Museu de Zoologia viaja 200 milhões de anos para explicar evolução do voo

A exposição A Evolução do Voo apresenta o processo de evolução dos animais voadores, desde os insetos até os grandes pterossauros

O acervo permanente do Museu de Zoologia da USP inaugurou a exposição A Evolução do Voo. Dividida em cinco estágios, apresenta o processo de evolução dos animais voadores. O público vai conferir réplicas fiéis de dinossauros que antecederam as aves, como o esqueleto de um velociraptor com quatro metros de altura.

A exposição explica as origens do voo e como esta possibilidade surgiu, de forma independente, quatro vezes na história da evolução biológica. Os insetos foram os primeiros, há cerca de 200 milhões de anos. Depois, no período cretáceo – entre 70 e 120 milhões de anos atrás – vieram os dinossauros, seguidos pelas aves e, bem mais recentemente, pelos mamíferos (morcegos).

Os répteis em exposição viveram na América do Sul. No hall de entrada, o visitante observa um esqueleto de carnotauro, em tamanho natural (4 metros de altura por 7 metros de comprimento). A réplica, construída a partir de fóssil original, foi adquirida do Museu de História Natural Bernardino Rivadavia, de Buenos Aires, Argentina. Ao lado do velociraptor e do arqueopterix, o carnotauro integra a linhagem de dinossauros que deu origem às aves.

Exagero cinematográfico

No cenário seguinte foi reconstituído o habitat do titanossauro, espécie herbívora de pescoço muito longo e que podia chegar a 20 metros de altura. No teto do Museu, dois esqueletos de pterossauros parecem alçar vôo. Depois dos insetos, esta foi a primeira espécie capaz de levantar voo. As reproduções foram construídas a partir de fósseis encontrados na Bacia do Araripe (nos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí), maior área do mundo em concentração de fósseis de pterossauros.

O temível velociraptor, retratado no filme Jurassic Park – Parque dos Dinossauros, apresenta-se numa versão real e científica, com a metade do tamanho em que aparece na tela. Tem quase todo o corpo coberto de penas, tal qual o mais recente fóssil localizado. “O cineasta Steven Spielberg dobrou o tamanho do animal por questões dramáticas”, explica Carlos Roberto Brandão, diretor do museu.

A exposição é finalizada com a reconstituição do arqueopterix, primeiro dinossauro a ter penas, asas e características comuns dos répteis e aves. Dos répteis, herdou a longa cauda, dentes, membros anteriores com dedos terminados em garras e vértebras não-fundidas. Das aves, penas no corpo todo e a fúrcula (osso em forma de ferradura).

Primatas e megafauna

Além dos dinossauros, o Museu apresenta exemplares de espécies extintas que serão acrescentadas ao acervo permanente, como o tigre-dente-de-sabre e a preguiça- gigante. Ambas são integrantes da megafauna, grupo constituído pelos grandes mamíferos que começaram a aparecer há mais de um milhão de anos e foram extintos há mais ou menos 10 mil anos, no final da última glaciação.

O acervo permanente tem vitrine de esqueletos originais de primatas (chimpanzé, gorila, orangotango e humano), adquiridos em comodato do Museu de Arqueologia e Etimologia (MAE) da USP.

Referência mundial

O museu é referência mundial em zoologia e detentor do mais completo acervo da fauna neotropical do planeta – com cerca de 8 milhões de exemplares de animais. O edifício que abriga as instalações – inaugurado em 1941 – foi o primeiro projetado para receber um espaço do gênero na cidade de São Paulo. O projeto é do arquiteto Christiano Stockler das Neves, responsável também pela Estação Júlio Prestes, na qual foi instalada a Sala São Paulo.


Seres humanos e outros animais

Até o dia 28 de agosto, o público pode conferir mostra paralela de crânios de mamíferos que têm cornos e chifres. A curadoria é do mastozoólogo (estudioso de mamíferos) Mario de Vivo.

A coleção apresenta múltiplas visões, científicas ou mitológicas, sobre a relação entre seres humanos e outros animais. São 20 exemplares de crânios de espécies e procedências distintas. O visitante poderá compreender a diferença entre cornos e chifres, o papel dessas estruturas em combates e os canais de comunicação entre os animais da mesma espécie.

