Reorganização da Polícia Civil reduz roubos

Com custo zero, Plano de Modernização do Decap conquistou o 3º lugar no 7º Prêmio Polícia Cidadã; ação ampliou também o número de esclarecimentos de delitos

Reorganizar, de modo eficaz e sem custos, a estrutura do Departamento da Polícia Judiciária da Capital (Decap) e, a partir dessa medida, melhorar os indicadores criminais da cidade de São Paulo. Com essa meta, um grupo de delegados do Decap conseguiu aumentar o número de esclarecimentos de delitos, reduzir as ocorrências de roubos no ano passado e, assim, conquistar o terceiro lugar no 7º Prêmio Polícia Cidadã – Propagando Boas Práticas – concurso promovido pela organização não governamental Instituto Sou da Paz (ver boxe).

A reestruturação funcional rendeu troféu e prêmio de R$ 8 mil para o então diretor do Decap Domingos Paulo Neto e equipe, formada pelos também delegados Fernando Melo, José Vicente Barreto Fonseca, Ricardo Bina e Rui Baracat. O conceito principal adotado no Plano de Modernização do Decap é concentrar informações e priorizar o trabalho de investigação, sobretudo dos crimes contra o patrimônio, sem descuidar, contudo, do atendimento ao público e das condições de trabalho e de qualidade de vida dos policiais.

Diretrizes

Hoje, atuando na Corregedoria-Geral da Polícia Civil, o grupo premiado seguiu quatro premissas na reorganização: aprimorar o plano de gestão do departamento; ampliar e qualificar sua estrutura de inteligência; se aproximar da sociedade, estreitando laços; e promover o diálogo interno no Decap.

Uma das estratégias bem-sucedidas foi transferir delegados, escrivães e investigadores para distritos próximos de onde residem e adaptar o expediente das denominadas Equipes de Polícia Judiciária (EPJs) aos horários e locais com mais ocorrências, seguindo critérios técnicos. A medida, explicam os premiados, trouxe economia de tempo, compatibilizou a quantidade de profissionais em cada unidade policial com o número de ocorrências e permitiu aos agentes saberem mais sobre o perfil da região onde atuam.

Organograma

Com efetivo de 6 mil policiais e 1,4 mil viaturas, a Polícia Judiciária da Capital é a maior em estrutura da América Latina. Possui, além da sede, 93 delegacias distritais, oito seccionais, nove de defesa da mulher, oito de proteção ao idoso e uma para pessoa com deficiência.

Segundo os delegados, remanejar os agentes foi um trabalho de grande amplitude e abrangência. “Analisamos a incidência e a natureza de cada delito por toda a extensão territorial da cidade, com olhar especial para os roubos, o que ensejou a criação de 93 EPJs especializadas nesse tipo de ocorrência”, complementaram.

Integração

Ao longo desse processo, a população teve vez e voz por meio de diálogo entre o Decap e os representantes dos Conselhos Estaduais de Segurança (Consegs) da capital, eleitos pela sociedade. Internamente, todos os policiais foram informados sobre as propostas e puderam sugerir melhorias e aprimoramentos no plano.

Entre as soluções encontradas, as principais foram concentrar pessoal e recursos nos distritos com mais ocorrências, rever a dinâmica do atendimento emergencial, com rápida difusão de informações relevantes à EPJ patrimonial, para evitar deslocamentos desnecessários e ampliar a eficiência da investigação.

Outras medidas incluíram estimular todos os profissionais da delegacia a ter visão ampla e sistêmica sobre os crimes cometidos em sua área de abrangência, assim como reforçar o trabalho de investigação e de integração interna e externa dos agentes. “O conceito é o seguinte: o delegado que atende a ocorrência normalmente fica responsável por sua conclusão”, destacam os agentes premiados.

Balanço

Os números apurados na capital pela Polícia Civil têm sido favoráveis. Na comparação entre os anos 2013 e 2014, o esclarecimento de latrocínios subiu de 78 para 95 casos (+21,8%), os arrastões diminuíram de 287 para 37 (-71,1%) e os assaltos a condomínios caíram de 23 para 16 (-30,4%).

Com relação aos roubos, os períodos avaliados foram o primeiro e o segundo semestre de 2014. Neles, a subtração de veículos decresceu de 26.420 para 22.954 (-13,1%) e outras perdas de bens mediante violência tiveram queda de 82.490 para 77.613 (-5,9%).


Redução da criminalidade é o foco

Realizado desde 2002 pelo Instituto Sou da Paz, o concurso bianual destaca ações capazes de prevenir e reduzir a criminalidade e servir de referência para unidades de segurança pública de todo o País. A edição 2014/2015 foi patrocinada pela Imprensa Oficial e família Cláudio Haddad, tendo como mote a diminuição de roubos nos 645 municípios paulistas.

