Plásticos reforçados com fibras de celulose são novidade da USP

Patenteada, tecnologia amplia resistência, sustentabilidade e possibilidades de uso de materiais na indústria

Pesquisa do Departamento de Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) desenvolveu novo método para produzir compósitos de poliestireno (resina do grupo dos termoplásticos) e polimetacrilato de metila (acrílico), utilizando como matéria-prima fibras e nanofibras de celulose de eucalipto.

Iniciada em 2013 e coordenada pelo professor Antonio José Felix de Carvalho, a tecnologia material com biomassa na composição foi patenteada pela Agência USP de Inovação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em 2015. Empresas interessadas no compósito devem procurar o Departamento de Engenharia de Materiais no câmpus de São Carlos.

De acordo com Carvalho, livre-docente em engenharia de materiais, uma das premissas iniciais era substituir uma parte do plástico utilizado pela indústria em seus processos fabris, considerando o fato de ele ter como origem o petróleo, fonte de energia finita, poluente e não renovável. “Conseguimos produzir um compósito cujos diferenciais, em comparação com os plásticos e acrílicos convencionais, são a leveza, a elevada resistência mecânica, o baixo custo e o apelo ambiental, isto é, a sustentabilidade, por se basear na celulose”, explica.

Processos fabris

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de celulose, a partir de plantações de eucalipto, sendo esse uma commodity agrícola abundante no mercado nacional. “Essa matéria-prima é usada pela indústria papeleira para produzir papel sulfite e higiênico, embalagens e outros produtos”, explica. Segundo ele, o principal desafio acadêmico da EESC-USP era desenvolver um processo para permitir dispersar na matriz do polímero, de modo homogêneo, as nanofibras de celulose, mais as fibras de celulose nos plásticos e acrílicos, isto é, conseguir manter iguais as propriedades do material em todo o volume.

A patente obtida pela EESC-USP protege a propriedade intelectual tanto do processo de obtenção do compósito quanto do próprio compósito. Segundo Carvalho, o produto criado em São Carlos pode ser direcionado a diversos segmentos industriais com materiais injetados e extrudados em seus processos. A lista inclui fabricantes de automóveis, eletrodomésticos, materiais esportivos e de embalagens e a construção civil, entre outros.

Carvalho informa que alguns empreendedores demonstraram interesse pela tecnologia. “Queremos, agora, empresas para serem parceiras do projeto e podermos avaliar o desempenho obtido em laboratório com quantidades maiores e em aplicações específicas. Outro viés do trabalho é buscar produzir o compósito a partir de outras biomassas, também renováveis”, observa.

Colaborações

A pesquisa com o compósito teve a participação de Cayque Alvares Casale, aluno de graduação e bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, ele está no último ano do curso de engenharia de materiais e manufatura da USP São Carlos. Outra colaboradora é a farmacêutica Eliane Trovatti, pós-doutoranda da EESC-USP na área de materiais. Para participar do projeto, ela recebeu bolsa de estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e atualmente leciona nos cursos de pós-graduação da Universidade de Araraquara (Uniara).

Serviço

Depto. de Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia de São Carlos da USP
E-mail toni@sc.usp.br
Telefone (16) 3373-8679

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/10/2017. (PDF)

Unesp, USP e Unicamp divulgam calendário do Vestibular 2018

Na Unicamp, o período de inscrição inicia-se no dia 31 e são 3.330 vagas em 70 cursos; na USP, o prazo começa no dia 21 de agosto, para 8.402 vagas em 300 cursos; e na Unesp, no dia 11 de setembro, com 7.365 vagas em 183 cursos

Começa a contagem regressiva para os vestibulares 2018 das escolas públicas de ensino superior paulistas. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), serão oferecidas 3.330 vagas distribuídas em 70 cursos. O período de inscrição estende-se de 31 de julho a 31 de agosto.

A primeira fase do concurso aplicado pela Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest-Unicamp) ocorre em 19 de novembro e as provas da segunda fase, de 14 a 16 de janeiro. O exame tem 12 leituras obrigatórias, divididas entre romances, poesia, peça teatral, contos e sermões (ver abaixo).

A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pela seleção de candidatos para a Universidade de São Paulo (USP), abrirá inscrições para seu vestibular no período de 21 de agosto a 11 de setembro, para 8.402 vagas divididas em aproximadamente 300 cursos.

A primeira fase do certame está agendada para o dia 26 de novembro e terá 90 testes de múltipla escolha de Biologia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português e Química. A segunda etapa compõe-se de três provas discursivas e será realizada de 7 a 9 de novembro.

