Padronizar uniformes escolares, a mais nova missão do IPT

Gratuito e disponível para cópia on-line, manual traz referência técnica para escolas, pais de alunos, órgãos públicos e indústria têxtil

Para atender a uma antiga necessidade de pais de alunos, escolas, indústria têxtil e governos federal, estadual e municipal, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) lançou o Manual de especificações para uniformes escolares.

Publicação inédita do gênero no País, com cópia gratuita disponível on-line (ver serviço) no site do instituto, o guia de referência produzido pelo Laboratório de Tecnologia Têxtil (LTT) estabelece parâmetros mínimos de qualidade para a fabricação e aquisição das peças de vestuário usadas nos estabelecimentos de ensino por alunos de até 14 anos de idade.

Assinado pelas pesquisadoras Rayana de Queiroz e Gabriele de Oliveira, ambas com mestrado em têxtil e moda, curso da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH – USP Leste), o manual teve redação iniciada com o auxílio da estagiária Patrícia Muniz.

Em sua produção, a obra, apresentada no formato PDF, considerou questões como a fase de crescimento das crianças e definiu o período de um ano como o prazo médio de durabilidade das peças, adotando as características construtivas dos tecidos, os requisitos de desempenho deles, a segurança e o conforto proporcionados pelas peças como premissas.

Integração

O manual considera uniforme escolar as seguintes peças: shorts, camiseta, moletom, calça e blusa de abrigo, calça jeans, calça de sarja e camiseta de educação física. Exclui somente meias e tênis.

Um dos trabalhos iniciais, revelam as pesquisadoras, foi analisar editais de licitações públicas de compras de vestuário escolar já realizadas, cujas regras foram consideradas obsoletas pelas condições atuais, ou necessitavam de adequações, um dos motivos pelos quais muitos fornecedores não conseguiam atender a contento às especificações exigidas.

Para isso, observam as pesquisadoras, foram revistas e atualizadas algumas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dirigida ao setor têxtil, como, por exemplo, a NBR 15.778/2009, exclusiva do uniforme escolar, e a NBR 16.365/2015, relacionada a parâmetros de segurança para roupas confeccionadas para o público infantil, entre outras. “O texto produzido contempla órgãos públicos e fabricantes de todo o País e será atualizado em conjunto com as revisões da ABNT”, prevê Rayana.

Nesse sentido, ela relata um pedido feito em 2014 pela equipe do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do governo federal, para padronizar as regras, como meio de aproximar todos os elos da cadeia têxtil e facilitar o entendimento entre as partes. “Quem tiver dúvida, pode nos contatar (ver serviço), estamos à disposição”.

Benefícios

“A durabilidade e o desempenho do uniforme são fundamentais para a segurança e o conforto do estudante, além de auxiliarem na economia doméstica e pública”, observa Rayana. Na sua avaliação, o uso de uma roupa com as cores e o brasão da escola também reforça na criança elementos como organização, praticidade, identificação e sentimentos de coletividade e de pertencimento.

Outra inovação do manual foi abordar a questão do conforto proporcionado pelo uniforme às crianças e adolescentes. Assim, foram avaliados diversos tecidos têxteis esportivos, como, por exemplo, os do tipo dry fit (mais confortáveis e duráveis, tendência atual do mercado, que privilegia questões de saúde e bem-estar), que são usados em atividades físicas incentivadas e realizadas na própria escola.

Inovação

“O conforto têxtil afeta o usuário em vários níveis, inclusive o psicológico. É importante que os alunos sintam-se bem em qualquer atividade. Por isso, como não existem especificações técnicas para o conforto, criamos parâmetros mínimos em diversos aspectos, como resistência térmica do tecido e para o quanto a pele consegue trocar calor e umidade com o meio quando está usando determinado tecido”, diz Rayana.

A pesquisadora lembra que o principal objetivo da publicação é disseminar a importância de o consumidor exigir a qualidade do seu produto, regulando o mercado. “Além de as empresas passarem a produzir com mais qualidade, a atenção às especificações promove a conscientização do usuário sobre os requisitos aos quais o uniforme pode e deve atender, principalmente em termos de durabilidade, segurança e conforto, dando ao aluno poder para questionar se o material não estiver atendendo a alguma necessidade”, finaliza.

Serviço

Manual de especificações para uniformes escolares
Laboratório de Tecnologia Têxtil do IPT (LTT)
Telefone (11) 3767-4662
E-mail textil@ipt.br

ABNT

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/04/2017. (PDF)

Africanos vêm ao Brasil para conhecer programas educacionais de São Paulo

O Comitê Parlamentar de Educação da África do Sul visitou a Secretaria da Educação do Estado (SEE) pela terceira vez para conhecer os serviços da área prestados à população. A delegação estrangeira, formada por comissão multipartidária de 12 parlamentares, primeiramente desembarcou em Brasília e tomou conhecimento de iniciativas federais, realizadas pelo Ministério da Educação (MEC), como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) e as secretarias de Educação a Distância, Educação Básica e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Na capital, o chefe da delegação, B. J. Tolo, ficou impressionado ao saber que todos os professores do quadro efetivo da secretaria têm licenciatura plena e formação acadêmica. Comentou que, na África do Sul, muitos trabalhadores têm baixa escolaridade e que 42% dos adultos são analfabetos. “Aumentar o nível educacional é fundamental para melhorar as condições socioeconômicas do povo. A intenção é propor e encontrar soluções, como São Paulo fez, para garantir o acesso dos menos favorecidos ao aprendizado.”, destacou.

