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Programas do IPT ajudam empreendedores a melhorar processos e certificar produtos para os mercados interno e externo

As pequenas e médias empresas paulistas respondem por mais de 50% da produção industrial nacional e empregam mais trabalhadores que as grandes corporações. De olho nesse indicador, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia oferece apoio e aprimoramento tecnológico para negócios com faturamento bruto anual de até R$ 60 milhões.

Desde 1998, esse atendimento aos empreendedores é feito pelo Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa (NT-MPE) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A primeira iniciativa foi o Projeto Unidades Móveis (Prumo), direcionado aos setores de plásticos e borrachas. Depois, os serviços do projeto se estenderam para outros segmentos industriais – tratamento de superfícies, couros e calçados, madeira e móveis, cerâmica e confecções.

O Prumo é um atendimento com dois dias de duração. Inicialmente, um engenheiro e um técnico vão à sede da empresa e fazem diagnóstico do seu funcionamento. Depois, com base em análises técnicas, o proprietário é informado sobre como obter mais eficiência em seus processos, incluindo trabalhos com relação à compra e qualidade de matérias-primas.

Além do Projeto Prumo, o NT-MPE passou a oferecer outros serviços. Fernando Battola Júnior, assessor especial da secretaria, conta que, pela ordem cronológica, surgiram mais quatro modalidades de atendimento: Apoio Tecnológico à Exportação (Progex); Gestão do Processo Produtivo (Gespro); Qualificação de Produtos para o Mercado Interno (Qualimint) e Produção Mais Limpa (Prolimp).

Desde o início dos atendimentos, mais de 4 mil empresas foram contempladas com 1,2 mil adequações de produtos e serviços realizados. O objetivo é satisfazer exigências de compradores nacionais e internacionais. Assim, o IPT ajuda o empreendedor a produzir de acordo com as crescentes normas, regulamentos e certificações compulsórias exigidas pelos importadores.

Contrapartida de 10%

A proposta da pasta de Desenvolvimento é usar a tecnologia, laboratórios e técnicos do IPT para capacitar as empresas paulistas. Por meio de seus ensaios, projeta torná-las fornecedoras de produtos e serviços cada vez mais competitivos no cenário nacional e internacional. O instituto cobra pelo serviço de acordo com a especificidade de cada pedido, mas, em média, o empresário contratante paga 10% dos custos e os 90% restantes são bancados pelo Estado.

Como exemplo de serviço prestado, a pesquisadora Mari Katayama, do NT-MPE, cita uma série de trabalhos prestados para a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). Antes da exportação, a equipe do IPT verifica todas as normas e regulamentos vigentes no país importador.

Nos ensaios, ela destacou a observação de quesitos de segurança elétrica, compatibilidade eletromagnética dos equipamentos, entre outras análises, que podem ser realizadas nas áreas de eletroeletrônica, segurança ambiental, saúde, etc.

“As normas do comércio internacional são cada vez mais restritivas. A proposta é apoiar o pequeno e médio empreendedor brasileiro, muitas vezes carente de recursos, a aprimorar e exportar seus produtos”, destacou Mari.


Economia e eficiência

Walmiro de Castro, proprietário da Rolocastro, empresa instalada em São Mateus, zona leste da capital, contratou por duas vezes o serviço Prumo do IPT. Criado em 1994, o negócio familiar montado no quintal da residência pelo ex-engenheiro de manufatura da Ford emprega pai, esposa, casal de filhos e mais três funcionários.

A Rolocastro produz revestimento de borracha para cilindros que equipam máquinas da indústria gráfica. Duas vezes, em 2009 e em 2013, Walmiro recorreu aos serviços do IPT. Ele conta ter conhecido o serviço por intermédio do Sebrae. No primeiro atendimento, a missão da unidade móvel foi descobrir qual problema existia com a formulação (mistura) de matérias-primas para a produção da borracha.

No primeiro atendimento, a missão da unidade móvel foi descobrir qual problema existia com a formulação (mistura) de matérias-primas para a produção da borracha. A dupla de profissionais (técnico e engenheiro) analisou todos os processos internos da empresa e descobriu que um dos 17 ingredientes usados na composição dos revestimentos estava fora das especificações. Com o problema resolvido, a Rolocastro diminuiu em 18% os custos com produtos e a durabilidade do produto aumentou 30%.

