Alunos da rede pública vão colaborar na preservação dos monumentos de SP

Museu do Ipiranga será o primeiro destino dos estudandes; vão organizar visitas monitoradas, debates e concursos de redação

A Secretaria da Cultura e a Federação de Amigos dos Museus do Brasil (Feambra) assinaram, na semana passada, no salão nobre da Sala São Paulo, na capital, protocolo que institui a criação dos guardiães-mirins. O projeto vai preparar estudantes da rede pública de ensino para auxiliar na preservação e orientação de turistas sobre os monumentos e o patrimônio histórico da capital.

No mês de maio será realizada a seleção dos primeiros 50 alunos maiores de 14 anos, que participarão de oficinas de jardinagem, paisagismo, restauro, conservação e história. Também serão responsáveis pela manutenção de um monumento e participação em visitas monitoradas, debates e concursos de redação. O Museu do Ipiranga será o primeiro destino dos estudantes.

Claudia Costin, secretária da Cultura, informa que um dos pontos de orientação dos guardiães será uma cartilha com todos os detalhes e a história de cada monumento. “O objetivo é estimular os jovens a se tornarem co-responsáveis pela preservação dos monumentos e, depois, atuarem como agentes multiplicadores do programa”, explica.

Um convite à sociedade

A Feambra é responsável pelo Projeto Museu a Céu Aberto – Adote um Museu e realiza ações com o intuito de evitar a depredação de monumentos e patrimônios históricos. Maria Helena Ramos, diretora da entidade, convida a sociedade para participar da defesa dos bens públicos. E informa que o programa tem apoio da OAB-São Paulo, União dos Vereadores do Estado, Associação de ex-alunos da Faculdade de Direito da USP e Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão.

Na semana passada, a Federação lançou a campanha Eu amo o Brasil – Adote um monumento, ação conjunta entre governo, ONGs e iniciativa privada. Visa a preservar, valorizar e proteger obras artísticas, históricas e culturais, localizadas em locais abertos e sob risco de vandalismo e furtos. Na solenidade, foi criado o título Guardião do Patrimônio Histórico Nacional, que será entregue a pessoas e entidades dispostas a adotar um monumento ou participar como voluntário. Em São Paulo, o símbolo da campanha é o Monumento das Bandeiras. Duque de Caxias simboliza a campanha nacionalmente.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/04/2005. (PDF)

Concluída mais uma etapa da integração entre as linhas da CPTM e do Metrô

Obras da Luz permitirão ao usuário percorrer mais de 320 quilômetros do sistema metro ferroviário da capital pagando apenas uma tarifa

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) libera domingo (26) o primeiro saguão e o túnel subterrâneo na Estação da Luz, que faz parte do seu Projeto Integração Centro. Trata-se de mais uma etapa das obras que ampliarão a integração físico-tarifária de suas linhas com as do Metrô. Desse modo, ficará mais rápida a ligação entre as áreas da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) com o centro da capital. Hoje, a Estação da Luz funciona como terminal das linhas A (Luz/Francisco Morato), D (Luz/Rio Grande da Serra) e E (Luz/Estudantes) da CPTM. Quando o Projeto Integração Centro estiver concluído, poderá receber também os usuários da Linha B (Júlio Prestes/Itapevi), e da Linha 4 do Metrô (Luz/Vila Sônia), em construção.

A integração física com a Linha C (Osasco/Jurubatuba) da companhia é feita pela Linha B, em Presidente Altino e Osasco. Já a ligação com a Linha F (Brás/Calmon Viana) ocorrerá com a linha B na Estação Brás, como é feito nas Linhas A, D e E. Mário Bandeira, presidente da CPTM, explica que o sistema permitirá o deslocamento do usuário, por trem e Metrô, em toda a rede da região metropolitana pagando só uma vez. “Não há limite de tempo para o passageiro trocar de sistema, pois o objetivo é proporcionar conforto e economia à população.”

Acessos, saguões, galeria

O acesso Cásper Líbero tem aproximadamente 350 metros quadrados e é a única entrada externa do lado sul da estação, com três escadas, duas fixas e uma volante. Por meio dele será possível ingressar nos saguões da estação e na Galeria Mauá. O acesso Pinacoteca tem a mesma metragem e fica sob a Praça da Luz, no lado oposto da Rua Mauá, ligando o saguão subterrâneo I à Pinacoteca do Estado. Além desse, há outras duas entradas para os saguões subterrâneos: uma delas no saguão principal da estação, e o outro na calçada, na Avenida Tiradentes.

Na Rua Mauá foi construída uma entrada com nove metros de largura, que permite a circulação de usuários. Há um mezanino, onde estão instalados os sanitários públicos e as salas de apoio, e duas saídas: uma para a Avenida Cásper Líbero e outra para a Estação Luz do Metrô.

