Poupatempo ganha mais dois postos móveis até o fim do ano

Outras duas unidades do Poupatempo Móvel entrarão em operação até o fim do ano. O projeto foi aprovado e cada uma deverá atender 800 pessoas por dia em bairros e municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

Entre setembro de 2004 e fim de março, a unidade existente realizou 104 mil atendimentos na periferia da capital. Em dias úteis, o posto itinerante funciona das 8 às 18 horas. Aos sábados, das 8 às 13 horas. Recebe diariamente 800 solicitações e a média mensal é de 16 mil atendimentos. “A capacidade inicial de atendimento comportava 700 pessoas, porém, conseguimos ampliá-la”, ressalta o superintendente do Poupatempo, Daniel Annenberg.

Pesquisa do Ibope realizada com a população no mês de dezembro revelou índice satisfatório do usuário pelo trabalho prestado à população. Os conceitos ótimo e bom totalizaram 89% e, dessa forma, o itinerário da carreta na qual está instalada o Poupatempo Móvel foi ampliado, passando a atingir mais municípios da Grande São Paulo.

As cidades de Taboão da Serra, Mairiporã, Caieiras e Franco da Rocha já receberam a visita da carreta. Na unidade itinerante, o serviço mais procurado tem sido a emissão de RG. O documento responde por 42% dos atendimentos nos seis meses iniciais de funcionamento e totalizam 44 mil cédulas de identidade. Outros pedidos mais comuns é expedição de carteira de trabalho (12%) e de CPF (4,5%).

Serviços disponíveis

O Poupatempo Móvel fornece atestado de antecedentes criminais e declaração de extravio do RG. O usuário tem acesso a serviços públicos pela internet, pelo E-poupatempo: BO eletrônico, consulta de débitos de IPVA, DPVAT, multas de trânsito, pontos na carteira de habilitação e de débitos de prestação da casa própria, licenciamento de veículos e emissão da segunda via de conta de energia elétrica. Iniciativa da administração estadual em parceria com o Banco Nossa Caixa, a unidade itinerante oferece os mesmos serviços dos demais postos.

Para montar o caminhão e possibilitar o seu funcionamento, o agente financeiro do Estado contratou as empresas CPM, de consultoria e infraestrutura tecnológica, para instalar os equipamentos necessários à comunicação móvel e suporte técnico e operacional, e ConectBus – especializada na montagem de grandes estruturas móveis, para propiciar a circulação da carreta.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/05/2005. (PDF)

Sistemas da Polícia Militar atendem, em média, 150 mil chamados por dia

Computadores interligados, imagens aéreas e radiocomunicadores garantem a efetividade da PM em todas as regiões do Estado

O Sistema de Informações Operacionais da Polícia Militar (SIOPM) é responsável por gerenciar a logística e o fluxo de atendimentos dos números de emergência 190 e 193 nos 645 municípios do Estado. Por dia, a central de operações na capital recebe, em média, 150 mil chamados, que são encaminhados às polícias militar, civil, rodoviária, bombeiros e Defesa Civil.

A Central opera em plantão permanente – 24 horas por dia, 365 dias por ano. O contato pode ser feito por telefone, fax, radiocomunicação e internet. Quando recebe a ligação, o atendente tem acesso às bases de dados da Prodesp, que hospeda sistemas da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Polícia Civil, Poder Judiciário e Ministério Público. Além disso, o atendente acompanha o andamento da ocorrência desde a chegada até a finalização.

O SIOPM é um sistema inteligente: cataloga, grava e faz cópia de segurança de todos as informações. Depois apura e cruza os dados. De modo automático, lista numa região quais os horários e ruas com maior número de incidência de notificações. Mostra, também, o nome dos envolvidos nas ocorrências.

Os relatórios auxiliam a Secretaria da Segurança Pública (SSP) a planejar a distribuição do efetivo policial (civil, militar, científico, tropa de choque), veículos (helicópteros, viaturas, motos, bicicletas), armamento, canis, cavalaria e organização do policiamento em todas as regiões paulistas.

Segundo o capitão Alfredo Deak Junior, coordenador do SIOPM, uma das medidas que torna mais rápido o atendimento é a integração do sistema com o cadastro atualizado de assinantes das companhias telefônicas – a centralização da informação ajuda a coibir trotes.

