Governador assina atos destinando R$ 45 milhões para a região de Campinas

Ações do governo vão se concentrar principalmente na área da habitação, que receberá quase R$ 40 milhões para casas populares

O governo do Estado está autorizando a aplicação de aproximadamente R$ 40 milhões em programas habitacionais destinados a moradias populares na Região Administrativa de Campinas. Os recursos serão aplicados, prioritariamente, em políticas de eliminação de favelas e regiões de risco. Recursos da ordem de R$ 5 milhões contemplam outras áreas da administração, totalizando investimentos de R$ 45 milhões. As decisões fazem parte dos atos assinados pelo governador Geraldo Alckmin, durante o Fórum São Paulo: Governo Presente, realizado ontem no Hotel Royal Palm Plaza, em Campinas. Foi a 9ª edição do encontro, que reuniu a cúpula do governo paulista, prefeitos, vereadores e políticos da região.

Atos assinados pelo governador:

Agricultura e Abastecimento

  • Inclusão de Campinas, Atibaia, Morungaba e Bragança Paulista no Circuito das Frutas.

Casa Militar

  • Convênio com a prefeitura de Campinas para a construção e recuperação de pontes, no valor total de R$ 1,76 milhão.

Cultura

  • Instalação de pólo de capacitação do Projeto Guri, em Mococa, sob patrocínio da Gelita do Brasil.
  • Proposta de criação de um pólo do Projeto Guri, em Campinas, patrocinado pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Educação

  • Parceria com o Sindicato dos Mantenedores das Universidades Privadas do Estado para criação do Programa de Alfabetização e Inclusão (PAI).
  • Concessão de bolsa de mestrado para 90 educadores, no valor de R$ 450 mil.
  • Instalação de pólos de capacitação nas delegacias de ensino de Americana, Bragança Paulista, Campinas, Capivari, Jundiaí, Limeira, Mogi-Mirim, Piracicaba, Pirassununga, São João da Boa Vista e Sumaré. Investimento: R$ 1,98 milhão.

Emprego e Relações do Trabalho

  • Criação de agência do Banco do Povo Paulista, em Hortolândia, com investimento de R$ 450 mil do Estado e R$ 50 mil da prefeitura.

Energia, Recursos Hídricos e Saneamento

  • Protocolo de intenções entre o governo paulista, Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí para uso dos mananciais de abastecimento público das bacias hidrográficas do Alto Tietê e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no valor de R$ 660 mil.

Habitação

  • Desapropriação por interesse social da área do Jardim Campineiro, em Campinas, para a construção de 100 unidades habitacionais pelo Programa Mutirão (CDHU).
  • Construção de 36 unidades habitacionais (área de risco), em Indaiatuba, com investimento de R$ 311 mil.
  • Construção de 450 unidades habitacionais (desfavelamento), em Jundiaí, no valor de R$ 3,89 milhões.
  • Construção de 614 unidades habitacionais (área de risco), em Campinas, com investimento de R$ 5,31 milhões.
  • Construção de 141 unidades habitacionais por empreitada integral, em Rio Claro, no valor de R$ 3,74 milhões.
  • Construção de 320 unidades habitacionais por empreitada integral, em Jundiaí, no valor de R$ 9,84 milhões.
  • Construção de 64 unidades habitacionais por empreitada global, em Lindóia, no valor de R$ 1,25 milhão.
  • Construção de equipamento comunitário, em Aguaí, com investimento de R$ 92 mil.
  • Construção de 130 unidades habitacionais por empreitada global, em Itapira, no valor de R$ 2,02 milhões.
  • Construção de 319 unidades habitacionais por empreitada integral, em Campinas, no valor de R$ 9,56 milhões.
  • Construção de 368 unidades habitacionais na modalidade Pró-Lar, em Bragança Paulista, com investimento de R$ 3,18 milhões.

Justiça e Defesa da Cidadania

  • Protocolo de intenções do Itesp com a prefeitura de Sumaré para obras de infra-estrutura no assentamento Sumaré II, no valor de R$ 55 mil.
  • Protocolo de intenções do Itesp para finalizar projeto ambiental de recuperação de áreas degradadas e produção de 15 mil mudas florestais nativas nos assentamentos Sumaré I e II.

