Governo do Estado cria 15 mil novas vagas para a rede pública na Grande São Paulo

Investimentos de R$ 15,8 milhões constroem escolas na zona sul da capital (3), Guarulhos (3), Mogi das Cruzes (2), Itapevi (1) e Embu (1)

A administração estadual está finalizando a edificação de dez novas escolas para a rede pública de ensino. Serão criadas 129 salas de aula para estudantes dos níveis fundamental, médio e do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No total, serão oferecidas 15 mil novas vagas que se somarão às 15 mil existentes na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

Os investimentos somam 15,8 milhões. Das dez unidades de ensino, três serão na zona sul de são Paulo, três em Guarulhos, duas em Mogi das Cruzes e uma em Itapevi e outra no Embu. O diretor-executivo da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Tirone Chahad, explica que as novas escolas receberão alunos e professores remanejados de outras unidades.

“Não temos estudantes fora da instituição de ensino. Os novos estabelecimentos educacionais permitirão ao aluno estudar em local mais próximo de sua residência”, explica Chahad. A escola com maior número de vagas é a EE Parque Jurema III, no município de Guarulhos. Já está funcionando e oferece 2 mil vagas para jovens da 5ª à 8ª séries e ensino médio.


As novas escolas
Sala Alunos Ciclos
São Paulo
Jardim Capela IV 12 1.332 1ª à 8ª séries
Jardim Planalto 15 1.665 1ª à 8ª séries
Jardim São Paulo 14 1.554 1ª à 8ª séries
Mogi das Cruzes
Bairro Caputera 8 960 5ª à 8ª séries
Jardim Bela Vista Cezar de Souza I 10 1.050 1ª à 4ª séries
Jardim Bela Vista Cezar de Souza II 10 1.110 5ª à 8ª séries e ensino médio
Guarulhos
Parque Jurema III 16 2.016 5ª à 8ª séries e ensino médio
Parque Jurema IV 17 1.187 1ª à 8ª séries
Itapevi
Parque Suburbano II 15 1.890 5ª à 8ª séries, ensino médio e
educação de jovens e adultos
Embu
Jardim São Marcos III 12 1.332 5ª à 8ª séries e ensino médio

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2005. (PDF)

Denúncia via internet torna a investigação policial mais ágil e eficiente

No ar há cinco anos, Delegacia Eletrônica recebeu no ano passado 155,8 mil BOs; e de janeiro a março, 32,7 reclamações na rede

Pessoas não conectadas na internet ainda não sabem, mas a Delegacia Eletrônica é um serviço oferecido à população há cinco anos pela Secretaria da Segurança Pública. O objetivo é facilitar as denúncias e acelerar a investigação policial. A vantagem é que dispensa o deslocamento da vítima até o distrito policial e deixa a informação disponível para consulta uma hora depois em todos os sistemas de informática da Secretaria no território paulista.

O Boletim de Ocorrência (BO) eletrônico é validado em duas etapas. Na primeira, a vítima acessa o site da Delegacia Eletrônica, preenche e envia o formulário com a queixa. Após um período de 30 minutos a uma hora, a Central da Polícia Civil telefona para o denunciante e confirma as informações. Finalmente, o policial civil de plantão confere o registro do BO na rede.

A Delegacia Eletrônica atende sete tipos de ocorrências. São delitos que não envolvem violência física: furtos específicos (celular, documento, veículo e placa de carro), perda de documento, desaparecimento e localização de pessoas. As demais notificações criminais exigem comparecimento no distrito.

Ícones e ilustrações facilitam navegar pelo site. De acordo com o tipo de reclamação, há formulários específicos que seguem quatro etapas obrigatórias de preenchimento e podem ser respondidos de modo não-linear: fato (dados da ocorrência, como rua, altura, ponto de referência e horário), declarante (nome do denunciante, CPF, RG e telefone para contato) e detalhes (descrição do incidente). O quarto passo varia de acordo com a queixa, ou seja, dados sobre o veículo, celular e descrição do desaparecido ou localizado.

Portal de serviços

O analista de sistemas Alexandre Paladini é coordenador do Grupo de Tecnologia da Informação (GTI) da pasta e ressalta que a proposta da Delegacia Eletrônica é funcionar da mesma forma que um grande portal de informações e serviços para o cidadão. A homepage inclui consulta sobre multas no Detran, pontuação de motoristas na carteira de habilitação, condições das rodovias estaduais e listas com telefones de emergência de todas as cidades paulistas.

