CPTM investe em média R$ 7 milhões anuais na área de tecnologia da informação

Importância aprimora e mantém em funcionamento redes de telecomunicações e transmissão de dados da empresa. Usuários, em geral, nem se dão conta do aparato necessário para fazer os trens andar no horário

Para modernizar a gestão empresarial e as operações de trens e estações, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) gasta por ano aproximadamente R$ 7 milhões na área de Tecnologia da Informação (TI). Os recursos são necessários para aprimorar e manter em funcionamento as redes de telecomunicações e transmissão de dados da empresa.

“Os usuários, em geral, não se dão conta do aparato necessário para fazer os trens andar no horário”, observa Osvaldo Antônio Pazianotto, gerente de TI da companhia. O dinheiro é aplicado na modernização e ampliação do parque tecnológico, no desenvolvimento de sistemas, aquisição de aplicativos e pagamento de pessoal próprio e terceirizado de informática.

Pazianotto explica que a equipe desenvolve aplicações para tarefas que não têm software específico à venda no mercado, como a operação e gestão do sistema de trens. “Compramos programas que atendem às demandas comuns de qualquer trabalho ou empresa – como folha de pagamento, gestão de estoques, contabilidade e demais sistemas administrativos – e são adaptados às nossas necessidades”, explica.

Aumento de passageiros

Até meados do ano 2000, a CPTM tinha cerca de 200 estações de trabalho (workstations) – computadores ligados à rede corporativa e com acesso aos serviços disponíveis. Atualmente, são mais de mil. O número de passageiros transportados diariamente saltou de 868,5 mil, em 2000, para 1,2 milhão no ano passado. Em junho de 2001, a empresa terceirizou a operação e o gerenciamento da infraestrutura de TI.

Hoje, o parque tem 31 servidores, mais de mil estações de trabalho distribuídas por seis centrais administrativas, um datacenter e, algumas estações, são interligadas por meio de links frame relay. Essa infraestrutura é controlada por um sistema denominado Unicenter – onde chegam os alertas, de forma integrada, desde máquinas que estão precisando de mais memória a servidores no limite, disponibilidade do disco, taxa de utilização dos links, acessos indevidos à internet, tráfego de arquivos e programas não autorizados.

Segundo o gerente, o acesso de serviços da rede de comunicação atualmente está acima de 98%. Pesquisa de satisfação do usuário, realizada nos meses de janeiro e fevereiro, indicou aprovação de 93% dos consultados. Responderam ao questionário 344 internautas.

Big Brother corporativo

Neste mês, foi concluída a substituição da versão 2.4 para a 3.1 do Unicenter, solução adotada para gerenciamento dos seus ativos de informática. O sistema funciona como um Big Brother corporativo. “Hoje, temos o controle total do parque e sabemos exatamente o que está rodando em cada estação de trabalho”. A nova versão do gerenciador de rede passará a operar em formato portal, ou seja, será possível dispor, via internet, de informações para toda a comunidade de usuários, clientes e administradores.

Programas de uso livre e mais econômicos

O próximo passo será a ampliação da rede. As 96 estações do sistema serão equipadas, gradativamente, com PC’s que serão reaproveitados após a substituição programada de novos equipamentos que atenderão às atividades mais robustas. Esses PC’s utilizarão sistema operacional livre (Linux) com interface web, uma tendência interna na área de TI da companhia.

As substituições dos programas pagos pelos gratuitos incluem as plataformas de bancos de dados, nos quais já são realidade o ambiente Linux/Oracle e os PCs corporativos, que serão instalados nas estações, e rodam com a distribuição Kurumin 2.2 do Linux. “Nesses micros, a economia em licenças de computador chega a R$ 2 mil para cada máquina. No total, foram poupados R$ 240 mil”, comenta Ivan de Gusmão Apolônio, colaborador da equipe de gestão de redes da estatal.

Help Desk remoto

Outra novidade em execução na CPTM é o Help Desk remoto, sistema que permitirá suporte técnico para os usuários da rede sem o deslocamento de um profissional para a estação de trabalho com defeitos. Atendimentos de primeiro nível, que não envolvem intervenções físicas na máquina, como problemas de configuração, serão resolvidos por meio do novo sistema. “É só lembrar a extensão da rede para imaginar o quanto custa a saída de um técnico para fazer manutenção. O suporte remoto reduz custo e permite o pronto-atendimento ao usuário”, explica Pazianotto.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/03/2004. (PDF)

Governo investe R$ 300 milhões na agricultura familiar em 2004

Recursos destinam-se ao financiamento da pecuária leiteira, à compra de implementos agrícolas e à subvenção do seguro rural

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) repassou neste ano R$ 300 milhões em investimentos para a agricultura familiar. O anúncio foi feito no início do mês, no salão nobre da secretaria, na capital, e reuniu produtores, cooperativas, sindicatos e empresas de seguros agrícolas.

Do montante anunciado, R$ 77 milhões foram direcionados para 22 linhas de financiamento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – Banco do Agronegócio Familiar (FEAP/Banagro); R$ 71,4 milhões para o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, e R$ 150 milhões para o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), iniciativas que contam com a participação da SAA.

As diversas linhas de crédito do FEAP/Banagro destinam-se a agricultores que têm renda bruta anual de até R$ 100 mil, com juros de 4% ao ano e prazo de pagamento de dois a cinco anos e carência de, no mínimo, 12 meses. Os empréstimos de maior porte são para a pecuária leiteira (com R$ 11,4 milhões alocados) e a compra de máquinas para o plantio direto da palha (com R$ 76,85 milhões), sendo R$ 20 milhões somente para a subvenção do seguro rural.

