Cidade do Conhecimento da USP recebe até amanhã inscrições de novos projetos

Professores, alunos e pesquisadores em geral podem apresentar propostas relacionadas ao uso da tecnologia para o ensino

O Programa Educar para Emancipação Digital, da Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo (USP), recebe até amanhã inscrições para projetos e pesquisas de cunho socioeducacional. O programa atua como rede de pesquisa formada por profissionais de educação e estudantes do ensino médio. Investe, agora, em novas metodologias para o aprendizado na área da tecnologia e do conhecimento.

Os projetos inscritos ajudarão a definir a grade de oficinas a serem realizadas em 2006. As propostas serão avaliadas por especialistas de todos os segmentos de conhecimento da USP e de setores da sociedade interessados no uso criativo e ético das mídias digitais em favor do desenvolvimento humano. A comissão julgadora apresentará os resultados no dia 15 de janeiro.

Em cinco anos de atividade, o Educar para Emancipação Digital ofereceu 25 módulos temáticos e atendeu a 2,2 mil professores. O acervo digital produzido pela iniciativa é acessado por 10 mil visitantes por mês e mais de 25 mil pessoas utilizaram a rede construída. Funciona por meio de palestras, atividades de campo e online.

As produções do boletim Educar em Tempo apresentam a dinâmica do programa, dividido em módulos temáticos associados a comunidades de estudantes e profissionais de ensino médio, organizações do terceiro setor e empresas.

A Cidade do Conhecimento promove a criação, incubação e sustentabilidade de projetos de desenvolvimento local por meio de redes digitais colaborativas. Fundada em 2001 pelo economista, sociólogo e jornalista Gílson Schwartz, age como rede de laboratórios associados ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Economia da Informação e do Audiovisual do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

Inovação e reflexão

O desafio para a direção da Cidade do Conhecimento é fazer com que, em 2006, os módulos sejam realizados completamente a distância ou de forma semipresencial. Para isso, deve ser utilizado de forma criativa o potencial de comunicação e formação de redes de TV, internet, games, telefonia celular e outras mídias: jornais, revistas, fanzines, podcasting ou radiocomunitaria.

Podem participar do programa diretores, coordenadores, professores, alunos e interessados no assunto. O pré-requisito é apresentar soluções para desafios sociais, educacionais, econômicos, culturais e tecnológicos de nossa época, sobretudo em áreas de exclusão ou desigualdade extrema.

A proposta deve estimular o uso criativo da tecnologia no cotidiano e, simultaneamente, refletir sobre essa utilização. O programa abre espaço para uma educação que supera a experiência da sala de aula no uso de mídias digitais. O objetivo é conseguir maior proximidade entre as pessoas, mesmo que os participantes estejam em pontos diferentes da cidade ou do País.

“Buscávamos a dinâmica colaborativa em cada módulo temático. Para 2006, queremos que essa co-responsabilidade autoral, princípio de criação coletiva, esteja presente desde o momento da concepção da grade de temas e propostas”, explica Schwartz, diretor da Cidade do Conhecimento.


Encontro pela Emancipação Digital

A Cidade do Conhecimento promove, no dia 15 de dezembro, o 1º Encontro pela Emancipação Digital. O evento, que começa às 12 horas, no Memorial da América Latina, tem apoio do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), vinculado à Casa Civil da Presidência da República. Para participar, o interessado deve se inscrever pelo site da Cidade do Conhecimento.

No encontro, além das oficinas e conferência com Gílson Schwartz e Doug Schuler, criador do Seattle Community Network, serão lançados modelos inovadores de emancipação digital – o anúncio das dez localidades com alto índice de exclusão social, situadas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que integrarão o Observatório da Casa Brasil, projeto realizado em parceria entre a Cidade do Conhecimento e o ITI.

Serão apresentados, também, os conteúdos (wallpapers e ringtones) para telefones celulares produzidos pela comunidade da praia de Pipa (Rio Grande do Norte), na Rede Pipa Sabe.

