Tecnologia é a arma do Instituto de Criminalística

A ciência é a grande aliada da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) para combater o crime no Estado. Os laudos periciais expedidos pela Polícia Técnico-Científica complementam o trabalho do Poder Judiciário e demais órgãos policiais. O serviço realizado pelos Institutos de Criminalística e Médico-Legal é fundamental na elucidação de crimes e conclusão de inquéritos.

O desafio é produzir a chamada prova técnica, a partir da análise científica de vestígios deixados nos delitos e cenas de crimes. A abrangência do trabalho inclui análises de balística, acidentes de trânsito, contabilidade, química, física, toxicologia, informática, entre outras especialidades.

Segundo José Domingos Moreira das Eiras, diretor do Instituto de Criminalística (IC), “o laudo pericial, quando realizado nas condições ideais, é conclusivo – determina a ocorrência de um crime, como foi praticado, identifica vítima, criminoso e terceiros. É indispensável até mesmo em investigações com réus confessos”, explica.

Investimento em tecnologia

O IC investiu R$ 1,2 milhão em equipamentos no ano passado, incorporando ao seu acervo dez cromatógrafos, um analisador de última geração para testes de DNA e um HPLC, equipamento que compara produtos como remédio adulterado, venenos e agrotóxicos.

Segundo o perito Osvaldo Negrini Neto, diretor técnico do Centro de Exames, Análises e Pesquisas do IC, os novos cromatógrafos são capazes de separar substâncias e oferecer a composição química em dez minutos. “Antes deles, os exames exigiam no mínimo um dia inteiro de espera. A precisão é tamanha, que, por meio da composição da droga, conseguimos oferecer pistas adicionais e identificar, por exemplo, em que Estado da Federação a maconha foi plantada”, explica.

Na cena do crime

A produção do laudo pericial depende da preservação da cena do crime. A recomendação da Polícia Técnica para os policiais militares é isolar a área, impedir o acesso de qualquer pessoa, mesmo familiares da vítima, e permanecer no local. O procedimento indicado para as autoridades de segurança vale também para a população. Não se deve tocar em nada que componha a cena do crime, como telefone, bolsos, pertences, janelas, mobiliário e não comer, fumar, beber ou utilizar sanitário ou lavatório.

Segundo Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnica no Estado, “nas cenas de crime, assim como nos acidentes automobilísticos, a indicação é manter tudo como está e acionar a autoridade policial habilitada para o serviço. O procedimento correto no local do crime contribui para o sucesso da investigação e minimiza a angústia das partes envolvidas”, esclarece.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/07/2003. (PDF)