O Hospital Dia (HD) da Unesp Botucatu bateu o recorde de atendimentos no mês de abril, com 997 consultas, volume 82% superior à média registrada nos primeiros seis meses de funcionamento. Integrante do complexo do HC da Faculdade de Medicina da universidade, o HD é especializado no diagnóstico e tratamento de portadores do vírus HIV/Aids e oferece assistência integral para pacientes.
A unidade, inaugurada em setembro do ano passado, dispõe de equipe multidisciplinar específica e realiza exames complexos. Seu atendimento é direcionado às regiões centro-oeste e sudeste do Estado. Funciona em dois prédios, de arquitetura moderna, em área construída de 1,2 mil metros quadrados, ao lado do câmpus.
O projeto arquitetônico inédito garante segurança, conforto e privacidade para doentes e familiares. O centro de atendimento também é uma unidade de ensino e treinamento para alunos de graduação e pós-graduação de medicina e enfermagem, e para residentes do Programa de Doenças Infecciosas e Parasitárias.
O Hospital Dia é resultado de parceria entre Unesp, Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (FAMESP), governo do Estado e Fundação Bons Ares, ONG mantida pela comunidade de Botucatu. De acordo com o diretor-técnico da unidade, professor Domingos Alves Meira, no início do tratamento da Aids, na década de 1980, a maioria dos doentes ocupava leitos hospitalares e morria nos hospitais.
Atenção múltipla
Depois, com o avanço no tratamento, passaram a ter maior sobrevida sem necessidade de ficar internados por longos períodos. Meira explica que a proposta é oferecer atenção múltipla ao paciente, com baixo custo e de forma digna. Antes, o soropositivo não podia ficar na sala de espera de hospitais, porque era discriminado pelos doentes de outras especialidades. “A unidade de saúde funciona como clínica de múltiplas necessidades e dispensa equipamentos e recursos humanos de um hospital tradicional”, explica.
No HD, o paciente fica algumas horas e pode retornar quando necessário. Além de médico e enfermeiro, o serviço inclui dentista, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social e fisioterapeuta, todos com consultórios específicos. A coleta de sangue é feita em área reservada. Dessa forma, o paciente não precisa ser identificado. Há também vestiários, sala de espera, arquivo, auditório para treinamento e projetos sociais e educativos, copa, banheiros e auditório.
Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/06/2005. (PDF)