Saúde

  • Convênio com o município de Jundiaí para a instalação de ambulatório do Iamspe.

Transportes

  •  Termo de cooperação entre o Daesp e a prefeitura de Bragança Paulista para a criação do Serviço de Salvamento e Contra Incêndio no aeroporto de Bragança Paulista pelo prazo de quatro anos.

Transportes Metropolitanos

  • Sanção da Lei Complementar que cria a Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp).
  • Elaboração de projeto básico para a instalação de terminal de ônibus metropolitano em Americana e Valinhos.
  • Elaboração de projeto básico para a criação de terminal de ônibus metropolitano regional, em Campinas.
  • Termo de cooperação com o governo espanhol, a fundo perdido, com vistas a um estudo que viabilize a instalação do trem rápido no trecho Campinas-São Paulo.

Bons indicadores sociais convivem com bolsões de pobreza

O secretário estadual da Ciência e Tecnologia, João Carlos de Souza Meirelles, abriu a 9ª edição do Fórum São Paulo Governo Presente, realizado ontem, em Campinas, destacando a importância econômica dessa região administrativa para o Brasil. Lembrou que as 90 cidades detêm os melhores índices de desenvolvimento humano do País, porém apresentam bolsões de exclusão social que precisam ser eliminados.

Como solução, informou que a administração estadual está acelerando a criação do Parque Tecnológico de Campinas. “A idéia é aproveitar a produção acadêmica das universidades da região para criar novas empresas. Elas irão diminuir os fluxos migratórios, gerar trabalho e renda e ampliar a qualidade de vida dos moradores.”

O pólo tecnológico aproveitará a logística favorável da região. A malha viária é servida pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Dom Pedro I, Adhemar Pereira de Barros (Campinas-Mogi Mirim) e Santos Dumont. As exportações encontram saída por meio do Aeroporto de Viracopos e da Hidrovia Tietê-Paraná, com conexão em Piracicaba. Os atuais entroncamentos ferroviários se estendem ao Porto de Santos e Mato Grosso do Sul. A região é servida, ainda, pelo Gasoduto Brasil-Bolívia.

Responsabilidade social

Maria Helena Guimarães de Castro, secretária estadual da Assistência e Desenvolvimento Social, apontou o comprometimento coletivo como saída para a inclusão dos menos favorecidos. “As ações governamentais se consolidam quando os cidadãos oferecem as mesmas chances a todos”, disse, lembrando as ações da rede social que estão sendo desenvolvidas nas regiões metropolitanas de Campinas, São Paulo e Santos, e nos municípios de baixo dinamismo econômico do Vale do Ribeira, norte do Vale do Paraíba e Pontal do Paranapanema.

Reivindicações

Os prefeitos José Carlos Pejon, de Limeira, e Miguel Hadad, de Jundiaí, foram os porta-vozes para apresentar as reivindicações da região. Pejon ressaltou a necessidade de promover melhor atendimento à população de rua, idosos e portadores de deficiência. Requisitou a construção de hospitais regionais, recursos para combate a enchentes e ampliação dos Programas Dose Certa e Renda Cidadã da administração estadual.

Miguel Hadad centrou as solicitações na área da segurança pública. “É preciso reequipar, aumentar o efetivo e promover maior integração entre as polícias civil, militar e guardas municipais. É necessário também ampliar o número de Centros de Detenção Provisória (CDPs) e, onde houver necessidade, criar um sistema de vigilância civil rural.”


Projetos habitacionais e de infraestrutura são prioridades

Ao abrir o segundo bloco de discussões – Governo Empreendedor e Educador – o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ressaltou que o objetivo do painel é planejar a execução de obras que favoreçam o desenvolvimento dos 90 municípios da região, trazendo melhoria da qualidade de vida para a população.

“Temos de oferecer bases e criar infraestrutura para que os administradores públicos e empreendedores tenham possibilidades de promover a melhoria de suas cidades.”O titular da pasta também afirmou que é necessário pensar na sustentabilidade social e ambiental e em temas como o controle do uso do solo.

