Exposição de cartuns sobre ciência é destaque do mês no Metrô Clínicas

A Estação Clínicas do Metrô expõe, até o dia 29, encontro entre a produção de tecnologia dos centros de pesquisa e o humor despojado dos cartuns. Trata-se da série de quadrinhos Os Cientistas, em mostra promovida pelo programa Ação Cultural do Metrô ao longo da passagem subterrânea da estação para a avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, em área não-paga.

A série de quadrinhos é uma criação do jornalista e cartunista João Garcia, o Jão, iniciada em 1994 no jornal Correio Popular, de Campinas, onde foi publicada até 2002. Ao longo desse período, o profissional teve a ajuda de muitos colaboradores, por meio de um método de trabalho em equipe, o que deu origem à assinatura da série, Jão & Cols.

Personagens

Entre os personagens principais estão Lerdo, o burocrata; Zago e Zilda, os pesquisadores maduros; Interneto, o estagiário adepto das novas tecnologias; e Seu Zé, o faxineiro do laboratório, com pouco estudo mas capaz de incríveis sacadas, que representam a sabedoria popular e ilustram o desenvolvimento da ciência em países como o Brasil.

O humor é utilizado para informar e combater os preconceitos acerca da divulgação da ciência para o público, seja ele de adultos, jovens ou crianças. A série foi responsável por um “furo” de reportagem – talvez o primeiro em quadrinhos do mundo – ao anunciar em 2001 a descoberta, por uma equipe da área de biotecnologia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da variedade bacteriana mais produtiva para a fabricação de plástico biodegradável, a Burkholderia saccharum.

A série Os Cientistas tem inserções em diversas publicações, como o boletim IPT Tecnologia em Dia, do IPT; as páginas eletrônicas do Núcleo José Reis da Associação Brasileira de Divulgação Científica/ECA-USP, e a Folha da Região, de Araçatuba.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/05/2005. (PDF)

Casa Civil oferece 5,2 mil vagas para curso de capacitação em informática

Treinamento, dirigido ao servidor estadual, é gratuito e a meta do programa é preparar 100 mil funcionários até o final de 2006

A Secretaria da Casa Civil manterá abertas até o dia 1º as inscrições para o servidor interessado em fazer o curso de capacitação gratuita em informática básica. Esta é a segunda turma de 3,8 mil funcionários matriculados do curso presencial de 40 horas, cuja formatura será neste mês. Os formandos foram qualificados para usar o programa operacional Windows, o processador de textos Word e a navegar pela internet.

A iniciativa, parceria entre a Casa Civil e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), visa a combater a exclusão digital no funcionalismo público. Estão sendo oferecidas 5,2 mil vagas para o treinamento, com duração de seis semanas. A meta do programa é preparar 100 mil funcionários até o final de 2006.

O curso tem um módulo de seis aulas e sessões de auto-estudo. O material didático inclui apostila e CD-ROM com dicas de informática de todos os níveis e aplicativos específicos. Nas aulas, as lições são acompanhadas por um monitor e o aluno é estimulado a utilizar os serviços do Governo Eletrônico do Estado e, também, a explorar outros sites.

“Quem decide é o aluno. Se quiser, aprende a fazer e remeter seu imposto de renda pela internet; se gosta de automóveis, faz cotações de preço em sites de carros e assim por diante”, explica Mário Porto, coordenador do projeto e assessor-técnico da Casa Civil.

As aulas serão ministradas na Rede do Saber, que funciona em salas informatizadas das escolas da rede pública. Desse modo, o servidor pode fazer o treinamento em local próximo de sua casa. No término, haverá avaliação. O aprovado no exame que compareceu no mínimo a cinco aulas receberá certificado conjunto expedido pela Casa Civil e IPT.

Faltas abonadas

No dia 10 de fevereiro, a administração estadual considerando a relevância social do programa transformou-o no Decreto nº 49.368, que o institui em conjunto com o Governo Eletrônico. Assim, com respaldo legal, o servidor pode frequentar o curso no horário do expediente, na segunda ou sexta-feira, sem sofrer desconto no salário.

A inclusão digital tem o apoio da Fundap, órgão responsável pela matrícula e acompanhamento do curso; da Rede do Saber da Secretaria da Educação, que cede infraestrutura física e de informática para as aulas; da Fundação Vanzolini, que produziu o material didático e da Imprensa Oficial do Estado, que imprimiu as apostilas.


