Hidrovia Tietê-Paraná oferece mais opções com o canal de Promissão

Obra que criou o corredor aquático amplia capacidade de navegação de barcaças, que podem carregar até 12 mil toneladas

A Secretaria de Estado dos Transportes inaugurou sábado um canal de navegação artificial no Rio Tietê, na cidade de Promissão. O novo corredor aquático tem 1,14 mil metros de extensão, 48,4m de largura e 3m de profundidade. Foi construído na margem esquerda do rio e amplia a capacidade de transporte de cargas: soja, ferro e madeira na Hidrovia Tietê-Paraná.

O canal integra um conjunto de obras de engenharia que soluciona antigos problemas de navegabilidade da região. Antes, por causa do traçado original do rio, os barcos empurradores, que transportam comboios de barcaças eram obrigados a desviar do local. Faziam uma curva em “S”, que atrasava a navegação e trazia riscos de acidentes na passagem próxima às margens do Tietê.

O antigo traçado do rio também impedia a navegação de grandes comboios de carga debaixo da ponte. O limite era de quatro barcaças por empurrador. Para facilitar a passagem, a Secretaria de Estado dos Transportes alargou a ponte em 102 metros na BR-153, permitindo que grupos de seis ou oito barcaças atravessem o trecho.

A estrutura da ponte, localizada na interseção da eclusa de Promissão com a rodovia, foi também readaptada. Novo vão foi construído entre as pilastras de sustentação em cima do canal artificial com traçado em linha reta.

O conjunto das obras faz parte do Programa de Ampliação de Capacidade Operacional e de Segurança de Navegação da Secretaria. Consumiu R$ 6 milhões, de um total de R$ 70 milhões previstos para operações do mesmo tipo em outras dez pontes que cruzam a hidrovia.

Aumento da capacidade

Antes da construção do canal, havia o risco de encalhe das barcaças por causa do peso das embarcações e da pouca profundidade do trecho. Estas estruturas de navegação são capazes de transportar até 3 mil toneladas de carga, volume equivalente a 120 caminhões carregados. Em termos de volume, um caminhão carregado por completo é capaz de transportar até 25 toneladas.

O canal artificial é 10 cm mais profundo que o original, de 2,90 m. Hoje a distância entre o fundo das embarcações e o leito do rio é de 40 cm. A maior distância entre o leito do rio e a superfície da água permite às embarcações transportarem 250 toneladas a mais por comboio.

Transporte intermodal

A construção do novo canal faz parte do Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes (PDDT) da secretaria, que privilegia a intermodalidade. Trata-se da capacidade de integrar os mais diferentes tipos possíveis de transporte: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e aéreo.

Hoje, a movimentação global de cargas no Estado está assim distribuída: meio rodoviário – 93,2%, ferroviário – 5,3%. Os modos aeroviário, hidroviário e dutoviário – 2,5%. Segundo o engenheiro aeronáutico Dario Reis Lopes, secretário de Estado dos Transportes, “a intermodalidade é uma tendência do mundo moderno de, no médio e longo prazo, minimizar estas distorções e aproveitar as vantagens competitivas de cada sistema”.

“Para o Estado conseguir captar mais investimentos é preciso facilitar os processos logísticos da produção. Uma infra-estrutura acessível à cadeia produtiva é um atrativo para novos investimentos, por ser capaz de melhorar sistemas de distribuição, armazenagem e produção. Na ponta final do processo, o objetivo é o crescimento econômico de São Paulo e a geração de novos empregos”, explica.

O secretário ressalta também que as hidrovias e ferrovias são ideais para o transporte de produtos de baixo valor agregado: grãos, minérios e madeira. “Além de serem mais econômicas, carregam grandes quantidades. Os produtos que nelas transitam têm baixo valor agregado e as perdas no carregamento e estocagem não são representativas.”

Como funciona a Secretaria de Estado dos Transportes

A Secretaria de Estado dos Transportes foi criada em 1963, época em que cresciam as exigências por novas rodovias em São Paulo. Sua função principal é coordenar os meios de transportes sob a responsabilidade do Estado.