Mais de 60 projetos concorreram aos três prêmios principais do concurso: de R$ 20 mil, R$ 12 mil e R$ 8 mil. Na avaliação dos trabalhos, foram consideradas questões como a valorização e preservação da vida, o uso proporcional da força, a não discriminação e a redução do sentimento de insegurança.

A lista dos vencedores do prêmio pode ser consultada no site do instituto, que traz também vídeos dos três projetos mais bem colocados (ver serviço). A divulgação dos nomes dos ganhadores ocorreu em solenidade realizada no Teatro Municipal, na capital, no dia 19 de maio.

Serviço

Prêmio Polícia Cidadã
Visualização dos vídeos dos três projetos vencedores

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/06/2016. (PDF)

São Paulo ganha mais um núcleo de apoio às exportações

Direcionado para a capital e Região Metropolitana de São Paulo e desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil e ESPM, projeto prevê capacitar 260 empresas até abril de 2018

Ontem, 7, o Palácio dos Bandeirantes foi palco do lançamento, na capital, do Núcleo do Estado de São Paulo do Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex). A ação visa a estimular a competitividade e qualifica, gratuitamente, empresa paulista que já atua como exportadora ou tenha potencial exportador.

O mais recente núcleo do Peiex é uma ação da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Criado pela Apex Brasil em 2009, o Peiex propõe uma metodologia de diagnóstico e preparação para o comércio exterior. O projeto atendeu 16,2 mil empresas de 14 Estados brasileiros. O núcleo lançado ontem é o sexto do Estado e prevê atender, até abril de 2018, cerca de 260 empresas sediadas na capital e nas 38 cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

O primeiro núcleo paulista do Peiex foi criado em 2011, a partir de parceria da Apex com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Em 2013, foram criados o segundo e o terceiro, em parceria da Apex com a Fundação Vanzolini e direcionado às regiões metropolitanas de Campinas e Ribeirão Preto, sendo a iniciativa novamente ampliada, nos dois anos seguintes, no Vale do Paraíba e na região de São José do Rio Preto. No total, os cinco primeiros núcleos conduziram 1,35 mil atendimentos a empresas com potencial exportador.

Inscrição

Antes mesmo do lançamento do novo núcleo do Peiex no Estado, 70 empresas da RMSP haviam feito inscrição para participar. Na seleção dos projetos, a Investe SP privilegia negócios de pequeno e médio portes que tenham potencial para exportar. Eventuais interessados deverão pedir informações pelo e-mail spexport@investesp.org.br.

Cada empresa aprovada na seleção passa a ser atendida por um coordenador-geral de núcleo da Investe SP e outro da ESPM, um monitor extensionista, seis técnicos extensionistas e dois estagiários.

“Para quem for aprovado, as únicas contrapartidas exigidas são participar de entrevistas com equipes da Investe SP e permitir a verificação de todas as áreas de sua companhia”, explica a coordenadora do Peiex na Investe SP, Silvana Gomes.

Internacionalização

Esse monitoramento, explica Silvana, visa a eliminar “gargalos” na produção e fortalecer a empresa antes do ingresso no comércio exterior, além de motivar o quadro de colaboradores da empresa nesse processo de internacionalização de marcas e produtos.

O foco principal do Peiex é fortalecer a gestão da empresa. E, ainda, orientar em diversos serviços, como adequação de produtos às legislações locais, e em questões como embalagens, logística, pagamentos e tributação, entre outros temas relacionados.

“Exportar traz receitas, porém, é investimento de longo prazo – e não deve ser descontinuado, depois de iniciado”, ensina Silvana. Ela tem 23 anos de experiência profissional na área de comércio exterior e atuou, ao longo de sua carreira, com exportações de empresas e de entidades setoriais industriais brasileiras.

Oportunidade

Na exposição seguinte, o gerente de competitividade da Apex Brasil, Cristiano Braga, anunciou redução no volume de operações do comércio internacional, decorrente da crise econômica mundial. Segundo ele, no ano passado as exportações nacionais totalizaram US$ 191,1 bilhões, valor que poderia ser maior. “Entre o ano 2000 e 2015, o Brasil respondeu em média por apenas 1% do comércio global”, observou.

O dado novo, informou o gerente, foi a desvalorização do real ante o dólar. A mudança no perfil do câmbio deu novo ânimo à indústria brasileira para concorrer no mercado internacional. Entre as oportunidades de negócios para a indústria nacional, ele citou países latino-americanos, cuja economia cresceu nos últimos anos, motivando melhora no padrão de consumo de suas populações.

Serviço

Investe SP
E-mail spexport@investesp.org.br
Apex Brasil

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/06/2016. (PDF)