Respirando cada vez melhor

Operação da Cetesb constata redução de emissão de fumaça preta. Até setembro, companhia intensifica fiscalização dos veículos a diesel

O trecho Oeste do Rodoanel Mario Covas, na altura do quilômetro 13, em Barueri, foi um dos 21 pontos da Operação Inverno 2012 da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), iniciativa que envolve 500 fiscais e verifica as emissões de poluentes provenientes de veículos rodoviários movidos a diesel nas principais rodovias paulistas.

A Operação Inverno autua proprietário de veículo a diesel que estiver trafegando com motor desregulado ou usando combustível de má qualidade e emitindo fumaça preta acima dos limites previstos pela legislação estadual. A Cetesb fiscaliza o ano inteiro este tipo de veículos no território paulista e intensifica ações de controle da poluição do ar no outono e inverno.

De maio a setembro, as condições meteorológicas são mais desfavoráveis à dispersão de poluentes na atmosfera. Diminuem a umidade do ar e também chuvas e ventos e aumentam os riscos de doenças e mortes causadas pelo fumaça expelida por caminhões, ônibus, vans, picapes e camionetes.

Balanço

No total, 40.121 veículos a diesel passaram pelos pontos de fiscalização. Destes, 1.173 (2,9%) estavam com emissões acima do padrão legal. Ao comparar com a operação realizada em junho de 2011, houve redução nos problemas constatados: naquela ocasião, 1.458 veículos a diesel estavam acima dos padrões legais. Nos primeiros quatro meses de 2012, a fiscalização autuou 4.373 veículos. Em todo o ano de 2011, esse número chegou a 16.204 veículos.

Os veículos a diesel respondem por 28,51% das 63 mil toneladas de material particulado lançadas anualmente na atmosfera na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), área da capital e 38 cidades no seu entorno.

A queima direta ou indireta de combustíveis expele fumaça e partículas mais finas que penetram no organismo por meio da respiração. Também polui o ar com monóxido de carbono, ozônio, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Além de tóxicas, muitas destas substâncias têm potencial cancerígeno.

Vigiar para prevenir

As blitze caça-fumaça são realizadas com o apoio das Polícias Rodoviária, Militar e Ambiental. A fiscalização é feita com o veículo em movimento. Os agentes da Cetesb ficam preferencialmente em aclives – locais onde o motorista precisa acelerar para subir. Para verificar a emissão do escapamento usam a Escala de Ringelmann. Trata-se de um cartão de papel com um pentagrama vazado no meio que permite a identificação visual, por comparação, de cinco níveis de tonalidade da fumaça em tons de cinza.

O técnico fica de costas para o sol e segura o cartão totalmente estendido, a uma distância entre 20 e 50 metros do escapamento. Ele compara a fumaça vista pelo orifício com o padrão colorimétrico e assim determina a tonalidade do poluente. O Decreto Estadual nº 8.468/76 determina que nenhum veículo a diesel poderá emitir fumaça com densidade superior ao padrão 2 da escala, que corresponde a 20%. Os demais níveis, passíveis de punição, são 60%, 80% e 100%.

Depois da constatação visual, o fiscal avisa por rádio os policiais sobre a autuação. O comando fica geralmente 500 metros à frente e o veículo é então parado para conferência de documentos e verificação das demais condições. Neste momento, a fiscalização da Cetesb entrega a notificação de multa ao motorista. Não há apreensão do veículo nem inclusão de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor.

Desconto na multa

A multa ambiental básica por emissão excessiva de fumaça preta é de 60 Unidades Fiscais do Estado (Ufesps) e corresponde a R$ 1.106,40. Em caso de reincidências (até a quarta vez) o valor cobrado vai sendo dobrado progressivamente, até o máximo de 480 Ufesps, totalizando R$ 16.956.

Para incentivar a conscientização do proprietário – quando não se tratar de reincidência – o valor da multa pode ser reduzido em 70%. Após a autuação, o dono do veículo tem prazo de 20 dias para regular o motor do veículo em qualquer uma das 117 oficinas mecânicas cadastradas no Programa de Melhoria da Manutenção de Veículos a Diesel (PMMVD) da Cetesb.

Para evitar multa e melhorar a qualidade do ar, a Cetesb recomenda a revisão semestral do veículo e atenção especial para os mais velhos, com décadas de uso. A dica é observar sempre se a fumaça que sai do escapamento está visível. Se estiver é indicativo de emissão acima do limite legal.

Na oficina devem ser solicitadas verificação de filtros de ar e de combustível e regulagem do motor e bicos injetores, entre outros serviços. A lista completa de oficinas credenciadas está disponível no site da Cetesb. Estes estabelecimentos são inspecionados periodicamente pela agência ambiental paulista. A avaliação inclui vistoria da calibração dos equipamentos de acordo com a especificação dos fabricantes, treinamento de funcionários e análise de condições de limpeza e ambientais, entre outros quesitos.