O secretário da Habitação e presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Barjas Negri, anunciou que os municípios de Campinas, Jundiaí e Indaiatuba serão beneficiados com a assinatura de convênios para a construção de 1,1 mil moradias. As instalações destinam-se à população de baixa renda, que vive em favelas e em áreas de risco dessas cidades. “No Estado, há canteiro de obras com 60 mil unidades. Ao longo de quatro anos, pretendemos chegar a 165 mil.”

Respondendo à pergunta sobre o Projeto Guri (pólos de capacitação para ensino de orquestra a crianças moradoras em áreas de risco), a secretária da Cultura, Cláudia Costin, anunciou a criação de pólos em Atibaia, Piracaia, São José do Rio Pardo e Serra Negra. Afirmou que, em outubro, o programa será inaugurado em Mococa e, em fevereiro de 2004, chegará a Campinas.

Criação de pólos

O prefeito de Vinhedo, Mílton Serafim, representou as 90 cidades da Região Administrativa de Campinas para reivindicar prioridades na área de educação e cultura. Ressaltou que quase 90% do transporte escolar (fretado, próprio e público) é custeado pelos próprios municípios e pediu que esse quadro seja revertido. Solicitou, também, a criação de um sistema de monitoramento por câmera de vídeo como forma de conter a violência na rede escolar. E complementou pedindo a construção, reforma e ampliação de estabelecimentos de ensino da região, além da criação de cursos técnicos em turismo rural e ecológico.

Na área de educação, o secretário adjunto, Fábio Saba, apresentou pesquisa indicando que 99,8% dos jovens de sete a 14 anos da região de Campinas frequentam as escolas. Explicou o funcionamento da Escola da Família, que garante 25 mil bolsas de estudo para universitários no Estado de São Paulo e anunciou que o governo irá criar 11 pólos de capacitação na região, com um custo de R$ 80 mil cada e destinação de recursos de R$ 450 mil para bolsa-mestrado.


Alckmin critica reforma tributária aprovada na Câmara

O governador Geraldo Alckmin fez dura crítica à reforma tributária que acaba de ser aprovada na Câmara Federal, afirmando que o texto não representa os interesses dos Estados nem contribui para o desenvolvimento do País: “A melhor coisa para o Brasil neste momento é que não tivesse havido essa reforma”, disse.

O governador deixou claro que não é contra a reforma, mas afirmou ter esperança de que o Senado consiga refazer o texto. “Se São Paulo, hoje, está com as contas equilibradas foi com o sacrifício dos paulistas, com os impostos pagos pelos paulistas”, ressaltou, lembrando que o Estado nada vai perder com a mudança.

“Quando se fala em reforma tributária, fala-se basicamente em mudança do ICMS, que passa a ser cobrado no ponto de consumo e não no de origem. Como São Paulo é um Estado exportador (embora seja também grande consumidor), vai acabar perdendo receita.”

Segundo o governador, o Estado vai perder R$ 1,4 bilhão quando se completar a transição de 11 anos prevista para ajuste das alíquotas. “Mas não é apenas São Paulo que estará perdendo. Outros estados vão perder também.”

Investimentos na região

Alckmin anunciou que Campinas, Atibaia, Bragança Paulista e Morungaba entram no Circuito das Frutas para incentivar o agricultor e o turismo regionais.

Como a vocação da região é para o desenvolvimento tecnológico, enumerou três convênios que estão sendo firmados com o governo federal, Ministério de Ciência e Tecnologia para a criação de três parques tecnológicos no Estado de São Paulo. Um deles funcionará em Campinas, “cidade que possui potencial superior ao de muitos países da América Latina”. O trabalho é fruto de parceria com a Unicamp, a PUC Campinas, os institutos de pesquisa, o governo do Estado, a prefeitura e o setor de produção. “Unimos o setor produtivo, as novas empresas de alta tecnologia, com o conhecimento, a pesquisa e a inovação tecnológica para darmos um salto de qualidade no desenvolvimento da região.”