Huguette Faria, da Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas (Cenp) da SEE, ressaltou que o Estado investe periodicamente na formação dos professores e na capacitação de docentes e assistentes técnicopedagógicos das diretorias de ensino. E apresentou diversos programas da rede estadual: o Bolsa Mestrado, Escola da Família e Educação de Jovens e Adultos.

Os sul-africanos visitaram os estúdios do Programa Rede do Saber que, coincidentemente, transmitia videoconferência sobre o tema Ensinando por meio das diferenças: educando para a igualdade, com membros da comunidade negra brasileira. A delegação participou se apresentando e elogiando a iniciativa de promover, entre os docentes, debate sobre a igualdade das etnias.

Conheça o Projeto bolsa mestrado

O Projeto bolsa mestrado integra o Programa de Formação continuada de educadores e oferece chance para os profissionais da educação da rede pública complementar sua formação acadêmica com cursos de pós-graduação (mestrado) stricto sensu. A iniciativa atendeu 808 professores e a perspectiva para o primeiro semestre é de que 890 novos profissionais passem a participar.

Para cursar o mestrado, o interessado pode escolher entre afastamento de 16 horas semanais sem desconto no pagamento ou auxílio financeiro de R$ 720 mensais. Para conseguir o benefício é preciso firmar compromisso de permanecer no magistério estadual, após a conclusão do curso, por no mínimo dois anos.

Além das bolsas concedidas para que os docentes estudem o mestrado em cursos reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na área inerente à disciplina do cargo exercido ou na área da educação, o programa levou, no ano passado, 30 professores para Salamanca, na Espanha, para um curso de um mês.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/03/2005. (PDF)

Estado serve 600 milhões de refeições na merenda escolar por ano

Alimentação nas escolas públicas estaduais recebe R$ 100 milhões anuais para atender a 3 milhões de crianças e adolescentes em São Paulo

A Secretaria Estadual da Educação (SEE) distribui por ano 600 milhões de refeições na merenda escolar. São investidos recursos da ordem de R$ 100 milhões para alimentar 3 milhões de crianças e adolescentes em São Paulo. O sistema é dividido em dois módulos: centralizado e descentralizado.

No programa centralizado, a SEE responde pela aquisição, estocagem, distribuição, controle e avaliação da merenda para a capital e mais 22 municípios. O serviço inclui o abastecimento ponto a ponto nas escolas, controle de estoques, apoio técnico (supervisão e treinamento) e manutenção de equipe para atividades de apoio.

A secretaria compra os gêneros alimentícios por meio de licitação pública, modalidade tomada de preços. Os editais são preparados por nutricionistas da administração estadual que elaboram os cardápios e fichas técnicas para as empresas interessadas em participar da concorrência.

Arujá, Barra do Chapéu, Cotia, Diadema, Guarulhos, Iporanga, José Bonifácio, Juquitiba, Mauá, Mogi das Cruzes, Monte Mor, Natividade da Serra, Redenção da Serra, Ribeirão Preto, Rio Grande da Serra, Santa Isabel, Santo Antonio do Pinhal, São Lourenço da Serra, São Paulo, Sete Barras, Taboão da Serra, Taubaté e Vargem Grande Paulista são as cidades que compõem o módulo centralizado.

O sistema descentralizado

As escolas do sistema descentralizado são as que foram municipalizadas pela SEE e recebem repasses do governo federal, por meio do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). São R$ 0,13 por dia para cada aluno do ensino fundamental, em 200 dias letivos/ano. O valor é acrescido de R$ 0,06 do Programa de Enriquecimento da Merenda Escolar (Peme) da secretaria e totaliza R$ 0,19.

Como auxílio, a SEE garante a reposição de equipamentos de cozinha – fogão, freezer, geladeira e liquidificador. Doa também utensílios básicos para novas escolas e a reposição de usados para as demais. São pratos, copos, talheres, panelas, etc., que totalizam 50 itens.

Marilena de Lourdes Silva, diretora técnica do Departamento de Suprimento Escolar (DSE), conta que os recursos do Peme são para reforçar ainda mais os cardápios. “A cada dois meses, repassamos o dinheiro para os sistemas centralizado e descentralizado. É destinado à compra de perecíveis – carnes, vegetais, peixes, frutas, ovos, pães e alimentos frescos – adquiridos na região da escola, para atender aos hábitos e gostos alimentares dos alunos”, conclui.

Para conferir se os recursos chegam efetivamente às escolas, a SEE mantém um grupo de verificação de prestação de contas de todos os repasses efetuados anualmente. Esse serviço é fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Cardápios elaborados por nutricionistas

A comida servida nas escolas públicas é elaborada conforme orientação de nutricionistas contratadas pela secretaria. “O objetivo da merenda é garantir, no mínimo, 15% das necessidades diárias de nutrientes para os estudantes. Além disso, precisamos mantê-los alimentados durante a jornada escolar diária, para executarem as atividades didático-pedagógicas, independentemente da condição socioeconômica”, conta.

No final de cada ano, a SEE elabora pesquisa em 20 cidades do Estado para saber a opinião dos alunos sobre a alimentação escolar. O exame é realizado por amostragem e simula a prestação do serviço nos pequenos, médios e grandes municípios. “Também visito aleatoriamente algumas escolas no horário da merenda para conferir a higiene, cheiro, paladar e a qualidade da comida servida. Nunca me decepcionei”, diz orgulhosa.


Total de merendas servidas por ano, em 200 dias letivos

Sistema

– centralizado: 174.000.000 merendas;
– descentralizado: 419.266.600 merendas

Investimento até junho

– Sistema centralizado: R$ 30.850.437,88
– Sistema descentralizado: R$ 12.631.939,86
Total: R$ 43.482.377,74

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/07/2003. (PDF)