Ao receber um telefonema, o funcionário verifica na tela as coordenadas geográficas do chamado. Observa, também, o nome e endereço do dono da linha. Em seguida, repassa a informação, com a melhor descrição possível do chamado, para a viatura mais próxima do local da ocorrência.

Disponibilidade permanente

O sistema telefônico é descentralizado no Estado. Município de maior porte tem central própria de comunicação; os menores, têm cobertura de central regional. O SIOPM monitora o andamento do serviço e foi projetado para operar com disponibilidade permanente em qualquer circunstância. “Se houver um blecaute no atendimento, colapso ou catástrofe de qualquer natureza, o serviço é automaticamente transferido para outra central”, informa Deak.

A disponibilidade é garantida por gerador próprio de energia (a diesel), rede dualizada de rádio, comunicação por rádio e fibra óptica com a central telefônica. “O objetivo é normalizar a situação de semáforos, viaturas e ambulâncias e evitar saques e crimes no momento de uma emergência de grandes proporções”, explica.

Antes da informatização, o contato entre denunciante e polícia demorava, em média, 30 minutos. “Hoje, o tempo estimado é de um minuto para ocorrência de emergência (crimes contra o patrimônio e integridade física da vítima) e de três minutos para as demais”, compara o capitão Deak.

“No dia-a-dia do policial, alguns segundos podem ser decisivos em situações delicadas, como refém sob a mira de arma, gestante em trabalho de parto ou, ainda, pessoa prestes a cometer suicídio. A informação geográfica do local da ocorrência, na tela do computador, facilita o deslocamento das viaturas na capital. Contudo, São Paulo tem 400 mil cruzamentos, e muitas ruas da periferia não são registradas no mapa”.

O capitão Deak conta que a razão do sucesso no atendimento é o treinamento constante. “A PM investe na formação de seus profissionais. A cada ano, três mil homens da corporação recebem treinamento de reciclagem e capacitação. A finalidade é instruir o policial para que ele conheça e utilize, com eficiência, o aparato tecnológico disponível e coloque em prática o aprendizado”.

Atuação territorial

A PM dispõe de 470 quartéis no Estado e trabalha de modo territorial. O policiamento primário de uma região recebe o complemento de uma companhia ou batalhão vizinho. Assim, sempre há reforço nas adjacências para o policial em patrulha nas ruas. São Paulo e as regiões do ABC, Osasco e Guarulhos têm centrais próprias de atendimento. Na capital, 47 servidores públicos ficam no sistema 190 e 40 no contato por rádio com as viaturas. Todos os sistemas da PM são interligados e foram desenvolvidos internamente.

O SIOPM foi criado em 1985, mas só entrou em operação dois anos depois, quando substituiu o antigo sistema de despacho de viaturas que rodava em mainframe. Na época, formulários de ocorrência e planilhas com estatísticas eram preenchidos a mão, enquanto os processos eram analógicos.

Central de telecomunicações

O major Davi Rezende de Oliveira comanda a central telefônica na capital e conta que a eficiência do serviço transformou o 190 em referência para a população. “Hoje, o cidadão pede auxílio policial e faz perguntas que extrapolam a competência da corporação. São dúvidas sobre endereços de hospital, posto de saúde, fornecimento de serviços como água e eletricidade. Na prática, atendemos tudo que é possível”, comenta o major.

Por dia, a Central recebe 30 mil ligações, das quais aproximadamente 20% se transformam em ocorrências que exigem deslocamento de viaturas. Os horários mais solicitados são as noites de sexta-feira e sábado, especialmente no período de verão. Nestes dias, as pessoas bebem maior quantidade de álcool e acabam provocando acidentes de trânsito, lesão corporal e homicídio com arma de fogo.

Os atendimentos da PM no Estado estão na casa do milhar. Em fevereiro, foram 52 mil conduções a hospital – 1,3 mil apoios a parto e 31 crianças nasceram no interior da viatura.

O major Davi menciona uma ligação recente que ajudou a salvar a vida de um recém-nascido na capital. “O bebê estava engasgado. Enquanto aguardava a chegada do resgate, a atendente transmitiu noções de primeiros socorros para a mãe. Em outra oportunidade, uma avó denunciou a filha por ter abandonado a neta na rua. A policial que recebeu o chamado ficou comovida e resolveu conhecer a criança. Foi o suficiente para que entrasse com pedido de adoção no Juizado de Menores. Hoje, o nenê é filho da atendente”, conta.

