Defesa Civil inicia treinamento para deflagrar a Operação Verão 2005

Prevenção nas cidades é saída para prevenir e diminuir acidentes causados por inundações, alagamentos e deslizamentos de terra

A Defesa Civil do Estado já iniciou os trabalhos para a Operação Verão 2005, que será realizada entre os dias 1º de dezembro de 2004 e 31 de março de 2005. A principal proposta é a aplicação do plano contingencial preventivo, que prepara as equipes municipais de Defesa Civil para o período de chuvas e assim evita e diminui os prejuízos causados por inundações, alagamentos e deslizamentos de terra.

Segundo Tania Mara Lima, capitão da PM e diretora da divisão de comunicação social da Defesa Civil o treinamento dos agentes consiste em três atividades básicas: leitura de pluviômetro, emissão e acompanhamento de boletins meteorológicos e vistorias de campo, realizadas a partir de estudo técnico feito em conjunto pelo Instituto Geológico (IG) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

O estudo técnico considera o histórico pluviométrico acumulado de cada cidade e indica um limite máximo aceitável para um período de chuvas. Se em um determinado espaço de tempo chover acima deste valor, significa que o município e adjacências estão sob o risco de sofrer escorregamentos. Para a região do ABC, o número é de 100 milímetros para três dias de chuva. “Se em dois dias este total for ultrapassado, há risco”, explica Tania.

Quando a água ultrapassa o valor estabelecido, a equipe municipal se dirige para os locais pré-definidos de risco em busca de sinais evidentes de perigo, como trincas no terreno, rachaduras em casas e inclinação de muros e árvores. Depois da vistoria de campo, o agente faz um relatório sobre o problema que é depois enviado para o escritório regional da Coordenadoria Estadual Defesa Civil, que então envia equipes técnicas do IG e do IPT para fazer laudo técnico e endossar a retirada preventiva das moradores do local. “Conforme a situação, a família é alojada em abrigos públicos ou na casa de parentes”, explica Tania.

Comunicação eficiente

A comunicação entre a Defesa Civil estadual e os municípios é permanente e realizada por meio de boletins informativos diários, oferecidos em três horários – de manhã, tarde e noite além da previsão do tempo para três dias. Tania explica que é fundamental que todos disponham de informação de qualidade para a eficácia do sistema preventivo.

“Produzimos folhetos, material informativo e enviamos mensagens diárias para os presidentes das comissões municipais que mantém informadas suas equipes. Junto com isso, a página da Defesa Civil é atualizada em tempo real com os boletins de alerta e se houver alguma dificuldade na correspondência eletrônica do coordenador, ele pode fazer o monitoramento pela página”, explica Tania.

Marco Antonio Archangelo é coronel da PM e coordenador da Defesa Civil de Santo André. Ele explica que o escritório regional da Defesa Civil é parte fundamental do processo, porquê faz o intercâmbio entre o Estado e o município. “Ele auxilia as cidades, principalmente as pequenas, que não dispõem de instalações físicas, serviços de informática e telefones em número suficiente. Além disso, leva e traz informações dos dois lados, por meio de telefone, fax e e-mail”, explica.

Em cada município, a Defesa Civil local planeja e executa as atividades em três fases: prevenção, prontidão e alerta de socorro. A prevenção consiste em realizar obras de manutenção no sistema de drenagem urbana (bocas-de-lobo, desassoreamento e limpeza de córregos). A prontidão consiste em acompanhar os serviços de meteorologia que serão acionados pela prefeitura para agir em caso de necessidade e, a etapa do alerta e socorro consiste em colocar a estrutura municipal de serviços à disposição da população para remoções, desvios de trânsito e limpeza de ruas.

Trabalho integrado

Tania conta que a Defesa Civil Estadual foi criada há 28 anos e abrangência de seu trabalho é ampla, sistêmica e envolve parcerias com a sociedade e órgãos governamentais dos níveis federal, estadual e municipal. “Além do IPT e IG, coordenamos ações com outras secretarias de Estado, ONGs, grupos de voluntariado, entidades de assistência social, empresas transportadoras, concessionárias de rodovias, associações de bairro, polícia militar e corpo de bombeiros“, conta.

