Game produzido por alunos da Etec de Cubatão reforça aprendizado

Gratuito e direcionado ao ensino fundamental, jogo digital Cubaville funciona em celular Android e navegador de internet

Para auxiliar alunos do ensino fundamental a fixar conceitos de português e de matemática, um trio de formandos do curso de Programação em Jogos Digitais da Escola Técnica Estadual (Etec) de Cubatão desenvolveu o Cubaville, game educacional gratuito.

Projetado para rodar em aparelhos com o sistema operacional Android e navegador de internet com o plugin Flash Player, o título é inspirado no nome da cidade (Cubatão) e dos bairros (terminados em ville) onde moram seus autores, os ex-alunos da Etec, Caique Pavão, Francisco Freitas e Victor Faria.

O aplicativo para celular Android com o jogo pedagógico pode ser copiado gratuitamente (download) no site (ver serviço) e deverá estar disponível até o fim desse semestre na Google Play, loja de aplicativos para smartphones e tablets com sistema operacional Android (ver serviço).

O projeto foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do grupo de estudantes integrantes da primeira turma de Programação em Jogos Digitais da Etec, formação que oferece 40 vagas anuais no Vestibulinho do Centro Paula Souza.

O projeto de desenvolvimento foi orientado pelo professor Marcelo Batista Onuki, coordenador do curso e responsável por ministrar Modelagem 3D e Projetos de Jogos, entre outras funções na Etec. Ele conta que, além dos desafios técnicos, como desenhar cenários, criar efeitos audiovisuais, animar personagens e programar códigos e documentá-los, o Cubaville incluiu pesquisas de campo.

Aprimoramento

Todas as tarefas do grupo da Etec foram divididas igualmente e, ao longo de todo o desenvolvimento, que durou 15 meses, os alunos ouviram estudantes do terceiro e quarto anos de duas escolas públicas municipais de Cubatão, a João Ramalho e a Usina Henry Borden. Também consideraram no projeto informações fornecidas pelos pais das crianças e diretores e professores das instituições de ensino.

O TCC foi apresentado no fim de 2014 e, desde o ano passado, o game segue sendo aprimorado. Onuki comenta que os jogos digitais são uma realidade presente no cotidiano das famílias, sendo capazes de atrair o interesse de público de todas as faixas etárias. “A área de games é um mercado promissor e em expansão no Brasil e no mundo – em faturamento, ultrapassou até a indústria cinematográfica no ano passado”, pondera.

Tabuada e ortografia

De modo lúdico e interativo, a versão atual do jogo apresenta perguntas e respostas sobre ortografia, para reforçar o vocabulário infantil. Com prêmios por acertos e explicações quando o jogador faz escolhas equivocadas, o Cubaville oferece também Jogo da Velha, tabuada em diagonal (tabela de Pitágoras) e outros desafios com expressões numéricas para estimular o raciocínio lógico e aritmético.

“Todo TCC das Etecs procura sempre encontrar respostas para desafios sociais e mercadológicos”, salienta Onuki. “Este, em especial, fortalece o aprendizado de conteúdos essenciais para a compreensão de outras disciplinas, conceitos que serão importantes na vida acadêmica e profissional posterior dos alunos”, observa.

O desenvolvimento do jogo rendeu ao grupo da Etec Cubatão o primeiro lugar na 9ª edição da Feira de Tecnologia do Centro Paula Souza (Feteps), na categoria Informática e Ciências da Computação. Como prêmio, o professor Onuki e cada um dos criadores do jogo receberam tablets.

Desdobramentos

Freitas, um dos campeões, conta que a próxima versão incluirá perguntas e desafios abordando a geografia da cidade de Cubatão. “A ideia é fazer um mapa, com os pontos de interesse e a história dos bairros”, explica o profissional de jogos digitais que atua na área. Ele revela que o jogador poderá também personalizar seus avatares (personagens), escolhendo características como cor de cabelo e de olhos.

Onuki conta que o próximo passo será a criação de um clube de desenvolvimento de jogos digitais na Etec, com inauguração prevista para sábado, 5, às 10 horas, na própria escola. A associação pretende divulgar a produção acadêmica e viabilizar o desenvolvimento dos games pelos alunos.

O clube, que reunirá os alunos formados e os atuais, pretende promover reuniões quinzenais para propor atividades e compartilhar conhecimentos, devendo também ser criado um site da associação vinculado ao da Etec Cubatão.

