IPT desenvolve solução ambiental para areias utilizadas na fundição

Unidade Móvel de Regeneração atende às empresas com acesso rodoviário favorável e descarte médio mensal de 200 toneladas; operação pode durar de um a cinco dias

A equipe de pesquisadores da divisão de metalurgia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) apresentou, recentemente, a Unidade Móvel de Regeneração de Areias de Fundição. Trata-se de um sistema inovador: funciona sobre uma carreta de caminhão e permite reutilizar o material descartado por setores produtivos nos processos de fundição. Ou seja, indústria automobilística, de motores hidráulicos e elétricos.

O uso da unidade móvel possibilita a retirada anual de 2 milhões de toneladas de areia e o posterior descarte na natureza. A cada ano é jogada igual quantidade do produto contaminado em aterros sanitários. O Estado de São Paulo abriga 600 empresas de fundição, as quais respondem pela metade de todo o volume anual de areia empregado no País.

O coordenador da equipe do IPT, Cláudio Mariotto, conta que o equipamento foi projetado para atender às fundições de pequeno e médio portes, que disponham de acessos rodoviários favoráveis e tenham descarte médio mensal de 200 toneladas de areia.

Uma vez por mês, o caminhão pode visitar os clientes, em operações que duram de um a cinco dias. Para requerer sua utilização, a fundição precisa fornecer gás liquefeito de petróleo (GLP), que aquece o forno, óleo diesel, que aciona o gerador, ar comprimido de acionamento e transporte, e água de refrigeração.

O custo estimado é um quinto do exigido para a armazenagem em aterros sanitários, dependendo do tratamento necessário. A capacidade mínima de operação do equipamento é de 1,5 tonelada de areia/hora. Assim, processa 36 toneladas em um dia. No limite máximo, opera com 4,5 toneladas por hora e regenera 108 toneladas por dia.

Molde

Mariotto afirma que, entre os processos industriais, a fundição é o mais recomendado para a produção de peças que exijam precisão e complexidade nas formas internas e externas. Por isso, é muito requerida pela indústria de autopeças na fabricação de componentes com design sofisticado, como pistões, comandos de válvulas, virabrequins, cabeçotes e discos de freio.

“A areia é utilizada para construir moldes, os quais são preenchidos com metal quente. Obtida a peça, podem ser facilmente destruídos,” explica Mariotto.

A produção de uma tonelada de peças de boa qualidade exige de oito a dez toneladas de areia. Após a retirada do molde, é preciso mais areia nova e limpa, para eliminação dos resíduos (resina) da produção. “O material descartado é o que será regenerado na usina móvel de reciclagem”, informa o coordenador.

Parceiros

Os principais elementos contaminantes da areia são os metais pesados (chumbo e cobre) e também o fenol, produto químico encontrado em resinas orgânicas. O tratamento pode ser térmico ou mecânico.

No primeiro caso, os agentes contaminantes são eliminados por calcinação e, no outro, por atrição (desgaste de atrito) grão a grão. A limpeza obtida é total ou parcial, de acordo com o tratamento empregado. A calcinação elimina a totalidade das substâncias contidas, enquanto o tratamento mecânico suprime entre 50% e 70% dos materiais que contagiam a areia.

A regeneração permite, na maioria dos casos, reutilização de 90% a 98% da areia, que retorna para os fornos. A medida reduz em até 10% o volume mensal de novas compras do material. Mariotto ressalta que a economia gerada com a usina móvel e a eliminação de riscos de enquadramento em leis ambientais compensam amplamente os custos com o processo. Seu sistema é projetado para trabalhar com todos os tipos de areia.

Para o presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), Luiz Carlos Koch, a unidade móvel diminui pontos negativos do processo industrial. “Ela é eficiente, porém o desafio é permitir que pequenas empresas consigam arcar com os custos da reciclagem sem inviabilizar o negócio. Contudo, o setor não se exime de suas responsabilidades sobre o destino final dos resíduos”, explica.

