Há vagas para médicos e enfermeiros em Bauru

O Hospital Estadual de Bauru (HEB) inicia processo seletivo para contratar médicos e enfermeiros de oito especialidades. As inscrições estarão abertas a partir do dia 28 até 2 de abril. Interessados devem dirigir-se à sede do HEB, em Bauru, ou à Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), no campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu.

As vagas para enfermeiro são nas áreas de unidade de terapia intensiva para adultos; emergência e pronto-socorro; unidade coronariana e terapia intensiva infantil. Os médicos podem concorrer aos cargos de dermatologista; cirurgião torácico; patologista clínico e nefrologista pediátrico. Os editais estão disponíveis no site da Famesp.

Hospital modelo

O HEB foi inaugurado no segundo semestre de 2002, pelo governador Geraldo Alckmin. Os serviços ambulatoriais começaram em 11 de novembro e os procedimentos cirúrgicos em 13 de março.

Ele é administrado e gerenciado pela Faculdade de Medicina da Unesp/Botucatu por meio de um contrato de gestão celebrado com a Secretaria de Estado da Saúde. O complexo médico dispõe de 388 leitos, 290 vagas para internações, 35 para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o restante está distribuído entre berçário e leitos de apoio. As consultas são marcadas por meio de contatos telefônicos entre o hospital e centros de saúde da região.

As áreas atendidas são cardiologia, dermatologia, endocrinologia, pneumologia, anestesia, cardiologia pediátrica, cirurgia geral, vascular e plástica, gastroenterologia, infectologia e ortopedia.

Recursos tecnológicos

Os equipamentos hospitalares são novos, de última geração, e incluem as seguintes especialidades: angiografia digital, mamografia, radiologia, ultrassom colorido para cardiologia, ultrassonografia e urologia. Os laboratórios apresentam instalações modernas para exames de eletrocardiograma, eletroencefalogia e tomografia, em 12 salas de cirurgia.

O terreno do hospital abrange 39,7 mil metros quadrados. Desse total, 23,5 mil metros quadrados correspondem à área construída, dividida em quatro grandes blocos interligados. O primeiro abriga serviços administrativos, centros cirúrgicos e unidades especiais de internação. Os demais são ocupados com ambulatório, apoio diagnóstico e emergência. A Unesp é responsável pela compra do material de consumo, medicamentos, equipamentos médico-hospitalares e contratação de pessoal.

O Hospital Estadual de Bauru é estruturado de forma regional e hierárquica, em níveis de crescente complexidade. Os trabalhos são realizados a partir de planos de atividades periodicamente atualizados. O Sistema Unificado de Saúde (SUS) faz avaliação de desempenho e qualidade dos serviços oferecidos à população.

A atividade assistencial da Unesp é dividida em quatro modalidades de atendimento: hospitalar, ambulatorial, emergencial e apoio diagnóstico e terapêutico.

Serviço

Hospital Estadual de Bauru
Av. Luiz Edmundo Carrijo Coube 1-100 – Bauru
Telefone: (14) 3103-7777

Famesp
Correio eletrônico – aci@fmb.unesp.br
Telefone: (14) 6922-6694

Secretaria de Estado da Saúde
Correio eletrônico – cis@saude.sp.gov.br
Telefone: (11) 3085-8090

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/03/2003. (PDF)

Centrofauna da Unesp reintroduz animais silvestres na natureza

Objetivo é devolver ao meio ambiente espécies capturadas ilegalmente em residências e propriedades rurais

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou a criação do projeto Centrofauna, parceria entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a iniciativa privada. Trata-se de um centro de triagem, localizado em Botucatu, que faz a reintrodução na natureza de animais silvestres capturados ilegalmente em residências e propriedades rurais.

“Quando o Ibama e a polícia ambiental realizam apreensões, os animais são temporariamente encaminhados para os centros de triagem autorizados pelo órgão”, explica o professor e idealizador do projeto Nabor Veiga, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zoologia (FMVZ – Unesp Botucatu).

Centrofauna é uma referência nacional no serviço. Ao chegar na instituição, o bicho recebe a identificação taxonômica e a denominação científica da espécie. Se não for uma variedade nativa, não poderá ser reintroduzida na natureza. O destino dela é um guardião doméstico reconhecido pelo Ibama ou então o exemplar é remetido para seu país de origem.

Centrofauna na internet

FMVZ está criando um site para divulgação das espécies encontradas. O Centrofauna terá também um estúdio fotográfico para produzir imagens de animais não identificados e divulgá-las na internet. “Só de aves, que representam 92% das apreensões, existem 9.600 espécies no mundo. Contamos com o auxílio de instituições de pesquisas e observadores amadores de aves para identificar as espécies não catalogadas”, afirma. O processo de reconhecimento deverá durar, no máximo, 48 horas.

Anéis nas pernas

Depois da catalogação, o próximo passo é o transporte dos bichos, com pequenos anéis colocados nas pernas para identificação (anilhas) para o setor de manutenção. Nele existem dois tipos de viveiros, para exemplares selvagens e outro para os bastante mansos. A partir daí, eles têm três possíveis destinos: pesquisa científica, reintrodução na natureza ou guardião doméstico.

Reintrodução na natureza

Os exemplares com baixo grau de mansidão serão reintroduzidos na natureza. O setor de avaliação de habitats visita e avalia as propriedades rurais cujos donos manifestaram interesse na soltura. A exigência mínima é que a propriedade esteja inserida numa bacia hidrográfica. “É feita uma análise da água, flora e fauna”. A reintrodução é um processo complexo, que considera a disponibilidade do animal fazer ninho e se alimentar.

