Etec de Jundiaí é destaque na Festa da Uva

Minifazendinha ensina o visitante a plantar morangos e hortaliças de modo sustentável, além de apresentar animais criados na Escola Técnica Estadual de Jundiaí

A Festa da Uva, evento anual da prefeitura de Jundiaí, tem uma atração especial para o público: a minifazendinha, montada por professores e alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Benedito Storani. Pelo segundo ano consecutivo, o estande no Parque Comendador Antônio Carbonari (Parque da Uva), local do evento, funciona como vitrine das atividades acadêmicas, produtos e serviços desenvolvidos pela escola agrícola do Centro Paula Souza, instalada na cidade desde 1945.

Há mais de 15 anos, a Etec participa da Feira e, em 2014, ano do 80º aniversário do evento, ampliou a divulgação de suas atividades com a minifazendinha. Nela, o visitante pode aprender a fazer horta hidropônica, plantar morangos e hortaliças de modo sustentável e saber mais sobre técnicas de inseminação em animais e se informar sobre apicultura (criação de abelhas). Além de degustar e comprar algumas das frutas, verduras e alimentos produzidos na Etec, como pão caseiro, mel, queijos e doces de leite e compotas.

O Vale Verde, convênio entre a prefeitura de Jundiaí e a Etec, repassa verduras produzidas na Etec para a merenda de creches e de escolas da rede pública com alunos até a quarta série. Os gêneros também integram o cardápio do refeitório da Etec, que atende funcionários, alunos e professores nos três períodos letivos. Quando há excedentes, a cooperativa dos alunos da Etec comercializa esses produtos em uma banca em frente à escola, às quintas-feiras.

Circuito das Frutas

O agrônomo e professor João Paulo Lopes, coordenador de Agropecuária e responsável pelo estande, comenta que o destaque principal é a interação do público, sob supervisão dos alunos, com minipônei, bezerro, cabras, coelhos e porcos. Os animais do estande nasceram e são criados na Escola. “Eles significam uma oportunidade para muitas crianças, que nunca viram nenhum desses animais. Além de ver os bichinhos pela primeira vez, elas podem conhecer parte das delícias do chamado Circuito das Frutas paulista”, explica João Paulo.

Jundiaí é uma das dez cidades que compõem o circuito, ao lado de Atibaia, Itatiba, Indaiatuba, Itupeva, Jarinu, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo. “A feira divulga o nosso trabalho e também favorece o turismo regional, valoriza o produtor rural e destaca as frutas típicas da região, como o morango e a uva”, finaliza o docente.


Melhor vinho, melhor suco

Dados da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimam que, em 2013, o agronegócio faturou R$ 1 trilhão. O total representou 22,8% do PIB nacional. Neste sentido, o zootecnista Eduardo Alvarez, diretor da Etec Benedito Storani, destaca a grande procura do mercado pelos formandos em Agropecuária.

“A maioria deles já sai empregada pela cadeia de negócios do campo. Durante o curso, aprendem as tecnologias mais recentes e também noções de topografia rural, produção vegetal, animal e agroindustrial e de sanitização e de inseminação animal, entre outros conteúdos”, comenta.

Segundo o professor, para os próximos anos, a tendência é a de aumentar ainda mais a procura pelos cursos da Etec. Um dos motivos é a previsão de início das aulas, em 2015, do curso de Viticultura e Enologia, formação inédita e pioneira no Estado.

A proposta do curso será oferecer formação capaz de alavancar a qualidade do vinho e do suco de uva produzidos na região. As obras de construção de prédios, laboratórios e da cantina prosseguem. O projeto inclui também apoio para produtores rurais familiares de uvas, visando à produção de bebidas como espumantes e outras.


Quase 70 anos de ensino

Criada em 1945 e instalada no pé da Serra do Japi, um dos trechos remanescentes de Mata Atlântica do Estado, a Etec Benedito Storani ocupa grande área verde de 364 hectares (cada hectare equivale ao tamanho de um campo oficial de futebol). Localiza-se na altura do quilômetro 62 da Rodovia dos Bandeirantes, e é vizinha do Aeroporto de Jundiaí.

Atualmente, estão matriculados 780 alunos nos períodos manhã, tarde e noite e tem 65 professores e 24 funcionários. Mantém mais 400 estudantes em classes descentralizadas, com cursos de Administração e de Logística nas cidades vizinhas de Valinhos, Vinhedo e Cabreúva. É a única escola da macrorregião de Campinas a oferecer curso técnico integrado em Agropecuária, que tem duração de três anos e oferece alojamento e refeições para os estudantes durante o período letivo.

