População desconhece riscos do reumatismo em crianças e jovens

Falta de tratamento pode deixar sequelas graves, como perda de movimentos em braços ou pernas e tornar o paciente dependente da família

Muitos acreditam que as doenças reumáticas são exclusivas da população adulta. Vários sintomas, de fato, são associados com moléstias degenerativas e sinais como desgaste de cartilagens, enfraquecimento muscular e perda de massa óssea. No entanto, um grande número de reumatismos aflige também a população infantil com evidências semelhantes, como dor e rigidez nas articulações.

Cláudia Goldenstein Schainberg, professora de Reumatologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e chefe do Ambulatório de Artrites da Infância e Juvenil do Hospital das Clínicas, explica que os principais sintomas da artrite reumatóide juvenil são inchaço, dor e dificuldade de movimento nas articulações eventualmente associados à febre prolongada e sem causa evidente.

“A doença é rara, incide três vezes mais em pacientes do sexo feminino e afeta jovens e crianças menores de 16 anos”, informa. Além da enfermidade afetar as juntas, pode acometer órgãos como coração, olhos, músculos, tendões, fígado ou mesmo a pele. Pode durar anos, com períodos eventuais de remissão e atividade, quando o paciente sente dores e febre. Não é fatal, mas a falta de tratamento pode deixar sequelas graves, como perda de movimento em braços ou pernas e tornar a criança totalmente dependente. É importante salientar que, se tratada de forma adequada, permite vida independente e de boa qualidade na maior parte dos casos”, explica a médica.

Sintomas

De uma hora para outra, a criança cai repetidamente, tropeça ou caminha com dificuldade e abandona atividades rotineiras e comuns como correr ou jogar bola. Ou então sente algum tipo de dor que pode ser constante e não melhora com analgésicos, até mesmo em repouso e tem o sono afetado durante a noite.

Isso pode ser sinal de algum problema reumatológico, inflamação nas juntas causada por fatores diversos, como má postura e infecções na garganta além de predisposição genética. Na eventualidade de queixas desse tipo, recomenda-se levar a criança ao médico o mais rápido possível, evitando adiar a consulta e havendo necessidade, este a encaminhará para especialistas em reumatologia pediátrica.

Muitas vezes, a doença demora para ser identificada e, no período de um ano, o paciente passa por vários especialistas sem obter o diagnóstico. Dependendo da causa, o tratamento requer antiinflamatórios, antibióticos e drogas para prevenir a progressão, além de fisioterapia e psicoterapia.

Consultas

A médica Cláudia Schainberg ressalta que deve ser evitado o uso de medicamentos por conta própria ou “simpatias” e remédios caseiros. De cada cem crianças, duas apresentam queixas reumatológicas em consultas médicas. O ambulatório de artrites da infância da USP oferece atendimento gratuito para crianças e adolescentes. Mais informações podem ser obtidas no site do serviço.

Os pacientes devem observar a dosagem correta das medicações prescritas e praticar atividades físicas para manter a função articular. O apoio de pais, professores e amigos da escola é essencial para o paciente mirim superar a doença e as limitações acarretadas.

Incidência

Estima-se que 25% das doenças reumáticas ocorram em menores de 16 anos nos países desenvolvidos e que este porcentual seja ainda maior nos mais pobres. No Brasil, a febre reumática é a de maior incidência seguida da artrite reumatóide juvenil.

A lista inclui ainda o lúpus eritematoso sistêmico, dermatopolimiosite, esclerodermia, vasculites e as doenças não inflamatórias como a fibromialgia e a Síndrome da Hipermobilidade. Além disso, não é raro o reumatologista pediátrico ser chamado para opinar em doenças não reumatológicas, como leucemias, anemias e problemas de tiróide, que afetam também o sistema músculo-esquelético.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/10/2003. (PDF)

Semana de Geografia da USP revê ensino da matéria na rede pública

Encontro é direcionado para professores da disciplina que terão como convidado o docente Aziz Ab’Saber, referência internacional no assunto

Os graduandos de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) promoverão, de 13 a 18 de outubro, o seminário A Universidade e a Comunidade no Aprendizado de Geografia: Outros Espaços na Cidade Universitária, capital. A iniciativa é um projeto de extensão universitária direcionado para professores de geografia da rede pública de ensino. Foi concebido para valorizar o ensino e o aprendizado da disciplina como premissa na formação do cidadão.

No encontro serão mostrados trabalhos produzidos em escolas de ensino fundamental e médio da rede pública da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). As apresentações serão de segunda a sexta-feira, das 13 às 18 horas e os estudantes dividirão espaço com os alunos da USP.

Nos dias do seminário, os professores da rede pública podem participar de oficinas diárias, entre 8 e 12 horas. O número de vagas é limitado e os interessados podem se inscrever até o dia 3 pelo telefone (11) 3091-3714, de segunda a sexta-feiras, das 16 às 19 horas. Serão emitidos certificados para os participantes das oficinas.

Ao longo do evento, estão previstas apresentações artísticas e no sábado (18), das 9 às 13 horas, o evento será finalizado com mesa-redonda dirigida pelo professor Aziz Ab’Saber, referência internacional em geografia.

Oficinas diárias

O ensino de Geografia e o uso de vídeo em sala de aula – por Glória Alves – 13 – 10 – 25 vagas. Objetivos: discutir e trabalhar com os docentes a utilização de materiais audiovisuais, destacando o auxílio do vídeo para ensinar geografia. Serão discutidos quais vídeos apresentar, como fazê-lo, como registrar e como avaliar o trabalho desenvolvido com os alunos.