“Os índices obtidos foram aferidos nos laboratórios do IPT”, conta Walmiro. Satisfeito com o serviço, solicitou nova consulta quatro anos depois, para uma demanda diferente. Desta vez a missão foi desvendar por que surgiram bolhas na borracha durante o processo de vulcanização, uma das etapas de produção da empresa. Quinze dias depois da análise, o mistério fora solucionado. “Se não fosse pelo IPT, eu não teria como pagar pelos serviços”, finaliza Walmiro.


Conheça os projetos

Prumo: Técnicos do IPT vão até a empresa com a unidade móvel dotada de laboratório para a realização de análises e ensaios. Atende aos setores de madeira/móveis, couro/calçados, tecidos/confecções, plástico, cerâmica, borracha e tratamento de superfície. Esses atendimentos têm piso de R$ 5 mil.

Qualimint: Tecnologia para empresas que desejam aumentar a qualidade de seus produtos. Atendimentos têm piso de R$ 25 mil.

Progex: Voltados para quem deseja exportar e necessita adequar produtos para competir com importados ou atender às exigências de compradores locais. Atendimentos têm piso de R$ 28 mil.

Gespro: Dirigido ao aperfeiçoamento do controle de estoque, cumprimento de prazos e controle de qualidade dos produtos. Os atendimentos têm piso de R$ 17 mil.

Prolimp: Atende a empresas com produção destinada a atividades sustentáveis, que procuram optar por processos produtivos mais limpos, focando na diminuição de suas emissões gasosas e líquidas, da quantidade de rejeitos além de realizar consumo racional de matérias-primas e oferecer a destinação correta a seus resíduos e atenção ao ciclo de vida de seus produtos. Os atendimentos têm piso de R$ 25 mil.

Serviço

IPT
E-mail: ntmpe@ipt.br
Telefone (11) 3767-4204

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/08/2013. (PDF)

Núcleo para abrigar inovações

Centro empresarial na capital reunirá negócios inovadores de portes variados; investimento inicial na sede é de R$ 15,7 milhões

O Governo de São Paulo deu início às obras de adequação e reforma do Núcleo Central do Parque Tecnológico SP Jaguaré. O investimento inicial é de R$ 15,7 milhões e a sede será instalada no edifício do antigo Museu de Tecnologia de São Paulo, desativado na capital em 2010.

O Núcleo Central do futuro complexo de empresas abrigará novos negócios de diversos portes baseados em produtos e serviços inovadores. Fica localizado no entorno da Avenida Engenheiro Billings, altura do número 500, na Cidade Universitária, zona oeste.

A região concentra o maior polo gerador de ciência e tecnologia da América Latina, com a produção acadêmica regular da Universidade de São Paulo (USP) e dos institutos vizinhos, como de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Butantan.

O terreno do Parque Tecnológico SP Jaguaré tem 46 mil metros quadrados de extensão. A sede do complexo terá centros de inovação, escritórios de financiadoras de projetos, serviços de administração, de apoio e áreas para eventos, com auditórios e espaços para exposições. A expectativa é que a obra esteja concluída até o final deste ano.

De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), idealizadora do projeto, a lista de negócios potenciais é extensa. Inclui empresas baseadas em setores ligados à tecnologia da informação, comunicação, saúde, nanotecnologia, fármacos e centros de pesquisa e desenvolvimento em acessibilidade e usabilidade em projetos para pessoas com deficiências, entre outros.

Além de gerar emprego, renda e investimentos, a intenção do projeto é também estimular competitividade, sustentabilidade, conhecimento e inovação tecnológica. Assim, a proposta é prover no local interação entre instituições de pesquisas, universidades e empresas, que serão captadas pela entidade gestora do parque tecnológico.

Parques tecnológicos

Criado em 2006, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) oferece apoio e suporte a novas empresas baseadas em ciência e inovação. No Estado, há 28 iniciativas para instalação de novos empreendimentos: cinco com credenciamento definitivo no sistema, 14 provisórios e nove em estudos.