Projeto inédito

Durante a solenidade realizada na SAA, foram pagas as primeiras subvenções ao prêmio do seguro rural, projeto-piloto do governo paulista para agricultores familiares. O empreendimento é inédito no País e, no seu primeiro ano de aplicação, abrange as culturas de milho, feijão, laranja, banana e uva de 24 regiões do Estado, totalizando 219 municípios.

Germano de Carli, produtor de Pirassununga, recebeu do secretário da Agricultura, Duarte Nogueira, um cheque de R$ 455,00 referente a 14 hectares de lavouras de milho, cujo total do seguro foi de R$ 910,00. Já o produtor de uvas niagara do município de Jundiaí, Mário Molinari, pagou R$ 635,00 para segurar um hectare do seu parreiral, tendo 50% desse valor subvencionado. Nogueira lembrou que, no ano passado, o total de seguros agrícolas vendidos no País alcançou R$ 34 milhões.

Companhias credenciadas

São duas as companhias seguradoras credenciadas para atuar no projeto de subvenção do seguro rural: a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (Cosesp) e a Seguradora Brasileira Rural (SBR). Os agricultores interessados devem procurar uma dessas instituições para conseguir o benefício.

De posse da proposta de seguro quitada, o produtor deve procurar a Casa da Agricultura local, onde os técnicos emitirão um termo de compromisso específico. Feito isso, ele devolve a proposta e o termo de compromisso ao corretor para serem enviados à seguradora. Após a confirmação, com anuência da SAA, a empresa autoriza o Banco Nossa Caixa a creditar na conta do produtor a metade do valor do prêmio de seguro agrícola contratado.

Na prática, a subvenção significa que um produtor de milho do município de Palmital, por exemplo, onde o prêmio de seguro é de 6%, poderá segurar seu custo de produção da seguinte forma: para uma área de 30 hectares, ele gastará cerca de R$ 17,1 mil, pagando um prêmio de R$ 1.026,00. Metade deste valor (ou seja, R$ 513,00) será subvencionada pelo governo, como incentivo ao uso do seguro. As taxas dos prêmios variam conforme a região e os riscos inerentes a cada cultura.

“O investimento no pequeno produtor é o que tem mais apelo social e agora, com 50% de subvenção, apostamos na popularização deste instrumento de proteção às safras”, explica o presidente da Cosesp, Edson Tomaz de Lima Filho.

Programa de Microbacias Hidrográficas

Outro projeto de apoio à agricultura familiar paulista é o Programa de Microbacias Hidrográficas, parceria entre a administração estadual e o Banco Mundial. Esse programa visa à recuperação de matas ciliares, ao combate à erosão e à degradação do meio ambiente na linha do desenvolvimento sustentável.

A iniciativa prevê a participação de associações, cooperativas e prefeituras. “Os técnicos da secretaria oferecem orientação para a elaboração dos planos de trabalho. A medida provoca o comprometimento da comunidade, altera mentalidades e sugerem novas possibilidades de preservação”, explica o secretário Duarte Nogueira.

Depois de aprovados os planos, o produtor recebe subvenções para aquisição de equipamentos agrícolas, como roçadeiras, distribuidores de calcário e abastecedouros comunitários, que facilitarão o desenvolvimento do seu trabalho.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/03/2004. (PDF)

Casa de Maria oferece atendimento gratuito para gestantes da capital

Desconhecida da maioria da população, instituição proporciona serviços diferenciados e gratuitos para mães da zona leste

A Casa de Maria, instituição especializada em partos da Secretaria da Saúde, acaba de completar dois anos. Localizada no Hospital Geral de Itaim Paulista, zona leste paulistana, oferece serviços diferenciados e gratuitos para gestantes, como quartos exclusivos, banheiras de hidromassagem e técnicas modernas de parto humanizado.

A atual infraestrutura suporta até 230 partos por mês, porém, têm sido realizados, em média, 100. “Apesar de dispor de atendimento e condições adequadas, o espaço ainda é subutilizado pelas gestantes em razão do desconhecimento de médicos e mulheres sobre a existência do local”, afirma Carlos Alberto Panegua Ferreira, diretor do hospital.

A Casa de Maria foi planejada para atender às gestantes durante a chegada do bebê. Tem quartos equipados com barras para exercícios de estimulação, além da presença constante de uma enfermeira obstetra, que acompanha a mãe até o rompimento da bolsa com a criança. A família tem acesso à gestante durante todo o trabalho de parto e pode, inclusive, recepcionar o recém-nascido na hora do nascimento.

Sala de conforto

Depois do parto, o bebê é colocado junto à mãe para incentivar a amamentação e recebe seu primeiro banho de imersão, que é dado por um familiar. Depois é levado para uma sala de conforto e a mulher, para um quarto coletivo.

Em média, parturientes e filhos ficam apenas 12 horas na Casa de Maria, podendo voltar para suas casas rapidamente. Antes da alta recebem orientação sobre amamentação, planejamento familiar, noções de higiene e cuidados com a criança. Em caso de emergência, ambos são conduzidos imediatamente ao hospital, onde têm acesso aos médicos e infraestrutura para atendimento.

Filosofia empregada

Para ter acesso à Casa de Maria, a gestante precisa ser encaminhada pelo hospital ou unidade básica de saúde onde faz o acompanhamento da gravidez. Após a 32ª semana de gestação, a família pode conhecer o local e se ambientar à Casa e à filosofia empregada. O atendimento é iniciado após a 37ª semana, depois que a parturiente faz a primeira avaliação médica e começa a ser acompanhada semanalmente pela equipe da Casa de Maria.

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 18/03/2004. (PDF)