A Etec Benedito Storani também dispõe de cursos modulares de dois anos (quatro semestres), para quem concluiu ou ainda cursa a partir da segunda série do ensino médio. As formações são nas áreas de: Administração; Alimentos; Nutrição e Dietética; e Turismo Receptivo. A seleção para os cursos de todas as Etecs é semestral e é feita por meio do Vestibulinho do Centro Paula Souza.

Serviço

A Festa da Uva prossegue nos dias 7, 8, 9, 14, 15 e 16. Avenida Jundiaí, s/nº. Sextas-feiras, das 18 às 22 horas; sábados, das 10 às 22 horas; domingos, das 10 às 20 horas. Entrada franca

Etec Benedito Storani
Festa da Uva
Vestibulinho Etec

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/02/2014. (PDF)

Ciência sem Fronteiras com inscrição aberta

Alunos das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) interessados em participar do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) têm prazo até o dia 29 para se inscrever. A orientação para os candidatos é ler o edital interno da convocação, disponível no site do Núcleo de Relações Internacionais do Centro Paula Souza (ver serviço).

O passo seguinte é preencher dois formulários on-line. O primeiro, no próprio site do Núcleo e o outro na página da internet do Ciência sem Fronteiras (CsF) (ver serviço). Depois, o candidato deverá informar o coordenador institucional da Fatec em que estiver matriculado sobre a sua inscrição, para que ela seja homologada.

No Brasil, o CsF é coordenado pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) por meio de suas agências de fomento: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

Vinte destinos

Em 2014, os embarques estão previstos para começar a partir de agosto. Há 20 opções de países com chamadas abertas: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia.

Quem for aprovado na seleção receberá bolsa de estudo na modalidade “sanduíche”. Nela, a etapa acadêmica realizada no exterior é cursada em período concomitante ao da graduação no Brasil, o que impede a participação de estudantes do penúltimo e último semestres.

Desde 2012, o Centro Paula Souza enviou 114 estudantes ao exterior pelo CsF. Desses, 63% são dos cursos de Análise de Desenvolvimento de Sistemas, o que mostra o grande interesse dos países patrocinadores nas áreas de tecnologia da informação.

Segundo Nilo Vieira, coordenador do programa no Paula Souza, o conhecimento do inglês é fundamental para o candidato. A apresentação do teste de conhecimento nesta língua é uma das exigências para a inscrição e há a possibilidade de fazê-lo gratuitamente, conforme instruções disponíveis no site do Núcleo de Relações Internacionais da Fatec e do CsF.

Serviço

Inscrições no Núcleo de Relações Internacionais
Ciência Sem Fronteiras (CsF)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/11/2013. (PDF)

Conheça os vencedores da 7ª Feteps

Feira Tecnológica do Centro Paula Souza mostra projetos inovadores criados por alunos das Etecs e Fatecs estaduais

O Centro Paula Souza anunciou os 17 projetos campeões da sua 7ª Feira Tecnológica (Feteps), realizada anualmente. Em 2013, um total de 29 mil visitantes conferiu, de 22 a 24 de outubro, na Expo Barra Funda, na capital, 256 trabalhos inovadores de alunos de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) e de instituições de ensino de outros Estados e países.

Formadas por alunos e professores orientadores, as equipes premiadas receberam tablets e troféus. A comissão julgadora foi composta por grupos de formados entre 35 e 38 professores. No total, avaliaram 180 trabalhos de Etecs e de 50 Fatecs que concorreram em sete categorias. (veja abaixo)

Entre outros objetivos, a Feteps estimula os estudantes a encontrarem, coletivamente, soluções simples, baratas e acessíveis para desafios científicos e problemas da sociedade. Assim, muitos projetos têm apelo de inovação tecnológica e de viés empreendedor, e acabam gerando novos negócios e serviços.


Antibiótico vegetal e natural

Vem da Etec Itanhaém, no litoral paulista, uma novidade na área de farmacologia. Os alunos Jéferson Silva e Natany Weller, do curso técnico em Meio Ambiente, desenvolveram um princípio ativo para ser usado como antibiótico alternativo ao produzidos à base de toxinas de fungo, que causam alergias em muitos pacientes.

O estudo rendeu à dupla de estudantes e ao professor José Adriano de Barros o primeiro lugar na categoria Ciências Biológicas e Agrárias, na 7ª Feteps. E já despertou o interesse de empresas e de grupos de pesquisas em financiar testes farmacológicos aprofundados.