Haverá o lançamento do DVD Emancipação Digital, sobre processos de certificação digital para a inclusão social, com a participação do ministro da Cultura, Gilberto Gil, do antropólogo Lévi-Strauss e do presidente do ITI, Renato Martini.

Por fim, será apresentado o projeto da carteira de identidade digital da Cidade do Conhecimento, a ser emitida a partir de 2006. A organização do evento providenciará apoio para o transporte de alunos de escolas públicas, telecentros e infocentros da Grande São Paulo. Demais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-4305.

Serviço

Inscrição de projetos e pesquisas de cunho socioeducacional é feita no site da Cidade do Conhecimento. Informações: telefone (11) 3091-4305 e cidade@usp.com.br.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/11/2005. (PDF)

Ministério Público reabre inscrições para concurso no dia 5

O Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo vai reabrir, nos dias 5 a 16 de dezembro, a inscrição para o preenchimento dos diversos cargos. O processo seletivo está sendo realizado pela Fundação Vunesp e a mudança no edital original do concurso reduziu de 45 para 36 o número de vagas a serem preenchidas.

As que exigem ensino superior completo são de assistente social (5), administrador (1), bibliotecário (1), economista (1) e médico (clínica médica) (1). Para essas funções, a inscrição custa R$ 80. Para os cargos que exigem nível fundamental completo, o valor é de R$ 30 e as opções ão oficial administrativo (18) e R$ 45 para motorista do Quadro do MP (9).

A inscrição no concurso deve ser feita pelo site da Vunesp que traz também todas as informações e procedimentos necessários para os candidatos. As vagas disponíveis são de cargos na capital e na região metropolitana de São Paulo.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/11/2005. (PDF)

Motobyte virtual é nova atração na área de informática da Estação Ciência da USP

Exposição de videogame interativo pretende despertar a curiosidade infantil e explicar como é o funcionamento de um computador

Parceria entre a Estação Ciência da USP e a Fundação Heydenreich resultou na montagem da exposição Aventurando-se no Universo do Computador, numa área de 20 metros quadrados. A atração inaugurou a área de informática na semana passada e foi incorporada ao acervo permanente da Estação.

A mostra parte de uma proposta pedagógica inovadora e lúdica para despertar a curiosidade infantil e explicar aos pequeninos como é o funcionamento de um computador. Depois de ouvir a explicação dos monitores da Estação Ciência e conferir os cartazes, a criançada é convidada a assumir o papel do Motobyte, motoboy virtual que é o protagonista da aventura multimídia.

O cenário do jogo virtual é o interior de uma placa-mãe de computador que simula uma cidade, e as imagens tridimensionais da “visita” são projetadas numa tela especial. Para começar a brincadeira, a criança aperta o botão vermelho de ignição, no guidão de uma bicicleta ergométrica adaptada. A trilha sonora é de competição e o ambiente interativo é diferente dos videogames convencionais.

Ao pedalar, o visitante queima calorias para aumentar a velocidade do veículo. E tem prazo de quatro minutos para concluir o trajeto especial dentro dos circuitos da placa-mãe do computador e alcançar o objetivo do jogo: encontrar a conexão para o teclado da máquina, saindo do processador.

Se o visitante não conseguir terminar a aventura dentro do tempo estabelecido, aciona o botão e recomeça a brincadeira. Dessa maneira, conhece a maioria dos componentes de hardware de um computador: chip, memória, disco rígido e placas de vídeo e de som. Assim, passa a compreender conceitos essenciais de funcionamento dos PCs, como entrada, processamento e saída de informações.

Multimídia

Um dos cartazes da exposição mostra uma placa-mãe e um disco rígido completamente desmontados, com os componentes identificados, de modo a facilitar a compreensão das crianças sobre o funcionamento da máquina.

