento tecnológico à micro e pequena empresas. O quadro funcional integra mil pesquisadores, 275 profissionais administrativos e 160 estagiários e bolsistas. A sede fica na Cidade Universitária, zona oeste da capital, e o instituto possui filiais em Franca e São José dos Campos, interior paulista.

Aplicações

Muitos brasileiros não sabem, mas o resultado do trabalho do IPT está presente em muitas situações cotidianas. A lista de tarefas é extensa. Inclui analisar consumo de energia e ruído de eletrodomésticos, participar de etapas do desenvolvimento de remédios, conferir a qualidade de roupas e tecidos. E, também, as características de materiais empregados na construção civil, avaliar o impacto ambiental de obras do Metrô e do Rodoanel, o risco de quedas de árvores nas cidades e testar radares de trânsito usados para controle de velocidade em ruas e rodovias.

A proposta do IPT é atender a sociedade brasileira em oportunidades para o País, como a descoberta das reservas de petróleo e pré-sal e o pioneirismo na produção de etanol. Para suprir a essas demandas, desde 2008 o Governo estadual investiu R$ 150 milhões no IPT.

O recurso está sendo usado para modernizar o instituto, com a contratação nos últimos três anos de novos profissionais concursados e requalificação dos atuais. O dinheiro também foi empregado para reformar e ampliar as instalações existentes. Desse total, R$ 46 milhões foram direcionados para a construção, na sede do órgão, do Laboratório de Bionanotecnologia, previsto para ser entregue até o final do ano.

Soluções sustentáveis

A bionanotecnologia é área de pesquisa promissora, capaz de manipular materiais milhares de vezes menores que a espessura de um fio de cabelo. Tradicionalmente, uma partícula recebe o prefixo “nano” caso tenha entre um e 100 nanômetros, aproximadamente 0,01% do diâmetro de um fio de cabelo. Hoje, estima-se em 600 o número de produtos que contêm nanomateriais disponíveis no mercado mundial.

O Laboratório de Bionanotecnologia do IPT estudará o desenvolvimento de organismos vivos, tecnologia de partículas (microencapsulação de componentes químicos e terapia medicinal, como em cosméticos), micromanufatura de equipamentos e metrologia.

Uma das propostas do instituto é privilegiar a busca de soluções sustentáveis. Para isso, uma de suas inovações recentes foi o bioplástico degradável. Diferente do produto à base de petróleo, que demora séculos para se decompor no meio ambiente, o bioplástico vira “comida” de bactéria em seis meses, sem poluir. E pode ser produzido a partir de restos de frutas das fábricas de suco ou bagaço de cana das usinas de álcool.

Corrida tecnológica

Outra novidade é o Laboratório de Estruturas Leves (LEL), previsto para ser concluído em 2012. Orçado em R$ 90,5 milhões, o LEL será instalado em São José dos Campos. A meta é ajudar empresas brasileiras a desenvolver novas tecnologias no setor aeroespacial, como, por exemplo, criar materiais capazes de reduzir o peso de componentes das aeronaves para, assim, torná-las mais competitivas no cenário internacional.

No projeto do LEL, o Governo paulista tem como parceiros a prefeitura local, BNDES, Embraer, Fapesp, Finep, Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), USP, Unicamp, Unesp, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

Outro projeto em andamento é de uma planta de gaseificação de biomassa, em Piracicaba. A meta é conseguir produzir etanol de segunda geração a partir do bagaço de cana, atualmente aplicado na queima para a geração de energia.

Com a gaseificação, a expectativa é dobrar a produtividade das usinas canavieiras sem aumentar a atual área plantada. Esse projeto também marca a posição do IPT e do País em uma corrida tecnológica mundial, já que a gaseificação, com bagaço, carvão ou outra biomassa ainda está por ser dominada.

Novos desafios

Segundo João Fernando Gomes de Oliveira, diretor-presidente do IPT, os próximos passos do instituto são conseguir equilíbrio harmônico entre produzir conhecimento, aplicá-lo e vender serviços. Para Oliveira, são três os desafios para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro – e todos representam novas oportunidades e necessidades.

O primeiro é uma imposição socioambiental, baseada na necessidade de se desenvolver tecnologias em prol da sustentabilidade. Assim, as pesquisas do IPT continuarão tentando despoluir rios e áreas degradadas, criar matérias biodegradáveis e energias renováveis (solar e da biomassa) e estruturar veículos e peças com materiais mais leves.

Um exemplo é o projeto da Embraer de criar em conjunto com o IPT um avião revestido 100% por compósito (mistura de fibra de carbono com polímero). “Por ser mais leve, a aceleração é mais rápida com menor gasto de energia. Além disso, o material é renovável e mais resistente do que o alumínio”, explica João.

Outra meta inclui explorar o recurso da luz solar, com projetos de células de silício, e obter mais eficiência com a biomassa abundante no campo. “Com as tecnologias futuras, será possível reaproveitar o bagaço de cana disponível no Estado de São Paulo e gerar eletricidade anual equivalente à produzida pela Usina de Itaipu (12 gigawats anuais)”, observou.

O segundo desafio consiste em aproveitar as oportunidades disponíveis, como o pré-sal. “Esta riqueza mineral dependerá de muita pesquisa para ser obtida – e também tornar viável e rentável a exploração. O IPT apoiará a Petrobras e sua cadeia de fornecedores no projeto, que requer perfurações em grandes profundidades marinhas, até 7 quilômetros abaixo do nível da superfície”, analisa.