Com o nome ainda sob sigilo, à espera de ser patenteado, o princípio ativo é extraído de um vegetal típico da restinga e comum no litoral brasileiro e da América Central, a Dalbergia ecastophyllum. A planta é um arbusto que atinge até 2,5 m de altura e é conhecido pelos nomes populares de rabo-de-bugio e jacarandazinho-da-praia.

Jéferson, idealizador do projeto, destaca que o estudo surgiu a partir da sua observação da grande concentração de espécies de abelhas em todas as partes da planta. Os insetos sociais a usam para produzir o própolis, antibiótico natural de uso farmacológico já testado, aprovado e usado em larga escala.

O diferencial da Dalbergia, explica o estudante, é originar um própolis de coloração avermelhada, com propriedades anti-inflamatórias potencializadas. A inovação da pesquisa desenvolvida na Etec Itanhaém foi concentrar os estudos no ciclo de vida e reprodução da planta, fonte do própolis, em vez de privilegiar as abelhas.

Ao longo da evolução da Dalbergia, o princípio ativo do vegetal se desenvolveu como uma defesa da planta contra fungos e bactérias. Os índios e a medicina popular descobriram que não havia contra-indicações no uso humano e a empregavam como fitoterápico, esfregando as folhas em feridas, para acelerar a cicatrização.

Além das propriedades terapêuticas, o princípio ativo foi testado com sucesso como defensivo agrícola em culturas de tomate e morango na estufa da Etec. O grupo de estudo de Itanhaém, formado por professores de diversas áreas e seis alunos, a classificou de alternativa ‘agro-orgânica’, por ter origem natural e sustentável, para substituir os agrotóxicos.


Motocicleta tetraflex

Motocicleta Tetraflex, projeto dos alunos Ricardo Fonseca, Luciano Gomes e Renato Paixão, do curso de Tecnologia Eletrônica Automotiva da Fatec Santo André, rendeu o primeiro prêmio na categoria Tecnologia Industrial e Infraestrutura.

Orientado pelo professor Cleber Gomes, o projeto inédito já havia sido classificado entre os 200 melhores do Congresso SAE Brasil 2013, o maior do gênero de mobilidade do País. O estudo propõe e comprova na prática, a viabilidade de uma moto adaptada para funcionar de modo híbrido, alimentada por quatro combinações possíveis de combustíveis: gasolina, etanol, gás natural veicular (GNV) e uma mistura dos três anteriores em qualquer proporção.

Embora perca 18% de desempenho, a adoção do GNV no protótipo compensa. O combustível é mais barato e menos poluente do que o etanol e a gasolina usados pelas motos convencionais e traz a vantagem de aumentar a vida útil do motor.

O trabalho consumiu nove meses. O protótipo usado foi com uma moto de 150 cilindradas, ano 2011, bicombustível (flex), que foi comprada por R$ 1,7 mil. Além deste gasto, o projeto e adaptação do sistema tetracombustível custaram mais R$ 1 mil.

No projeto, a motocicleta recebeu um cilindro atrás do banco capaz de armazenar 1,8 metro cúbico de GNV e exige que sempre haja gasolina no tanque, para permitir a partida e deslocamento inicial. Depois da ignição, após 20 segundos, a tecnologia desenvolvida verifica, de modo automático, se a rotação do motor atingiu 1,6 mil giros. Em caso afirmativo, o GNV passa a alimentar os bicos injetores do motor.  Ricardo Fonseca, um dos alunos campeões, observa que com o tanque e cilindro cheios é possível rodar até 550 quilômetros.


Os três campeões nas outras categorias

Inclusão Social

Internacional

Parceiro nacional

  • Centro de Educação Profissional Helio Augusto de Souza (Cephas), de São José dos Campos
    Disseminação da Ciência e Tecnologia

Etecs e Fatecs vencedoras

1) Ciências Humanas, Sociais e Artes

2) Gestão e Ciências Econômicas

3) Ciências Biológicas e Agrárias

4) Informática e Ciências da Computação

  • Etec de São Roque
    Sistema de Gerenciamento de Recursos Humanos
  • Fatec Itu
    Software Libraille: jogo para alfabetização de crianças cegas e surdas

5) Tecnologia Industrial e Infraestrutura

6) Segurança e Saúde

7) Tecnologia Química, de Alimentos, da Agroindústria e da Bioenergia

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/10/2013. (PDF)