O governador disse que o Estado dará apoio à modernização do Aeroporto de Viracopos, com o objetivo de facilitar as exportações. O aeroporto já é o maior terminal internacional de cargas do País e grande plataforma exportadora, mas as obras, que estão sendo realizadas pela Infraero, podem deslocar famílias que moram no seu entorno. “O aeroporto não é do Estado, mas quero reafirmar o compromisso de ajudar na questão das famílias que estão ocupando as áreas que deverão ser desapropriadas.”

Na área de segurança pública, afirmou que a polícia está enfrentando a violência. “Não tem bandido com nome conhecido em São Paulo que não esteja atrás das grades.” Anunciou que a Polícia Militar ganhará reforço de 877 vagas a mais até o final do ano, sendo 317 delas em Campinas, 119 viaturas para a Ronda Escolar com policial capacitado para o trabalho, nos municípios que tenham mais de 15 mil habitantes e dois novos centros de ressocialização, um em Mogi Mirim e outro em Rio Claro.

Rogério Mascia Silveira e Viviane dos Santos
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/09/2003. (PDF)

Metrô prevê para novembro início das obras da Linha 4-Amarela

Novo trecho começa na Estação da Luz e chega à Vila Sônia numa extensão de 12,8 km, atendendo quase um milhão de passageiros, num total de 12 estações

A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos (STM) divulgou os nomes dos consórcios responsáveis pela construção da Linha 4-Amarela do Metrô-SP. O novo trecho de 12,8 quilômetros interligará os bairros da Vila Sônia, na zona oeste da capital, ao bairro da Luz, na região central. As obras estão previstas para serem iniciadas em novembro.

O consórcio Via Amarela, formado pelas empresas CBPO, OAS, Queiróz Galvão e Alstom construirá as estações e sistemas da nova linha. O consórcio Camargo Corrêa, composto pela Andrade Gutierrez, Siemens e Camargo Corrêa executará as obras do pátio de manutenção da Vila Sônia.

A construção da Linha 4-Amarela está dividida em duas etapas. A primeira abrangerá as estações Butantã, Pinheiros, Paulista, República e Luz, tem estimativa de transportar 962 mil passageiros/dia e deve estar pronta até meados de 2007. A segunda etapa terá as estações Morumbi, Três Poderes, Faria Lima, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis, com prazo de conclusão de 36 meses e a estimativa de término para 2010.

Menos congestionamentos

Quando estiver concluída, a Linha 4-Amarela vai permitir novas conexões com os atuais trajetos do Metrô. Ela passa pela Linha 1-Azul, na Estação Luz; encontra a Linha 3-Vermelha na Estação República, e chega a Linha 2-Verde na Estação Paulista. Estará também integrada à Linha 5-Lilás pela Estação Santo Amaro, com acesso à Linha C da CPTM, por meio da Estação Pinheiros.

A direção do Metrô já estuda o prolongamento da nova linha até o município de Taboão da Serra. A operação da Linha 4-Amarela permitirá atenuar os congestionamentos de carros em corredores como as avenidas Francisco Morato, Raposo Tavares, Ipiranga, Rio Branco Rebouças e Rua da Consolação.

Linha 2 Verde

O Metrô está providenciando a retomada das obras do prolongamento do Ramal Paulista (Linha 2-Verde) até o Sacomã. A primeira etapa de 2,6 quilômetros inclui as novas estações Chácara Klabin e Imigrantes e deverá estar finalizada em 2006.O objetivo é aumentar o fluxo de passageiros do trecho, de 300 mil para 372 mil/dia. O atual traçado liga as estações Ana Rosa à Vila Madalena. Estimativas apontam que em 2008, com a chegada dos trens na estação Sacomã, a Linha 2-Verde deverá transportar 528 mil passageiros/dia.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 16/09/2003. (PDF)

Governo recupera Rio Tietê e quer fazer ligação Penha-Lapa por barco

Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos pesquisa alternativas para começar navegação num trecho de 35 km, em 2004

O governo paulista vai finalizar em julho de 2004 o processo de ampliação da calha do leito do Rio Tietê na região metropolitana da capital. Até o término das obras, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos terá decidido qual sistema de transporte de passageiros e de cargas irá adotar na nascente hidrovia.

