Unesp, ensinando a fazer TV

TV Unesp tem nova programação; e uma das novidades é o Ciência sem Limites, que estreia nesta segunda-feira

Conhecida como a “Cidade sem limites”, Bauru está literalmente à frente dos outros 644 municípios paulistas em um quesito único. Não, não é por causa do tradicional sanduíche de rosbife com queijo derretido em banho-maria e picles de pepino, cujas variações recheiam cardápios de todo o Brasil, mas sim pelo fato de a cidade do Noroeste paulista abrigar a sede da TV Unesp, a emissora pública e educativa da Universidade Estadual Paulista, no ar desde 4 de novembro.

Com atrações para o público em geral, a Televisão Cultural e Educativa foi concebida sob o tripé do ensino, da pesquisa e da extensão, base estrutural da universidade pública brasileira. Tem como público-alvo três grupos distintos: a população de Bauru; os jovens, em busca de novas linguagens e de informação diferenciada; e a comunidade acadêmica.

A produção dos programas é dividida em jornalística e não jornalística (ver abaixo) e, até o final deste mês, cinco novas atrações serão incorporadas à grade. Uma das novidades é o Ciência sem Limites, programa que estreia nesta segunda (4), às 18 horas, e será reapresentado na quinta-feira (6), às 14 horas.

Como assistir

Durante os sete dias da semana, são veiculados programas acadêmicos, educacionais e culturais. A maioria é dirigida para todas as idades, sexos e perfis socioeconômicos. Abordam temas da atualidade, saúde, qualidade de vida, cultura, serviços, política, debates e entretenimento.

Em Bauru e região, a sintonia da emissora é feita pelo canal 45 UHF, de sinal aberto, ou pelo 32, da NET TV a Cabo. Em outros lugares é possível assistir à programação pelo site. A emissora tem como diferencial apresentar somente conteúdo produzido em alta definição, no formato High Definition (HD), com áudio e vídeo digital.

Na Web, a transmissão é feita por meio da tecnologia de streaming (envio sob demanda) e foi aprimorada internamente. Assim, além do tradicional televisor, é possível assistir on-line aos programas de alta-fidelidade em quaisquer plataformas, móveis (ou não), como notebook, tablet e celular de última geração (smartphone).

Investimento e parceiros

Ao longo de sua fundação, em 2008, a emissora recebeu investimento de R$ 15 milhões da Unesp em instalações, equipamentos e pessoal. Tem 48 funcionários concursados e contratados em regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp).

A TV Unesp tem diversos parceiros. A lista inclui o Canal Futura (que retransmite algumas reportagens produzidas pela emissora) e mais a Prefeitura da cidade, o Sesi e o Sesc locais, a TV Cultura e o YouTube, entre outros. O acordo com o site de vídeos do Google garante à emissora um canal exclusivo na internet para armazenar seus programas.

Viés estratégico

Ana Sílvia Médola, professora de jornalismo e diretora da emissora, vê a televisão como o mais importante e popular meio de comunicação de massa do Brasil. Os motivos são o fato de estar em mais de 90% dos lares nacionais, reunir o País em rede, ter dimensão continental, unir a nação pela língua e ser janela permanente para retratar a vasta diversidade cultural regional brasileira.

Neste contexto, Ana Sílvia situa a TV Unesp como a mais nova e moderna emissora educativa brasileira. Além do jornalismo público diário, a instituição também se propõe a formar recursos humanos especializados e ampliar a pesquisa na área. E mais, estimular e potencializar ferramentas de inclusão social em massa, como o ensino a distância e a TV digital, tecnologias emergentes em todo o mundo.

A pesquisadora observa que, do ponto de vista técnico e estético, a televisão comercial brasileira é referência internacional. O reconhecido padrão de qualidade tornou o espectador brasileiro exigente, independente da qualidade do conteúdo exibido. Assim, para ela, é grande o desafio da TV universitária para recriar padrões equivalentes.

Cursos afins

Ela destaca que muitos dos cursos oferecidos pela Unesp em Bauru têm afinidade com as pesquisas e trabalhos ligados à emissora. Além de jornalismo, o campus também oferece radialismo, relações públicas, design, pedagogia, engenharia de produção, arquitetura e urbanismo, ciência da computação, ciências biológicas, educação física, física, matemática, psicologia, química, e sistemas da informação, entre outras opções.

