Fapesp lança livro com os indicadores de ciência, tecnologia e inovação em SP

Publicação abrange período de 1998 a 2003 e analisa impacto da pesquisa em áreas da saúde, ensino superior e tecnologia da informação

A sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) foi palco do lançamento do livro Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo – 2004. A publicação traz análises de 40 pesquisadores de instituições de ensino paulistas e de pareceristas externos sobre a qualidade dos trabalhos científicos realizados entre 1998 e 2003 no Estado. A terceira edição dá continuidade aos volumes anteriores, de 1998 e 2001. Dividida em dois livros, conta com 12 capítulos e 220 ilustrações.

A série é inspirada no modelo das principais publicações internacionais de referência, tal qual os relatórios da National Science Foundation (NSF), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

As novidades são temas como Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e redes digitais. As estatísticas explicitadas revelam dados do crescimento do volume de domínios do Estado na internet. De 1992 a 2002, São Paulo teve, em média, 250 domínios “.com.br” e “.org.br” registrados para cada mil estabelecimentos. Os demais Estados brasileiros tiveram apenas 140.

Subsídio

Os números mostram também crescimento de 54% da produção científica nacional, porcentual superior ao aumento médio da produção mundial (9%). Nesse período, a taxa de desenvolvimento da produção paulista foi de 63%, superior à brasileira, passando a representar, em 2002, 54% da produção nacional. Sobre o comércio exterior nota-se que, entre 1998 e 2002, a participação dos produtos de alta tecnologia nas exportações do Estado situou-se entre 25% e 30%, enquanto a do Brasil ficou entre 15% e 20%.

Segundo a coordenadora-executiva do projeto, Regina Gusmão, os autores foram orientados a contextualizar as séries estatísticas, principalmente, do ponto de vista socioeconômico. O objetivo é oferecer subsídios para as ações dos gestores e formuladores de políticas de ciência, tecnologia e inovação no nível estadual e federal.

Novas tendências para antigos desafios

O livro Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo – 2004 traz a biografia do antigo diretor-presidente da Fapesp, Francisco Romeu Landi, falecido há um ano. A obra está inserida nas atividades regulares da Fapesp que, desde 2001, constituiu um núcleo direcionado à produção regular de análises da ciência e tecnologia nacional. Analisa insumos, produtos e indicadores de impacto.

Na categoria insumos, observa os investimentos público e privado em pesquisa, os recursos humanos disponíveis e analisa o panorama do ensino superior. Na seção produtos, o livro verifica a produção científica, tecnológica e o comércio de itens de alta tecnologia e empresas inovadoras.

Por fim, os indicadores observam o impacto socioeconômico e cultural da ciência e tecnologia em setores da saúde, tecnologia da informação e percepção pública da ciência. Segundo Regina, os capítulos indicam novas tendências que remetem ao enfrentamento de velhos desafios para a consolidação do sistema nacional de ciência e tecnologia, isto é, enfrentar o contraste existente entre o avanço da capacidade de produção e a relativa estagnação da capacidade de geração de inovações tecnológicas do País. E também o limitado desempenho do setor empresarial em atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/05/2005. (PDF)

IPT cria primeiro laboratório anti-vírus da América Latina

Contrato de parceria assinado entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a subsidiária brasileira da multinacional sul-coreana Hauri definiu a criação do primeiro laboratório de antivírus da América Latina. O centro será instalado na sede do IPT, na capital, e vai adequar as aplicações de segurança da empresa estrangeira às necessidades do mercado nacional.

Na opinião de Cláudio Luiz Marte, diretor da divisão de informática e telecomunicações do instituto, a combinação de competência tecnológica com o uso de ferramentas ajustadas possibilitarão prevenir e combater crimes digitais (cibercrimes).

“O planejamento estruturado permite desativar qualquer vírus, por mais destrutivo que seja. Esta parceria vai organizar soluções de caráter multidisciplinar e oferecer suporte para setores governamentais e financeiros”, afirmou o pesquisador do IPT, Antonio Rigo, na solenidade de inauguração do laboratório.

Crime cibernético

O vice-presidente internacional da Hauri, o brasileiro Paulo Tonetto, acredita que para aumentar a segurança e a eficiência dos dispositivos de proteção será preciso investir em soluções conjuntas e na conscientização internacional dos perigos do crime cibernético.

“Este é um problema social e não deve ser combatido somente por empresas interessadas em criar vacinas e vendê-las como solução. O laboratório brasileiro iniciará suas atividades no dia 5 de julho e será hospedeiro e co-gestor no desenvolvimento de produtos”, esclareceu Tonetto.

O pesquisador lembrou que tecnologia é uma ferramenta capaz de potencializar a habilidade humana. “A parceria IPT-Hauri pode equilibrar forças, criar mecanismos de defesa e resistir ao avanço do crime digital. O aplicativo oferecido é capaz de estancar a ação do vírus e recuperar no disco rígido as informações danificadas pelo invasor”, acrescentou.


1,3 mil vírus ativos: ameaça mundial de infestação de redes

A Hauri afirma que foram criados até hoje 85 mil vírus de computador no mundo, 34 mil deles até 1995. Cerca de 1,3 mil estão ativos e representam ameaça mundial de infestação de redes. No Brasil, o número de ataques a servidores e sites chega a 2 mil por mês, quase 10% do volume médio registrado mensalmente em 2004 no resto do mundo – prova do estágio avançado dos criminosos virtuais (hackers) brasileiros.

No ano passado, segundo análises de mercado publicadas na mídia, as invasões em todo o planeta chegaram a 400 mil, crescimento de 36% em relação a 2003. Os países latino-americanos representam menos de 5% do faturamento mundial de soluções antivírus e revelam a necessidade de proteção e investimento no ambiente virtual brasileiro.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/05/2005. (PDF)

Exposição de cartuns sobre ciência é destaque do mês no Metrô Clínicas

A Estação Clínicas do Metrô expõe, até o dia 29, encontro entre a produção de tecnologia dos centros de pesquisa e o humor despojado dos cartuns. Trata-se da série de quadrinhos Os Cientistas, em mostra promovida pelo programa Ação Cultural do Metrô ao longo da passagem subterrânea da estação para a avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, em área não-paga.

A série de quadrinhos é uma criação do jornalista e cartunista João Garcia, o Jão, iniciada em 1994 no jornal Correio Popular, de Campinas, onde foi publicada até 2002. Ao longo desse período, o profissional teve a ajuda de muitos colaboradores, por meio de um método de trabalho em equipe, o que deu origem à assinatura da série, Jão & Cols.

Personagens

Entre os personagens principais estão Lerdo, o burocrata; Zago e Zilda, os pesquisadores maduros; Interneto, o estagiário adepto das novas tecnologias; e Seu Zé, o faxineiro do laboratório, com pouco estudo mas capaz de incríveis sacadas, que representam a sabedoria popular e ilustram o desenvolvimento da ciência em países como o Brasil.

O humor é utilizado para informar e combater os preconceitos acerca da divulgação da ciência para o público, seja ele de adultos, jovens ou crianças. A série foi responsável por um “furo” de reportagem – talvez o primeiro em quadrinhos do mundo – ao anunciar em 2001 a descoberta, por uma equipe da área de biotecnologia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da variedade bacteriana mais produtiva para a fabricação de plástico biodegradável, a Burkholderia saccharum.

A série Os Cientistas tem inserções em diversas publicações, como o boletim IPT Tecnologia em Dia, do IPT; as páginas eletrônicas do Núcleo José Reis da Associação Brasileira de Divulgação Científica/ECA-USP, e a Folha da Região, de Araçatuba.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/05/2005. (PDF)