Investe São Paulo presta assessoria ao empreendedor

Serviço atende empresas brasileiras ou estrangeiras interessadas em se instalar no Estado de São Paulo; atendimento é gratuito e considera as especificidades de cada negócio

A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade oferece assessoria gratuita para empresas nacionais e estrangeiras interessadas em se fixar no território paulista. Conhecida como Investe São Paulo, um de seus principais serviços, o Site Location, avalia as necessidades específicas de cada projeto e identifica opções de locais propícios à instalação e operação do empreendimento.

O objetivo, explica o gerente de investimentos da Agência, Alexandre Marx, é promover a geração de empregos, renda e novas tecnologias para o Estado. Negócios relacionados às áreas de saúde, pesquisa e desenvolvimento (P&D) têm prioridade, assim como iniciativas inovadoras e sustentáveis. “O atendimento personalizado está disponível para todos os setores da economia, sobretudo a indústria”, diz.

Sediada na capital, no Parque Tecnológico do Estado, em terreno vizinho ao da Cidade Universitária, a Investe São Paulo foi criada em 2008. Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, nesses 7 anos de trabalho anunciou a instalação de 110 novos empreendimentos em São Paulo.

A Agência atua em linha direta com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entidades setoriais, Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), concessionárias de serviços públicos (rodovia, ferrovia, hidrovia), prefeituras e órgãos estaduais e federais. Trabalha também com os municípios, visando a atrair empresas, vislumbrando novos negócios e ampliando a competitividade paulista.

Marx destaca que um dos pontos que diferenciam a Investe São Paulo “é ter conhecimentos sólidos das potencialidades do Estado e dispor de diversas bases de informações atualizadas sobre questões relevantes ao empreendedor”. Assim, oferece assessoria em questões ambientais, logísticas, de infraestrutura, mão de obra, mercado consumidor, fornecedores e oferta de universidades e de escolas técnicas, entre outras.

Sigilo

Se for necessário financiar o investimento, a empresa interessada poderá recorrer à Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), órgão ligado à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Também vinculada ao Governo paulista, a agência dispõe de várias opções de empréstimos e é agente repassador de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Todo projeto com potencial de concretização requer assinatura de Termo de Confidencialidade com a Investe São Paulo. Executada logo após o contato inicial com a Agência, a medida garante o sigilo de informações privadas estratégicas ao empreendedor e marca o início do acesso ao Site Location.

A assessoria personalizada é realizada em dez etapas (ver abaixo) e tem como base as informações obtidas previamente. O prazo de execução do atendimento varia de acordo com o foco de cada projeto.

“Mantemos o interesse da empresa em investir no Estado em sigilo até recebermos autorização para a divulgação. Além disso, a decisão final sobre qual município ou região abrigará a nova matriz ou filial de um negócio fica sempre a cargo do empreendedor”, ressalta o gerente.

Chinesa

Um exemplo recente de empresa atendida pela Investe São Paulo é a fábrica da Chery, em Jacareí. “Dos 500 empregos diretos gerados no município pela empresa, 90% são destinados a profissionais brasileiros”, informa o vice-presidente da fabricante de veículos chinesa, Luís Francisco Curi. Em operação desde agosto de 2014, a planta industrial ocupa terreno de um milhão de metros quadrados e recebeu investimento de US$ 400 milhões.

Nascida em 1997 na cidade de Wuhu, e com capital 100% estatal, a Chery foi a primeira montadora chinesa a estruturar uma linha de produção no Brasil. Sua mais nova filial é, das 15 da multinacional asiática, a única cujo projeto inclui todas as etapas de produção de carros. Atualmente, monta no Vale do Paraíba as versões hatch e sedã de um modelo e importa mais quatro modelos de carros comercializados no País.

Paulista de São José do Rio Pardo, o economista Curi diz recomendar o serviço estatal para outros empreendedores. “Viemos para ficar! Na Fase II, prevista para começar em 2017, investiremos mais US$ 300 milhões para estruturar a cadeia de fornecedores (supply chain) da Chery, em terreno de 3 mil metros quadrados, vizinho ao da fábrica de Jacareí”, revela.