E explica que a integração abrange também campanhas realizadas em escolas e nos meios de comunicação, como prevenção de acidentes na rede elétrica, perigo de soltar balões e fogos de artifício, entre outras. “Quando o município precisa de auxílio, a Defesa Civil o socorre com meios materiais e tenta suplementar em questões de cesta básica, cobertor, roupa. Aquilo que for possível e viável, não deixa de ser atendido”, ressalta.

Treinamento dos agentes

O treinamento dos agentes teve início na quarta-feira, dia 20 de outubro, com representantes de 39 municípios da região de São José dos Campos. Dois dias depois, o treinamento foi realizado em Santo André, na região metropolitana da capital e foi voltado para agentes da defesa civil da cidade e de São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires, São Caetano e Rio Grande da Serra.

Jair Santoro, geólogo do IG participou do treinamento dos agentes municipais e passou as orientações antes e durante a vistoria de campo realizada em Santo André, no bairro Jardim Irene, que tem construções de baixo padrão com risco de escorregamento. Na oportunidade, pôde mostrar na prática para os técnicos os conceitos apresentados no treinamento teórico, realizado na véspera.

“Passei noções básicas sobre engenharia e situações de risco geológico em períodos de chuva mais intensa. O objetivo é capacitá-los a ter uma capacidade mínima de fazer uma vistoria técnica e determinar uma remoção de moradores se for confirmada a situação de risco. Os agentes aprenderam o que é um talude, corte, aterro e quais são os índices de chuva que podem causar deslizamento em encosta”, explica. “Na época da Operação Verão há um plantão permanente de profissionais do IG que ficam de prontidão 24 horas por dia para atender qualquer tipo de emergência”, conta Jair.

O geólogo Agostinho Tadashi Ogura do IPT também participou do treinamento e disse que desenvolve trabalho semelhante ao do IG com a Defesa Civil. Segundo ele, somente a união de todos os setores da sociedade e governo possibilita uma ação eficiente e preventiva contra os acidentes. “Emitimos laudos técnicos, e também contribuímos com a capacitação dos agentes que atuam em contato direto com a população”, explica.

O agente de segurança Humberto de Oliveira é membro da Defesa Civil de Santo André e gostou do caráter multidisciplinar do treinamento. “O curso foi bastante proveitoso, pois além das informações passadas pelos instrutores, aprendi e compartilhei com colegas de cidades vizinhas as experiências e situações já vividas, que são bastante úteis no serviço preventivo”, explica.

Antes, durante e depois da chuva

Antes do início da chuva o morador de área de risco deve colocar o lixo em sacos plásticos apropriados, mantê-lo bem fechado e depositá-lo em locais altos como caçambas e lixeiras. Precisa também manter limpos bueiros e quintal, para o escoamento da água e providenciar a desobstrução de calhas e ralos se estiverem entupidos.

Móveis e eletrodomésticos também devem ir para locais altos ou ser removidos. Animais de estimação devem ser retirados, a chave-geral da casa deve ser desligada, assim como o registro de entrada de água e deve ser fechado.

No trânsito, a recomendação é não atravessar áreas alagadas para evitar o perigo da correnteza. Se estiver dentro do carro, a dica é ligar o rádio para acompanhar as notícias, diminuir a velocidade, não fechar cruzamentos e facilitar a passagem de veículos de socorro. Se for inevitável cruzar áreas alagadas, a dica é esperar o veículo da frente terminar a travessia do trecho e depois só depois atravessar.

Outro cuidado diz respeito às árvores de médio e grande porte. Muitas ficam próximas de fios e sua queda pode causar acidentes na rede elétrica. Além disso, deve ser também evitado o contato com águas de enchente devido ao risco de contrair hepatite A, tétano e leptospirose.