Com credenciamento definitivo, a lista inclui São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto, Santos e Piracicaba. Nos provisórios, as cidades selecionadas são Araçatuba, Barretos, Botucatu, Campinas (Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, CPqD e CTI-TEC), Ilha Solteira, Santo André, São Carlos (ParqTec e Eco Tecnológico), São José do Rio Preto, São Paulo (Jaguaré e zona leste) e São José dos Campos (Univap). Por fim, seguem em estudo as unidades Campinas (Ciatec), Rio Claro, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Grande ABC, Guarulhos, Jundiaí, Pirassununga e Bauru.

A empresa que se instalar em parque tecnológico do SPTec com credenciamento definitivo poderá participar do programa estadual de incentivos fiscais, chamado Pró-Parques. Além disso, instituições de apoio e empresas de base tecnológica poderão utilizar créditos acumulados de ICMS ou diferir o imposto para pagamento de bens e mercadorias a serem usados na realização de investimentos e no pagamento de ICMS relativo à importação de bens destinados ao ativo imobilizado.


Como integrar ao SPTec

Para fazer parte do SPTec, a prefeitura ou a entidade gestora do parque tecnológico deve encaminhar ofício à SDECT e solicitar inclusão no sistema. Após a aprovação dos documentos, o credenciamento é efetuado por meio de resolução válida por dois anos. Para obter credenciamento provisório no sistema, o interessado deve enviar à secretaria comprovação de propriedade de uma área de no mínimo 200 mil metros quadrados.

E mais: remeter documento manifestando o apoio à implantação do parque subscrito por empresas locais, bem como centros e instituições de ensino e pesquisa; apresentar projeto básico do empreendimento, contendo o esboço do projeto urbanístico e estudos prévios de viabilidade econômica, financeira e técnico-científica e, por fim, requerimento justificando o pleito.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/01/2013. (PDF)

Parceria IPT e CDHU reduz 30% da conta de luz em moradia popular

Tecnologia de aquecimento solar desenvolvida para moradias também é capaz de diminuir consumo de água pela metade

Um projeto-piloto realizado em 2003 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) se tornou padrão para a construção de moradias populares no Estado de São Paulo. Durante um ano, no município de Cafelândia, na região centro-oeste paulista, o IPT orientou a instalação de uma tecnologia que combina aquecedores de água baseados em energia solar com o chuveiro elétrico convencional. E monitorou, em 50 residências de um conjunto habitacional, o consumo de água e luz durante o banho dos moradores.

A pesquisa teve apoio da prefeitura local e parcerias da Transsen (fabricante de aquecedor solar) com a CDHU, e mais duas empresas produtoras de chuveiros elétricos. Para pré-avaliar o consumo foi feita simulação no Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento do IPT.

Depois, o teste foi aplicado na prática, noite e dia, nas quatro estações do ano. Os resultados, incluindo monitoramento em tempo real pelos pesquisadores, indicaram queda, pela metade, da água utilizada nas moradias e economia de no mínimo 30% nos relógios de luz.

No sistema híbrido (solar e elétrico) aprimorado pelo IPT, cada moradia de baixa renda tem seu sistema exclusivo para pré-aquecer a água por irradiação solar. O coletor solar do sistema garante produção mínima mensal de 142,6 kWh. Aproveita um fenômeno físico conhecido como termossifão e funciona de modo automático e ininterrupto.

O conjunto de coletor e reservatório revestido de aço inox, de 200 litros, é instalado sobre o telhado da casa ou do prédio do conjunto habitacional. Por meio dele, a água do reservatório circula por canaletas internas do coletor e retorna aquecida para o reservatório, em tubulações de cobre. Quando está cheio, em média, proporciona de cinco a seis banhos diários com água em volume suficiente.

Mistura sustentável

Para tomar banho, o funcionamento é semelhante ao usado em muitos hotéis, com duas torneiras: uma de água quente, vinda do telhado, e outra de fria, com a ligação da rua. A mistura de ambas atinge, em poucos segundos, a temperatura máxima recomendada sem causar queimaduras, de 39ºC. E em períodos com pouca oferta de sol, a água é aquecida pelo chuveiro de modo convencional, com eletricidade.

