USP, Unicamp e Unesp irão atualizar as informações do Programa Biota-Fapesp

Universidades vão manter o sistema detentor do maior conjunto de dados científicos sobre a biodiversidade do Estado de São Paulo

Convênio firmado entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e as três universidades públicas paulistas repassou à USP, Unesp e Unicamp a tarefa de atualizar os sistemas de informação ambiental do Programa Biota-Fapesp – Instituto Virtual da Biodiversidade.

A solenidade, realizada no dia 2, no auditório da Fundação, na capital, contou com os reitores das universidades, lideranças da agência de fomento e representantes do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA).

Iniciado em 1999, o programa dispõe do maior banco de dados sobre a biodiversidade do Estado de São Paulo. Suas tarefas iniciais incluíam inventariar e caracterizar as espécies de plantas e animais, compreender os processos naturais nos biomas e avaliar a conservação, o potencial econômico e o uso sustentável do recurso natural.

Ao longo da pesquisa acadêmica, os cientistas descobriram pelo menos 500 novas espécies e publicaram on-line, com acesso gratuito, todas as informações coletadas sobre a fauna e flora dos ecossistemas paulistas.

Carlos Alfredo Joly, da coordenação do Biota, conta que desde o início do trabalho a verba anual repassada pela Fapesp foi de U$ 2 milhões. Nestes oito anos, a iniciativa acadêmica de catalogação e preservação ambiental originou 75 pesquisas acadêmicas, 150 teses de mestrado e 90 de doutorado.

As publicações incluem 16 livros, dois atlas e 500 artigos científicos distribuídos por 170 periódicos, 90 deles indexados pelo Institute for Scientific Information (ISI). Entre os principais, as revistas Nature e Science.

Preservação e continuidade

Nesta nova etapa do Biota, a da institucionalização, Joly anunciou a expansão das atividades. “A parceria da Fapesp com as universidades públicas paulistas visa a tornar permanente a preservação e a continuidade do conhecimento acumulado. Agora, temos menos pesquisas em andamento, e os novos desafios são atualizar e manter ativos os sistemas de informação, tarefas que exigem pessoal especializado e grande capacidade computacional”, explica.

O Sistema de Informação Ambiental (SinBiota) – com dados de aproximadamente 4 mil espécies de plantas, animais e micro-organismos encontrados no Estado – o Atlas e a revista eletrônica Biota Neotrópica ficarão sob responsabilidade da Unicamp.

A Rede Biota de Bioprospecção e Bioensaios (BIOprospecTA) será dividida entre a Unesp (que cuidará das informações sobre caracterização de moléculas, coleção de extratos e animais, por exemplo) e a USP, que ficará com a parte mais aplicada da bioprospecção, ou seja, com as informações sobre utilização clínica das moléculas conhecidas.


Convidado internacional

Ao término da solenidade com os reitores, Michel Loreau, da Universidade McGill do Canadá, presidente do Comitê Científico Diversitas e vice-presidente do International Mechanism of Scientific Expertise in Biodiversity (Imoseb), ministrou a palestra “Por que precisamos de um Mecanismo Internacional de Conhecimento Científico em Biodiversidade (Imoseb)?”.

O Brasil ainda não é signatário do Imoseb. Este organismo internacional foi criado em janeiro de 2006 e faz a divulgação global de informações ambientais. Em suas ações regulares, alerta a comunidade científica internacional sobre os riscos da diminuição do número de espécies. Dessa forma, pretende nortear a elaboração de políticas públicas sobre o assunto.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/08/2007. (PDF)

Servidor tem 30 dias para recorrer do fim de licença médica

A Lei nº 51.738, publicada no dia 5, prorrogou de três para 30 dias o prazo para o servidor público estadual recorrer do fim do seu período de licença médica. O interessado deverá entregar o pedido ao Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME), na Rua Leopoldo Miguez, 327, bairro do Glicério, capital.

Para o recurso, endereçado ao dirigente do DPME, o prazo máximo é de 30 dias após a publicação da negativa no Diário Oficial. Caso a licença seja novamente negada, há a possibilidade de o requerente solicitar novo recurso junto ao Secretário Estadual da Saúde, também no prazo de 30 dias. O secretário poderá determinar que a perícia seja feita por uma junta médica, na qual estará presente o dirigente do DPME.

Podem integrar a junta, especialistas de outros órgãos do serviço público ou profissionais da iniciativa privada reconhecidos na área. E todos devem ser designados pelo dirigente do DPME ou pelo secretário da Saúde. A decisão do secretário deverá ser coerente às conclusões apresentadas no laudo elaborado pela junta médica.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 14/04/2007. (PDF)

Livro de experiências torna-se novidade na escola e está disponível na internet

Publicação aborda conceitos básicos de física e traz 32 experiências para serem reproduzidas na sala de aula e em casa

Com o objetivo de reforçar o aprendizado dos alunos do ensino fundamental e médio e enriquecer o conteúdo das aulas de física e ciências, o professor Luiz Antônio de Oliveira Nunes, da USP São Carlos, em parceria com a mestranda Alessandra Riposati, lançou o livro Física em Casa. A obra é distribuída gratuitamente online, e traz 32 experiências para serem reproduzidas pelas crianças em casa e na escola.

