Um achado em estruturas infláveis

Pesquisa conjunta da USP com universidade da Espanha leva a um produto inovador; ainda em protótipo, deve estar concluído até o fim do ano

Com apoio técnico do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da USP, um projeto da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) promete inovar na construção de estruturas infláveis de montagem rápida. A expectativa é lançar até o final do ano protótipo do novo modelo de cobertura. Os pesquisadores afirmam haver interesse de empresas e de grupos militares em adquirir produtos futuros baseados na tecnologia.

A estrutura pneumática é fina, tem espessura entre 1 e 2 milímetros, portátil, de baixo peso e custo e pode ser montada e desmontada abrigar, com segurança, aviões, barcos, caminhões e qualquer bem que precise ficar protegido da chuva, vento, raios solares e intempéries.

Tem aplicações também na defesa civil. Pode ser usada na montagem de pontes, alojamentos e hospitais de emergência, em calamidades com feridos e desabrigados, como enchentes e deslizamentos. Outras opções são cobrir áreas em shows e eventos esportivos e musicais, obras e construções e em silos provisórios para armazenamento de grãos.

Estruturas independentes

O professor Paulo Pimenta, líder do projeto na Poli, explica que a inovação da pesquisa não está no material da lona, feita com fibra sintética resistente (kevlar ou vidro) e revestida com politetrafluoretileno (PTFE), um produto já usado na indústria. A principal tecnologia desenvolvida é a capacidade de o material resistir a qualquer fenômeno natural. Se ainda assim houver furos, o ar escapará em pequena quantidade e a estrutura se manterá funcional e segura.

Uma das explicações é o fato de cada estrutura ser dividida em diversos gomos ou arcos independentes ou justapostos. Pode incluir janelas, “paredes”, recortes e vãos de até 60 metros e permitindo projetos com design diversificado, de acordo com a necessidade. “A fixação da cobertura no solo pode ser feita com estacas ou pesos de areia, cimento e qualquer material”, observa o pesquisador.

Segundo ele, a participação do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica no projeto teve início em 2011 e não exigiu financiamento adicional da USP. Envolveu cálculos nos projetos das estruturas infláveis, avaliação de impactos do vento nas estruturas e adaptação dos materiais, pesquisas para “costurar” ou “colar” e em especial adaptar as coberturas às condições ambientais e climáticas brasileiras, principalmente com relação à temperatura e umidade. O objetivo é evitar a proliferação de fungos nas estruturas, que, embora não as afetem, mudam a sua aparência.

Uso diversificado

Para o professor Pimenta, o uso potencial e comercial destas estruturas é extenso e a próxima etapa do projeto será construir os protótipos no Brasil. A aposta é vender no mercado brasileiro e internacional kits de lona e ventiladores. Muitos aeroportos brasileiros não dispõem de hangares para guardar e fazer manutenção em aviões e helicópteros – e é possível a aeronave carregá-la consigo, além dos pequenos ventiladores.

Como se fosse uma barraca de camping, o material dobrado não ocupa mais de um metro cúbico de volume. Depois de cheio, tem válvula de fechamento do tipo das utilizadas em brinquedos infantis (piscinas, por exemplo). Já foram feitos testes com protótipos capazes de abrigar aeronaves de 15, 20, 26, 32 e 38 metros. Uma lona com 50 metros quadrados de área pesa em média 600 quilos e é capaz de armazenar um avião de pequeno porte. Mas é também possível produzir uma estrutura capaz de cobrir um estádio inteiro ou, ainda, apenas o gramado.

A lona pode ser confeccionada em qualquer cor, o que favorece a camuflagem em usos militares, ou em diversas tonalidades, se for para evento promocional ou show. Entretanto, a opção mais comum é adotar a tonalidade branca, por ser mais eficiente na reflexão da luz solar.

Se for protegido contra umidade e usado do modo recomendado (depois da utilização precisa estar totalmente seco antes de ser empacotado) pode ter vida útil de até 20 anos. Sem similar no mercado mundial, o preço do produto ainda não foi estimado.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/02/2013. (PDF)

Abertas inscrições para curso de chinês

Quem quiser aprender a língua chinesa na capital tem até o dia 8 de março para se matricular no Instituto Confúcio. A inscrição pode ser feita pela internet ou por telefone. O curso completo tem duração de quatro anos e meio e é dividido em nove módulos de três níveis (básico, intermediário e avançado) com 50 horas semestrais cada.

As aulas são ministradas na sede do Instituto Confúcio, câmpus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rua Dom Luís Lasanha, 400, esquina com a Avenida Nazaré, Ipiranga, na zona sul. Os módulos são oferecidos em diversas horários, inclusive aos sábados. A primeira turma começará no dia 25 e o site do instituto informa a relação completa de atividades, incluindo os nomes dos docentes.

A proposta do curso é capacitar para a conversação, privilegiando aspectos práticos do cotidiano. Entretanto, a formação também habilita o estudante para leitura e escrita. O material didático é aprovado pelo Ministério da Educação da China e, desde o início das atividades, o aluno aprende a falar, ler e a desenhar ideogramas.

O curso tem três horas de aulas semanais e a mensalidade é de R$ 120. Em cada turma, 10% das vagas são oferecidas gratuitamente para alunos de escolas públicas com idade entre 12 e 17 anos.

O Instituto Confúcio

A instalação do Instituto Confúcio na Universidade Estadual Paulista (Unesp) resultou de convênio assinado em novembro de 2008. Envolve a universidade pública paulista com o governo da República Popular da China, por meio da Universidade de Hubei.

A parceria com a Unesp é parte de uma rede internacional de 322 Institutos Confúcio instalados em 95 países. Em todos, a missão é ensinar e promover a língua e a cultura chinesa. No Brasil, a entidade também é o órgão autorizado pelo governo chinês a aplicar testes de conhecimento de língua chinesa em adultos (HSK), crianças e adolescentes (YCT).

No litoral e interior

Além da capital, o Instituto Confúcio ministra o curso de idiomas em Araraquara, Assis, Barueri, Botucatu, Guaratinguetá, Jaboticabal, Jacareí, Marília, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Vicente e Santos. Também mantém convênios com outras universidades, prefeituras e instituições sediadas no Estado.

O instituto iniciou as atividades de ensino no primeiro semestre de 2009 e hoje atende mais de 1,3 mil alunos. Desses, 575 são universitários da própria Unesp, 437 pessoas da comunidade e 301 alunos do ensino básico e fundamental de escolas públicas paulistas.

Serviço

Inscrição e informações, no site, e-mail info@institutoconfucio.unesp.br ou pelo telefone (11) 2066-5950.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/02/2013. (PDF)