Promove também operações e o reaparelhamento de órgãos ou sistemas de transportes estatais; analisa, propõe e fiscaliza as alterações tarifárias dos vários meios de transportes; aprova, controla e executa planos técnico-econômicos, financeiros e administrativos correspondentes aos diversos sistemas de transportes.

Estão vinculados à Secretaria de Estado dos Transportes os seguintes órgãos:

– Departamento de Estradas de Rodagem (DER)
– Departamento Aeroviário do Estado (Daesp)
– Departamento Hidroviário (DH)
– Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa)
– Agência Reguladora de Transporte no Estado de São Paulo (Artesp)

Serviço
Secretaria de Estado dos Transportes
Correio eletrônico – transportes@ouvidoria.sp.gov.br

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/05/2003. (PDF)

Docente da Unesp Rio Preto revela novos usos para a cana-de-açúcar

Experiência expande possibilidades comerciais da cana-de-açúcar

O químico Maurício Boscolo, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Unesp de São José do Rio Preto, pesquisa a utilização do açúcar de cana (sacarose) para fabricar alimentos, xampus, detergentes, bactericidas e pesticidas.

A experiência expande as possibilidades comerciais do insumo no País, centrada hoje na produção de álcool combustível e açúcar. O docente do Departamento de Química e Ciências Ambientais explica que a partir da reação da sacarose com óleos vegetais (soja, milho, amendoim e outros), obtêm-se compostos químicos denominados sucroésteres.

Essas substâncias são um tipo especial de detergente e apresentam amplas propriedades biológicas e químicas. “Podem ser utilizadas no preparo de alimentos e também no fabrico de xampus, detergentes, bactericidas e pesticidas”, explica.

Os sucroésteres, quando usados em alimentos, podem exercer a função de emulsificante, nome dado ao componente capaz de misturar água e óleo. Outra opção de utilização é o emprego como substituto de gordura em processos industriais. “Nos Estados Unidos, estes compostos são empregados no lugar do óleo para fritar batatas. Como o organismo não os absorve, a gordura ingerida é eliminada”, diz.

Pesticida para combater a mosca-branca

O professor Boscolo estuda também o uso de sucroésteres como veneno para combater a mosca-branca, principal praga que afeta a agricultura brasileira. Trata-se de uma iniciativa em parceria com Odair Fernandes, docente do departamento de entomologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp de Jaboticabal.

A mosca-branca prejudica mais de 500 espécies de vegetais (plantas ornamentais, hortaliças) e grande número de culturas comerciais como soja, algodão, feijão e citros. “O pesticida que estamos desenvolvendo é biodegradável, não poluente e não deixa resíduos contaminantes. Se o alimento for ingerido com restos do produto, não fará mal à saúde.”

O estudo, iniciado em janeiro de 2002, é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e se estenderá até 2005. No decorrer do período, a equipe trabalha em um projeto de produção de polímeros (plásticos em geral) a partir da sacarose. “O polímero gel será utilizado como revestimento de remédios e permitirá a liberação lenta de seus princípios ativos”, finaliza o professor.

SERVIÇO

Unesp – São José do Rio Preto
Departamento de Química e Ciências Ambientais
Correio eletrônico – boscolo@qeg.ibilce.unesp.br
Telefone (17) 3221-2200

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/05/2003. (PDF)

Núcleo da Terceira Idade da Unesp amplia qualidade de vida de idosos

Iniciativa atende à crescente expectativa de vida dos brasileiros, que subiu de 62,7 anos em 1980 para 68,9 anos em 2001

Com o objetivo de ampliar a qualidade de vida da população acima dos 60 anos de idade, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) mantém em 14 das suas 25 unidades universitárias o programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), vinculado à pró-reitoria de extensão universitária. A iniciativa atende à crescente expectativa de vida dos brasileiros, que subiu de 62,7 anos em 1980 para 68,9 anos em 2001, de acordo com dados do IBGE.

Segundo Benedito Barraviera, pró-reitor de extensão da Unesp, a principal meta do programa é valorizar o idoso e promover a inclusão do grupo social na universidade.