A evolução da notificação dos crimes de homicídio, extorsão mediante sequestro e latrocínio é apresentada no site por meio de gráficos comparativos trimestrais. Se preciso, o usuário pode chamar a polícia pelo telefone de emergência 190, versão online da linha de comunicações da polícia.

Suporte ao usuário

O suporte técnico é realizado pelo correio eletrônico. Antes de enviar a mensagem, o internauta deve consultar o link Perguntas Frequentes. A seção detalha a maneira de utilizar o site com eficiência e esclarece dúvidas comuns da população. Exemplos: qual é a diferença entre a polícias civil e a militar, quando o cidadão e o seu veículo podem ser revistados, como agir quando abordado por um agente e em que situações a pessoa deve prestar esclarecimento à polícia.

Por fim, o portal oferece dicas de segurança da polícia e dos bombeiros, em questões de risco: como utilizar caixas eletrônicos de modo confiável, comprar com cartão de crédito, como se comportar na rua, no prédio, no carro, ao viajar, em caminhadas e em dias de jogo de futebol e em grandes eventos na capital.

Ambiente seguro

O site da Delegacia Eletrônica é um ambiente virtual seguro contra invasões e hackers. Os especialistas do GTI projetaram o sistema prevendo milhares de acessos simultâneos sem causar lentidão ou mesmo recusar serviço aos usuários. Funciona em qualquer computador que tenha os requisitos mínimos de hardware e conexão telefônica com a internet.

Para evitar fraudes, identifica, automaticamente, o número do computador (endereço IP) de quem acessa o site. O artigo 340 do Código Penal Brasileiro define como crime a falsa comunicação à polícia e prevê pena de um a seis meses de detenção ou multa. “A Delegacia Eletrônica tenta coibir fraudes de todas as naturezas, em especial contra seguradoras, as mais comuns”, avisa Paladini.

A Secretaria da Segurança Pública mantém convênio com todos os provedores de internet do País. E consegue sempre fazer o caminho inverso (rastreamento) de quem acessou o site. Cada provedor, periodicamente, fornece a lista atualizada com o nome dos seus usuários cadastrados. “Rapidamente descobrimos quem são os engraçadinhos autores dos trotes e os prováveis criadores de tentativas de fraude”, explica.

Paladini comenta que a notificação eletrônica, além de ter ampliado a rede de informações da Secretaria, proporciona conforto para a vítima num momento difícil, isto é, o desaparecimento de um parente ou a perda de bem de grande valor. Também auxilia na detecção de outros crimes. “Pelo radiocomunicador, um policial checa rapidamente quem é o proprietário de um veículo suspeito. A resposta determinará o tipo de abordagem ao motorista, caso o carro seja produto de furto”, finaliza Paladini.

Expansão e prêmios

A Prodesp é elo fundamental da Delegacia Eletrônica e recebeu, no início do ano, aporte de R$ 60 milhões do Estado para realizar 14 novos projetos em informática. Um deles é o portal de serviços do Detran, que está orçado em R$ 19 milhões e oferecerá, via rede, cerca de 50 serviços, hoje realizados somente no balcão do órgão, como renovação de carteira de motorista, agendamento de vistoria e alteração de dados cadastrais em registro de veículos.

Paladini também coordena a criação desse portal. A iniciativa, em parceria com a IBM, está prevista para oferecer, a partir de junho, os primeiros atendimentos. “Só os despachantes, que cobram para prestar o serviço, não aprovaram essa novidade, que também está sob responsabilidade do GTI”, comenta Paladini.

A Delegacia Eletrônica é pioneira no País e ficou em segundo lugar no 1º Prêmio Excelência em Governo Eletrônica (e-Gov), concurso de âmbito federal realizado em 2002, com o patrocínio da Microsoft. O portal da Secretaria foi contemplado com a láurea Excelência em Informática Pública, concedida no 11º Congresso de Informática Pública (Conip), realizado em 2003.


Central da Polícia Civil é essencial para o sucesso da Delegacia Eletrônica

O trabalho da Central da Polícia Civil é fundamental para o sucesso da Delegacia Eletrônica. No setor desde 2001, a delegada-coordenadora Cristina Bonilha Jarnyk começou como assistente e testemunhou o aumento progressivo do número de registros online. “A criminalidade não aumentou neste período, mas sim a divulgação e a confiança da população no serviço”, comenta.