Menos infrações

Vanderlei Borsari, gerente da Divisão de Transporte Sustentável e Emissões Veiculares da Cetesb, coordenador das blitze no Rodoanel, comenta que o número de autuações caiu mais de 30% nos últimos anos e segue diminuindo.

Os motivos, segundo ele, incluem maior conscientização dos proprietários de veículos, ações educativas realizadas nas oficinas de manutenção, montadoras e empresas de transportes e progressiva renovação da frota diesel paulista, estimada em 500 mil veículos. “Por agregar tecnologias mais eficientes, o motor do veículo mais novo polui menos, além de gastar menos combustível que os mais antigos”, comenta.

Vanderlei informa que a população também pode ajudar a melhorar a qualidade do ar no Estado. Para isso, basta denunciar veículos suspeitos de emitir fumaça em excesso pelo telefone 0800-113560 e pelo site da Cetesb.

Serviço

Mais informações no site, que traz a relação de oficinas credenciadas.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/06/2012. (PDF)

Polícia Militar Rodoviária completa 60 anos de serviços prestados em SP

Hoje, com quatro mil agentes e mil viaturas, a corporação atua em 24 mil quilômetros de rodovias paulistas

A Polícia Militar Rodoviária completa hoje, 10 de janeiro, 60 anos de serviços prestados à sociedade. Para celebrar a data será desencadeada a Operação 60 anos em toda a malha rodoviária paulista. A ação mobilizará todo o efetivo e visa fiscalizar e orientar o usuário das estradas e rodovias, em especial o motociclista. O objetivo é esclarecer as novas normas já em vigor, em questões como uso do capacete e transporte remunerado de cargas.

O comando central da Corporação fica na capital. A sede coordena a atuação de quatro unidades operacionais sediadas estrategicamente nas cidades de São Bernardo do Campo, Bauru, Araraquara e Jundiaí. Elas são subdivididas em 18 companhias. Duas atuam como Força Tática por meio do serviço Tático Ostensivo Rodoviário e as demais em 54 Pelotões e 130 Bases Operacionais.

Instituída em 1948 pelo governador Adhemar de Barros, foi criado o Grupo Especial de Polícia Rodoviária, com um efetivo de 60 homens, ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo 1º tenente José de Pina Figueiredo, da então Força Pública. A missão principal deles era manter a ordem pública, fiscalizar o trânsito e o transporte de mercadorias na recém-inaugurada Via Anchieta (SP-150), que interliga a capital à Baixada Santista.

Tarefas e parceiros

Hoje a PMR tem quatro mil agentes, mil viaturas (motos e automóveis) e atua em 24 mil quilômetros, divididos em rodovias, estradas, vicinais e acessos. Está presente em todo o território paulista e sua lista de tarefas cresceu. Inclui fazer policiamento ostensivo, atender usuários das estradas paulistas, autuar infratores, atender acidentes e emergências e socorrer vítimas em rodovias sem serviço de resgate.

Nestes 60 anos, o tenente Ceoloni da divisão de comunicação da PMR afirma que a corporação mantém viva sua diretriz inicial, de cumprir o papel constitucional de preservar a segurança pública, garantir a obediência às normas relativas à segurança do trânsito, evitar acidentes e assegurar a livre circulação de veículos e pedestres.

São parceiros importantes no trabalho da PMR o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa), a Agência Reguladora dos Transportes (Artesp) e as concessionárias de rodovias.


Fã de seriado

O subtenente Leonardo tem 47 anos e é um dos agentes mais antigos em atividade na PMR. Na infância, era fã do seriado televisivo O Vigilante Rodoviário e ao ingressar como soldado em 1982 realizou seu sonho de menino. Sempre atuou no comando do policiamento, na capital, e ao longo dos 26 anos fez cursos, foi promovido na carreira e lembra com saudades dos anos iniciais.

“Vivíamos tempos românticos, a criminalidade e o perigo nas rodovias eram menores. Fiz, porém, minha vida na Polícia Militar Rodoviária. Sou casado, pai de uma filha de 23 anos e, se pudesse voltar no tempo, faria a mesma escolha de novo”, diz orgulhoso.


Se for pegar a estrada

Para uma viagem tranquila e segura, a PMR recomenda cuidados especiais para o motorista:

  • Planejar a viagem com antecedência, definir itinerário, anotar telefones de emergência, localizar bases da Polícia e de pontos de apoio para eventuais paradas;
  • Fazer revisão geral do veículo antes da partida, com atenção especial para equipamentos obrigatórios, sistema de iluminação e sinalização do veículo, combustível e documentação de porte obrigatório;
  • Acomodar corretamente passageiros, bagagem e animais de estimação em compartimentos próprios;
  • Usar cinto de segurança em todos os assentos do veículo e cumprir com rigor todas as normas de trânsito, em especial às ligadas aos limites de velocidade e ultrapassagens em locais proibidos;
  • Não dirigir cansado ou com sono;
  • Utilizar faróis baixos acesos durante o dia nas rodovias.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/01/2008. (PDF)