“Formar profissionais para atuar em televisão é transferir conhecimento para a sociedade e também uma questão estratégica em tempos de globalização. Além de manter a identidade cultural brasileira, ao refletir e produzir conteúdos de temática nacional, este pessoal também atuará no meio acadêmico e na indústria cultural, criativa, de comunicações e do entretenimento”, conclui a professora.


Um jornalismo sem limites

No dia a dia da emissora (que não é nada convencional), são tratados assuntos ‘quentes’ e factuais; toda a produção é integrada entre as áreas e os profissionais

Ricardo Polettini, editor-chefe do jornalismo, conta que a proposta é cobrir assuntos relevantes para a sociedade, porém pouco explorados pelas redes comerciais. Não há tema proibido e os fatos são repercutidos, oportunamente, com pesquisadores da universidade e especialistas.

“No dia a dia, destacamos pautas ‘quentes’ e factuais como, por exemplo, crise na saúde pública, acidentes de trânsito envolvendo motos, aumento dos casos de dengue, etc. Mas também há espaço para ‘causos’ contados por violeiros, campeonato de xadrez escolar, passeio de Maria-Fumaça, novo uniforme do Esporte Clube Noroeste, descarte correto de óleo de cozinha. Enfim, não há limites para o jornalismo da TV Unesp”, analisa.

Do time de dez profissionais que comanda, Polettini comenta que seis concluíram mestrado na Unesp – e os demais cursaram especializações. Esta característica é comum na emissora e, na avaliação dele, o aprimoramento da carreira é um estímulo positivo que reforça o vínculo acadêmico da equipe da TV Educativa.

Estrutura enxuta

Diferentemente de uma emissora convencional, onde o trabalho é ‘departamentalizado’, na TV Unesp toda a produção é integrada e colaborativa entre as áreas e os profissionais. Um dos exemplos é o setor de multimídia. Nele, trabalham Fernando Geloneze, coordenador; Fábio Cardoso, programador, responsável pelo site; e a dupla Felipe Tristão e Leonardo Schimmelpfeng, produtores de ensino a distância.

O grupo faz trabalhos conjuntos para diversos órgãos da universidade, como o Núcleo de Educação a Distância (Nead), e também desenvolve aplicações em TV Digital. Da grade atual, dois programas foram adaptados à plataforma e aguardam liberação, por parte da Anatel, do sinal digital para serem veiculados.

Uma aposta nova do grupo é criar aplicativos (apps) para o ensino a distância em dispositivos móveis (celular e tablet). Este trabalho se soma a outros atuais, como classificar conteúdos publicados na internet, aprimorar o sistema de streaming e a manutenção do site da TV Unesp, que traz a programação completa e descrição de todos os programas.

Fernando e Fábio explicam que o site é a principal porta de entrada da emissora para a maioria dos espectadores – e o mais importante canal de comunicação do público. E dá ainda indicativos da audiência, considerando a impossibilidade de aferi-la. Além disso, é integrado às redes sociais (Facebook, Twitter e outras) e permite ao usuário interagir e comentar em tempo real sobre a programação.

Visão 360º

Thiago Areco, supervisor de operações, é quem faz o elo entre todos os setores da emissora com suporte do departamento técnico. Comanda operadores de áudio, de câmera, repórter cinematográfico, iluminador, diretor de TV, operador de central técnica. Especialista em transmissões televisivas, tem por missão manter o padrão Broadcast de captura e de exibição do material com qualidade em qualquer mídia, dentro de parâmetros especificados.

Jovem, como a maioria dos profissionais do canal universitário, Thiago estudou eletrônica no Colégio Técnico da Unesp, em Bauru. Depois trabalhou sete anos na área de engenharia de transmissão da maior emissora comercial do País. Ao longo de sua trajetória profissional, acompanhou a evolução dos trabalhos ligados ao universo da televisão, hoje totalmente integrado às novas tecnologias, como informática, design e telecomunicações.