O acúmulo de água em vasos, caixas d’água e recipientes como pneus e garrafas acelera ainda o ciclo reprodutivo do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Depois do temporal

Quando a água baixar, a recomendação é usar botas e luvas para limpar a sujeira provocada pela lama. Alimentos molhados pela enchente devem ser descartados, assim como a água proveniente de poços e fontes próximas à inundação. Para beber ou cozinhar, a dica é ferver o líquido ou então optar pela esterilização, que consiste em pingar duas gotas de hipoclorito de sódio com concentração de 2,5% em cada litro de água e deixar em repouso por 30 minutos antes do consumo.

Móveis e utensílios domésticos molhados na enchente devem ser lavados com água e sabão e desinfetados com água sanitária (uma colher de sopa para cada litro de água). Se possível, deve também ser evitado o contato com eletrodomésticos como geladeira e máquina de lavar roupas se estiverem molhados para prevenir choques e acidentes.

Como prevenir deslizamentos

A Defesa Civil recomenda o plantio de grama e capim nas encostas, a fim de permitir que as raízes desses vegetais penetrem no solo e segurem a terra na hora da chuva. Deve porém ser evitado o cultivo de bananeira, mangueira e pé de mamão, já que estes vegetais acumulam água no solo e favorecem deslizamentos.

Se for construir em área de morros, o indivíduo deve evitar cortes e aterros nas encostas e deve também manter a maior distância possível do barranco. A moradia também precisa dispor de canaletas para o escoamento da água. Esta providência evita que o dejeto residencial se junte com as águas da chuva e contribua ainda mais para o risco de deslizamentos.

Os moradores de encostas devem atentar para o aparecimento de rachaduras e trincas, muros e paredes estufados; árvores, muros e postes inclinados e águas mais barrentas que o normal. Caso perceba estas anomalias, o morador deve abandonar o local, avisar a Defesa Civil e se dirigir à escola ou unidade de saúde mais próxima e só retornar à residência depois que a situação se normalizar.

Informações

Defesa Civil do Estado
Contato: defesacivil@sp.gov.br
Tel. (11) 2193-8888 (Centro de Gerenciamento de Emergências 24h)

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/10/2004. (PDF)

Estudantes da rede pública desvendam segredos nos laboratórios do IPT

Visita ao Instituto, que termina amanhã, faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que já reuniu mais de 500 alunos do ensino médio

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) promove, até domingo, a Semana de Ciência e Tecnologia na Cidade Universitária, zona oeste da capital. Cerca de 500 estudantes do nível médio e profissionalizante de escolas da rede pública estão conhecendo as instalações, laboratórios, bibliotecas, equipamentos e alguns serviços prestados pelos pesquisadores para empresas e sociedade.

A visita à instituição integra as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A proposta é discutir o impacto das pesquisas e de suas aplicações no cotidiano da população e a importância da ciência e da tecnologia para a qualidade de vida das pessoas. Estão sendo debatidos temas como coleta seletiva de lixo, prevenção de incêndio em favelas e locais de risco, de inundações e deslizamentos de terra.

A pesquisadora Rosa Villares Berto, coordenadora da Semana, informou que cada estabelecimento de ensino pode escolher o roteiro da visita em dez opções disponíveis. Os encontros têm duração de quatro horas e são realizados no período da manhã. Os grupos são recepcionados com café de boas vindas e têm transporte oferecido pelo Instituto. Antes de conhecer os três laboratórios, assistem à palestra e vídeo institucional sobre o IPT. “Mostramos um mundo fascinante de tecnologia e inventos, alguns com impactos diretos no dia-a-dia da população”, conta.

Os roteiros são geologia (rochas ornamentais, meio ambiente e riscos); tecnologia de transportes (tanque de provas e setor de embalagens); engenharia civil (agrupamentos de segurança ao fogo, componentes de construção civil, laboratórios de concreto e pavimentação); química (plásticos e borrachas, tecnologia têxtil, biotecnologia, tecnologia de partículas, laboratório de análises químicas e de combustíveis e lubrificantes); metalurgia (corrosão e materiais magnéticos); mecânica (materiais elétricos, metrologia elétrica, ótica, calibração, vazão e túnel de vento) e produtos florestais (laboratório de móveis, xiloteca – coleção científica de madeiras – e laboratório de cupins).