“Um predador enxerga nos chifres e cornos o potencial de ameaça que uma possível presa pode representar, enquanto animais de uma mesma espécie percebem sinais de maturidade e saúde nos chifres e cornos de acordo com o desenvolvimento e aparência da estrutura”, explica Mario de Vivo.

Nas espécies herbívoras que têm cornos e chifres, ao contrário do imaginário popular, os animais são considerados pacíficos apenas pelo fato de não atacarem outros grupos em busca de alimento. A presença de cornos ou chifres pode representar sinal de grande força em situações de luta por fêmeas ou territórios.

Serviço

O Museu de Zoologia funciona de terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas, na Avenida Nazaré, 481 – Ipiranga – São Paulo – SP. O ingresso custa R$ 2. Para escolas públicas – mediante agendamento pelo tel. (11) 6165-8100 – é grátis. Menores de seis anos e acima de 60 não pagam. Estudantes têm direito à meia-entrada apresentando a carteirinha. Mais informações pelo site.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/06/2005. (PDF)

Disque-Denúncia 181 amplia abrangência para todo o Estado

O Instituto São Paulo Contra a Violência (ISPCV) estendeu a abrangência do serviço telefônico gratuito Disque-Denúncia para todo o Estado. A partir de agora, a população pode ligar em qualquer hora e dia da semana para o número 181 e informar sobre crimes e problemas ligados à segurança pública. O anonimato do denunciante é garantido e depois da comunicação, ele passa a ser informado sobre as providências tomadas.

Os atendentes do serviço são especialmente treinados para ouvir a população. E as denúncias são encaminhadas às equipes das polícias militar e civil. O Disque-Denúncia iniciou atividades em outubro de 2000 e já recebeu mais de 340 mil queixas. E desde então, a informação de qualidade contribuiu para orientar a distribuição do efetivo policial, estreitar laços entre a segurança pública e a comunidade e desencorajar a prática de práticas ilícitas.

O apoio da população foi decisivo para solucionar 13,6 mil casos. No primeiro quadrimestre do ano, o Disque-Denúncia contabiliza 32,9 mil informes. No mês de abril, recebeu 8,4 mil denúncias e 721 casos foram solucionados. Além do número 181, o ISPCV decidiu manter temporariamente em funcionamento o antigo número 0800 15 63 15. O telefone funciona ainda em todo o Estado, até que a população se acostume com o 181. Em outros Estados, as pessoas podem denunciar por meio do número (11) 3272-7373.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/06/2005. (PDF)

Unicamp abre 400 vagas em curso noturno de pedagogia

A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) mantém abertas até o dia 20 de junho inscrições para o processo seletivo do curso de Pedagogia noturno. A formação superior é direcionada para professores em exercício na educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental da rede municipal dos municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Somente serão aceitas inscrições pela internet, na página da Comvest. São oferecidas 400 vagas para o curso com duração de três anos. Pode se inscrever o candidato que tenha concluído o magistério e que comprove atuar como professor na educação infantil ou nas quatro primeiras séries do ensino fundamental nos municípios da RMC.

Na ficha de inscrição, o interessado deverá indicar a cidade pela qual concorre às vagas, já que a classificação será feita com base em dois grupos diferentes de municípios, sendo 240 vagas para os inscritos no Pólo Campinas: Amparo, Artur Nogueira, Campinas, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte-Mor, Paulínia, Pedreira, Santo Antônio de Posse, Valinhos e Vinhedo; e 160 para os candidatos do Pólo Americana: Americana, Nova Odessa, Piracicaba, Santa Bárbara e Sumaré.

Após a inscrição online, o interessado deverá pagar a taxa de R$ 50 no Banespa. Os locais de provas serão divulgados no dia 28 de junho na Unicamp (saguão do Ciclo Básico II) e na internet. O exame será no dia 3 de julho, em Campinas. A lista de aprovados será divulgada dia 21 de julho e a matrícula será feita no dia 26 do mesmo mês.

A avaliação terá 12 questões discursivas divididas em conhecimentos pedagógicos (quatro questões) e específicos da docência de português (2), matemática (1), ciências (1), história (1), geografia (1), arte (1) e educação física (1). O programa exigido e o edital do processo constam da página da Comvest.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/05/2005. (PDF)