A instalação multimídia é fruto da criatividade de Gílson Domingues, professor, designer gráfico e mestrando do Instituto de Artes da Unesp. O inventor construiu o aparelho em 120 dias, a pedido da Fundação Heydenreich, ONG paulistana que trabalha com inclusão digital e acesso à tecnologia da informação em escolas e creches da rede pública e de grupos especiais: idosos e jovens da periferia.

Para projetar o equipamento, Gílson explica que partiu de noções conhecidas da criança: a cidade, o tráfego de veículos e de pessoas, os endereços dos imóveis, as fábricas e a armazenagem de produtos. Por meio dessas metáforas, o educador construiu o traçado das trilhas tridimensionais que o Motobyte percorre pela placa-mãe do computador.

Gílson comenta que a instalação especial abrangeu conhecimentos básicos de informática, engenharia, desenho industrial e design. “O jogo abre novas possibilidades para os videogames. É simples sem ser simplório e, pretende, com cuidado estético e recursos multimídia, estimular na garotada a inquietação e o entusiasmo, para que seja, no futuro, artista e cientista brasileiro”, observa Gílson.

Inauguração

A primeira escola a conhecer a instalação foi o grupo de alunos do Colégio da Polícia Militar, da capital. A professora Flávia Cosma, da 7ª série, acompanhou a meninada e gostou do resultado. “A visita foi rica e mostrou princípios de física e eletrostática de modo didático e eficiente”, afirmou.

As alunas Natália Granero e Gabriela Araújo apreciaram o experimento e concordaram com o colega Erick de Souza Reis, o primeiro a controlar o Motobyte. “A instalação nos fez pensar em todas as coisas que ocorrem depois de acionarmos o computador”, explicaram as crianças.


Fundação Heydenreich: preocupação com a inclusão digital

A Fundação Heydenreich foi criada em 1929, na capital, a partir do legado dos irmãos Daniel e Hermann e sua esposa, todos imigrantes alemães. Uma das propostas da ONG é combater a exclusão digital no Estado e formar agentes multiplicadores em escolas e creches da rede pública. Também oferece cursos profissionalizantes, para formar jovens técnicos em informática.

Daniella Michel, gerente de projetos, explica que a instituição faz parcerias com organizações beneficentes, como o Rotary Club, e também atua em trabalho conjunto com entidades assistenciais vinculadas à igreja luterana. Já capacitou 900 educadores que atendem a 36 mil crianças.

A fundação lançou, em co-autoria com Rosângela Coutinho Ares, em março, um livro que apresenta a experiência adquirida pela ONG no trabalho de inclusão social. A primeira edição teve 3 mil exemplares.

Intitulado Escolas públicas: a informática como instrumento pedagógico – Relato de uma experiência, pretende contribuir para ampliar a compreensão infantil de conteúdos programáticos tradicionais – disciplinas de português, matemática e geografia. Procura, ainda, estimular diretores escolares, professores e alunos a perderem o medo de usar o computador. A meta é tornar a máquina um aliado definitivo na formação das crianças.

“O conhecimento que foi adquirido está disponível para toda a sociedade, e pode servir como referência para a pesquisa de novas tecnologias pedagógicas e no treinamento de idosos e de grupos sociais com dificuldades para manejar o equipamento”, explica Daniella.

O prefácio da obra, com distribuição gratuita, é assinado pelo secretário da Educação do Estado. Pode ser retirada na sede da fundação, na Rua Dr. Guilherme Bannitz, 126, conjunto 71, no bairro da Vila Nova Conceição, na zona sul. Outra opção é fazer download gratuito do livro, pela internet, no site da fundação.

Serviço

Estação Ciência: Rua Guaicurus, 1.394 – Lapa – São Paulo (SP)
Tel. (11) 3673- 7022
Horários: de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas; sábado, das 13 às 18 horas; domingo, das 9 às 18 horas. Ingresso: R$ 2

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/11/2005. (PDF)