Do raro ébano africano ao popular pinus

As atrações incluem túnel de vento com 40 metros de comprimento e hélice gigante numa de suas extremidades. É utilizado pela indústria para monitorar oscilações de grandes edifícios e estruturas de engenharia civil ou, ainda, em fenômenos meteorológicos e atmosféricos. Nele, são produzidas correntes de ar, que chegam à velocidade de 90 km/h.

Outra atração é o tanque de provas, o maior do País, com quatro metros de profundidade, para testar instalações petrolíferas. O dispositivo simula a ação do vento, de ondas e das correntes oceânicas, para verificar o comportamento de plataformas marítimas flutuantes utilizadas pela Petrobras para a prospecção de petróleo e gás no mar.

O IPT mantém uma exposição de rochas brasileiras e abriga a maior xiloteca da América Latina, localizada na sala 22 do prédio 11, onde estão armazenadas amostras de madeira de 3 mil espécies de árvores brasileiras e de outros países. As peças têm tamanhos, cores e aromas diferentes e abrangem desde o raro ébano africano ao popular pinus.

Por dentro dos laboratórios de química

O grupo de 25 alunos comandado pela professora de Química, Stella Márcia Veloso, da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Guiomar Cabral, de Pirituba, zona oeste, inaugurou as visitas às instalações do órgão. “Acho positivo quando a universidade e centros de pesquisa abrem as portas e se aproximam da sociedade. Só assim os estudantes do 1º, 2º, e 3º anos do ensino médio têm a oportunidade de conhecer e valorizar o trabalho dos cientistas – que são atividades próximas da realidade das pessoas”, explica. “Além disso, muitas faculdades estão em período de inscrições para o vestibular e o aluno pode ter sua aptidão para uma carreira despertada aqui”, comenta.

Os da 2ª série do ensino médio visitaram três laboratórios: plásticos e borrachas no prédio 31, têxteis, no 3 e, por fim, retornaram para o prédio 31, para ver a seção de combustíveis e lubrificantes. Assim como todos os visitantes, ganharam viseiras azuis especiais de identificação e conheceram os serviços de capacitação laboratorial. O engenheiro do setor de plásticos, Júlio César Pestana, recepcionou os estudantes no caminhão do Projeto Prumo. Esse serviço é móvel e permite ao empresário ser atendido na sede de sua empresa, sem precisar se deslocar até o IPT.

Júlio mostrou como são os testes de tração e rasgamento em amostras plásticas. As peças são colocadas na máquina universal de ensaios, que indica parâmetros como a carga máxima que um corpo de prova resiste e quanto precisa ser alongado até se romper. Os estudantes conheceram também o equipamento de abrasão, que recebe um corpo de prova, pesado, antes e depois de percorrer toda a superfície áspera da lixa até o final. Assim, determina o total de desgaste do material. Júlio explicou que esse serviço é muito procurado por fabricantes de pneus, pisos de borracha e solados de tênis. “O ideal é que o material apresente desgaste mínimo possível para ter propriedade industrial eficiente”, explica.

No final da primeira visita, os estudantes tiveram contato com os instrumentos de medição como o paquímetro, pirômetro e ferramental de análise, entre eles o forno de microondas e as estufas, utilizadas para acelerar o processo de envelhecimento dos corpos. Conheceram o reômetro – dispositivo que é o “coração” do laboratório móvel e indica o tempo ideal de vulcanização de um composto, ou quanto tempo um material precisa ficar no molde da prensa para se solidificar. “Um exemplo de aplicação seria informar a um borracheiro quanto tempo uma câmara de ar furada deve ser deixada na máquina para a fixação do remendo”, informa Júlio.