Serviço

Etec Cubatão
Download do Cubaville para Android e navegador

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/02/2016. (PDF)

Inscrições abertas para o curso Agentes do Brincar

Formação profissional gratuita tem carga horária de 160 horas e será ministrada na Etec Parque da Juventude; projeto é parceria do Centro Paula Souza com a Associação Brasileira pelo Direito de Brincar

Termina às 15 horas do dia 4 de fevereiro a inscrição para a segunda turma do curso de Qualificação Profissional Agentes do Brincar. Para concorrer a uma das 30 vagas oferecidas, o interessado tem de participar do processo seletivo (Vestibulinho) do Centro Paula Souza e estar cursando a partir do segundo ano do Ensino Médio regular, terceiro semestre da Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou Ensino Técnico ou Ensino Superior.

A capacitação é realizada pela Associação Brasileira pelo Direito de Brincar (IPA) em parceria com o Centro Paula Souza. As aulas serão ministradas pela professora Priscila Leonel, da Etec Parque da Juventude, da capital. A programação inclui a participação de palestrantes encaminhados pela filial brasileira da IPA.

O edital do processo seletivo está disponível na internet, assim como o formulário de inscrição (ver serviço). Até 4 de fevereiro, o interessado deve fazer depósito de R$ 30 no Banco do Brasil (agência 6804-7, conta corrente 2564-X), em nome da Associação de Pais e Mestres da Etec Parque da Juventude (APMETECPJ) cujo CNPJ é 09.061.921/0001-39.

Em seguida, o candidato deve remeter o comprovante de pagamento da taxa, até 5 de fevereiro, para o e-mail vestibulinho@etecpj.com.br, informando nome completo e CPF. Após o recebimento desse comprovante, a inscrição do candidato será efetiva.

A prova será aplicada no dia 13 de fevereiro, às 9 horas, na Etec Parque da Juventude, que fica próxima da estação Carandiru do Metrô. O exame inclui 50 testes de múltipla escolha, abordando questões das áreas de Geral, Formação Inicial e Continuada em Práticas em Mídias Sociais e Qualificação Profissional para o Trabalho em Agentes do Brincar. A lista dos aprovados será divulgada em 19 de fevereiro, no site da Etec Parque de Juventude (ver serviço) e a matrícula deverá ser feita nos dias 23 e 24.

As aulas serão ministradas na Etec Parque da Juventude, aos sábados, das 8 às 13 horas, e terão início em 5 de março. A carga horária do curso é de 160 horas, sendo 90 horas de aulas teóricas e oficinas e 70 horas reservadas para atividades complementares, como visitas a parques, museus e rodas de contação de histórias.

Reconhecimento

Segundo a coordenadora de projetos do Centro Paula Souza, Judith Terreiro, o público-alvo do curso são trabalhadores das áreas social e educacional, embora a formação siga disponível para profissionais de outras áreas. O conteúdo programático é elaborado para quem trabalha com atividades socioeducativas para crianças e jovens. Pretende construir – por meio de brincadeiras, histórias e atividades artísticas e culturais – o desenvolvimento e a capacidade de comunicação, liderança e criatividade desse público.

Judith explica que o curso também visa a fortalecer a busca pelo reconhecimento da profissão de Agente do Brincar no Brasil. “Em outros países, como a Inglaterra, isso já é uma realidade”, ressalta. Ela informa que em 2015, na primeira edição do curso, havia cinco candidatos concorrendo a cada vaga e foram formados 25 agentes. “Essa capacitação é prática e bastante procurada por professores de educação infantil e básica em busca de aperfeiçoamento”, finaliza.

Serviço

Edital
Inscrição
Etec Parque da Juventude
IPA Brasil
Vídeo sobre a primeira turma do curso

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/01/2016. (PDF)

Tecnologia inclusiva nas Etecs e Fatecs

Scanners, leitores de texto e lupas eletrônicas auxiliam alunos com deficiência visual nas Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia

No ano passado, o Centro Paula Souza destinou R$ 500 mil na aquisição de equipamentos para serem usados por alunos com deficiência visual nas 218 Escolas Técnicas (Etecs) e 64 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais. O investimento em tecnologia assistiva possibilitou a compra de 16 scanners especiais, 16 leitores de texto, 35 lupas eletrônicas e três máquinas de escrever em braile.

“Ao se inscrever para prestar o Vestibulinho das Etecs ou o Vestibular da Fatec, o candidato com deficiência informa no formulário on-line se precisará de auxílio para fazer a prova”, observa a professora Alessandra Ribeiro Costa, coordenadora de projetos de inclusão da pessoa com deficiência do Centro Paula Souza, instituição vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI).