Material Didático em Geografia – por Mário de Biasi – 13 – 10 – 25 vagas. Objetivos: Serão elaborados três modelos cósmicos de forma reduzida, com o intuito de ajudar o docente nas aulas, facilitando a visualização e melhor compreensão da realidade. Os modelos são mapas perfurados que incluem maquete do sistema Sol-Terra e de sistemas de altas e baixas pressões.

Geografia política contemporânea – por Wagner Ribeiro – 13 – 10 – 40 vagas. Objetivos: discutir as mudanças políticas no mundo atual; clássicos da geografia política e textos de analistas do sistema internacional contemporâneo; analisar a situação do Brasil no cenário internacional e preparar um plano de aula para abordar a geografia política contemporânea.

Paisagem, Arte e Geografia – por Jacqueline Myanaki – 13 – 10 – 25 vagas. Objetivos: ampliar os caminhos da interdisciplinaridade na área de ensino-aprendizagem e proporcionar reflexão sobre a possibilidade de articular os conhecimentos de artes e geografia, com ênfase na percepção e construção da noção do conceito de paisagem geográfica a partir da utilização de reproduções de quadros de artistas brasileiros.

Construindo mapas com texturas – por Carla de Sena – 13 – 10 – 30 vagas. Objetivos: Sensibilizar os professores para a importância da cartografia tátil no ensino de geografia para alunos e deficientes visuais por meio da técnica da colagem.

“Flutuando…” – A estrutura e as proporções da Terra – por Tarik Rezende de Azevedo – 14 – 10 – 25 vagas. Objetivos: repensar o planejamento e a prática pedagógica relacionados ao ensino de geografia física, propondo alternativas para superar as dificuldades encontradas. Serão abordados conceitos básicos da climatologia, hidrografia e geomorfologia.

Sociedade e Natureza sob a Ótica da Cartografia – por Ana Maria Mastrangelo – 14, 15 e 16 – 10 – 25 vagas. Objetivos: alfabetização cartográfica com noções de escala, proporção e legenda; visão tridimensional e bidimensional e construção de maquete. Trabalho com plantas e guias de rua.

Análise de relevo com aplicação de imagens de sensores remotos – por Jurandyr Ross – 14, 15, 16 e 17 – 10 – 25 vagas. Objetivos: apoio ao ensino e aprendizagem de geografia no ensino fundamental e médio, proporcionando familiarização com a identificação de compartimentos e formas de relevo por meio da interpretação de imagens de sensores remotos.

A Geografia e a construção da cidadania – por Amélia Damiani – 15 – 10 – 25 vagas. Objetivos: a noção de cidadania abrange o sentido que se tem do lugar e do espaço. O meio social exige a discussão da apropriação. O cidadão se definiria como tal, quando vivesse a condição de seu limite enquanto espaço social, reconhecendo sua produção e se reconhecendo nela. A oficina visa a discutir como despertar os alunos e fazê-los se reconhecer como cidadãos.

Migrações e Trabalho – por Lea Francesconi – 15 – 10 – 25 vagas. Conteúdo: Migrações como mobilidade do trabalho. Mudanças recentes no mundo do trabalho. Traçado no mapa da origem e roteiro de migração da turma. Questões: Quem é migrante? Quem é o migrante?

Geografia e a Questão Agrária: diálogos e práticas sobre o ensinar e o aprender – por Heitor Antônio Paladim Júnior – 16 e 17 – 10 – 50 vagas Objetivos: por meio da “Dinâmica da Tempestade Mental”, discutir o que é questão agrária e como ela aparece no ensino de geografia.

Cultura e Turismo no Ensino de Geografia – por Regina Araújo de Almeida – 16 e 17/10 – 35 vagas. Objetivos: apresentar o turismo e a cultura como temas transversais no currículo do ensino regular das escolas, propondo atividades práticas que levem os temas para a sala de aula.

Serviço

Semana de Geografia – de 13 a 18 de outubro
Avenida Prof. Lineu Prestes, 338 – Cidade Universitária – capital

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 27/09/2003. (PDF)

Educação programa homenagem para Lygia Fagundes Telles na Sala São Paulo

Na solenidade será celebrado o 30º aniversário de apresentação do romance As Meninas, da escritora paulistana

Neste domingo, às 18 horas, a Secretaria Estadual da Educação (SEE) homenageará a escritora Lygia Fagundes Telles, na Sala São Paulo, capital. Na solenidade será proposto o 1º Prêmio de Literatura Lygia Fagundes Telles – Concurso Professor Escritor, competição bienal que premiará as melhores poesias, contos e ensaios produzidos por educadores e professores da rede pública de ensino.

A homenagem celebra o 30º aniversário de lançamento da obra As Meninas, terceiro romance e trabalho preferido da autora de 80 anos. Em 1973, o livro conquistou importantes prêmios literários do País, como o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (ABL); o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL); e o de Ficção, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Plateia de admiradores

No dia da solenidade, o telão veiculará depoimentos de amigos e colegas de profissão da escritora paulistana. Além disso, dez escolas da rede pública representarão por meio de dança, pintura e desenho o célebre texto de 1973.

O filme homônimo inspirado na obra As Meninas, produzido em 1995 por Emiliano Ribeiro, também será relembrado. Algumas cenas serão exibidas, e a Orquestra Sinfônica Cultura executará músicas da trilha sonora original da película.

Na solenidade comparecerão imortais das academias Paulista e Brasileira de Letras, e representantes da CBL e da União Brasileira dos Escritores (UBE). Participarão, também, reitores de universidades, que oferecem cursos de Letras. Escritores, livreiros, artistas, dirigentes de ensino, professores e alunos da rede estadual completarão a plateia de admiradores.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/09/2003. (PDF)