“A soltura exige o estudo ambiental. Como o proprietário manifestou interesse em receber esse animal, se não houver condições nós vamos explicar a causa. Caso haja problemas na água ou flora da propriedade, podemos propor que ele participe de projetos, como por exemplo de reflorestamento de matas ciliares que existem na Unesp de Botucatu. Explicaremos que, naquele momento é impossível fazer a introdução do animal mas, se a propriedade for cuidada, dentro de algum tempo será possível.”

Guardião doméstico

Os interessados em ser guardiães domésticos deverão procurar a prefeitura de Botucatu. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente receberá os pedidos e os inscreverá o projeto. Estão aptos os cidadãos que queiram ter em casa um animal silvestre sem condições de retornar à natureza.

Os futuros guardiães serão treinados pelo setor de educação ambiental da FMVZ e os cursos serão ministrados nos fins de semana. “A pessoa que se prontificar a manter o animal receberá informações sobre profilaxia e alimentação.”

Quem quiser receber um animal precisa inicialmente construir um viveiro de acordo com as especificações do Centrofauna. Outra exigência é que o guardião doméstico estará obrigado a permitir inspeções das instalações e, quando o animal morrer, o guardião terá por obrigação devolver o cadáver do animal.

Biodiversidade

A atuação do Centrofauna é um exemplo de união entre instituições em busca de benefícios para a sociedade. Além da Unesp, Ibama, empresa Anidro, polícia ambiental e poder público municipal, o projeto também busca apoio do Poder Judiciário. Como a soltura dos animais só se dá mediante autorização judicial, os responsáveis pelo projeto estão fazendo um trabalho de conscientização junto a dez comarcas.

“Cada dia que o animal passa confinado nos viveiros representa uma situação de desconforto. Sabemos que as comarcas são sobrecarregadas, mas nós temos de sensibilizar promotores, juízes e funcionários, porque se trata de seres vivos”, afirma.

Nabor ressalta que além de zelar pela preservação da fauna nacional, o Centrofauna pode proporcionar novas possibilidades de atuação para os alunos nas áreas de etologia, ornitopatologia e identificação taxonômica. “Esperamos que os demais centros de triagem funcionem nesses moldes. O ganho é de toda a sociedade.”

Crime contra a fauna

As apreensões de animais silvestres são ocorrências policiais comuns. Por meio de denúncias anônimas ou blitz, os agentes chegam nas propriedades que têm animais para o comércio ilegal. Essas operações são mais frequentes do que a população imagina. Em termos de rentabilidade, depois do tráfico de armas e de drogas está o de animais silvestres, em terceiro lugar.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa da FMVZ Unesp

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/03/2003. (PDF)

Agricultura inicia hoje campanha contra morte súbita de citros

Serão distribuídos folhetos orientando produtores sobre a doença que ataca pomares paulistas, mineiros e paranaenses, com prejuízos de US$ 20 mil

A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento lança hoje, às 10 horas, no salão nobre da instituição, a campanha de orientação aos citricultores sobre a praga da Morte Súbita dos Citros (MSC). No encontro, serão distribuídos cartazes e folhetos informativos da doença, que está atacando os maiores Estados produtores da fruta no Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Paraná contabilizam prejuízos da ordem de US$ 20 milhões.

O objetivo é orientar os produtores quanto à existência da doença, sintomas e procedimentos a serem adotados em caso de contaminação. Na oportunidade, dois mil técnicos treinados pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral iniciarão o treinamento.

Operação varredura

O mutirão contra a MSC conta também com três mil fiscais da defesa agropecuária comprometidos na varredura dos laranjais. A operação será feita em até seis meses nas áreas de maior risco de contágio nos pomares paulistas, mineiros e paranaenses. Ela será intensificada com pesquisas sobre o agente causador da doença, forma de diagnóstico precoce e controle.

A operação foi definida pela força-tarefa formada pelas Secretarias de Agricultura dos três Estados, Ministério da Agricultura, Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e representantes da cadeia produtiva. O grupo foi criado no Palácio dos Bandeirantes, no dia 7 de fevereiro.

Importância econômica

A laranja é um insumo de peso no agronegócio paulista e brasileiro. “São Paulo responde por 97% das exportações nacionais de suco, e os pomares do Estado têm 200 milhões de pés. Se o País detém 29% do total mundial, isoladamente produzimos 21%. De cada dez copos de suco de laranja consumidos no mundo, cinco são originários de pomares paulistas” explica Duarte Nogueira, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento.

São Paulo tem o maior parque cítrico do planeta. É o principal produtor e exportador, com 50% do mercado externo mundial. As plantações ocupam um área de mais de 650 mil hectares, em mais da metade dos 645 municípios paulistas.

A cadeia da laranja movimenta anualmente US$ 5 bilhões e gera 400 mil empregos diretos. No ranking do valor da produção agropecuária do Estado, a laranja detém a terceira posição, atrás somente da cana-de-açúcar e da carne bovina.

O que é a MSC

A MSC é uma doença de combinação copa/porta-enxerto que atinge somente as plantas enxertadas em limão-cravo (80% dos pomares paulistas) e seca a raiz da árvore. A ciência ainda não detectou qual é o agente causador do mal, que destrói o sistema radicular e, em alguns casos, pode matar a laranjeira em poucos dias. Daí o nome morte súbita.

A maior incidência está no sul de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro, região onde 93% das plantas inspecionadas apresentam a praga. A infestação abrange os municípios de Uberlândia, Comendador Gomes, Frutal, Monte Alegre de Minas, Prata, Campo Florido e Planura.

De acordo com a Fundecitrus, São Paulo tem um milhão de plantas contaminadas, concentradas na região norte do Estado, nas cidades de Colômbia, Guaraci, Altair, Barretos e Olímpia.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 18/03/2003. (PDF)