As dez etapas do Site Location

  1. Prospecção – A Investe São Paulo apresenta ao empreendedor as vantagens competitivas do Estado
  2. Termo de Confidencialidade – O empreendedor assina o documento e passa a ser atendido por um gerente de projeto da Investe São Paulo
  3. Informações – O gerente de projeto solicita detalhes e define quais serviços a Investe São Paulo poderá oferecer
  4. Localização de área – De acordo com o perfil da empresa, a Investe São Paulo identifica municípios capazes de atender às necessidades do empreendedor
  5. Lista longa – A Investe São Paulo envia ao empreendedor lista com 15 ou 20 opções de cidades. Esse documento é definido para atender às características e necessidades do projeto
  6. Lista curta – O empreendedor indica quais municípios que aparecem na lista longa têm chances de serem escolhidos para abrigar o negócio. Prefeituras das localidades listadas podem sugerir áreas para a instalação do negócio
  7. Visita a terrenos – A Investe São Paulo acompanha o empreendedor em visita às cidades candidatas. Nessa fase, interessados e munícipes podem estreitar laços
  8. Instalação – Com o local e o imóvel definidos, a Investe São Paulo orienta o licenciamento ambiental e aproxima o empreendedor de concessionárias de serviços públicos
  9. Anúncio de investimento/inauguração – A equipe de comunicação e marketing da Investe São Paulo colabora com a divulgação, contata a imprensa e auxilia em eventos de lançamento da pedra fundamental, etc.
  10. Aftercare – Depois de finalizado o projeto, a Investe São Paulo mantém contato periódico com o empreendedor

(Fonte: Investe São Paulo)

Serviço

Investe São Paulo
E-mailinvestesp@investesp.org.br
Telefone (11) 3100-0300

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 21/07/2015. (PDF)

Molécula pode ser usada na luta contra o câncer

Pesquisa do Instituto Butantan obtém proteína capaz de eliminar células de tumores sem atacar tecidos sadios; trabalho gerou parceria com Fapesp, IPT, BNDES e União Química

Ao estudar moléculas anticoagulantes existentes no DNA de animais hematófagos (que se alimentam de sangue), o grupo multidisciplinar de 20 cientistas, coordenado pela farmacêutica-bioquímica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, do Instituto Butantan, identificou uma que se revelou promissora para o desenvolvimento de drogas anticâncer.

Testada com sucesso em roedores e não roedores, a proteína obtida a partir da molécula consegue eliminar células de tumores de modo eficaz e com ação localizada, sem atacar tecidos sadios.

Iniciado em 2005, o trabalho, pioneiro no País, teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo.

Com término previsto para o fim de 2017, o estudo tem custo total estimado de R$ 20 milhões e já apresenta como resultados uma patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e a montagem de uma plataforma (laboratório) de pesquisa no Butantan para purificação de moléculas.

Parceiros

Apostando na viabilidade da molécula, três novas instituições foram incorporadas ao trabalho e passaram a atuar ativamente no projeto. A primeira da lista é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ligado ao governo federal, cujo repasse de verbas foi feito por meio do financiamento de Fundo Tecnológico (Funtec).

O segundo parceiro é o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que estuda a estruturação da produção da molécula em escala industrial. O último é a União Química, empresa farmacêutica que adquiriu o direito de reaproveitar a tecnologia desenvolvida para fabricar medicamentos com base na descoberta do Butantan, instituto vinculado à Secretaria de Estado da Saúde.

A empresa aguarda autorização e orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar testes com seres humanos. A expectativa é que essa definição ocorra em breve e a avaliação com voluntários tenha início no segundo semestre.

Inspiração

A glândula salivar do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, foi o ponto de partida do trabalho. A cientista Ana Marisa, diretora do Laboratório de Bioquímica e Biofísica do Butantan, explica que a proposta era descobrir quais moléculas estavam presentes no impedimento da coagulação do sangue do animal picado (hospedeiro), ou seja, no momento em que o aracnídeo se alimenta.

