Informatização do Incor racionaliza serviços e recebe prêmio Gestão SP

Sistema elimina fichas em papel, controla entrega de remédios para pacientes nos leitos e auxilia a combater infecção hospitalar

O sistema de gestão desenvolvido pela equipe de informática do Instituto do Coração (Incor) modernizou a administração hospitalar, reavaliou processos internos e trouxe mais segurança para médicos, pacientes, funcionários e instalações. A evolução na prestação de serviços é resultado de uma filosofia de trabalho que privilegia a tecnologia desde a fundação do Instituto, no final dos anos 70.

O sistema foi um dos oito serviços públicos contemplados com o Prêmio Gestão SP – Inovação na Gestão Pública no Estado. O troféu Mário Covas, concedido na categoria Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, foi entregue dia 22 de novembro, em solenidade realizada na Sala São Paulo, capital.

A equipe de informática é liderada pelo engenheiro eletrônico Marco Antonio Gutierrez, que comanda um grupo de 38 profissionais. “Após sua criação, o Incor importou dos Estados Unidos sistemas para controle de laboratórios e procedimentos de cateterismo e hemodinâmica. Assim, na época a Central de Informática já nasceu com a missão de gerenciar os equipamentos”, explica.

Os módulos do sistema já instalados facilitaram a logística – interna e externa – e automatizaram tarefas como administração de leitos, agendamento de consultas, cadastro de pacientes, atendimento de ordens médicas, diário de enfermagem e de procedimentos. “Uma das novidades, é poder visualizar exames com imagens tridimensionais pelo computador. Assim o profissional consegue acompanhar a evolução do estado dos pacientes internados nas outras unidades do Incor, como o Hospital Auxiliar de Cotoxó, que fica em outro bairro”, informa.

Segurança reforçada

A segurança no atendimento também aumentou. Desde a chegada na recepção, o usuário é identificado eletronicamente, por meio de código de barras. “A leitura óptica praticamente elimina o risco de enganos na entrega de prescrições e garante que o paciente vai conseguir ler corretamente o nome do remédio. E o volume de pacientes em trânsito é grande: todos os meses, são realizadas em média 1,2 mil internações e concedidas 1,2 mil altas médicas”, explica Gutierrez.

Papéis estão sendo progressivamente substituídos. Antes, só havia uma cópia impressa do prontuário de cada usuário. Se um especialista precisasse dele, impossibilitaria outro de retirá-lo no mesmo horário. “Outra vantagem é armazenar digitalmente o histórico do doente. Além de ocupar bem menos espaço físico, se um ex-paciente sofrer novas complicações, o atendimento de emergência é mais abrangente: a equipe médica consegue informação em poucos segundos sobre eventuais restrições, como alergia a alguma substância”, acrescenta.

A privacidade das informações está assegurada. Para isso, o sistema utiliza chaves de criptografia e os administradores estabelecem permissões de acesso diferenciadas para cada perfil de usuário. “Recepcionistas têm acesso a dados cadastrais. Médicos podem enxergar o histórico de saúde; o departamento financeiro verifica se há pendências e assim por diante”.

Diariamente, o sistema é programado para fazer cópias de segurança de todos os dados. “Temos um robô, que guarda e localiza rapidamente em fitas magnéticas, todas as informações”, explica.

Recursos tecnológicos

O Incor dispõe de mil computadores (terminais), 50 servidores para rodar as aplicações e a rede utiliza sistema operacional de uso livre. “A adoção do Linux (ambiente operacional do computador) representou economia no momento de comprar programas. Trouxe mais desempenho e segurança”, analisa.

O chefe de informática explica que os usuários sempre esperam por soluções instantâneas da informática. Ele conta que foi preciso criar uma nova cultura dentro da organização. “Na realidade, parte fundamental do trabalho foi rever todos os processos internos e externos do Incor. A partir desse estudo aprofundado, concebemos o sistema, que está em constante atualização para melhorias”.

Gutierrez explica que a preocupação com a veracidade da informação é permanente. “A base de dados do sistema do Incor tem 800 mil pacientes cadastrados e é utilizada para o ensino e a pesquisa acadêmica. Assim, para evitar distorções nos resultados, o sistema tem de ser confiável”, enfatiza.

O sistema registra no estoque de medicamentos do Incor quando algum medicamento foi utilizado e avisa automaticamente quando é necessário fazer reposição. O atendimento também ajuda a combater infecções hospitalares e informa quais leitos já foram desinfetados e estão prontos para novas ocupações.

Rede sem fio

Fábio Pires, diretor de sistemas do Incor conta que no interior do prédio, há uma rede interna sem fios, que permite a qualquer usuário com notebook acessar a internet e sistemas internos, desde que autorizado. O prêmio recebido foi um grande incentivo e ele destaca o “apoio fundamental de parceiros como a Fapesp, Finep, CNPq, Capes e outros órgãos de fomento à pesquisa”, diz Pires.

José Antônio Ramos Neto, diretor da unidade de internação do Incor, aprova a informatização. “Como um diamante bruto, ainda estamos lapidando o sistema. Mas a implantação já permitiu reduzir em 80% o uso e impressão de papéis internos. Além disso, a reavaliação de processos possibilitou remanejar dois profissionais para outras áreas, que estavam carentes de mão-de-obra”, finaliza.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/12/2004. (PDF)

Saúde forma primeira turma do Programa Jovens Acolhedores

A Secretaria da Saúde promoveu, terça-feira, a formatura dos primeiros 310 universitários do Programa Jovens Acolhedores, no Centro de Convenções Rebouças, na capital. Os estudantes receberam treinamento e, durante um ano, prestarão serviço em 29 hospitais estaduais da Grande São Paulo, onde serão responsáveis por recepcionar os pacientes, apoiá-los e indicar locais de atendimento.