Aos 32 anos, Thiago dedica-se em tempo integral à emissora que classifica como a “maior televisão universitária do Brasil em estrutura local, em mão de obra qualificada e a transmitir no formato Full HD no País”, diz orgulhoso. Ele conta que um dos segredos do visual da TV Unesp é o programa israelense Orad. No mundo, a emissora educativa paulista é uma das 30 que têm licença de uso do software, que permite criar cenários virtuais. Por meio desta tecnologia, a equipe de videografistas desenha e simula ambientes de estúdio para as atrações.

Cenários infinitos

Com sensores espalhados pelo estúdio, o Orad permite ao apresentador interagir com objetos reais ou fictícios, como um quadro ou monitor, e também se deslocar para ambientes virtuais diante das câmeras. “Mesmo tendo um único estúdio, esta ferramenta possibilita criar qualquer tipo de cenário para os programas. Um exemplo de aplicação é na previsão do tempo, informada pelo Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPmet) da Unesp”, explica Thiago.

O Orad é também usado pela equipe de videografistas liderada por André Poles. Além de desenhar os cenários, o grupo responde por toda a identidade visual da emissora, cuja tarefa inclui produzir logotipos, infográficos, vinhetas, ilustrações e animações. “A proposta do trabalho é dar ‘cara’ à emissora, anunciar para o espectador a atração seguinte, entre todo o cuidado estético”, explica André.

Atrações multifacetadas

Programa infantil, de artes, de entretenimento, educativo, cultural, científico, de orientação profissional, de saúde… Esta é a proposta do Setor de Produção da TV Unesp. Com uma equipe de sete profissionais, quatro com mestrado na Unesp, o grupo formado por Renê Lopez, Juliana Ramos, Tathiana Saqueto, Licínia Iossi, Patrícia Basseto, Cláudia Paixão e Leandro Fortes se desdobra para produzir atrações diferentes (leia abaixo) na concepção e conteúdo.

Representando o grupo, o produtor Renê Lopez explica que nos programas a ideia é oferecer um conteúdo que seja “plural”, capaz de valorizar conceitos de cidadania e oferecer uma visão diferente, sempre voltada ao interesse público.

Não há restrição de assuntos e a música (e seus infinitos gêneros) tem destaque. Um dos objetivos é revelar novos talentos, com abordagem diferente da usada pela indústria fonográfica. Em busca de espaço, muitos artistas, ainda desconhecidos do grande público, entregam CDs na portaria da emissora e acabam conseguindo convite para se apresentar nos programas.


Programas jornalísticos

Unesp Notícias – Telejornal principal de 30 minutos. Vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 17h30, com reportagens de utilidade pública, cultura, emprego, saúde, política, economia e ciência.

Bauru AS – O jornalista Thárcio de Luccas entrevista lideranças locais ligadas a empresas e entidades sociais. Os convidados analisam temas diversos de suas áreas de atuação.

Diálogos – Apresentado pela jornalista Mayra Ferreira, aborda o universo das pesquisas.

Fórum – Comandado pelos jornalistas Thárcio de Luccas e Willian Poliveri, traz sempre especialistas para repercutir com o público, em debates interativos.

Unesp Informa – Boletins institucionais de um minuto (em média) veiculados ao longo da programação diária.

Vunesp Informa – Boletins de um minuto (em média) sobre concursos e vestibulares da Fundação para o Vestibular da Unesp (Vunesp).


Programação para todos os gostos

Artefato – Programa discute cultura, tecnologia, literatura, arte e entretenimento.

Ciência sem Limites – Atração inédita, estreia nesta segunda-feira (4), com apresentação do jornalista João Moretti. Vai mostrar e demonstrar pesquisas e pesquisadores da Unesp.

Cine Pódium – Atração interativa inovadora, em que o apaixonado por cinema ajuda a fazer a classificação de um ranking composto por cinco filmes com temas conhecidos e abordados no cinema.

Clipes TV Unesp – Uma grande vitrine para novos artistas. Sequência de videoclipes de bandas regionais e independentes – do pop ao rock, do reggae ao rap.

Curta Unesp – Canal de difusão de filmes e vídeos universitários e independentes produzidos no Brasil.

Enxamas – Programa mostra manifestações e eventos artísticos que permeiam as redes de cultura livres e independentes.

Giramundo – Atração infantil educativa informa sobre lugares do mundo para os pequeninos.

Guia de Profissões – Versão televisiva da revista com os cursos de graduação oferecidos pela Unesp e seus campos de atuação profissional.