Radiocomunicações

O serviço de radiocomunicação utiliza frequência exclusiva e divide a capital em cinco grandes regiões. A localização das viaturas e ocorrências é feita por meio do sistema de posicionamento denominado “GPS Virtual”, que indica a latitude e a longitude de cada uma das 400 mil esquinas de São Paulo.

O rádio auxilia o policiamento preventivo e contribui para que uma região não fique desguarnecida. Cada veículo tem uma identificação única e circula em área delimitada. Se o rádio ordenar que uma viatura saia em socorro de outra, o comando faz um rearranjo que garanta a presença policial em todos os locais.

“Ficar na radiocomunicação exige profundo conhecimento do patrulhamento nas ruas. Quando preciso, o comando do rádio “inflama” uma ocorrência, em situações como tiroteio, sequestro ou atropelamento e os supervisores acompanham a cada minuto o andamento de cada chamado”, conta o major Davi. (No jargão policial, “inflamar” uma ocorrência é concentrar o foco sobre ela).

Tratamento preventivo

Para combater o estresse em razão do treinamento intensivo, há atendimento psicológico permanente. Só é selecionado para ocupar a função de atendente quem tem o perfil. Cada um trabalha uma hora e meia e descansa 30 minutos. Para prevenir problemas, o diálogo é sempre estimulado.

A Central faz auditoria interna por amostragem dos chamados todas as semanas. “Este retorno da sociedade norteia toda a estratégia da PM. É o caminho inverso – atendente retorna ligação para o denunciante e pergunta como foi o serviço. Recebemos elogios e a queixa mais comum é afirmar que o atendente faz muitas perguntas. Na verdade, está colhendo informações essenciais para evitar abordagens incorretas e facilitar o trabalho na rua”, salienta o major.

A soldado Sônia Siqueira trabalha na Central desde 1997, ano em que ingressou na corporação. “Minha satisfação é colaborar com o aprimoramento do serviço. Sei de imediato quando alguém conseguiu recuperar um bem que tinha sido roubado”, conta.


Copom on-line: monitoramento em tempo real

O capitão Gerson Baeto é coordenador do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom online), ferramenta projetada pela própria corporação que permite o acompanhamento em tempo real de todas as ocorrências em andamento no Estado (atendimento e finalização). O sistema mapeia os locais de maior e menor incidência de crimes com base nas 35 mil ligações diárias recebidas nas 98 companhias da PM na capital e Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

O quadro com as ocorrências é atualizado automaticamente a cada 30 segundos. E o sistema autoriza o usuário imprimir, delimitar áreas específicas e dar um zoom nos mapas, que são processados sobre imagens aéreas e de satélite. Além disso, emite relatórios com as últimas ocorrências notificadas e aponta áreas críticas para o policiamento.

Ao clicar sobre cada ponto no mapa, o policial é informado sobre qual é o local, tipo de ocorrência, nível de prioridade e qual viatura está empenhada no atendimento. O serviço fica disponível na rede interna (intranet) da SSP e o administrador do sistema consegue identificar quem o utilizou, em qual horário e o que consultou.

A indicação geográfica de ocorrências é um serviço pioneiro no País. No Estado, atende a capital, ABC, Santos, São Vicente, Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba, Bauru, Araçatuba e São José do Rio Preto. Até o final do ano, estará disponível em Mogi das Cruzes, Jundiaí, Bragança Paulista e no Vale do Paraíba.


Fotocrim

A Base Informatizada de Fotografias Criminais (Fotocrim) é um sistema inteligente criado há cinco anos com o objetivo de armazenar informações e fotos de pessoas indiciadas. A iniciativa pioneira no País ajuda a população a identificar suspeitos e contribui no mapeamento dos delitos e da área de atuação dos criminosos no território paulista.

O capitão Ulisses Puosso coordena a equipe de 75 profissionais do Fotocrim que prepara o material e possibilita consultas na base de dados que tem 208 mil nomes. Cada registro informa a ficha criminal, apelidos, características (tatuagem, cicatriz, cor do cabelo e brincos), modo de atuação e conexão do criminoso com quadrilhas. “A colaboração dos PMs em fotografar criminosos detidos logo após o flagrante é essencial”, argumenta o capitão Ulisses.

