Produtor rural de pequeno porte tem assistência permanente do Estado

Retrospectiva 2016: texto publicado em 06-10-2016, página I, adaptado para esta edição.

Oferecer assistência técnica ao pequeno produtor rural ao longo de todo o processo produtivo. Essa é a proposta do Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf), iniciativa da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA) para melhorar a qualidade de vida dos agricultores e também dos alimentos produzidos no Estado. Desde sua criação, em 2009, o programa promoveu 63 capacitações em 32 municípios paulistas.

Executado por técnicos, agrônomos, veterinários e profissionais de diversas formações, o Prosaf transferiu conhecimento a mais de 3 mil produtores. Gratuito, o serviço do Instituto Biológico (IB) atende o produtor nas áreas de sanidade animal, vegetal e ambiental em um trabalho realizado em parceria com outros órgãos da SAA, como Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado (CDA) e Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), entre outros.

Ilimitado

Responsável pela ação, a agrônoma Harumi Hojo, do IB, destaca a multiplicidade de temas abordados. Inclui controle biológico de pragas em hortifrútis (maracujá, lichia, tomate) e plantas ornamentais (orquídea, gérbera, rosa), manejo de infestações de carrapatos (em bovinos) e de ácaros e estratégias para aprimorar a qualidade do leite.

“Nenhuma solicitação fica sem resposta, inclusive as mais específicas”, garante Harumi. Com Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB, ela ressalta a importância de o Estado apoiar, com tecnologia e assistência técnica, o pequeno produtor, para fortalecer e garantir a sustentabilidade desse elo “fundamental e estratégico” da cadeia produtiva.

Segundo dados divulgados no ano passado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 70% dos alimentos consumidos no País têm origem na agricultura familiar, assentamentos e cooperativas.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/12/2016. (PDF)

Produtor rural de pequeno porte tem assistência permanente do Estado

Instituto Biológico capacita assentados e cooperados nas áreas de sanidade animal, vegetal e ambiental; meta é garantir a sustentabilidade desses empreendimentos

Oferecer assistência técnica ao pequeno produtor rural ao longo de todo o processo produtivo. Essa é a proposta do Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf), iniciativa da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA) para melhorar a qualidade de vida dos agricultores e também dos alimentos produzidos no Estado. Desde sua criação, em 2009, o programa promoveu 63 capacitações em 32 municípios paulistas.

Executado por técnicos, agrônomos, veterinários e profissionais de diversas formações, o Prosaf transferiu conhecimento a mais de 3 mil produtores. Gratuito, o serviço do Instituto Biológico (IB) atende o produtor nas áreas de sanidade animal, vegetal e ambiental em um trabalho realizado em parceria com outros órgãos da SAA, como Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado (CDA) e Fundação Instituto de Terras do Estado (Itesp), entre outros.

Ilimitado

Responsável pela ação, a agrônoma Harumi Hojo, do IB, destaca a multiplicidade de temas abordados. Inclui controle biológico de pragas em hortifrútis (maracujá, lichia, tomate) e plantas ornamentais (orquídea, gérbera, rosa), manejo de infestações de carrapatos (em bovinos) e de ácaros e estratégias para aprimorar a qualidade do leite.

“Nenhuma solicitação fica sem resposta, inclusive as mais específicas”, garante Harumi. Com Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB, ela ressalta a importância de o Estado apoiar, com tecnologia e assistência técnica, o pequeno produtor, para fortalecer e garantir a sustentabilidade desse elo “fundamental e estratégico” da cadeia produtiva.

Segundo dados de 2015 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 70% dos alimentos consumidos no País têm origem na agricultura familiar, assentamentos e cooperativas.

Praga

Um dos serviços mais recentes do Prosaf foi o atendimento a 34 citricultores do Assentamento Conquista, de Tremembé, no Vale do Paraíba. O grupo identificou no final de 2014 a queda na produtividade da tangerina ponkan. Menor tamanho, pouco suco e aspecto deformado levantaram a suspeita de greening (Huanglongbing/HLB), a mais destrutiva praga da citricultura mundial, até então sem registro na região.