Sem medo de aprender

Neuza dos Santos trabalha há 28 anos no Palácio dos Bandeirantes e participou do curso-piloto com 400 funcionários, no final do ano passado. A experiência mudou sua relação com o trabalho no serviço público. “Antes, eu só atendia telefone. Agora, sei até repassar processos por e-mail. Aos 47 anos de idade, Neuza ficou 25 anos sem estudar. Começou este ano a cursar faculdade de pedagogia, em Santo Amaro. “O conhecimento me ajudou a perder o medo”, observa.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/03/2005. (PDF)

IPT desenvolve solução ambiental para areias utilizadas na fundição

Unidade Móvel de Regeneração atende às empresas com acesso rodoviário favorável e descarte médio mensal de 200 toneladas; operação pode durar de um a cinco dias

A equipe de pesquisadores da divisão de metalurgia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) apresentou, recentemente, a Unidade Móvel de Regeneração de Areias de Fundição. Trata-se de um sistema inovador: funciona sobre uma carreta de caminhão e permite reutilizar o material descartado por setores produtivos nos processos de fundição. Ou seja, indústria automobilística, de motores hidráulicos e elétricos.

O uso da unidade móvel possibilita a retirada anual de 2 milhões de toneladas de areia e o posterior descarte na natureza. A cada ano é jogada igual quantidade do produto contaminado em aterros sanitários. O Estado de São Paulo abriga 600 empresas de fundição, as quais respondem pela metade de todo o volume anual de areia empregado no País.

O coordenador da equipe do IPT, Cláudio Mariotto, conta que o equipamento foi projetado para atender às fundições de pequeno e médio portes, que disponham de acessos rodoviários favoráveis e tenham descarte médio mensal de 200 toneladas de areia.

Uma vez por mês, o caminhão pode visitar os clientes, em operações que duram de um a cinco dias. Para requerer sua utilização, a fundição precisa fornecer gás liquefeito de petróleo (GLP), que aquece o forno, óleo diesel, que aciona o gerador, ar comprimido de acionamento e transporte, e água de refrigeração.

O custo estimado é um quinto do exigido para a armazenagem em aterros sanitários, dependendo do tratamento necessário. A capacidade mínima de operação do equipamento é de 1,5 tonelada de areia/hora. Assim, processa 36 toneladas em um dia. No limite máximo, opera com 4,5 toneladas por hora e regenera 108 toneladas por dia.

Molde

Mariotto afirma que, entre os processos industriais, a fundição é o mais recomendado para a produção de peças que exijam precisão e complexidade nas formas internas e externas. Por isso, é muito requerida pela indústria de autopeças na fabricação de componentes com design sofisticado, como pistões, comandos de válvulas, virabrequins, cabeçotes e discos de freio.

“A areia é utilizada para construir moldes, os quais são preenchidos com metal quente. Obtida a peça, podem ser facilmente destruídos,” explica Mariotto.

A produção de uma tonelada de peças de boa qualidade exige de oito a dez toneladas de areia. Após a retirada do molde, é preciso mais areia nova e limpa, para eliminação dos resíduos (resina) da produção. “O material descartado é o que será regenerado na usina móvel de reciclagem”, informa o coordenador.

Parceiros

Os principais elementos contaminantes da areia são os metais pesados (chumbo e cobre) e também o fenol, produto químico encontrado em resinas orgânicas. O tratamento pode ser térmico ou mecânico.

No primeiro caso, os agentes contaminantes são eliminados por calcinação e, no outro, por atrição (desgaste de atrito) grão a grão. A limpeza obtida é total ou parcial, de acordo com o tratamento empregado. A calcinação elimina a totalidade das substâncias contidas, enquanto o tratamento mecânico suprime entre 50% e 70% dos materiais que contagiam a areia.

A regeneração permite, na maioria dos casos, reutilização de 90% a 98% da areia, que retorna para os fornos. A medida reduz em até 10% o volume mensal de novas compras do material. Mariotto ressalta que a economia gerada com a usina móvel e a eliminação de riscos de enquadramento em leis ambientais compensam amplamente os custos com o processo. Seu sistema é projetado para trabalhar com todos os tipos de areia.

Para o presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), Luiz Carlos Koch, a unidade móvel diminui pontos negativos do processo industrial. “Ela é eficiente, porém o desafio é permitir que pequenas empresas consigam arcar com os custos da reciclagem sem inviabilizar o negócio. Contudo, o setor não se exime de suas responsabilidades sobre o destino final dos resíduos”, explica.

Os parceiros do IPT no projeto são a Metalúrgica Ipê (Mipel), a Lepe Indústria e Comércio e a Fagor Fundição Brasileira. Tem o apoio da Abifa e recebeu recursos de órgãos de fomento à pesquisa ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia. O evento de lançamento foi patrocinado pelas empresas Cavo Serviços de Meio Ambiente, Comgás e Máquinas Furlan.

Serviço

Divisão de Metalurgia do IPT – tel. (11) 3767-4474

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/03/2005. (PDF)