Estratégia utilizada para apurar a veracidade dos cadastros é confrontá-los com os 123 mil registros da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Na delegacia, muitas vezes o delinquente passa informações erradas ou tenta assumir identidade falsa. Se for condenado e tiver pena para cumprir em presídio, acaba por fornecer seus dados corretos, para informar a família sua localização, caso algo venha lhe acontecer na prisão.

O Fotocrim ajudou a reduzir a chance de detenção de inocentes. E aumentou as de captura de procurados pela Justiça. “Antes da informatização, eram 70 mil fichas de papel, com imagens de diferentes tamanhos e recortes de jornal. Também padronizou os registros e traz fotos do rosto do criminoso em close frontal, lateral e de perfil. Contudo, antes da inclusão de nova ficha, a equipe faz uma auditoria minuciosa, para não cometer injustiças”, explica.

Em agosto de 2003, na capital, a vítima do estuprador Vandeli Fernandes o reconheceu e ele foi preso. Em janeiro de 2005, Carlos Henrique dos Santos (o “Rick”) roubou uma casa de veraneio em Ubatuba. Depois do reconhecimento fotográfico, foi produzido impresso e distribuído em todas as viaturas. O trabalho rápido permitiu a detenção do assaltante e de mais dois comparsas que estavam hospedados numa pousada distante três quilômetros do local da ocorrência.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 09/04/2005. (PDF)

Sabesp ganha o principal prêmio no setor de saneamento do Brasil

Reconhecimento foi conferido pela Abes por ações de estruturação, capazes de melhorar processos operacionais e gerenciais de serviço de água, esgoto e lixo

A Sabesp, empresa vinculada à Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento recebeu, em Vitória (ES), o Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento Ambiental (PNQS-2004 – Nível II), conferido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). Considerado a mais importante distinção do setor na América Latina, o título foi concedido às Unidades de Negócio de Tratamento de Esgotos e de Negócios Oeste, ambas da diretoria metropolitana. Nessa oitava edição concorreram 15 sistemas de água e esgotos.

Os critérios de avaliação foram liderança; estratégias e planos; clientes e mercados; sociedades; informações e conhecimento; pessoas; processos e resultados. A Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos da Região Metropolitana da Sabesp atende 37 municípios, com população estimada de 10 milhões de clientes. Coleta 81% de todo o esgoto produzido e, desse total, trata 60%. O atual índice de recolhimento e tratamento de toda a rede da companhia é de 55% e supera a média nacional, que é de 48%, conforme informações divulgadas pelo IBGE em 2003.

Rumo à Holanda

A solenidade de premiação foi realizada às 19h30, no salão térreo do Centro de Convenções de Vitória. No mesmo dia, os ganhadores do PNQS-2004 apresentaram seus trabalhos no 8º Seminário de Benchmark. Os premiados receberam o troféu “Quiron”, diploma e uma viagem em missão técnica de estudos à Holanda, em empresas consideradas modelo no setor de saneamento.

O PNQS foi criado há sete anos para promover a excelência nos serviços prestados e ampliar a qualidade de vida da população atendida. Premia ações de estruturação capazes de melhorar processos operacionais e gerenciais de empresas de serviço de água, esgoto e lixo.

O rigor dos critérios e as ferramentas oferecidas pela estrutura do prêmio – cursos de preparação dos profissionais e uma visita de auditoria a todos os serviços aos quais se candidatam – levam as empresas a se prepararem para ser vencedoras. Esse processo gera a melhoria e a modernização do sistema, e sua preparação dura praticamente todo o ano.

Primeiro, as concorrentes fazem uma auto-avaliação para saber se estão aptas à premiação, e em seguida um relatório de gestão, estabelecendo metas e propostas de melhorias. Inscritas, recebem a visita de dois avaliadores externos que conferem todas as informações e, ao final do processo, apresentam relatório apontando os pontos fortes e oportunidades de melhoria.

Dessa forma, mesmo quem não ganha a competição tem vantagens, já que recebe uma consultoria de alto nível para o seu método de gestão. Uma banca de examinadores credenciada pela Abes analisa toda a documentação das concorrentes e dos auditores para definir os vencedores. Estão representadas nessa mesa de trabalho as principais entidades vinculadas ao saneamento ambiental no Brasil.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 02/12/2004. (PDF)