O grupo comunicou o fato ao Polo da APTA, em Taubaté, que repassou a suspeita ao IB, para orientação técnica e análises laboratoriais no âmbito do Prosaf. “Além do apoio permanente prestado pelo Itesp aos assentados, solicitamos ao Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) a indicação de um especialista para capacitar os produtores em suas propriedades, em Tremembé”, conta Harumi.

Campo

Em setembro de 2015, além da palestra e do material didático recebido, os assentados aprenderam, com o agrônomo Guilherme Rodriguez, do Fundecitrus, a monitorar, com armadilhas adesivas nas árvores, a infestação da Diaphorina citri. Esse inseto do gênero psilídeo é o transmissor da bactéria Candidatus liberibacter sp., causadora da doença – e a quantidade dessa espécie no pomar é um dos indicativos de greening.

No trabalho de campo foi feita a coleta de folhas e frutos para análises laboratoriais mais detalhadas no IB, realizadas pela equipe do pesquisador Ricardo Harakava. “A citricultura paulista gera muitos empregos e renda para o País. Nesses encontros em Tremembé, todos se uniram para o combate da doença: produtores, prefeitura, Governo do Estado e Fundecitrus”, contou o agrônomo do Fundecitrus, sublinhado o fato de o site da instituição ter disponíveis a legislação e os meios de prevenção da doença (ver serviço).

Erradicação

A Instrução Normativa nº 53/2008 do Mapa determina que todo citricultor com mais de 200 pés de citros precisa manter cadastro na Coordenadoria de Defesa Agropecuária e informar, a cada seis meses, a sanidade do pomar. A lei obriga a eliminação da área cultivada se 28% dos exemplares apresentarem sintomas de greening. Casos de descumprimento podem resultar em multa de 500 a 3,5 mil Ufesps (R$ 23,55 cada, hoje).

Prevenção

Com 3 mil pés de tangerina e laranja, Luís Bustos foi o primeiro citricultor a desconfiar da existência de greening em seu pomar. Nele, trabalham sua mulher e filho, e a peste obrigou a família a derrubar 1,5 mil árvores. Dessas, mil foram replantadas. A vigilância passou a ser permanente: “Hoje, graças ao apoio do IB, tão logo entro no laranjal sei qual pé está contaminado”, revela Bustos.

O controle fitossanitário tem sido satisfatório, pois, segundo ele, o grupo percebeu a necessidade de adoção de medidas preventivas para conter a multiplicação do vetor da doença. Outras medidas são: a verificação diária das plantas em busca de sintomas; pulverização regular; plantio de cerca viva para dificultar a dispersão do transmissor; replantio com mudas certificadas (como as produzidas pela Cati); dificultar o acesso de pessoas estranhas nos plantios, para evitar contaminações, entre outras.

“Para os assentados de Tremembé a visita à sede do IB, em maio, foi inesquecível. Nesse dia, conheceram os laboratórios onde foram analisadas as amostras de seus pomares e receberam os resultados”, lembrou.

Serviço

Prosaf
Telefone (11) 5087-1704
E-mail hojo@biologico.sp.gov.br

Fundecitrus
Instrução Normativa nº 53/2008

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/10/2016. (PDF)

Nova tecnologia permite obter leite mais saudável

Projeto de melhoramento genético desenvolvido no Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa, oferece ao pecuarista estratégia simples para aperfeiçoar a sanidade do rebanho e a qualidade da produção

Disponível para pecuaristas de todo o País, a Genética do Leite A2 é uma tecnologia de melhoramento genético desenvolvida no Instituto de Zootecnia (IZ) direcionada à produção de leite mais saudável e de maior valor comercial.

Pioneira no País, a metodologia propõe excluir da composição do alimento a proteína Beta Caseína A1, substância de risco potencial para alguns consumidores, e, ao mesmo tempo, preservar a Beta Caseína A2, segura para todas as pessoas.

“O produtor interessado em aprender a técnica gratuitamente ou que queira se informar a respeito deve contatar o instituto (ver serviço)”, orienta o médico veterinário Anibal Vercesi Filho, pesquisador do Centro de Bovinos de Leite da instituição, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.