O Programa Jovens Acolhedores é resultado da parceria entre a secretaria e 17 instituições de ensino superior. A Saúde pagará bolsa de estudos de R$ 350 para os acadêmicos durante o período do contrato e as instituições de ensino repassarão o restante da mensalidade. Outra turma entre 120 e 150 estudantes será formada após a primeira experiência. Os alunos trabalharão cinco horas por dia, cinco dias por semana.

Durante o tempo do contrato, os participantes do programa receberão treinamentos direcionados à área da saúde e da cidadania. Também serão supervisionados por equipes multidisciplinares da secretaria. “O paciente precisa de cuidados médicos e de atenção. Sua aflição diminui quando é informado sobre o seu estado clínico e a que horas será atendido, por exemplo”, afirma Luiz Roberto Barradas, secretário da pasta.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 03/09/2004. (PDF)

Esgotos obstruídos, desafio diário para 150 profissionais da Sabesp

Só no primeiro semestre deste ano, foram realizados 18,8 mil desentupimentos domiciliares; população não colabora e joga de tudo nos vasos sanitários

Manter em perfeito funcionamento os 18 mil quilômetros de tubulação de água e esgoto da capital é um dos desafios da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Parte da verba anual é investida na manutenção de equipes permanentes de socorro, que atendem aos chamados telefônicos. A maioria para desentupimentos de esgotos obstruídos por objetos jogados no vaso sanitário, como cabelo, gordura, papel higiênico, pontas de cigarro, preservativos, estopa, pó de café, panos, garrafas, cotonetes, bolas de tênis, roupas íntimas, talheres, folhas, areia e terra.

A gordura proveniente de frituras é o maior agente de obstrução. Ao entrar em contato com a água, forma uma pasta que gruda em outros materiais e bloqueia coletores e ramais (ligações na tubulação entre a residência e o encanamento da rua). José Augusto Borges, engenheiro e gerente do pólo de manutenção da Lapa, explica que a principal causa do problema é a desinformação da população.

“O cidadão colabora com a sociedade quando não atira nada nos ralos e vaso sanitário”, ressalta. Situação comum é o entupimento provocado por restaurantes instalados no centro da cidade, que jogam gordura no ralo e não percebem anomalias na rede de água e esgoto da sua propriedade.

“Na verdade, os pontos de retenção se localizam alguns quilômetros adiante na rede e, assim, prejudicam bairros inteiros, ocasionam mau cheiro e atraem animais indesejáveis”, explica Borges. Depois do entupimento causado por um restaurante, ele é notificado, intimado a construir caixa coletora de gordura, e fica sujeito à legislação vigente. Borges conta que os técnicos costumam identificar rapidamente qual é o agente entupidor da rede.

Balanço

No primeiro semestre do ano, foram realizadas 18,8 mil desobstruções domiciliares e 49 mil de coletores. A média diária de desentupimentos é de 370 coletores na capital (270 da rede coletora e cem ligações de ramal). A Sabesp cobra R$ 42 do cliente quando a ligação bloqueada é domiciliar, e oferece garantia de três meses pelo serviço. Nos demais atendimentos, a empresa assume os custos.

Borges lembra que a rede coletora subterrânea é construída com manilha especial, tem vida útil de 50 anos e é projetada para dispensar qualquer tipo de manutenção enquanto está sendo utilizada. “A Sabesp é responsável por toda a tubulação, até a caixa coletora do cliente”, informa.

O atendimento das ocorrências é realizado de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, e cada solicitação leva, em média, 12 horas para ser finalizada. O tempo calculado refere-se ao período entre a queixa do cliente e a conclusão do serviço.

Depois da chamada telefônica, a companhia envia um técnico operacional de manutenção, que se desloca de motocicleta até o local da ocorrência. Ele avalia o problema – que pode ser vazamento de esgoto ou de água – e informa à subsede qual o tipo de serviço que deverá ser prestado e quais máquinas deverão ser enviadas para o local.

Reno Gonçalves Filho, responsável pelo departamento de segurança da Dimep Sistemas de Ponto de Acesso, ligou para a Sabesp no dia 17 de agosto e solicitou o desentupimento da ligação entre o ramal da empresa e a rede coletora de esgoto. Sua empresa fica na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. “Depois de 40 minutos da chamada, tudo estava pronto. Avalio o serviço prestado como muito bom”, declarou.

Equipamentos de desobstrução

A maioria das redes paulistanas é de seis polegadas (150 milímetros) e oito polegadas (200 milímetros). Depois de identificados os vazamentos, os técnicos utilizam o sewer roder – equipamento que funciona como um saca-rolhas. É uma mangueira que contém uma vareta no seu interior. Ao ser acionada na tubulação, perfura e desobstrui o ramal.

Para cada tipo de entupimento é utilizada uma vareta específica. O passo seguinte é usar o sewer jet, mangueira que injeta água em alta pressão para acabar de vez com o entupimento, retirar a gordura e a sujeira excedentes e lavar as paredes internas da tubulação. Há, ainda, o caminhão de alto vácuo, que funciona como um aspirador de grande potência, sugando e armazenando a sujeira retirada de poços.

Serviço

Sabesp
Telefones 195 e 0800-0119911 (Região Metropolitana de São Paulo) e 0800-550195

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/08/2004. (PDF)