O sistema consegue aquecer água a até 70ºC. Tem uso combinado com chuveiro de potência reduzida e dispensa apoio elétrico no reservatório. O eletrodoméstico foi a opção escolhida por ter baixo custo de fabricação e por ficar ligado durante pouco tempo. O equipamento oferece altíssima eficiência energética, capaz de transformar quase a totalidade de eletricidade em calor – chegando próximo dos 100% de eficiência.

O conhecimento adquirido em Cafelândia foi transformado em documento técnico do IPT para a CDHU sobre o assunto. Desde 2008, o modelo híbrido de aquecimento vem sendo adotado no Programa Minha Casa Minha Vida, iniciativa de habitação popular da Caixa Econômica Federal. Também é usado por concessionárias paulistas de fornecimento de eletricidade, como EDP Bandeirante e CPFL.

O técnico Douglas Messina, responsável pelo projeto no IPT, comenta que a tecnologia pesquisada reúne o máximo de eficiência do sistema solar e do elétrico. Ele afirma ser possível estender a economia proporcionada pelo mesmo para áreas com oferta solar abundante na maior parte do ano. A lista de localidades inclui Estados brasileiros, como os da região Nordeste; e mais o México e muitos países africanos.

Construtores e usuários

No território nacional, Douglas comenta que são dois os principais desafios para a expansão do sistema híbrido. O primeiro é disseminar entre os construtores o conceito de incluir o aquecimento solar ainda na fase da “prancheta”. E, deste modo, abordar aspectos técnicos obrigatórios, como questões estruturais, hidráulicas, de segurança, pressão da água, entre outras.

Uma possibilidade seria a instituição, pelo MEC, de uma disciplina obrigatória sobre aquecimento solar em residências na grade horária de cursos técnicos, como o de Edificações, e superiores, como o de Engenharia Civil.

O segundo desafio é conscientizar os usuários para prevenir desperdícios. Medidas simples são capazes de potencializar a economia de água e de luz em quaisquer moradias. As recomendações são reduzir o tempo de banho, ajustar o termostato do chuveiro à temperatura ambiente, e regular a vazão do eletrodoméstico de modo a obter uma quantidade suficiente de água.

“Do ponto de vista da sustentabilidade, o maior desafio hoje para o Brasil não é gerar eletricidade. Há opções hidrelétrica, termoelétrica e até nuclear, se houver necessidade. A necessidade mais urgente é a de economizar água, recurso natural finito e não renovável”, observa Douglas. “Um dos próximos passos do Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento do IPT será aprimorar a tecnologia para o uso do gás combustível, que também oferece grande potencial para gerar economia”, conclui.


Sem sustos na hora da fatura

“Nunca mexo no termostato do chuveiro. O banho aqui é tão gostoso que nem dá vontade de sair”, conta a dona de casa Aparecida Donizete da Silva. Ela mora com marido, dois filhos e dois netos em uma das 1.680 unidades do conjunto habitacional de prédios inaugurado em outubro de 2003, no distrito César de Sousa, em Mogi das Cruzes.

De acordo com o IBGE, o condomínio construído pela CDHU abriga 5 mil famílias com média de 3,4 habitantes cada. Sem elevadores, é dividido em cinco áreas com 17 blocos de 20 apartamentos cada. Exclusivo para cada moradia, o kit com o SAS foi instalado no telhado dos prédios por meio de convênio com a EDP Bandeirante.

No conjunto habitacional, a concessionária de energia regula aquecedores e chuveiros para oferecer banhos com temperatura máxima de 39ºC. Aparecida é síndica da área J1. Antes de realizar o sonho da casa própria, morava de aluguel e não conhecia o sistema de aquecimento solar.

Com seis moradores e oito banhos diários, a conta de água da família de Aparecida nunca ultrapassou R$ 30; e a de luz se mantém estável em R$ 65. A economia permitiu a compra, em prestações, de eletrodomésticos, como TVs com telas planas para a sala e o quarto do casal.