O passo seguinte foi identificar qual dessas moléculas teria maior potencial para originar anticoagulantes (capazes de impedir tromboses) e anti-hemostáticos (para prevenir hemorragias). “Muitos pesquisadores buscam novos agentes biológicos com essas características, pelo fato de terem diversas aplicações nas áreas médica, farmacêutica e veterinária”, explica Ana Marisa.

Identificado o gene, os pesquisadores do instituto obtiveram, em laboratório, uma proteína recombinante com as características da molécula. A técnica usa micro-organismos (bactérias) na produção do material, que também é purificado (esterilizado) e submetido a análises para comprovar sua ação anticoagulante e anti-hemostática.

Novos rumos

Ana Marisa explica que vários tipos de tumores têm atividade pró-coagulante. Nos testes de eficácia, a molécula se mostrou também capaz de identificar e eliminar células de câncer de pele, de pâncreas e de rim. “A descoberta deu novo direcionamento à pesquisa. O desafio foi, então, descobrir como funcionam exatamente esses mecanismos e definir meios para repetir em escala industrial a produção da molécula obtida em laboratório”, ressalta.

Em 2011, o Butantan firmou convênio com o IPT, órgão também vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, para orientar o método de escalonamento da produção e repassá-lo à União Química. No instituto vizinho do Butantan, e também sediado na Cidade Universitária, na capital, o trabalho é coordenado pela pesquisadora Maria Filomena Rodrigues, do Laboratório de Biotecnologia Industrial.

Farmacêutica-bioquímica, Maria Filomena comanda no IPT equipe multidisciplinar de 20 pesquisadores dedicados à preparação da molécula para sua produção em biorreatores (fermentadores). Um dos desafios do grupo foi encontrar o meio ideal para o crescimento da bactéria que produz a proteína recombinante derivada da molécula, além de buscar opções para reduzir custos e aumentar a produtividade.

“Em 2006, troquei impressões com a Ana Marisa sobre o estudo dela, que ainda estava na fase de extração da saliva do carrapato. Hoje, com o trabalho encaminhado, ele é visto como resultado do empenho coletivo (Butantan, IPT, BNDES, Fapesp e União Química) em definir um modelo interessante de financiamento de pesquisa e, ao mesmo tempo, de prestação de serviços à sociedade”, revela, orgulhosa.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/06/2015. (PDF)

Tecnologia inclusiva nas Etecs e Fatecs

Scanners, leitores de texto e lupas eletrônicas auxiliam alunos com deficiência visual nas Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia

No ano passado, o Centro Paula Souza destinou R$ 500 mil na aquisição de equipamentos para serem usados por alunos com deficiência visual nas 218 Escolas Técnicas (Etecs) e 64 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais. O investimento em tecnologia assistiva possibilitou a compra de 16 scanners especiais, 16 leitores de texto, 35 lupas eletrônicas e três máquinas de escrever em braile.

“Ao se inscrever para prestar o Vestibulinho das Etecs ou o Vestibular da Fatec, o candidato com deficiência informa no formulário on-line se precisará de auxílio para fazer a prova”, observa a professora Alessandra Ribeiro Costa, coordenadora de projetos de inclusão da pessoa com deficiência do Centro Paula Souza, instituição vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI).

Entre os 300 mil alunos da instituição, cerca de 500 possuem algum tipo de deficiência – a visual é a mais comum. Ciente do fato, os processos seletivos semestrais do Centro oferecem diversas opções de assistência para candidatos com deficiências física, auditiva, intelectual ou múltipla.

Acesso

Depois de aprovado no processo seletivo e matriculado, o aluno pode recorrer às tecnologias assistivas em sua própria escola. Para isso, basta entrar em contato com a direção. “O objetivo do Paula Souza é acompanhá-lo desde o ingresso até a obtenção do diploma”, destaca Alessandra. Quando o aluno conclui sua formação, o equipamento é devolvido para a administração do Centro Paula Souza e repassado a outra escola solicitante.