Reserva

A Fundação para o Vestibular da Unesp (Vunesp) abrirá inscrições no período de 11 de setembro a 9 de outubro para o vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e, dessa forma, preencher 7.365 vagas em 183 cursos. A prova de seleção não exige leituras obrigatórias.

A primeira fase do vestibular ocorre no dia 15 de novembro, com 90 questões de múltipla escolha de Biologia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português e Química. A segunda está agendada para os dias 17 e 18 de dezembro, com provas de conhecimento específico de acordo com a área escolhida pelo candidato.

“A novidade da Unesp é a consolidação em 2018 do sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública. Iniciada no processo seletivo de 2014, essa medida destinará no próximo vestibular metade das vagas da universidade para alunos com ensino médio cursado 100% em escola pública”, explica a professora Tania Azevedo, da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG) e superintendente acadêmica da Vunesp.

Sisu

Nas 42 unidades da USP, além das vagas oferecidas via Fuvest, serão promovidas mais 2.745, a serem preenchidas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC).

Esse serviço informatizado para ingresso em instituições públicas de ensino superior para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) incorporou as últimas três unidades da universidade que não participavam: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Instituto de Física (IF) (ver serviço).

Do total de vagas oferecidas pelo Sisu, 423 são para a chamada ampla concorrência, 1.312 para egressos de escolas públicas e 1.010 para estudantes pardos, pretos e indígenas (PPIs). No total, a USP oferecerá 11.147 vagas em 2018, acréscimo de 75 na comparação com 2017. Esses anúncios foram divulgados pelo Conselho Universitário no dia 4 de julho, quando também foram aprovadas as cotas sociais e raciais.

A nova modalidade de ingresso será adotada de modo progressivo: em 2018, quando serão destinadas 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; em 2021 e nos anos subsequentes, a reserva deverá atingir os 50% por curso e turno. Além disso, na reserva de vagas para os estudantes de escolas públicas incidirá também o porcentual de 37% de cotas para estudantes autodeclarados PPIs.

Cursos novos

Em 2018, a USP abre inscrição para a primeira turma do curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB). Serão 60 vagas: 42 via Fuvest e 18 pelo Sisu. A meta da universidade é aumentar gradativamente esse número, com 80 vagas em 2020 e 100 a partir de 2021. O aprovado terá à disposição a infraestrutura do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, conhecido por Centrinho, referência mundial no tratamento de fissuras labiopalatinas.

Na capital, a novidade na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), unidade da USP Leste, são as 60 vagas diurnas da graduação em Biotecnologia, sendo 18 para o Sisu e 42 para a Fuvest. O curso terá a duração de quatro anos e os formados poderão atuar em diversas áreas: biologia, química, propriedade intelectual, assuntos regulatórios e gestão de bionegócios.

No campo artístico, o candidato ao curso de Música passa a ter mais uma opção, o clarone, conhecido como clarinete baixo e considerado instrumento relativamente novo na história da música. Ministrada pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), no câmpus Butantã, capital, essa formação é a única do gênero na América Latina. O interessado deve concorrer ao bacharelado em Música com Habilitação em Instrumento de Sopro. Esse curso é oferecido apenas pela Fuvest.


Leituras obrigatórias nos vestibulares 2018

As obras de leitura obrigatória para o vestibular 2018 são de autores de língua portuguesa brasileiros, portugueses e de países africanos, caso do moçambicano Mia Couto. Quem vai prestar o vestibular da Fuvest deverá ler as seguintes obras: Iracema (José de Alencar); Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis); O cortiço (Aluísio Azevedo); A cidade e as serras (Eça de Queirós); Vidas secas (Graciliano Ramos); Minha vida de menina (Helena Morley); Claro enigma (Carlos Drummond de Andrade); Sagarana (João Guimarães Rosa); Mayombe (Pepetela).

As leituras exigidas pela Comvest-Unicamp são: Sonetos (Luís de Camões); Poemas negros (Jorge de Lima); (conto) Amor (Clarice Lispector, do livro Laços de família; (conto) A hora e a vez de Augusto Matraga (Guimarães Rosa, do livro Sagarana; Negrinha (Monteiro Lobato); O espelho (Machado de Assis); O bem amado (Dias Gomes); O cortiço (Aluísio Azevedo); Coração, cabeça e estômago (Camilo Castelo Branco); Caminhos cruzados (Érico Veríssimo); Terra sonâmbula (Mia Couto); Sermões de quarta-feira de cinza: 1672, 1673 e Para a capela real (Antonio Vieira).

