USP São Carlos auxilia a mapear áreas arrasadas no Nepal

Auxiliar no resgate de vítimas e na reconstrução da infraestrutura de cidades arrasadas por desastres naturais. Esta é a proposta do grupo acadêmico liderado pelo professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos, João Porto de Albuquerque. O trabalho é realizado depois das aulas e tem adesão voluntária de 50 alunos de graduação e pós-graduação.

Desde o dia 26 de abril, o grupo paulista de pesquisadores se uniu a outros milhares de voluntários de diversos países para auxiliar, pela internet, na produção colaborativa de mapas bidimensionais. As informações geográficas ajudam nas tomadas de decisão em ações de socorro e de assistência aos flagelados do terremoto ocorrido na véspera, no Nepal.

O abalo sísmico de 7,8 pontos na Escala Richter atingiu áreas densamente povoadas do país asiático, distante 15 mil quilômetros do Brasil. O tremor de terra afetou a vida de 8 milhões de pessoas, causando, de acordo com informações mais recentes, 7,2 mil mortes e 14 mil feridos.

Comparações

O professor explica que os mapas bidimensionais integram um banco de dados de uso livre, o OpenStreetMap, e são gerados a partir de fotos de satélites, cujos direitos de uso foram cedidos por questões humanitárias. De âmbito mundial, a plataforma tecnológica simula, no computador, a disposição original e exata de escolas, edifícios, estradas, ruas, hospitais, viadutos, etc.

A comparação das imagens processadas no mundo virtual com as atuais permite identificar com precisão quais eram os antigos locais e o que havia sobre eles. Desse modo, facilita o acesso, nos escombros, a possíveis sobreviventes e favorece a distribuição de alimentos, medicamentos e cobertores nas tendas com desabrigados. “Essas informações também serão úteis no futuro, no momento da reconstrução”, acrescenta o professor.

Desdobramentos

Ele informa que a USP mantém um projeto piloto com a prefeitura de São Carlos para mapear áreas de risco de enchentes na cidade. Financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a pesquisa tem término previsto para março de 2018.

“A ideia é aprimorar ao máximo a metodologia de mapeamento de áreas de risco de desastres naturais no Estado de São Paulo. E, depois, repassá-la aos órgãos responsáveis por ações preventivas e ostensivas, como Defesa Civil, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)”, destaca o professor.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/05/2015. (PDF)