A meta é prover meios, de acordo com as possibilidades, para permitir que todo estudante – com deficiência ou não – possa frequentar as aulas e participar de atividades acadêmicas regulares e extraclasse. A ação é complementada com capacitações de 40 horas oferecidas em cinco datas do ano para professores e servidores da instituição paulista, 135 opções de cursos técnicos de nível médio e 71 graduações tecnológicas.

Treinamentos orientam sobre como usar as tecnologias assistivas, práticas pedagógicas, legislação e terminologia relacionada à inclusão. Para participar, o interessado deve clicar no link Capacitações do site do Centro Paula Souza (ver endereço em serviço).

Aprendizado

Vanessa Santos, de 24 anos, e Wodson Cruz, de 23, alunos com deficiência visual total do curso gestão comercial da Fatec Itaquaquecetuba, ganharam novo estímulo desde a chegada dos equipamentos de tecnologia assistiva. Ambos ingressaram na escola técnica em 2013; ele, no primeiro semestre; e, ela, no segundo.

A dupla recebeu da professora Cilene Cruz o apoio necessário para ampliar possibilidades de aprendizado e de retenção dos conteúdos transmitidos. Com empenho e disposição, aliados aos dois conjuntos de scanners e leitores de texto à disposição deles na biblioteca, tiram agora notas melhores que a média dos colegas em disciplinas de Exatas – área de conhecimento na qual tinham mais dificuldades.

Livro falado

O scanner é integrado ao leitor de texto e copia páginas inteiras de livros ou de cadernos, que podem ser posicionados em qualquer direção. De modo instantâneo, o dispositivo assistivo reconhece os caracteres impressos no papel e seleciona, com um retângulo, a primeira palavra da página. A partir daí, o aluno pressiona o botão de leitura no termo. Depois de ouvi-lo, avança para o seguinte.

“Demoramos um pouco para nos acostumar, mas estamos perfeitamente adaptados. Além de textos, o sistema nos permite usar planilhas, ao nos informar com exatidão em qual célula está o cursor”, revela a estudante.

Wodson comenta que os novos equipamentos são mais eficientes que a tradicional leitura em braile. “Quando acabo de ouvir uma página, o sistema salva o texto decodificado pelo equipamento em um arquivo, que uso depois para estudar em casa no meu notebook”, salientou.

Apoio

Mestre em sistemas de informação, Cilene teve experiência prévia com alunos com deficiência antes de ingressar na Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba. Lá, estruturou o projeto Horas de Atividades Especiais para trabalhar com a dupla.

A iniciativa solidária ganhou imediatamente a simpatia de toda a comunidade escolar e teve adesão incondicional dos profissionais diretamente envolvidos com os dois jovens com deficiência visual. Este grupo inclui o professor Francisco Tavares, coordenador do curso gestão comercial, o bibliotecário Leandro da Silva e seu auxiliar Carlos Baleeiro, além dos três alunos-monitores da formação do curso, Eliane Cruz, Gabriel da Silva e Tayná Caetano.

Reinvenção

“Se a tecnologia não pode resolver, uso a criatividade”, ressalta a professora Cilene. Um dos exemplos, explica ela, é usar uma sequência ordenada de pingos de cola em uma folha de papel para representar um gráfico de uma função numérica.

“Na verdade, nos reinventamos todos os dias. O senso comunitário e o apoio ao próximo são características muito positivas e valorizadas na Fatec de Itaquá”, diz o professor Tavares. Ele exemplifica a tese com a dedicação dos 12 alunos-monitores da escola.

Dos mil estudantes matriculados nos quatro cursos oferecidos pela escola (secretariado, gestão comercial, gestão de tecnologia da informação e gestão empresarial), o grupo dedica de quatro a oito horas semanais no auxílio aos colegas (turmas da manhã, tarde e noite) com dificuldade de aprendizado.

Serviço

Centro Paula Souza (capacitações)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2015. (PDF)