No interior da Estação da Luz foram construídos, sob as plataformas, dois saguões subterrâneos, com cerca de 1,2 mil metros quadrados cada e lajes de cobertura de um metro de espessura, sobre as quais passam as quatro vias férreas e suas respectivas redes aéreas e de sinalização. E também uma nova galeria de águas pluviais para substituir a original, que apresentava inúmeros pontos de entupimento. O novo duto é composto por tubos de concreto armado com 60 centímetros de diâmetro, capazes de dar vazão às águas da chuva provenientes dos condutores da cobertura da estação.

Modernização

Foram aplicados mais de 90% dos recursos na execução do projeto, que tem custo total de US$ 95 milhões: US$ 50 milhões financiados pelo tesouro estadual e US$ 45 milhões pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Quando concluídas as reformas, a Estação Luz se transformará no principal eixo de integração entre os sistemas de transporte de massa no Estado, com fluxo diário de 300 mil usuários, em contraponto aos atuais 90 mil.

O conjunto das obras no centro incluiu reformas e a modernização dos pátios de manobra dos trens, mezaninos, passarelas, coberturas metálicas, escadas rolantes e elevadores para deficientes físicos. Também a instalação de novas galerias e acessos e equipamentos de sinalização e controle das vias férreas, informatizados com bloqueios eletrônicos nas catracas.

Wilson Linder, gerente de engenharia de sistemas da CPTM, explica que todos os serviços de apoio operacional ao funcionamento da ferrovia foram instalados no subsolo. Além disso, as estações Luz, Barra Funda e Brás (que também fazem parte do projeto) receberam novo padrão de comunicação: telefonia, cronometria (intervalo entre trens), sinalização, circuito fechado de TV, transmissão óptica e salas de supervisão operacional.

“O processo de interligação entre os sistemas da companhia com os do Metrô será gradual e terá acompanhamento permanente, até que esteja totalmente concluído. Desde já os usuários terão novidades, como o transporte vertical de deficientes físicos, sanitários novos e bilheterias informatizadas”, explica Linder.

O trecho entre as estações Brás e Barra Funda receberá o Sistema Ebilock de sinalização. Microprocessado e bastante difundido na Europa, permitirá a redução do intervalo operacional entre os trens para três minutos. No Brasil, esse sistema foi utilizado pela CPTM na construção da Linha 5, hoje operada pelo Metrô.

Outra novidade é a integração dos Centros de Controle Operacionais (CCO) das estações Presidente Altino, Luz e Brás da CPTM num novo prédio na estação Brás. O CCO unificado começa a operar em 2005, juntamente com o Centro de Gestão Operacional, responsável pela parte administrativa.

Patrimônio artístico e histórico

Além de se tornar o principal pólo metro-ferroviário de São Paulo, a Estação da Luz volta a ser um marco arquitetônico e artístico da cidade, com a restauração e a nova iluminação da sua fachada, entregues durante as comemorações dos 450 anos de São Paulo, em janeiro. As obras, que começaram no ano passado, incluíram a utilização de tijolos originais do início do século 20, encontrados no enchimento do piso da plataforma.

Também foram restaurados o telhado de zinco, o piso, as alvenarias e as estruturas de madeira e metálicas, que ganharam pintura e tratamento antiferrugem, de acordo com o projeto aprovado pelos órgãos de preservação. O restauro da fachada foi realizado pela Fundação Roberto Marinho.

O complexo da Estação da Luz tem uma área de aproximadamente 1,3 mil metros quadrados e foi inaugurado há mais de um século para escoar a produção cafeeira paulista do interior até o porto de Santos. A estação substituiu o primeiro prédio, de 1867, que foi demolido. Na época, a capital tinha 240 mil habitantes e a estação ferroviária foi construída pelos ingleses. Custou 150 mil libras esterlinas e utilizou material de construção importado do Reino Unido – tijolos, madeira, telhas, cerâmicas e estruturas de aço que compõem as plataformas.

Em 1946, houve um grande incêndio que praticamente destruiu a estação. Foi reconstruída e um andar inteiro acrescentado. Em 1982, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat). Seu entorno reúne belos monumentos históricos, como a Pinacoteca do Estado, o Jardim da Luz e o Museu de Arte Sacra.

Arte por toda parte

No extenso corredor formado sob a Rua Mauá, os usuários poderão apreciar trabalho da gravurista Maria Bonomi, de renome internacional. Epopéia Paulista será um painel de concreto pigmentado, com 73 metros de comprimento e três de altura. Composto por 200 placas, colocadas lado a lado e pesando de 60 a 200 quilos cada, revelará mais de mil gravuras da artista.

