Unicamp coloca seu conteúdo acadêmico na rede da internet

A Biblioteca Central da Universidade de Campinas (Unicamp) inaugurou oficialmente, dia 15, o serviço da biblioteca digital. O projeto, iniciado há dois anos, já tem 1.900 teses na internet. O usuário pode consultar o maior conteúdo acadêmico brasileiro na rede por meio do Nou-Rau, programa criado na universidade, que acelera a pesquisa e apresenta a metodologia e aplicativos utilizados pela instituição.

A biblioteca digital contém mais de 300 mil páginas, 45 mil arquivos para copiar e já registra 70 mil visitas. “O sistema é atual, utiliza recursos de software livre e foi totalmente construído por profissionais da casa”, comemora Luiz Atílio Vicentini, diretor da Biblioteca Central.

O objetivo do serviço é difundir a produção científica, acadêmica e intelectual da universidade, para pesquisadores e estudantes em qualquer lugar do planeta. Um dos trabalhos pioneiros nesse sentido foi iniciado pelo Instituto de Física Gleb Wataghin, da universidade.

Recuperação de dados

O software Nou-Rau e a biblioteca digital funcionam em conjunto com o objetivo de integrar formatos de recuperação de informações, sem perder a característica principal do programa. O usuário da rede dispõe de mecanismo de busca para encontrar teses, artigos, fotografias, ilustrações, imagens, obras de arte e revistas.

De acordo com os registros da biblioteca digital da Unicamp, a dissertação de mestrado mais acessada nos últimos meses foi Tecnologia e Educação: Estudo da TV Escola no Amazonas, de autoria do pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), Marcus Vinicius Ozores, doutorando da Faculdade de Educação. Em maio do ano passado, a dissertação teve 800 downloads e já era destaque. Hoje, os acessos aumentaram e registram 1.200 visitas.

Serviço

Biblioteca digital da Unicamp
Correio eletrônico: bibdig@unicamp.br

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 21/08/2003. (PDF)

Farmácia Escola da Unesp forma alunos e vende remédios mais baratos

Programa complementa formação acadêmica dos alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas

A Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara mantém desde 1974 o projeto de extensão universitária Farmácia Escola “Prof. Dr. Antonio Alonso Martinez”.

O programa abrange um laboratório de treinamento para alunos de graduação e uma farmácia instalada no centro da cidade. Os remédios de manipulação e industrializados custam bem menos do que os praticados pelas drogarias comerciais.

O projeto da Farmácia Escola atende, em média, mensalmente, quatro mil moradores de Araraquara e região. A farmácia não objetiva lucros, mas funciona como qualquer outro estabelecimento do gênero. O dinheiro arrecadado com as vendas é direcionado para a manutenção do programa.

No balcão, os medicamentos produzidos pelos grandes laboratórios são vendidos com descontos de 25% em média. A preparação de fórmulas é feita apenas sob prescrição médica e oferece preços 50% menores, em média. Os cosméticos de fabricação própria como cremes, produtos dermatológicos, xampus e sabonetes também custam menos.

Instalações

Para atender à população, a Farmácia Escola possui sala de injeções, setor administrativo, almoxarifado, laboratório de manipulação, espaço para atendimento e dispensa de medicamentos, de acordo com as normas legais do Ministério da Saúde.

O programa distribui também amostra grátis para pacientes carentes da rede pública de saúde. E fornece informações farmacoterapêuticas por telefone, fax e correio eletrônico para os profissionais de saúde e para a população.

Coordenação dos professores

“A Farmácia Escola tem importância fundamental na formação do graduando, assim como na do profissional, servindo como local de treinamento e aperfeiçoamento. Como a nova grade curricular do curso de farmácia vai priorizar a formação do farmacêutico como o profissional do medicamento, a atividade vai ter seu papel mais valorizado pela sociedade, do ponto de vista social e econômico”, afirma José Carlos Nassute, coordenador do projeto, à frente de uma equipe de professores da FCF.

Funciona também como ponto de coleta de informações para o sistema de farmacovigilância regional. Os dados alimentam pesquisas acadêmicas e o sistema de saúde local.

Serviço

Farmácia Escola da Unesp
Correio eletrônico – farmacia@fcfar.unesp.br
Tel. (16) 3301-5750
Venda de remédios: Rua Expedicionários do Brasil, 1.621 – centro de Araraquara, no horário das 8 às 17 horas.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/08/2003. (PDF)

Três mil instituições adotam método de ensino a distância da Unicamp

Desenvolvido há 5 anos, a partir da dissertação de mestrado da pesquisadora Alessandra, o TelEduc tem uso livre e é de fácil manuseio para leigos em informática

O TelEduc, ferramenta de ensino a distância desenvolvida há cinco anos por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), transformou-se em uma das principais plataformas do gênero no mundo. Atualmente é utilizado por três mil instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. Entre elas a Marinha Brasileira no treinamento de militares embarcados em alto-mar.

O grande atrativo do sistema é a facilidade encontrada por pessoas que não são especialistas em informática. O TelEduc nasceu a partir da dissertação de mestrado da pesquisadora Alessandra Cerceau, orientada pela professora Heloísa Vieira da Rocha, do Instituto de Computação (IC). A adequação do ambiente foi feita pelo IC e Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da universidade.

Nos primeiros cursos ministrados com o auxílio do método, segundo Heloísa, foi possível notar que geraria grande interesse. Em 1999, os trabalhos ganharam impulso graças ao apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Sessões de bate-papo

Dois anos depois do lançamento, o TelEduc foi transformado em software livre, o que permitiu a sua expansão. Universidades públicas e privadas o utilizam como ferramenta de auxílio às atividades presenciais. Permite dispor conteúdos on-line e estabelecer comunicação entre os participantes de um curso por meio de fóruns de discussão ou sessões de bate-papo (chats).

As empresas têm o TelEduc como aliado no esforço de formar e qualificar funcionários e na promoção de treinamentos técnicos. Heloísa lembra que a Região Sudeste do País concentra a maior parte da produção científica nacional.

“O método é valioso na disseminação desse saber, por neutralizar barreiras geográficas. É consenso entre os educadores que, na chamada sociedade do conhecimento, os profissionais que concluíram curso superior terão de recorrer frequentemente à universidade para se manterem atualizados. “Nesse aspecto, o ensino a distância apresenta-se como veículo indispensável à manutenção desse contato”, afirma.

Facilidades

Concebida para a formação de professores de informática educativa, a ferramenta foi desenvolvida de forma participativa. Suas funcionalidades foram idealizadas e depuradas segundo as necessidades do público. “Não é preciso fazer um curso para aprender.”

O TelEduc auxiliou na produção de sete dissertações de mestrado e cinco teses de doutorado. Além da OEA, as pesquisas com a ferramenta têm o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp.

No exterior, o TelEduc é utilizado por instituições da França, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Chile e Argentina. “Por possuir licença de uso livre e suporte a múltiplas línguas, é natural que a expansão do serviço tenha continuidade”, diz Heloísa.

Adesão facultativa

Nos cursos de graduação da Unicamp, a adesão ao TelEduc é facultativa. Nas disciplinas, o professor decide se irá ou não ativá-lo. O acesso ao ambiente interativo é feito por meio de senhas, as mesmas que alunos e docentes cadastram no sistema interno da Diretoria Acadêmica (DAC) da universidade.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/07/2003. (PDF)