Entre os 300 mil alunos da instituição, cerca de 500 possuem algum tipo de deficiência – a visual é a mais comum. Ciente do fato, os processos seletivos semestrais do Centro oferecem diversas opções de assistência para candidatos com deficiências física, auditiva, intelectual ou múltipla.

Acesso

Depois de aprovado no processo seletivo e matriculado, o aluno pode recorrer às tecnologias assistivas em sua própria escola. Para isso, basta entrar em contato com a direção. “O objetivo do Paula Souza é acompanhá-lo desde o ingresso até a obtenção do diploma”, destaca Alessandra. Quando o aluno conclui sua formação, o equipamento é devolvido para a administração do Centro Paula Souza e repassado a outra escola solicitante.

A meta é prover meios, de acordo com as possibilidades, para permitir que todo estudante – com deficiência ou não – possa frequentar as aulas e participar de atividades acadêmicas regulares e extraclasse. A ação é complementada com capacitações de 40 horas oferecidas em cinco datas do ano para professores e servidores da instituição paulista, 135 opções de cursos técnicos de nível médio e 71 graduações tecnológicas.

Treinamentos orientam sobre como usar as tecnologias assistivas, práticas pedagógicas, legislação e terminologia relacionada à inclusão. Para participar, o interessado deve clicar no link Capacitações do site do Centro Paula Souza (ver endereço em serviço).

Aprendizado

Vanessa Santos, de 24 anos, e Wodson Cruz, de 23, alunos com deficiência visual total do curso gestão comercial da Fatec Itaquaquecetuba, ganharam novo estímulo desde a chegada dos equipamentos de tecnologia assistiva. Ambos ingressaram na escola técnica em 2013; ele, no primeiro semestre; e, ela, no segundo.

A dupla recebeu da professora Cilene Cruz o apoio necessário para ampliar possibilidades de aprendizado e de retenção dos conteúdos transmitidos. Com empenho e disposição, aliados aos dois conjuntos de scanners e leitores de texto à disposição deles na biblioteca, tiram agora notas melhores que a média dos colegas em disciplinas de Exatas – área de conhecimento na qual tinham mais dificuldades.

Livro falado

O scanner é integrado ao leitor de texto e copia páginas inteiras de livros ou de cadernos, que podem ser posicionados em qualquer direção. De modo instantâneo, o dispositivo assistivo reconhece os caracteres impressos no papel e seleciona, com um retângulo, a primeira palavra da página. A partir daí, o aluno pressiona o botão de leitura no termo. Depois de ouvi-lo, avança para o seguinte.

“Demoramos um pouco para nos acostumar, mas estamos perfeitamente adaptados. Além de textos, o sistema nos permite usar planilhas, ao nos informar com exatidão em qual célula está o cursor”, revela a estudante.

Wodson comenta que os novos equipamentos são mais eficientes que a tradicional leitura em braile. “Quando acabo de ouvir uma página, o sistema salva o texto decodificado pelo equipamento em um arquivo, que uso depois para estudar em casa no meu notebook”, salientou.

Apoio

Mestre em sistemas de informação, Cilene teve experiência prévia com alunos com deficiência antes de ingressar na Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba. Lá, estruturou o projeto Horas de Atividades Especiais para trabalhar com a dupla.

A iniciativa solidária ganhou imediatamente a simpatia de toda a comunidade escolar e teve adesão incondicional dos profissionais diretamente envolvidos com os dois jovens com deficiência visual. Este grupo inclui o professor Francisco Tavares, coordenador do curso gestão comercial, o bibliotecário Leandro da Silva e seu auxiliar Carlos Baleeiro, além dos três alunos-monitores da formação do curso, Eliane Cruz, Gabriel da Silva e Tayná Caetano.

Reinvenção

“Se a tecnologia não pode resolver, uso a criatividade”, ressalta a professora Cilene. Um dos exemplos, explica ela, é usar uma sequência ordenada de pingos de cola em uma folha de papel para representar um gráfico de uma função numérica.

“Na verdade, nos reinventamos todos os dias. O senso comunitário e o apoio ao próximo são características muito positivas e valorizadas na Fatec de Itaquá”, diz o professor Tavares. Ele exemplifica a tese com a dedicação dos 12 alunos-monitores da escola.

Dos mil estudantes matriculados nos quatro cursos oferecidos pela escola (secretariado, gestão comercial, gestão de tecnologia da informação e gestão empresarial), o grupo dedica de quatro a oito horas semanais no auxílio aos colegas (turmas da manhã, tarde e noite) com dificuldade de aprendizado.

Serviço

Centro Paula Souza (capacitações)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2015. (PDF)