Borrachas e plásticos

No laboratório de plásticos e borrachas do IPT, a garotada do Guiomar Cabral presenciou relação de análises para diversos produtos de plástico como tubos de PVC, peças injetadas e sopradas, bisnagas, tampas, grades para automóveis e pára-lamas de moto. Um dos serviços mais solicitados é o de “espionagem industrial” ou reengenharia. “Um cliente deseja saber a composição de um produto derivado do plástico, como uma embalagem que tem boa aceitação no mercado. Contrata o laboratório para fazermos a deformulação do produto, que revela a sua composição e o possível modo como foi feito”, conta Selma Jaconis, pesquisadora do laboratório.

Ensaios mecânicos também são muitos procurados, porque determinam a performance final de um produto. “Por exemplo, um saquinho de plástico de supermercado, que fura com facilidade e deixa a mercadoria sair. Para solucionar este problema, no laboratório fazemos um ensaio que se chama resistência à tração de emenda – para determinar o tipo de solda e quais providências devem ser tomadas”, informa.

Durante sua exposição, Selma ressaltou que muitas das informações que passou não são ensinadas nas escolas tradicionais nem nos cursos profissionalizantes. “Os estudantes, muitas vezes, se formam e não têm acesso à análise instrumental, porque as escolas não dispõem do mesmo equipamento do IPT para ensinar e entender os diferentes segmentos do mercado”, explica.

Simulação de raios solares

Selma aponta que conferir durabilidade é um dos maiores desafios na área de plásticos. No laboratório há uma máquina que simula a ação dos raios solares no estado norte-americano da Flórida, ao meio-dia. “Equipamento é importado dos Estados Unidos e no seu interior o mecanismo provoca o envelhecimento acelerado de produtos, como fios de náilon para pescaria. Depois dos testes é possível avaliar o tempo de vida útil”, aponta Selma.

Rafael de Oliveira, 17 anos, está no 3º técnico e aprovou a visita. “Pretendo seguir carreira na área de informática e aprovei as instalações, serviços e testes industriais realizados pelo Instituto”. Sua namorada, Fernanda Vinco também gostou. “Aqui é tudo novo e interessante, pena que não pude conferir a parte de biologia”, comenta.

O técnico Leandro Augusto Cepeda apresentou o laboratório de têxteis aos estudantes, base para toda a indústria brasileira desse segmento. Repleto de máquinas de lavar e de amostras de tecido, os testes seguem normas específicas. “Testamos a qualidade, elasticidade e resistência das peças a detergente, sabão em pó, tudo que o cliente solicitar”, explica.

Cartuns: mistura de humor com ciência e tecnologia

Na visita, a meninada encontrou a mostra de cartuns Os Cientistas, que mistura humor com ciência e tecnologia pela linguagem dos quadrinhos. As tirinhas desmistificam a ciência e informam, por meio de situações corriqueiras nos centros de pesquisa, como a mídia apresenta os temas científicos e provoca seus reflexos nos leitores.

A série de tirinhas também foi responsável por um “furo” de reportagem – anunciou em 2001 a descoberta, por uma equipe da área de biotecnologia do IPT, de variedade bacteriana mais produtiva para a produção de plástico biodegradável, a Burkholderia saccharum.

Os personagens principais são Zago e Zilda, pesquisadores maduros; Vitório é o cientista preocupado com questões sociais; Lerdo, o burocrata; Interneto, o estagiário adepto das novas tecnologias; Deri Wada, matemática, namoradeira e sonhadora; vírus e bactérias, um micromundo de seres invisíveis que afetam a vida das pessoas; Zildinho, o garoto filho de Zilda e Seu Zé, o faxineiro do laboratório, que tem pouco estudo, mas sempre faz observações inteligentes.

Fontes inspiradoras

O autor das estorinhas é João Garcia, cartunista que também é assessor de imprensa do IPT e assina seus trabalhos como Jão e Cols. A série teve início no jornal Correio Popular de Campinas, em 1994, e foi publicada no veículo até o início de 2002. Cols é a abreviatura de colaboradores, uma homenagem do autor às suas fontes inspiradoras: professores universitários, crianças em idade escolar, jornalistas, físicos e demais leitores.

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/10/2004. (PDF)