Os parceiros do IPT no projeto são a Metalúrgica Ipê (Mipel), a Lepe Indústria e Comércio e a Fagor Fundição Brasileira. Tem o apoio da Abifa e recebeu recursos de órgãos de fomento à pesquisa ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia. O evento de lançamento foi patrocinado pelas empresas Cavo Serviços de Meio Ambiente, Comgás e Máquinas Furlan.

Serviço

Divisão de Metalurgia do IPT – tel. (11) 3767-4474

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/03/2005. (PDF)

Qualificação amplia perspectivas de trabalho para educadores

Quase três centenas de professores da rede pública de ensino tiveram conhecimento de novas ferramentas de ensino que visam a aperfeiçoar o trabalho em sala de aula. No final de fevereiro, foi realizado o Encontro tecendo leituras 2005 e a capacitação Encontro de ensino de matemática, sob a responsabilidade da Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas (Cenp) em parceria com o Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática (Caem) da USP.

O primeiro teve a participação da professora Sonia Silva, coordenadora da Cenp, a qual enfatizou a importância do envolvimento de educadores e equipes pedagógicas das Diretorias de Ensino da Secretaria Estadual da Educação (SEE) para que os alunos (entre 5ª e 8ª séries) melhorem sua capacidade de leitura e escrita.

A professora Maria José Nóbrega ministrou palestra sobre o tema da concepção de leitura por meio das orientações didáticas das videoconferências. A docente e contadora de histórias, Tecka Mattoso, apresentou contos do livro O violino cigano, de Regina Machado. Mostrou aos demais colegas ser possível, com o uso de recursos simples, desenvolver uma interpretação. A educadora Alfredina Nery defendeu a relevância dos contos populares como gênero literário que valoriza a cultura local e sua relação com outras culturas e etnias na troca de valores culturais.

Já o Encontro de ensino de matemática foi dirigido exclusivamente para assistentes técnico-pedagógicos de 89 Diretorias de Ensino do Estado. Houve conferências dos professores Ruy Pietropaolo (Alfabetização matemática), Célia Carolino (Histórico da educação matemática e propostas curriculares) e Luís Fábio Pucci (Painel projetos Cenp 2005 para matemática e física, e oficinas – geometria, jogos e estatística).

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/03/2005. (PDF)

Unesp anuncia concurso para contratação de professor substituto e docente bolsista

Interessado deve ficar atento à publicação do edital no Diário Oficial do Estado, que informará os requisitos para a inscrição, datas e locais de provas; aprovados irão preencher vagas em vários campus da Unesp

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciou a contratação de 119 professores substitutos e 38 docentes bolsistas (alunos de doutorado com bolsas de órgãos de fomento).

A medida, em caráter emergencial, tem validade somente para o primeiro semestre de 2005 e visa a preencher vagas nas unidades universitárias e institutos da Unesp. Os novos profissionais terão jornada semanal de 12 horas, pelo regime jurídico da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Os interessados devem ficar atentos à publicação do edital de concurso público no Diário Oficial do Estado, quando serão divulgados os requisitos para a inscrição, as datas e os locais das provas.

Segundo o presidente da Comissão de Contratação de Docentes, Herculano Dias Bastos, os novos contratados substituirão os antigos professores conferencistas. “A norma atende à necessidade criada a partir das aposentadorias e da expansão da Unesp”.

No segundo semestre serão abertos mais concursos. A comissão já autorizou os serviços de outros 60 educadores, em regime de dedicação integral à docência e pesquisa.

Para o presidente da Associação dos Docentes da Unesp, Milton Vieira Prado Júnior, da Faculdade de Ciências, campus de Bauru, a chegada dos 60 docentes é uma medida que visa a resolver antigas reivindicações da associação.

Quanto à aquisição dos 157 professores em regime de 12 horas, Prado Júnior avalia como atitude emergencial para solucionar o problema criado pelos conferencistas. “As novas admissões permitem a entrada de docentes que podem se comprometer com a universidade.”

A lista completa das vagas nas unidades universitárias está publicada no site da Unesp. Há cargos vagos nos campus de Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, São José dos Campos, São José Rio Preto e São Paulo.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/03/2005. (PDF)