Programa OAB Vai à Escola comemora dez anos de palestras a alunos do Estado

Iniciativa propõe o debate de questões de cidadania com os jovens e atendeu 1,3 milhão de estudantes da terceira série do ensino médio

O décimo aniversário do Programa OAB Vai à Escola foi comemorado, nesta semana, em solenidade no Palácio dos Bandeirantes. A parceria entre a Secretaria da Educação e a OAB-SP, reuniu nesses dez anos 1,3 milhão de alunos da 3ª série do ensino médio em suas palestras.

O programa leva advogados e universitários dos dois últimos anos do curso de Direito para falarem aos alunos de escolas públicas. Eles recebem cartilha com explicações sobre cidadania, direitos do consumidor, leis trabalhistas e Constituição. A abordagem dos assuntos é simplificada e direta. Nos encontros são debatidos temas de interesse de cada escola, escolhidos por meio de consulta entre os estudantes.

Nelson Alexandre da Silva Filho, presidente da comissão de cidadania e ação social da OAB, conta que o projeto nasceu em 1995. Na época, ainda estudante de Direito, sentiu a necessidade de transmitir aos alunos da rede pública mais noções sobre seus direitos e deveres como cidadãos.

Silva Filho presidia a seccional Osasco da OAB e começou a imprimir cartilhas com linguagem acessível aos jovens. Quatro anos depois, a assinatura de convênio com a secretaria ampliou a ação. O governador de São Paulo anunciou, na solenidade, a liberação de R$ 456 mil para a impressão de mais 600 mil exemplares para serem distribuídos neste ano e em 2006.

A universitária Sibele Andrade, ex-aluna da rede estadual, disse que o programa foi decisivo na sua escolha profissional: “Assisti às palestras, que despertaram em mim a vontade de estudar Direito”. Sibele participa do programa como palestrante. A cerimônia foi encerrada com a apresentação do Grupo de Maracatu da EE Professor Antonio Alves Cruz.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/08/2005. (PDF)

Unesp de Araraquara orienta alunos para criarem empresas de base tecnológica

Laboratório da universidade é especializado em pesquisas de nanotecnologia e cerâmicas especiais

A criação de novas empresas de base tecnológica no Estado está entre as iniciativas do Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (Liec) – parceria entre o Instituto de Química (IQ) da Unesp, campus de Araraquara, e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O modelo de negócio é supervisionado pelos professores da universidade e tem como empreendedores alunos de mestrado e doutorado.

O Instituto trabalha com o chamado sistema spin off, tipo de parceria comum nos países europeus, por meio da qual o aluno não perde seu vínculo com a universidade e, ao mesmo tempo, presta serviços nos laboratórios da faculdade. De acordo com seus idealizadores, o sistema traz benefícios para toda a sociedade, como o desenvolvimento regional e a geração de empregos e renda.

O Liec trabalha atualmente com três clientes nesse sistema: Science, Kosmo Science e uma empresa em formação, que apoiará as indústrias do município de Pedreira, com o suporte da prefeitura local.

Um dos focos de estudo do laboratório são as cerâmicas e os compostos produzidos com nanotecnologia, ramo da ciência aplicado ao estudo e manuseio de partículas muito pequenas, da ordem de milionésimos de milímetro.

A proposta é miniaturizar peças, necessidade tecnológica das indústrias de componentes elétricos, eletrônicos e de informática. Quanto menor e mais pura for a partícula da matéria-prima pesquisada, maior será a sua chance de aplicação na ciência e nos negócios.

Cerâmica especial

O Liec surgiu em 1988 e recebeu investimento inicial de R$ 80 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Conta com 12 pesquisadores, 25 funcionários e 50 alunos, e mantém convênios com instituições de pesquisa de todas as regiões do Brasil.

Atualmente, o laboratório tem 70 contratos assinados de prestação de serviço, 12 dos quais estão em operação. A carteira de clientes inclui a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), White Martins, Indústria Brasileira de Artigos Refratários (Ibar), Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e o Sindicato de Cerâmica Artística de Porto Ferreira. No total, conseguiu US$ 97 milhões em rendimento e obteve o registro de 13 novas patentes com a CSN.

Uma cerâmica especial projetada no Liec/Science tem propriedades solicitadas pela indústria – é bactericida, possui grande abrasão, dureza, durabilidade e não enferruja. O segredo está na preparação do aço, que recebe tratamento especial e é oxidado artificialmente com titânio, o que antecipa em laboratório a oxidação que ocorreria naturalmente com o uso. Assim, torna-se ideal para revestir pinças e bisturis, recobrir eletrodomésticos de linha branca (fogões e geladeiras que não amarelam com o tempo) e ser a base de louças baratas e consistentes utilizadas pela cerâmica artística.