“Os projetos reforçam a auto-estima dos participantes e possibilitam a comunidade acadêmica estudar e pesquisar questões ligadas ao envelhecimento”, comenta. Ele ressalta ser responsabilidade da instituição pública manter programas desta natureza. Reintegrar o idoso é investir na sociedade. Os mais velhos têm muito a oferecer com trabalho e experiência.”

Oficinas e cursos

A iniciativa da Unati abrange alunos, professores e funcionários, por meio de oficinas e cursos nos campi da Unesp. Idosos de várias cidades do Estado têm a oportunidade de participar das atividades gratuitas, que visam a desenvolver dotes artísticos e habilidades perceptivas.

A lista de trabalhos inclui cursos de língua estrangeira, Tai-Chi-Chuan, teatro, artesanato, educação física, informática, excursões, palestras sobre saúde, primeiros socorros, sexualidade, entre outros. O público da melhor idade também pode participar dos grupos de canto coral, disponíveis em 14 cidades.

Interesse pelos idosos

O núcleo inicial da Unati foi criado em 1993 na Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) de Marília e começou a funcionar em 1995. Desde então, a unidade universitária mantém uma série de trabalhos de iniciação científica e de pós-graduação na área. “Há grande interesse dos alunos em trabalhar com esta faixa etária. Destaco o trabalho de Andréia de Oliveira, Cláudia Rodrigues, Simone Paiva e Ana Paula Cordeiro como bons exemplos de auxílio mútuo e integração entre jovens e idosos”, comenta Maria Candida Del-Masso, coordenadora geral da Unati.

Auxílio a alunos cegos

Andréia de Oliveira, quintanista de pedagogia, é responsável pelo projeto Treinamento de Ledores para Deficientes Visuais. A iniciativa permite que os estudantes da Unati auxiliem os alunos cegos da graduação. “Quando o deficiente visual precisa interpretar um texto, nós o transcrevemos em braile ou usamos as nossas vozes para gravá-lo em uma fita cassete”, explica.

Estimulando a reflexão

Simone Paiva, quartanista de Biblioteconomia, trabalha para estimular a reflexão e a capacidade cognitiva dos idosos. Ela coordena um grupo da terceira idade que discute textos de autores como Guimarães Rosa e Clarice Lispector. “Os alunos têm a possibilidade de aprender literatura e de refletir sobre seu papel na sociedade”, afirma.

Mais integração

Cláudia Rodrigues, terceiranista de Pedagogia, organiza as palestras oferecidas aos alunos da Unati na FFC. “Comprovei que o desenvolvimento de atividades físicas e intelectuais distrai, evita a depressão e cria espaço para a integração entre os participantes”, frisa.

Participação teatral

Ana Paula Cordeiro, pós-graduanda, coordena o Grupo de Teatro da Unati de Marília. Formada em 1999, a trupe conta com integrantes de 58 a 83 anos de idade. Entre as peças encenadas, a mais recente é a comédia Ditos, Desditos e Não Ditos. Durante o espetáculo, os estudantes interpretam historietas relacionadas a três ditados populares: Quem conta um conto, aumenta um ponto; Quem pode manda, quem tem juízo obedece; e Visita sempre dá prazer, se não é quando chega é quando sai.

E-mail dos representantes nos campi

Marília – unati@marilia.unesp.br
Araraquara – farachea@fcfar.unesp.br
Araçatuba – rezende@foa.unesp.br
Assis – lsm@femanet.com.br
Bauru – clorinda@travelnet.com.br
Botucatu – faddison@ibb.unesp.br
Franca – digianni@francanet.com.br
Guaratinguetá – tmacedo@feg.unesp.br
Ilha Solteira – cida@adm.feis.unesp.br
Presidente Prudente – converso@stetnet.com.br
Rio Claro – sgobbi@rc.unesp.br
São Paulo – kathya.ivo@terra.com.br
Reitoria – vic@reitoria.unesp.br
São José do Rio Preto – bechara@tll.ibilce.unesp.br

SERVIÇO

Núcleo da Terceira Idade da Unesp
Tel. (11) 5627-0397

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa da Unesp

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 21/05/2003. (PDF)