O ponto inicial será a Barragem da Penha, na zona leste, e o ponto final será na Barragem Móvel do Cebolão, próximo ao município de Osasco, na região oeste. Os barcos percorrerão o trajeto de 35 km nos dois sentidos. Com a ampliação, a distância entre as margens do Tietê passará de 20 a 25 m em média, para 41 a 46 m. A profundidade média também será aumentada em 2,5m na extensão navegável do Tietê.

Um dos objetivos da hidrovia é melhorar o transporte na região metropolitana. A utilização do leito do rio permite a transferência do tráfego de cargas e passageiros para um sistema mais eficiente e barato. A navegação fluvial economiza gastos com tempo, combustível e reduz a emissão de poluentes na atmosfera.

Estudo das opções

A empresa Básico Engenharia e Construção elaborou para a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos estudo de viabilidade da hidrovia. A análise mostra alternativas para questões de fiscalização do sistema, concessão de linhas e criação de terminais multimodais. Prevê também determinar qual sistema de transporte fluvial é mais adequado, de acordo com a dimensão dos barcos e estrutura das pontes.

Segundo Jurandir Fernandes, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, o estudo chamou a atenção de empresas interessadas em explorar o transporte fluvial. “Podemos optar entre barcos de menor velocidade capazes de transportar tripulações de até 600 passageiros ou embarcações menores e mais rápidas, como as voadeiras, que atingem velocidades de até 40km/h,” explica o secretário.

A exploração e construção da hidrovia serão realizadas por meio de parceria entre a administração estadual e iniciativa privada. Uma das questões pendentes é definir o porcentual de recursos a serem aplicados pelos empresários e quanto o governo paulista necessitará captar em órgãos como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Mundial.

Demandas da sociedade

“Serão analisadas ao longo do trajeto as necessidades de transporte da população paulistana. Desde 1967, o Metrô-SP pesquisa os trajetos de origem e destino da comunidade da região metropolitana para se deslocar de suas residências. A partir destes dados, serão projetados os terminais de embarque de carga e passageiros, passarelas de pedestres e viadutos.”

O secretário ressalta que a construção será realizada de acordo com o dinheiro disponível. “Vamos aproveitar os recursos de engenharia disponíveis. Na Europa existem pontes que servem para o trânsito de pedestres e que também são utilizadas como embarcadouro. A meta é repassar à Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) o gerenciamento desses terminais.”

Um desafio futuro, segundo Fernandes, será manter a navegação fluvial atraente para a iniciativa privada e ao mesmo tempo cobrar pelo serviço tarifa que a sociedade possa pagar. A Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos pretende atrair a atenção das pessoas da região metropolitana por meio de passeios turísticos com roteiros culturais nos finais de semana. “A população vai perceber que o rio não é mais depósito de lixo e de pneus e não oferece riscos à saúde das pessoas. Os barcos novos contêm filtros para não despejar óleo e fumaça na atmosfera.”

As embarcações também vão contribuir para ressuscitar a vida no Tietê. O movimento das hélices revolve o fundo do rio e auxilia a oxigenação da água. A aeração melhora o ciclo de vida e reprodução de peixes e fauna fluvial. A água não será potável, porém limpa.

Fim das enchentes

A finalização das obras de rebaixamento da calha do rio, em julho de 2004, vai solucionar para os próximos cem anos os problemas causados pelas enchentes na Marginal Tietê. “A ampliação da calha não é uma simples retirada de terra das margens. O Projeto Pomar do governo do Estado está investindo na plantação de árvores nas margens do rio para evitar o assoreamento e enxurradas. Além disso, a prevenção contra os alagamentos será garantida com a construção de muros de concreto construídos em diagonal (taludes) nas duas margens.”

Não há perigo de recontaminação do Tietê depois de limpo. O conjunto de obras inclui a canalização paralela dos afluentes que deságuam no Tietê. O sistema de drenagem de esgotos será direcionado para tubulação própria, sendo encaminhado para tratamento.

“O aspecto ruim da paisagem vem sendo modificado. A idéia é transportar os dejetos existentes por meio de barcaças. Se terminada a obra, o Tietê for novamente esquecido em termos de utilização, perde o sentido a iniciativa. O objetivo é transformar o rio que banha a região metropolitana num pedaço da existência dela”, finaliza.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/06/2003. (PDF)