Serviço
Vestibular 2018 – inscrições e informações

Unicamp (Comvest)
USP (Fuvest)
Unesp (Vunesp)

Enem
Sisu

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/07/2017. (PDF)

Fatec de Pompeia utiliza drones no curso de Big Data no Agronegócio

Única da América Latina a oferecer essa graduação, instituição acaba de adquirir seis veículos aéreos não tripulados; proposta é formar profissional capaz de diminuir perdas e aumentar produtividade no campo

A compra de seis veículos aéreos não tripulados (Vants) é a mais recente novidade do curso de Big Data no Agronegócio, o primeiro do gênero na América Latina e oferecido no Brasil apenas na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Shunji Nishimura, de Pompeia, região de Marília, interior do Estado.

Do modelo DJI Phantom 3 Advanced, os drones foram adquiridos pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia por R$ 36 mil e estão sendo utilizados pelos alunos para documentar locais de plantação, em sobrevoos domésticos de até 300 metros de altura.

O objetivo dos voos radiocontrolados é gerar imagens aéreas de zonas de cultivo e, depois, usando softwares específicos, extrair informações desse material. Assim, será possível identificar em uma fotografia o total de mudas em determinada área ou, ainda, as falhas e linhas de plantio, entre outras possibilidades.

Um dos exemplos mais recentes do uso de drones na Fatec Pompeia é o projeto em andamento, em campos de soja, no município de Lucas do Rio Verde (MT), para rastrear exemplares atacados por nematoides, parasitas microscópicos.

Morador de Pompeia e calouro da primeira turma de Big Data no Agronegócio, Elton Fernandes, de 26 anos, explica que o drone voa, em média, a 100 metros de altura, e sua câmera de 12 megapixels produz sequências de milhares de fotografias com altíssima definição.

Do total de imagens, são selecionadas entre 50 e cem para compor o chamado ortomosaico, isto é, um mapa juntando todas e identificando as áreas atacadas pelos nematoides. “Como os parasitas enfraquecem e secam as plantas, é possível diferenciar as sadias das doentes observando tamanho e cor”, explica o estudante.

Pioneirismo

Vespertina e com três anos de duração, a graduação tecnológica em Big Data no Agronegócio oferece 40 vagas a cada semestre. No último Vestibular da Fatec, realizado em janeiro, a procura foi de 2,85 candidatos disputando cada uma das vagas.

A primeira turma iniciou as aulas em fevereiro; e o conteúdo acadêmico dos seis semestres foi elaborado por professores do Centro Paula Souza em parceria com a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia.

O curso é mais uma ação conjunta das duas instituições na área do agronegócio. Em fevereiro de 2010, criaram, juntas, o curso de Mecanização em Agricultura de Precisão, outra formação superior oferecida na Fatec Pompeia.

Segundo o professor Luís Hilário Tobler Garcia, doutor em engenharia mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) e coordenador do curso recém-iniciado, a chamada Big Data é uma área nova no campo da tecnologia da informação.

“Sua proposta é aproveitar a atual capacidade computacional para processar grandes volumes de dados e encontrar correlações entre eles, de modo a extrair pontos específicos e possibilitar a tomada de decisões estratégicas no agronegócio, hoje a principal fonte de riquezas brasileiras”, observa.

Metodologia

Responsável pelas disciplinas de Lógica de Programação e de Projeto Integrador de Lógica de Programação, o professor Garcia sublinha que o curso pretende formar profissionais capazes de diminuir as perdas existentes no trajeto entre o campo e a mesa dos cidadãos, hoje estimadas em 6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, cerca de US$ 15,4 trilhões. “O intuito é combater esse desperdício e aumentar a produtividade do agronegócio, em especial o brasileiro, o mais competitivo do mundo”, explica.

De acordo com o professor Tsen Chung Kang, um dos idealizadores do curso, uma das estratégias adotadas é o Profound Learning (aprendizado profundo). Originária do Canadá e adaptada à realidade brasileira, essa metodologia de ensino consiste em propor ao aluno desafios que lhe permitam compreender quais áreas de conhecimento têm maior relevância e como resolver, em equipe, um problema.

Serviço

Fatec Shunji Nishimura (Pompeia)
Telefone (14) 3452-1294
E-mail f259dir@cps.sp.gov.br

Vestibular da Fatec

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 12/04/2017. (PDF)