Naturalmente – Produzido em parceria com o Sesi-Bauru, estimula, por meio de aulas práticas, a adoção de hábitos alimentares saudáveis.

Opção Saúde – Programa dá dicas sobre qualidade de vida, bem-estar e hábitos saudáveis.

Som e Prosa – Espaço para artistas, bandas e apresentações no estúdio da TV Unesp.

Televisionários – Programa resgata memória dos primeiros profissionais que trabalharam na televisão em Bauru.

Tradições do Interior – Trata da preservação da cultura do interior paulista.

Unesp Ciência – Versão televisiva da revista produzida pela assessoria de comunicação da Unesp.


Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas I e IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 02/03/2013. (PDF)

Biodiesel é fonte de energia renovável e barata para o País

Uso do combustível movimenta a cadeia nacional da agricultura e tem apelo social, ecológico e tecnológico; produto pode ser originado a partir do óleo de cozinha ou derivados de milho, girassol, mamona, dendê, soja, algodão, babaçu e amendoim

O professor Afonso Lopes, da Unesp de Jaboticabal, pesquisa desde 2001 o biodiesel, fonte de energia alternativa renovável que pode substituir o combustível proveniente do petróleo sem prejuízos. O trabalho, feito em parceria com o pesquisador Miguel Dabdoub, da USP de Ribeirão Preto, aponta como resultados preliminares o não aumento de consumo em tratores quando o biodiesel é misturado numa proporção de até 50% com o diesel produzido com petróleo.

O professor do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas e Veterinárias de Jaboticabal relata que a utilização de combustível com o produto cresce 10% em comparação com o óleo diesel quando o tanque tem de 75% a 100% de biodiesel. Os testes são realizados num trator equipado com sensores especiais, que avaliam parâmetros de desempenho como velocidade, força, rotação do motor, patinagem e gasto de combustível.

Afonso explica que a nova modalidade de combustível pode ser originada a partir do óleo de cozinha, utilizado em frituras, ou de derivado de oleaginosas – vegetais que têm a capacidade de oferecer óleo, como o milho, girassol, mamona, dendê, soja, algodão, babaçu e amendoim.

Apelo tecnológico, social e ecológico

“O uso do biodiesel movimenta a cadeia nacional da agricultura e tem apelo social, ecológico e tecnológico. Gera renda no campo para os trabalhadores que irão cultivar os vegetais, é renovável, biodegradável e é fruto do trabalho coletivo de pesquisadores brasileiros”, ressalta.

O estudo tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), agricultores do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e da fábrica de tratores Valtra, que cedeu em comodato o trator utilizado nos testes.

Serviço

Afonso Lopes – Departamento de Engenharia Rural – Unesp Jaboticabal
Correio eletrônico – afonso@fcav.unesp.br
Outras informações pelo telefone (16) 3209-2637

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 14/05/2004. (PDF)

Unesp mantém em Araraquara maior museu e acervo odontológico do País

Exposição apresenta a evolução do instrumental odontológico e a história da faculdade local, a segunda mais antiga do Brasil

As 3 mil peças do Museu Odontológico Prof. Dr. Welingtom Dinelli da Universidade Estadual Paulista (Unesp) preservam, em Araraquara, a história da odontologia, a evolução do instrumental odontológico e a história da faculdade, a segunda escola de odontologia mais antiga do Brasil, que completou 80 anos no ano passado. O acervo é o maior e mais variado do País, e tem o maior número de itens em exposição permanente que se conhece.

O museu ocupa cem metros quadrados de uma sala no andar térreo da Faculdade de Odontologia (FO), anexo à biblioteca. Nele, o público tem a oportunidade de conhecer consultórios antigos, modelos dentários, material didático, catálogos, aparelhos de alta rotação e sua evolução ao longo do tempo, sugadores de saliva, medicamentos, estufas esterilizadoras e antigos anúncios de material odontológico restaurados.

História da odontologia

Desde outubro de 2003, abre todos os dias úteis para visitação. Mostra a cronologia da história da Odontologia e o público descobre que o ofício do dentista foi exercido na Idade Média por barbeiros, por volta do ano 1100. As informações são oferecidas por meio de retratos e fotos de época, alguns assustadores, que mostram como era feito o atendimento aos pacientes.

