Roda SP é opção de passeios para turistas no litoral

Programa da Secretaria de Turismo possibilita ao turista pagar tarifa de R$ 10 e poder embarcar em um dos 16 ônibus e 12 vans para fazer 20 roteiros turísticos completos de um dia inteiro

O Roda SP, programa sazonal de viagens intermunicipais da Secretaria de Turismo do Estado, oferece lazer com atrações culturais, históricas e gastronômicas no litoral sul paulista. Pagando uma tarifa de R$ 10, turistas e moradores da região litorânea têm à disposição 16 ônibus. São dois double deckers (com dois andares), dois convencionais, dois adaptados, micro-ônibus e 12 vans (duas acessíveis), com atendimento exclusivo a cadeirantes.

A secretaria prevê transportar, até 28 de fevereiro, 15 mil passageiros, com partidas de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Praia Grande, Peruíbe, Mongaguá, Santos e São Vicente. O Roda SP funciona de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas, com saídas de ônibus inclusive nos fins de semana e feriados. A passagem dá direito a viajar o dia inteiro (ida e volta). Ela pode ser adquirida no site do programa ou nos nove postos de venda das cidades com roteiros ou, ainda, com o guia de turismo de cada ônibus (ver serviço).

Atrações

Neste ano, o Roda SP repete no litoral o formato city tour adotado pelo programa no interior paulista no ano passado. Nesse modelo, não há paradas para embarque e desembarque ao longo do itinerário – e há um guia de turismo em todos os ônibus. O profissional acompanha os turistas o tempo inteiro e, ao longo dos trajetos, informa sobre atrações culturais e históricas do destino, incluindo opções de alimentação, lazer e compras.

A descrição completa de roteiros, com horários e atrações, está disponível para consulta no site do Roda SP (ver serviço). Os passeios incluem visitas a praias, monumentos históricos e religiosos, museus, restaurantes, templos, parques ecológicos e programas singulares, como visita a um aquário, plataforma de pesca, zoológico e teleférico.

Orientações

O interessado em fazer os roteiros deve comprar o bilhete com antecedência, para não correr o risco de ficar sem – nos feriados e fins de semana, a procura costuma aumentar. No dia do embarque, a orientação é chegar com 30 minutos de antecedência. Os ônibus não têm lugares demarcados e a ocupação dos assentos é feita por ordem de chegada, sendo obrigatório o uso do cinto de segurança.

Criança de até 5 anos de idade viaja de graça no colo do responsável. É proibido fumar ou ingerir bebidas alcoólicas dentro das conduções. O Roda SP permite agendamento de grupos com no mínimo 20 integrantes. O pedido pode ser feito por telefone ou e-mail (ver serviço). No momento da reserva, o responsável pelo grupo deve informar data, rota desejada, total de pessoas e telefone para contato.

Os ingressos para as atrações, quando for o caso, são cobrados à parte e o passageiro pode escolher as atividades que sejam de seu interesse. O preço médio das refeições nos restaurantes e bares dos balneários visitados é informado na descrição dos roteiros.

Oportunidade

Alegria e entusiasmo. Com esse espírito, um grupo de turistas embarcou na manhã da terça-feira (3), no Orquidário de Santos, bairro José Menino, rumo às cidades de Itanhaém e Peruíbe. Acomodados no ônibus de dois andares com ar-condicionado, os passageiros, a maioria de Santos, ouviram com interesse as informações passadas por Cláudia Jorge, guia de turismo do Roda SP desde 2012.

Antes de chegarem a Itanhaém, os passageiros souberam que o nome da cidade tem origem na antiga língua tupi e significa ‘pedra que canta’, em alusão ao barulho causado pelas ondas ao bater nas pedras nas praias. Descobriram também que a cidade foi a segunda a ser fundada no Brasil, em 1532 – a primeira e também paulista, São Vicente, surgiu três meses antes, no mesmo ano. Por fim, quando avistaram a Praia dos Sonhos, uma das mais famosas da orla de 26 quilômetros, souberam que o trecho à beira-mar foi a principal locação da primeira versão da novela Mulheres de Areia.

Safári

Moradores de Santos, os amigos Renata Lima (professora), Alessandra Ceci (analista de sistemas) e Emerson David (fotógrafo) reuniram mais dois colegas para produzir imagens em Itanhaém e Peruíbe. Eles se conheceram em um curso de fotografia na cidade, com duração de três meses, e vislumbraram na Rota 14 do Roda SP a possibilidade de visitar os municípios vizinhos para pôr em prática algumas das lições aprendidas.

Renata se diz “freguesa antiga” do Roda SP. Desde 2013, ela faz roteiros para locais e atrações desconhecidas. “O Caminho do Mar, que vai de Cubatão a São Bernardo do Campo, foi o passeio mais interessante de todos”, revela. No banco ao lado, Alessandra fazia seu primeiro passeio e não via a hora de desembarcar e pôr sua câmera para funcionar. Émerson, fotógrafo de eventos, viu no Roda SP uma oportunidade única. “Não tenho carro, o preço da passagem é muito acessível e a presença da guia de turismo faz toda a diferença”, afirmou.

Casais

Os aposentados João Coito e Iolanda Silva viram na iniciativa da secretaria uma oportunidade para fazer um programa diferente. Os dois viajaram no ano passado e gostaram. “Inclusive, convidamos vários amigos para nos acompanhar”, contaram. No corredor ao lado, Regina Duarte, acompanhada do marido Antônio, revelou ter seguido a dica de sua manicure. E adorou. “Gente, uma iniciativa tão boa como esta precisa ser mais prestigiada. É sensacional. Nem precisamos ir até a rodoviária”, disse.