O último desafio do IPT será aproveitar a oportunidade induzida pelo desenvolvimento da ciência, como a bionanotecnologia. O objetivo do novo ramo é incorporar novas funcionalidades nos materiais, a partir de mudanças em suas propriedades e composição.

As possibilidades da bionanotecnologia são infinitas e é possível agregar novas características do ponto de vista químico, mecânico, térmica, biológico, elétrico, etc. Uma das promessas é a de produzir um medicamento sob medida para cada organismo e, também, controlar seu princípio ativo de modo de só agir em condições especiais, evitando efeitos colaterais conhecidos das drogas atuais.


Serviços especializados do IPT

Tanque naval – O tanque naval do IPT é o maior da América Latina. Tem cerca de três quarteirões de extensão e é usado para simular em laboratório o comportamento de embarcações em água fluvial e alto-mar, para ajustes na fabricação de navios e equipamentos.

Fraturamento hidráulico – O fraturador hidráulico do IPT é usado para aprimorar equipamentos e definir metodologias para medição de tensões em rochas. Atende às engenharias civil, de minas e de petróleo e tem usos na construção de obras subterrâneas em rochas de qualquer natureza. O dispositivo foi usado na construção dos trechos subterrâneos da Rodovia dos Imigrantes, Rodoanel e Metrô. Também tem utilidade em túneis de pressão para geração de energia e em barragens (fundações e ombreiras) e cavernas.

Recursos hídricos – O instituto dispõe de um grupo multidisciplinar de 20 pesquisadores que acompanham 160 projetos relacionados às diversas bacias hidrográficas paulistas. Uma das ações é elaborar os planos delas, ou seja, identificar quem são os consumidores da água (setores municipal, agrícola e industrial) e verificar suas demandas. A tarefa inclui analisar demografia, qualidade das águas, monitoramento de chuvas, situação da vegetação, destinação do lixo urbano e poluição agrícola, entre outras demandas.

Segurança contra fogo – O serviço do IPT oferece diagnósticos das condições do setor de combate a incêndios no País e avalia as condições do combate ao fogo nas áreas urbana, rural e indústria petroquímica.

Livros didáticos – O instituto mantém três projetos ligados à qualidade dos livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O serviço federal distribui esses materiais para alunos da rede pública nos 27 Estados brasileiros. Atende ao ensino fundamental, médio e de jovens e adultos e consiste em averiguar se a qualidade das publicações está de acordo com as especificadas em lei.

Siderurgia e etanol – Há 20 anos pesquisa a área de materiais metálicos fundidos resistentes a desgaste. O trabalho é realizado em parceria com o Laboratório de Fenômenos de Superfície, da Escola Politécnica (Poli-USP). Com relação ao etanol, o IPT pesquisa tecnologias para favorecer a exportação do etanol. A atividade verifica o grau de corrosão do biocombustível e rendeu metodologias de ensaio, aproximando as condições do laboratório com as verificadas na prática. O objetivo no futuro é estender o serviço.


Parceiro de empresas públicas e privadas

Em 1894, um grupo de engenheiros, liderados por Antonio Francisco de Paula Souza, fundou a Escola Politécnica de São Paulo. Para atender às crescentes demandas de ensaios de materiais de construção e às necessidades do curso, alguns professores criaram, em 1899, o Gabinete de Resistência de Materiais, que se tornaria o núcleo básico do que viria a ser o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

No início do século 20 o instituto pesquisou materiais para a construção civil e ajudou o empresariado paulista a instalar estradas de ferro e hidrelétricas. Até hoje, o órgão preserva amostras de concreto da época – e seria possível contar parte da história das construções civis brasileiras por meio delas.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o IPT orientou os paulistas sobre como fabricar morteiros, granadas, capacetes, carros de combate e trem blindado. Entre 1934 e 1946, desenvolveu produtos de madeira que tiveram larga utilização industrial, aplicando-os também na construção de aviões de treinamento e planadores. Em 1940 foi encarregado dos estudos para as fundações do complexo da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ).

O mesmo aconteceu com a produção de armas durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse caso, o IPT forneceu assistência direta às oficinas bélicas nacionais. Devido à escassez de gasolina, os técnicos do instituto adaptaram os motores dos carros para o gasogênio.

Na década de 1940, cresceu e ampliou suas tarefas e colaborou com grandes obras de engenharia do País. Entre elas, destacam-se a construção das rodovias Anchieta, Anhanguera, Rio-Petrópolis e Dutra, e a ampliação dos portos de Santos, Rio de Janeiro e São Sebastião.

No mesmo ritmo, em meados de 1950, o IPT participou da construção das hidrelétricas paulistas de Paranapanema, Jurumirim, Chavantes, Limoeiro, Euclides da Cunha, Jupiá, Ilha Solteira e da usina de Paulo Afonso (BA).

Nos anos 1970 ajudou a construir a Linha Norte-Sul do Metrô paulistano e nos anos 1980 prestou assistência técnica na Rodovia dos Imigrantes e nas hidrelétricas de Sobradinho (BA) e Itaipu (PR).

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/06/2011. (PDF)