O volume diário de BOs eletrônicos varia de acordo com o horário e o dia da semana. Em média são 500 solicitações. As segundas-feiras são os dias em que ocorrem mais incidentes. A Central opera com 12 policiais em regime de plantão, com disponibilidade permanente: 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Quando o denunciante envia o formulário, recebe automaticamente uma resposta, que acusa o recebimento. Em fração de segundos, é gerado um número exclusivo que identifica o BO e o transfere para a lista de espera por chegada. Na sequência, o programa direciona a queixa para o atendente que está mais tempo sem receber ligação. Então, telefona para a vítima e a conversa é gravada; os dados da requisição são checados e o policial, que fez a ligação, responsável pela ocorrência, decide sobre a confirmação ou não no sistema.

Se o requerimento for aprovado, o programa dispara uma mensagem de correio eletrônico para o denunciante, que recebe permissão para imprimir o BO. Se for rejeitado, um e-mail também é enviado, porém, com a justificativa da recusa e a orientação adequada sobre como proceder. “Dessa maneira, nenhum contato é perdido”, salienta Cristina.

Pioneirismo

Furto de veículos e desaparecimento de pessoas são prioridades para o atendimento. Segundo Cristina, essas ocorrências exigem intervenção policial imediata e recebem alerta provisório da Polícia Civil. A informação alimenta os bancos de dados do Detran e da Secretaria da Segurança, e o veículo passa a ser identificado como produto de furto. “Mesmo que o BO ainda não tenha sido concluído, se algum policial consultar o sistema sobre a procedência do carro, será informado que o veículo em questão está sob alerta”, explica.

Em média, 70% das reclamações via rede conseguem dispensar a ida do denunciante ao distrito. A equipe da Delegacia Eletrônica atua sob constante treinamento, para aperfeiçoar ainda mais o atendimento. “A entrevista sobre o furto de veículo é bastante minuciosa e as perguntas feitas pelo atendente são objetivas e direcionados, o que diminui possíveis fraudes”, explica.

Elizabete Napoleão é policial civil há oito anos e trabalha como atendente na Delegacia Eletrônica desde a sua inauguração, no ano 2000. “O serviço é pioneiro no País e a seleção dos funcionários é rigorosa. Gradativamente ampliamos o número de ocorrências e muito da experiência anterior de investigação foi adaptada para o atendimento telefônico. Cheguei a fazer 90 BOs num único dia”, relembra.


Em 2004, quase 160 mil BOs eletrônicos

A Delegacia Eletrônica entrou em funcionamento há cinco anos. Na ocasião, recebeu investimento de R$ 100 mil para ser consolidada. Essa verba foi direcionada para a compra de servidores, programas e, também, para a contratação de profissionais de tecnologia da informação. Depois de um ano online, o site já tinha recebido 25,7 mil BOs eletrônicos. Desde então, o volume não parou de crescer. No ano passado foram 155,8 mil notificações. Nos três primeiros meses de 2005, totalizou 32,7 mil formulários postados.

O serviço mais utilizado é a consulta sobre multas de veículos e pontuação na carteira de habilitação. A reclamação mais constante é o furto de documentos e corresponde, em média, a 70% do total. Logo após, vem o furto de telefone celular e de veículos, com 12,5%. Os demais se dividem nas outras notificações.


Evolução de notificações eletrônicas
Ano BOs eletrônicos
2000 25.742
2001 64.307
2002 101.468
2003 137.988
2004 155.808

Serviço

BO Eletrônico – www.ssp.sp.gov.br/bo

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/04/2005. (PDF)

Secretaria da Saúde divulga a lista das cidades mais expostas à dengue em 2005

Casos da doença diminuem quase 85% entre 2003 e 2004 e registros caíram de 20.361 para 3.015 nesse período; Aedes aegypti está em 100 países e representa ameaça para 2,5 bilhões de pessoas

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) realizou monitoramento e identificou os municípios paulistas que estão mais expostos ao risco da dengue em 2005. O estudo apontou 20 cidades que receberam avaliação com conceito 3 ou superior no Índice de Breteau, que demonstra o grau de infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti.