Postos de venda de passagens

  • Bertioga: Av. Thomé de Souza, 130 – Praia da Enseada
  • Cubatão: Estação das Artes – Av. Nove de Abril, s/nº
  • Guarujá: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, 885 – Pitangueiras
  • Itanhaém: Praça Benedito Calixto, 19 – centro
  • Mongaguá: Av. São Paulo, 1.760 – centro
  • Peruíbe: Praia do Centro – Praça Melvim Jones – Av. Mario Covas
  • Praia Grande: Av. Castelo Branco, s/nº – Boqueirão (ao lado do Conviver)
  • Santos: Aquário – Av. Bartolomeu de Gusmão, s/nº – Ponta da Praia
  • São Vicente: Teleférico – Av. Ayrton Senna da Silva, 500 – Praia Itararé

Serviço

Roda SP (informações, roteiros e ingressos)
E-mail contato@rodasp.com
Telefone 0300 745 0000

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/02/2016. (PDF)

Glicerol é aposta da USP para gerar energia limpa

Desenvolvida no câmpus de Ribeirão Preto, tecnologia dá destinação ambiental correta ao resíduo da produção de biodiesel, gera eletricidade e produz dihidroxiacetona, matéria-prima de alto valor agregado

A corrida científica mundial em busca de novas fontes de energia renováveis e sustentáveis ganhou mais um competidor: o glicerol, um dos resíduos orgânicos da produção de biodiesel. Ao propor, em Ribeirão Preto, a sua oxidação (queima) em condições especiais, a pesquisadora Lívia Palma conseguiu associar o descarte ambiental correto de um poluente com a geração de eletricidade e a produção de dihidroxiacetona, matéria-prima de alto valor usada na indústria vinícola, de bronzeadores e de produtos médicos.

“A eletricidade é obtida por meio da célula a combustível, um tipo de gerador capaz de fornecer, de modo permanente, energia para baterias de carros, notebooks, celulares, etc.”, explica Lívia, que trabalha no Laboratório de Eletroquímica e Eletrocatálise da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP).

Grandes montadoras internacionais de veículos, como Honda e Toyota, também pesquisam atualmente as células a combustível. Diferentemente das baterias convencionais, feitas à base de lítio e de outros metais pesados, as equipadas com esse dispositivo inovador não precisam ser recarregadas porque têm um tanque acoplado, que possibilita o reabastecimento. “Assim, quando se esgota o combustível no tanque, basta repor”, afirma Lívia.

A célula a combustível é dividida em duas partes. A primeira, chamada de ânodo, é responsável pela condução da corrente elétrica de um sistema – nela o combustível é queimado, liberando elétrons que atravessam o circuito e acionam o funcionamento de um motor. Na segunda parte, os elétrons tem como destino o outro polo, chamado cátodo, onde o oxigênio será reduzido. “A reação de oxigênio é mais rápida em meio alcalino”, destaca a pesquisadora.

Renda

Outro mérito do estudo acadêmico de Lívia é gerar riqueza a partir da reciclagem de um resíduo de origem orgânica, abundante e com potencial poluente. O grama do glicerol custa R$ 0,70 e origina a dihidroxiacetona cujo grama vale R$ 215.

“A cada dez litros de biodiesel produzido, 10% desse volume é glicerol. O estudo propõe agora definir qual é a quantidade de glicerol necessária para produzir um grama de dihidroxiacetona (um dos resíduos da geração de eletricidade na célula a combustível)”, informa Lívia.

Prata da casa

Formada e pós-graduada em Química pela FFCLRP-USP, em seu doutorado Lívia recebeu bolsa de estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp). Ela defendeu sua tese no ano passado, com orientação da professora Adalgisa Andrade, também do Departamento de Química, da FFCLRP. O título da tese é Desenvolvimento de células a combustível de álcoois direta: Produção de protótipos de alta potência.

Além do glicerol, o estudo acadêmico de Lívia também investigou meios de aumentar a eficiência da oxidação de outro álcool, o etanol. Em ambos os combustíveis, a reação química provocada para gerar eletricidade quebra as ligações de carbono e as transforma, entre outros produtos, em gás carbônico ou carbonato.

Desafios

Os próximos passos do estudo desenvolvido na USP Ribeirão Preto são achar meios para diminuir o uso de metais nobres (platina e paládio) necessários no processo de queima do glicerol (ou do etanol) dentro da célula a combustível. Por serem resistentes à corrosão e à oxidação, essas matérias-primas caras são inseridas em um meio alcalino (pH maior que sete) para acelerar a velocidade e a eficiência da reação química e gerar mais eletricidade em menos tempo.

Lívia destaca a existência de outras pesquisas com célula a combustível, alimentadas por hidrogênio, um gás que, embora seja abundante na atmosfera, é de difícil manipulação por ser muito volátil e trazer riscos de explosões. “A principal vantagem do glicerol é reaproveitar uma matéria-prima que costuma ser descartada. Meu desafio agora é encontrar parceiros interessados em financiar e colaborar com o desenvolvimento da tecnologia, que tem muito potencial para gerar riqueza e inovação”, finaliza.

Serviço

Departamento de Química da FFCLRP-USP
Tel. (16) 3315-3725
E-mail ardandra@ffclrp.usp.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/02/2016. (PDF)