Destruição do habitat original e tráfico ilegal expuseram quatro espécies brasileiras do primata ao risco de extinção
O Zoológico de São Paulo apresenta seus novos moradores, nascidos dia 19 de agosto: dois filhotes de mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), espécie nativa da fauna brasileira ameaçada de extinção. A gestação durou 130 dias e, agora, vão se juntar aos seus pais e irmãos mais velhos, nascidos em 2003.
O mico-leão-de-cara-dourada é um primata endêmico da Mata Atlântica. Além dele, mais três espécies são originárias do Brasil: o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) e o mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara), igualmente ameaçadas de extinção, por causa do tráfico ilegal e da degradação do habitat original dos animais. De hábitos diurnos, são arborícolas (vivem nas árvores) e se alimentam de frutos, néctar, insetos, pequenos vertebrados e gomas de árvores. Os visitantes podem conhecer os filhotes de terça-feira a domingo, na Alameda das Aves.
Em 47 anos, zoo recebeu mais de 70 milhões de visitantes
Desde sua abertura em 1958, o Zoológico de São Paulo recebeu mais de 70 milhões de visitantes. Localizado numa área de 825 mil metros quadrados de Mata Atlântica original, o parque preserva nascentes do histórico Riacho do Ipiranga, que acolhe exemplares de aves de várias espécies, além de aves migratórias.
Assim como o lago, a mata abriga animais nativos de vida livre, que formam fauna paralela. Exibe mais de 3,2 mil animais: 102 espécies de mamíferos, 216 de aves, 95 de répteis, 15 de anfíbios e 16 de invertebrados. Todos mantidos em recintos e terrários amplos e semelhantes ao habitat natural. O parque promove atividades de lazer e orienta o público sobre a variedade e diversidade da fauna.
Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial
Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/09/2005. (PDF)