A publicação tem 68 páginas e é recomendada para ser utilizada como material de apoio aos livros didáticos tradicionais. O texto estimula o debate e a compreensão de tópicos fundamentais no estudo da física, em especial da eletricidade. É dividida em três capítulos, com 13 experiências de eletrostática na primeira parte; 11 de corrente elétrica na segunda; e, na última, oito estudos sobre magnetismo.

Luiz Antônio sugere que a realização das experiências siga a sequência proposta no texto, dessa maneira, o aproveitamento da obra é maior. Com exemplos do cotidiano, a criança começa a compreender o princípio de funcionamento do pára-raios, da bússola, da máquina fotocopiadora e do motor elétrico. O trabalho facilita o entendimento dos fenômenos naturais, e a absorção de conteúdos que antes eram ensinados somente de modo teórico, distante da realidade do aluno.

“Os experimentos utilizam materiais de baixo custo, e que não apresentam riscos à saúde – canudinhos, papel higiênico, vidro de maionese vazio, palitos de fósforo, pedaços de cartolina e garrafas PET. Todos esses itens podem ser encontrados em qualquer supermercado e, reunidos, não passam de R$ 50″, explica o professor.

A narrativa começa quando o líder de um grupo de garotos, chamado Tales, pesquisa na rede virtual a origem de seu nome e descobre, num site, a história do matemático grego Tales de Mileto, um dos precursores do estudo da eletricidade. Pelo computador, aprende uma das primeiras experiências realizadas sobre o assunto na antiguidade. Curioso para saber o desfecho da experiência realizada e seus desdobramentos, Tales começa a se corresponder com o responsável pelo site. Em vez de respostas prontas, recebe novas perguntas, que o induzem a prosseguir nas experiências, compreender os fenômenos e avançar na pesquisa.

Primeira edição

Luiz Antônio é pesquisador do Instituto de Física (IFSC) da USP São Carlos, financiador da primeira edição do livro. A tiragem inicial é de mil exemplares e os volumes estão sendo distribuídos em eventos de capacitação organizados pela Secretaria da Educação. Esses encontros tiveram início no segundo semestre de 2005 e já foram realizados em Araraquara, São Carlos, Pirassununga e Taquaritinga. A capacitação tem duração de um dia e 500 professores de física e de ciências já receberam o livro.

Luiz Antônio está à procura de patrocínio para as próximas edições. Explica que se a obra for bem aceita, a intenção é criar uma coleção de livros de apoio (paradidáticos). “Cada exemplar abordará um tópico específico da física”.


Capacitação em Araraquara

O Sesc de Araraquara foi palco de capacitação ministrada pelo professor Luiz Antônio. Na oportunidade, os professores aprenderam e receberam dicas para as experiências funcionarem e não frustrarem as jovens plateias. “O segredo é treinar bastante antes da concretização em sala de aula”, explica.

A plateia ficou empolgada com a terceira experiência do livro que ensina como a força do atrito mantém um canudo preso à parede depois de eletrizado com um chumaço de papel higiênico. A brincadeira funciona com a maioria dos canudinhos à venda nos supermercados. A sugestão é experimentar vários tipos do produto até obter bom resultado. O interior do canudo deve estar seco e não ter sido utilizado ou assoprado.

Há 20 anos, a professora Maria Isabel Orso leciona para crianças de sete a dez anos e participa do Programa Oficinas Pedagógicas. Comentou que é sempre enriquecedor para o aprendizado quando o professor não fica restrito aos livros didáticos. “Os alunos se motivam quando levo ímãs nas aulas e explico os conceitos de atração de corpos. O objetivo das aulas de ciências é investigar, tentar compreender os fenômenos naturais”, observa.

O professor Antônio Carlos de Paiva Lima, da EE Letice B. Godoy, diz que pretende montar em casa os experimentos para colocá-los em prática em 2006. “Vou incentivar a turma a trazer materiais para a escola e vamos organizar uma feira de ciências”. Suas colegas, Giselda Telarolli, Terezinha Cita de Lima e Cecília Araci Prada planejam trocar informações conforme forem fazendo em suas escolas as experiências, para aprimorar ainda mais a iniciativa.

Serviço

A cópia do livro pode ser feita diretamente neste link, do Laboratório de Lasers e Aplicações da USP São Carlos (LLA/IFSC-USP).

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/10/2005. (PDF)