A dona de casa se diz satisfeita com o sistema. Comenta que, nos meses de inverno, os banhos tendem a ser mais longos, mesmo com os familiares já adaptados ao sistema. “A única situação diferente é quando recebo visita. Preciso orientar o convidado para abrir a torneira de água quente antes da fria. Mas é rapidinho e nunca ninguém reclamou”, diz sorrindo.


Os caminhos da água quente

Sistema de Aquecimento Solar da Água (SAS) é o nome técnico da solução híbrida que equipa novos projetos de conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O dispositivo segue as normas do Decreto nº 53.336, de 20 de agosto de 2008, que instituiu o Programa Estadual de Contratações Públicas Sustentáveis (PECPS).

Com viés social, a CDHU hoje tem o maior programa em eficiência energética para banho da América Latina. Além de estabelecer economia de água e de energia, também sugere adoção de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente, como reduzir poluentes e usar produtos de baixa toxicidade. Desde a sua efetivação, em 2009, foram instalados 30 mil kits de SAS no Estado, divididos em quatro áreas.

A primeira reúne municípios das regiões de Taubaté, Baixada Santista, Campinas e Sorocaba; a segunda, de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Araraquara; a terceira, de Bauru e Marília, e a quarta, de Presidente Prudente e Araçatuba. Para o futuro, a meta da CDHU é também adotar o SAS em empreendimentos na capital e em municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) ainda não contemplados.

O sistema de aquecimento solar da água adotado pela CDHU segue requisitos de diversos órgãos de referência e iniciativas sustentáveis. A lista deles inclui Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Programa Nacional de Conservação e Energia Elétrica, responsável pelo Selo Procel.

Eduardo Baldacci, gestor de eficiência elétrica da CDHU, explica que a proposta principal é melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda e ampliar suas possibilidades financeiras com a economia proporcionada. “Já para a administração pública, a tecnologia permite poupar recursos em infraestrutura, em especial no processo do sistema elétrico nacional conhecido como Geração, Transmissão e Distribuição (GTD)”, analisa.

O gestor também destaca a evolução nos editais de contratação e termos de referência de serviços e produtos e o aumento das exigências da CDHU, sobretudo em aspectos como qualidade e durabilidade dos equipamentos. “Acabamos por favorecer a pesquisa e o desenvolvimento dos chuveiros e aquecedores solares nacionais. A meta é ter o SAS mais barato, porém capaz de maximizar a economia e a eficiência energética”, explica.

Dois caminhos

Para ser incorporado na moradia popular, o sistema híbrido de aquecimento pode vir de dois caminhos. O primeiro é a ata de preços. Por meio dela, a CDHU licita a compra e instalação dos conjuntos de aquecedores solares, de acordo com a Lei nº 8.666, de 1993. E repassa ao fabricante, por meio de cláusula no contrato do edital, a tarefa de instalar, orientar o morador sobre o uso adequado e oferecer assistência técnica durante cinco anos, período de garantia do equipamento, cuja vida útil é de 20 anos.

Eduardo informa que, desde 2009, início do projeto, menos de 0,5% do total de aquecedores instalados teve relato de algum problema. E se for necessário, pelo contrato, o fornecedor vencedor da concorrência também arca com custos referentes à retirada, transporte, ensaios e reposição do equipamento. Nesta modalidade, já foram instalados 19,5 mil SAS em 131 cidades paulistas.

O outro tipo de instalação dos aquecedores é por meio de convênio firmado entre a CDHU e as concessionárias de fornecimento elétrico do Estado. Pelo contrato, as empresas doam e instalam os equipamentos para os mutuários, como contrapartida à Lei Federal nº 9.991, de 2000, que as obriga a investir 1% de seu faturamento anual em programas de pesquisa e desenvolvimento em eficiência energética.

O convênio com as empresas é um tipo de contrato imposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As concessionárias podem colocá-lo em prática de acordo com os seus próprios critérios.

Por meio dele foram instalados 10,5 mil sistemas híbridos em 17 municípios paulistas. No total, a CPFL responde por 6,5 mil, o grupo EDP Bandeirantes por 4,8 mil e a Eletropaulo tem mais 5 mil, sendo que estes últimos serão colocados em funcionamento até o final de 2013.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/10/2012. (PDF)