Responsável pelo projeto, o veterinário destaca o fato de a metodologia adotada ter como principal objetivo aumentar a prevalência do gene da proteína A2 nos animais, o que vai permitir fornecer um alimento mais seguro para o consumidor, e mais, a cada nova inseminação do rebanho, irá reforçar nos descendentes essas características.

Mastite

Realizado no gado holandês, o melhoramento genético do IZ propõe também prolongar a vida útil dos animais e ajudar na prevenção de doenças, como a mastite, o principal desafio da pecuária leiteira brasileira. Segundo o especialista, a detecção da moléstia pode ser feita diariamente pelo produtor na ordenha, por meio do Teste da Caneca.

Essa verificação simples, informa, deve ser complementada periodicamente com a Contagem de Células Somáticas (CCS), laboratorial. “Quanto maior o número de células de defesa encontradas nesse exame, maior é o indicativo de infecções no úbere (conjunto de tetas da vaca). Esse é outro dos objetivos do projeto”, explica.

O projeto do IZ considerou, em sua concepção, a literatura científica disponível sobre a digestão do leite pelo organismo humano e mais um estudo a respeito realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) em parceria com a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV-Unesp), de Jaboticabal.

Riscos

As caseínas são as proteínas mais abundantes no leite bovino. Nos estudos acadêmicos avaliados não foram relatados problemas na digestão humana por causa da proteína A2.

Com relação à proteína A1, não foi detectada sua atuação no caso de intolerância à lactose, problema enfrentado por muitos pacientes. No entanto, ela foi reconhecida como fator de risco no organismo de algumas pessoas, por causas, como, por exemplo, hereditariedade.

Para esse perfil de paciente, o processo de digestão da proteína A1 origina um peptídeo chamado Beta Casomorfina 7. De acordo com a literatura médica, esse composto está associado a alergias, doenças cardíacas, diabetes tipo 1, arteriosclerose e inflamação de mucosas do sistema digestivo, entre outros problemas de saúde.

Segredo

Segundo Vercesi Filho, uma das estratégias a ser adotada pelo pecuarista é verificar os genes de touros e vacas antes das inseminações. Essa análise do DNA é simples, similar a um teste humano de paternidade, e custa cerca de R$ 60 por cabeça. Outra orientação é conferir nos catálogos dos criadores se os animais à venda têm as características A1 ou A2 como predominantes.

Até o fim do ano, o IZ pretende tornar disponível esse exame de DNA bovino (genotipagem) em Nova Odessa. Nesse sentido, o veterinário comenta: “Ter um rebanho formado 100% por animais do tipo A2 será um diferencial para o produtor, pois ele poderá vender um alimento com maior apelo comercial e nutricional”.

De acordo com ele, “hoje, boa parte do produto comercializado é uma mistura de A1 e A2, anulando assim a vantagem do segundo. Entretanto, no futuro, será possível vender um leite 100% tipo A2, uma realidade em países como Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido”.

Números

Em Nova Odessa, de 325 animais do IZ, o projeto de melhoramento iniciado em setembro de 2015 já originou 70 filhotes, com o uso de 150 fêmeas (vacas e novilhas) e cinco touros (três holandeses e dois da raça gir). Atualmente, a ordenha diária no instituto gera 2 mil litros de leite, volume que é vendido para uma empresa. Para os próximos cinco anos, a meta é oferecer aos pecuaristas embriões 100% A2 e matrizes e touros reprodutores.

O trabalho de melhoramento genético do IZ tem parceria da AG Brasil Inseminação Artificial. A multinacional, sediada em Ribeirão Preto, fornece doses de sêmen a preço de custo para o projeto, cuja viabilidade e apelo comercial despertaram o interesse de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Cientistas da autarquia paulista desejam firmar parceria com o instituto para realizar análises clínicas com o leite A2 produzido, a fim de saberem mais sobre suas propriedades e possibilidades.

Serviço

Instituto de Zootecnia
E-mail leite@iz.sp.gov.br
Telefone (19) 3466-9435

Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro
FCAV-Unesp

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/09/2016. (PDF)