Outra destinação estratégica para as cerâmicas é a utilização como combustível alternativo para produzir energia elétrica, a partir do uso do hidrogênio. Este será utilizado em células cerâmicas de alto desempenho. A tecnologia permite a geração de energia para alimentar condomínios, hospitais, veículos, celulares, notebooks e máquinas fotográficas.

Limpeza de altos-fornos

A Science Solution é uma empresa sediada em São Carlos que pertence ao ex-aluno do IQ-Unesp Luiz Gustavo Simões e seus dois sócios. Funciona no sistema spin off e concebeu filme especial à base de aço, para revestir as paredes de tubos utilizados na indústria petroquímica, que facilita a limpeza interna das tubulações. A aplicação pode prolongar de 40 para 100 dias o tempo entre as interrupções do serviço para manutenção, sendo que cada dia de paralisação do sistema custa aproximadamente US$ 1 milhão. O sistema desenvolvido pela Science já proporcionou economia de US$ 2 milhões anuais.

Sob medida

Simões conta que, em um ano de existência, conseguiu o retorno do investimento feito na abertura da empresa. Além disso, está providenciando orçamentos para clientes interessados em suas resinas cerâmicas, para recobrir brocas odontológicas. Outro pedido é de um fabricante suíço de relógios de pulso, que deseja um vidro à prova de riscos e também componentes internos que não oxidem.

Pedreira, cidade localizada na região central do Estado, é um dos principais polos de produção de cerâmica artística do País. Um contrato spin off entre a Unesp e a prefeitura local possibilitou a instalação de um núcleo local do Liec para prestar consultoria e trazer inovação em processos e produtos dos 24 fabricantes locais. A medida procura responder aos concorrentes chineses, presentes no mercado nacional com preços competitivos e itens de qualidade.

O professor Élson Longo, do Liec, explica que há rica troca de experiências entre os alunos empreendedores e seus professores. “Esse modelo abre grandes perspectivas para a universidade pública, que passa a ser parceira do desenvolvimento nacional e consegue também formar e atrair profissionais qualificados para trabalhar nos laboratórios acadêmicos e em suas empresas de tecnologia”, destaca.

Outro aspecto positivo é o aporte de recursos proveniente da prestação de serviços à indústria. A receita é reinvestida no Liec para comprar novos equipamentos, manter os atuais e pagar o salário dos técnicos especializados. Para as grandes empresas, surge a possibilidade de encomendar com os professores o desenvolvimento de materiais sob medida, do ponto de vista físico, químico e mecânico.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/08/2005. (PDF)

Maestro alemão rege Orquestra Sinfônica em duas programações na Sala São Paulo

Claus Peter Flor vai comandar espetáculos neste mês como convidado da Osesp

O maestro alemão Claus Peter Flor vai reger como convidado a Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp), em duas séries de apresentações na Sala São Paulo, na capital. O primeiro programa será realizado entre os dias 18 e 20 e o concerto inclui a Missa nº 5, de Schubert, e a Sinfonia nº 40, de Mozart. O destaque serão os solistas Marcos Thadeu (tenor), José Gallisa (barítono) e as irmãs Edna (soprano) e Ednéia d’Oliveira (contralto).

A segunda série de espetáculos será entre os dias 25 e 27. A programação inclui A Flauta Mágica, de Mozart, a Sexta Sinfonia de Tchaikovsky, também conhecida como Sinfonia Patética e, por fim, cinco lieds (canções) de Richard Strauss, gênero de canção romântica alemã surgida no século 18 em que a voz do artista é encenada e acompanhada pelo piano.

Convidado ilustre

O maestro Claus Peter Flor nasceu em Leipzig em 1953 e estudou regência com Rolf Reuter, Rafael Kubelik e Kurt Sanderling. Aos 31 anos, tornou-se diretor-geral de música da Orquestra Sinfônica de Berlim e, em 1988, debutou com a Filarmônica de Berlim. Foi o principal regente convidado da Philharmonia Orchestra de Londres e conselheiro artístico da Orquestra Tonhalle, em Zurique.

Em 2003, assumiu a posição de principal convidado da Orquestra Sinfônica Giuseppe Verdi de Milão. Renovou, recentemente, o contrato como principal maestro convidado da Sinfônica de Dallas. Ele se apresenta regularmente com orquestras como a do Concertgebouw de Amsterdã, de Paris, do La Scala de Milão, Estatal da Bavária, Yomiuri de Tóquio, sinfônicas de Viena, Bamberg e Londres; filarmônicas de Roterdam e Munique; e das rádios de Munique, Frankfurt, Hamburgo e Leipzig.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 10/08/2005. (PDF)