O Índice de Breteau aponta a porcentagem de imóveis com criadouros e larvas do mosquito por área de 10 mil a 12 mil metros quadrados. A cidade com mais problemas é São Sebastião, 20,14. Em seguida vem Potim, 13,59, e depois Ituverava, 8. Em setembro, a Secretaria convocou representantes das prefeituras em situação de alerta e transmitiu orientações sobre as formas de prevenção e combate. Além disso, tem realizado teleconferências com abrangência em todo o Estado.

Campanha

Uma campanha de publicidade está em andamento nos principais veículos de comunicação do Estado. O Dengue Boy, personagem criado para orientar as crianças, está em viagem pelo Estado com folhetos explicativos sobre a doença. Mesmo com a queda vertiginosa de casos da moléstia nos últimos anos, a secretaria tem alertado os prefeitos dos 645 municípios do Estado sobre a necessidade da adoção de medidas contra a doença. No comparativo de 2004 em relação a 2003, houve queda de quase 85% no número de registros: em 2003, foram 20.361 e, neste ano, 3.015.

“É preciso estar alerta. A dengue é traiçoeira e, sem prevenção, pode voltar com força total. É a hora de as prefeituras vasculharem suas cidades atrás dos focos do Aedes aegypti“, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Números mundiais da doença

O Aedes aegypti está presente em 100 países, onde vivem 2,5 bilhões de pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 80 milhões o número de pessoas infectadas anualmente no mundo. O resultado são cerca de 500 mil internações e 20 mil mortes anuais.

O Brasil tem seguido a tendência apresentada na América Central, Caribe e Sudeste Asiático. Nesses locais, o número de doentes é menor, porém, os casos de dengue hemorrágica são mais comuns.

Vetores da doença

O pernilongo tradicional (mosquito Cúlex) é pardo, de maior porte, age em bando, tem zumbido, pica no período noturno e não é vetor da dengue. O Aedes aegypti é preto com as patas listradas, de menor tamanho, silencioso, pica durante o dia e ataca isoladamente as pessoas, na maioria das vezes em suas residências.

A criação do mosquito começa quando a fêmea grávida deposita seus ovos em recipientes com água limpa, sombra e próximos a domicílios humanos. Podem ser pneus, plásticos, latas e um sem-número de produtos descartados como lixo. A eclosão das larvas não é imediata. Os ovos são colocados pouco acima da linha d’água e podem sobreviver em períodos de seis meses a um ano. Com a elevação da temperatura (entre 25ºC e 29ºC) e o início das chuvas, os ovos começam a eclodir. A água acumulada nos recipientes oferece nutrientes, ou seja, detritos orgânicos, bactérias, fungos e protozoários.

A fase larvária dura de cinco a dez dias. Depois de adulto, o mosquito vive cerca de 30 dias, tempo suficiente para adquirir o vírus da dengue e espalhá-lo por muitos quarteirões. Embora os casos de dengue sejam mais comuns nas cidades, também há registros em áreas rurais.

O Aedes aegypti pode transmitir também a febre amarela. No Brasil, na década de 30, a erradicação do mosquito, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue no período.

Pneus abandonados

Nos locais onde for impossível a eliminação dos pneus, os órgãos estaduais sugerem as seguintes medidas: fazer seis furos em seis pontos equidistantes, mantendo-os sempre na posição vertical. Nos balanços infantis, a sugestão é fazer um único orifício no nível mais baixo. Os pneus em desuso devem ser guardados em local coberto. Estando no relento, colocar um copo de sal na parte interna.

Em qualquer vistoria, se forem encontradas larvas de mosquito, eliminá-las jogando a água no solo. Se o recipiente for fixo, aplicar água sanitária na proporção de uma colher de sopa para cada cinco litros de água ou um copo de água sanitária para cada 100 litros de água do recipiente. Outra opção é utilizar sal de cozinha de acordo com a quantidade de água.

Municípios paulistas sujeitos a maiores riscos
(de acordo com o Índice de Breteau)
São Sebastião
20,14
Potim
13,59
Ituverava
8
Itapevi
6,36
Jandira
5,77
Hortolândia
5,61
Paraíso
4,81
Neves Paulista
4,58
Bauru
4,19
Cubatão
4,16
Santópolis do Aguapeí
3,93
Américo Brasiliense
3,92
Serrana
3,52
Guarujá
3,46
Rio Claro
3,26
Américo de Campos
3,23
Palmares Paulista
3,22
Casa Branca
3,2
Botucatu
3,09
Cássia dos Coqueiros
3,05

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/12/2004. (PDF)