Na sequência, a exposição apresenta um consultório itinerante, do século 19, que era transportado no lombo de burros para atender à população brasileira dispersa em pontos longínquos, principalmente no interior da Bahia e de Minas Gerais. O destaque seguinte é um consultório retrátil utilizado na Segunda Guerra Mundial, que era lançado de para-quedas para atender aos soldados no campo de batalha. Do mesmo período, há um aparelho alemão de Raios X, da Siemens, dos anos 40, que, segundo os expositores, deixou de ser fabricado por ser eficiente demais. “Nunca quebrou e, se for preciso, pode ser usado até hoje”, conta Carolina Carvalho Bortoletto, monitora do museu.

Parcerias de sucesso

Roberto Esberard, vice-diretor da FO, conta que o Museu Odontológico recebeu, há algum tempo, importante apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), e conta, até hoje, com o auxílio da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), mas o seu principal aliado para colocá-lo em atividade permanente foi a Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex) da Unesp.

“O pró-reitor de Extensão Benedito Barraviera ofereceu auxílio financeiro e patrocinou uma bolsa de estudos, que foi repassada para um dos alunos monitores de visitação. E a Dabi Atlante, fabricante de material odontológico, também concedeu uma bolsa de estudos por meio do Projeto Adote um Aluno da Unesp. As duas bolsas mantêm os dois monitores, que se dividem nos períodos da manhã e da tarde. A Dabi Atlante prometeu recursos significativos para o início de março para dar prosseguimento às atividades do museu”, conta Esberard.

Agendamento

O Museu foi incluído pela Secretaria de Turismo de Araraquara como atração turística permanente da cidade. Desde sua inauguração, mais de mil pessoas assinaram a lista de visitas. Ele foi incluído no Guia Brasileiro de Museus e fica aberto de segunda a sexta-feira, das 9 às 11 horas e das 15 às 17 horas, com entrada franca. As escolas ou grupos interessados em conhecê-lo devem entrar em contato com a diretoria da FO pelo telefone (16) 3301-6300.

Permutas e doações

“Tenho a ferrugem no sangue, sou colecionador de lambretas, vespas e automóveis antigos. Há dois anos, fui convidado pelo professor Dinelli e dei prosseguimento à sua iniciativa”, lembra o vice-diretor Esberard. “Desde o início, recebi o apoio do professor Ricardo Abi-Rached, diretor da FO e de todos os departamentos, que não mediram esforços no sentido de consolidar as atividades”, recorda.

“Minha preocupação foi criar ambientes propícios para a visitação do público com conforto. Adaptei as instalações disponíveis, reuni e dispus as peças de modo didático-funcional, com o objetivo de tornar a exposição auto-explicativa para os leigos”, conta, acrescentando: “Para isso, visitei os principais museus odontológicos do País: da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), na capital, de Piracicaba e um no Rio de Janeiro”, diz Esberard. “Mantenho contato permanente com essas instituições e sempre consigo, por meio de permutas e doações, novos itens”, relata.

Ideia do Museu nasceu há mais de 30 anos

A idéia de um museu odontológico teve início no final da década de 1970 quando o ex-diretor da FO, Rafael Lia Rolfsen, solicitou aos ex-alunos e fornecedores da universidade que doassem peças em desuso. Inicialmente, elas foram estocadas numa pequena sala do 6º andar do prédio da faculdade e, assim, o museu começou a tomar forma no início dos anos 80, quando o professor Welingtom Dinelli, também ex-diretor da FO, abraçou a causa.

Os anos de luta pela efetivação renderam ao professor Dinelli uma homenagem: o conjunto foi batizado com seu nome. “A maior dificuldade foi conseguir local definitivo para receber o acervo, que até hoje cresce sem parar”, explica Dinelli. A disposição em preservar a história da instituição acabou por contagiar outros profissionais da faculdade, como a professora Ângela Cristina Zuanon, do Departamento de Odontopediatria, a bibliotecária Maria Helena Matsumoto Komasti Leves, o supervisor de seção Róbson Ostan, o auxiliar acadêmico aposentado Cláudio Titã e o pintor Wagner Adalberto Correa dos Santos”, finaliza. Esberard, assumiu a coordenação do museu em 2002.

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 12/02/2004. (PDF)