Segundo Maria Bonomi, a pintura em vermelho, amarelo e branco homenageia os milhões de usuários que passaram pelo local no passado, cruzam-no no presente e passarão por ali no futuro. Ainda não há data para a inauguração da obra, que começou a ser composta no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em oficinas das quais participaram mais de duas mil pessoas. “O painel sugere uma leitura cinematográfica, em movimento, para quem passa apressadamente pelo local. Poderá ser lido com as mãos sensíveis dos portadores de deficiências visuais”, comenta a artista.

A ligação subterrânea com a Rua Cásper Líbero também ganhará um painel, este produzido pela arquiteta e artista plástica Teresa Saraiva. A obra está dividida em duas partes, cada uma com 1,20 metro de altura por 6,20 de comprimento. A artista, que apresentará esse trabalho como sua tese de doutorado na USP, pode ser vista quase todo dia na Estação da Luz, colhendo dados no local para inseri-los no painel ou, então, desenhando numa das plataformas.

A decoração da Luz terá, ainda, um painel pintado nos muros subterrâneos da estação pelos grafiteiros Ise e Nina, conhecidos como Os Gêmeos. Já fizeram trabalhos semelhantes para decorar as estações Lapa e Ipiranga, e participaram, com outros grafiteiros, da criação coletiva de um gigantesco painel com 120 metros de comprimento, pintado num muro da Estação Brás.

Centro de referência da língua portuguesa

O Projeto Integração Centro prevê, para o final do próximo ano a entrega da Estação Luz da Nossa Língua – centro de referência que funcionará no local com exposições, sala de capacitação para professores, palestras, sala de consultas e eventos culturais. A finalidade é preservar e celebrar a língua portuguesa. O prédio da Estação da Luz sofreu adaptação interna para receber o centro. O projeto, de autoria dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e do seu filho, Pedro Mendes da Rocha, foi aprovado pelo órgãos encarregados da proteção do patrimônio arquitetônico paulista: Iphan, Condephaat e Compresp.

Orçado em R$ 30 milhões, é uma realização da Secretaria da Cultura e da Fundação Roberto Marinho, com o apoio de instituições e empresas dos setores público e privado, como o Ministério da Cultura, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), CPTM, Prefeitura de São Paulo, IBM do Brasil, Correios, TV Globo, Petrobras, Vivo, Votorantim, Fundação Biblioteca Nacional, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Instituto Camões, Biblioteca Mário de Andrade, Rede Ferroviária Federal e Röhr Estruturas Tubulares.

O local terá espaço reservado para exposições temporárias e consultas multimídia. Oferecerá oficinas culturais, que utilizarão diversas linguagens como música, teatro, dança e literatura. Por meio de suportes tecnológicos será mostrado, de maneira interativa, o uso da nossa língua em diferentes mídias. O centro apresentará exposição temática permanente sobre a história, transformações e práticas variadas da língua portuguesa.

Para isso, investirá em duas vertentes da comunicação: a língua e a palavra. O projeto abrigará fóruns e debates promovidos por instituições que tenham como missão a valorização do nosso idioma. Promoverá a capacitação de professores e ampliará suas fronteiras para outros Estados brasileiros e diversos países, oferecendo seu conteúdo num portal na Internet.

Andréa Ruiz e Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/09/2004. (PDF)

Terminam amanhã inscrições para o Festival de Artes de Itu

O 11º Festival de Artes de Itu, parceria entre a Secretaria da Cultura e a prefeitura, será realizado entre os dias 10 de julho e 1º de agosto. A programação, gratuita, oferece 34 atrações e 450 vagas em cursos e oficinas. As inscrições para as oficinas se encerram amanhã. Os cursos incluem teatro, canto lírico, dança, banda musical, corais infantil, jovem e adulto e também atividades teóricas nas áreas de estética musical do período colonial, música popular do século 20, fanfarra e música na escola para professores da rede pública.

A duração dos cursos varia de uma a três semanas, de acordo com a modalidade. Para o programa pedagógico são oferecidas 80 bolsas de estudo, sendo 34 por semana para os alunos de cidades mais distantes, que necessitarem se hospedar em Itu.

Para participar, os interessados devem apresentar currículo no ato da inscrição que pode ser feita pelo telefone 4023-1544 – ramal 242 ou na Rua Barão de Itaim, 140 – centro de Itu. A seleção será realizada pelos professores que divulgarão pela internet a lista de aprovados.

Experiência de 17 anos nos EUA

O Festival de Artes de Itu reuniu 170 mil pessoas em 2003. Foi criado pelo maestro Eleazar de Carvalho, a partir de sua experiência como professor de regência durante 17 anos na cidade de Tanglewood (EUA). O músico difundiu pelo País o conceito de festivais com ênfase na área pedagógica e idealizou eventos desse tipo em Campos do Jordão (SP), Gramado (RS) e João Pessoa (PB), além de Itu.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/07/2004. (PDF)