Em 7 anos, Banco do Povo destinou R$ 269 milhões a microempreendedores

Créditos de R$ 200 a R$ 5 mil auxiliam na expansão de pequenos negócios de clientes com dificuldades de comprovar renda e preencher requisitos exigidos pelo sistema financeiro tradicional

Há pouco mais de quatro anos, Paulo Sérgio do Nascimento montou informalmente uma quitandinha numa garagem de 40 metros quadrados, em Botujuru, bairro da periferia de São Bernardo do Campo. Junto com o irmão vendia legumes. Nascimento queria ampliar o negócio, mas não tinha dinheiro. Ao participar de cursos de empreendedorismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) foi informado de que, mesmo não tendo firma aberta, poderia obter empréstimo do Banco do Povo Paulista (BPP).

Nascimento não hesitou. Em setembro de 2001, fez seu primeiro microcrédito, de R$ 2 mil. “O Banco cobra só 1% de juros ao mês. Diversifiquei as mercadorias com bebidas e gêneros alimentícios, que antes não comercializava. Comecei a adquirir os produtos nos atacadistas à vista, com lucros de 30% a 40%. Desse jeito, fica fácil pagar a dívida”, explica.

Daí em diante, investiu o lucro na ampliação de seu negócio. Obteve equipamentos de caixa, duas balanças eletrônicas e quatro freezers. Nos anos seguintes, solicitou outros empréstimos, num total de mais de R$ 30 mil. Nascimento frisa que sempre pagou as parcelas em dia e até quitava antes do prazo.

As conquistas não pararam por aí. A área da quitanda foi aumentada e se transformou em mercadinho, conhecido como Sacolão e Minimercado Thaynara. Oferece aos clientes um pouco de tudo: desde artigos de papelaria, utilidades domésticas até uma pequena variedade de calçados (chinelos). No andar superior, instalou bar com mesa de sinuca e bebidas. Como também é pedreiro, assumiu o trabalho de construção e economizou um bom dinheiro.

O dono do mercadinho conta que a experiência de empreendedorismo, aliada ao constante aprimoramento, só lhe rende bons resultados. “Duas vezes por semana vou ao Poupatempo São Bernardo do Campo orientar-me com os consultores do Sebrae. Se não buscar informações, como vou desenvolver meu negócio? Sem o Banco do Povo, não teria saído do lugar”, avalia.

Até o carnaval de 2006, pretende pedir outros empréstimos e criar um mini-açougue e uma mini-padaria. Quando concretizar esse objetivo, diz que sairá da informalidade. O pequeno comércio inicial de 40 metros quadrados ganhou mais 80 metros quadrados de área construída.

Geração de empregos

O Banco do Povo Paulista, considerado o maior programa de microcrédito do País, é uma iniciativa do governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert). Criado em setembro de 1998, mantém parceria com 347 municípios paulistas. Até o mês passado, o total de contratos assinados pela instituição ultrapassou 100 mil, com a destinação de R$ 269 milhões para pequenos empreendedores, na informalidade ou não.

Nos dias 12 e 13, foram instaladas agências do Banco do Povo nas cidades de Canitar, na região de Ourinhos, e Ituverava, cidade próxima a São Joaquim da Barra. Amanhã, será inaugurada nova unidade em Barretos.

A finalidade da instituição financeira é gerar ocupação e renda aos beneficiários. As parcelas são pequenas e calculadas para não sobrecarregar o tomador de empréstimo. Com juros de 1% ao mês, a inadimplência é de apenas 2%. Em quase sete anos de atividade, a iniciativa gerou 61,9 mil empregos diretos, 12,8 mil indiretos e 44,5 mil colocações profissionais de efeito renda (emprego obtido a partir da transformação da renda dos trabalhadores em consumo).

Menos burocracia

O agente financeiro da operação é o Banco Nossa Caixa e o empréstimo é concedido em qualquer uma das 347 agências no Estado. O banco empresta, em média, R$ 8 milhões mensais. O dinheiro está disponível para pequenos negócios, em especial para clientes como catadores de papelão, que têm dificuldades de comprovar renda e preencher os requisitos exigidos pelo sistema financeiro tradicional. Pode fazer o empréstimo qualquer tipo de empreendedor com atividade lícita: açougue, bicicletaria, carrinho de pipoca, artesanato, oficina de costura, mecânica, bar, chaveiro e produção rural.

O agente de crédito é o grande motor do Banco do Povo. Esse profissional atende ao empreendedor, estuda a viabilidade do negócio, orienta e acompanha o cliente. É ele quem identifica riscos de inadimplência e define o valor do empréstimo. Para isso, desloca-se da agência bancária até a propriedade ou negócio do interessado e faz estudo de viabilidade. Um dos objetivos da ida ao local de trabalho do empreendedor é evitar a possibilidade de calote.

Comitê de crédito

O Estado tem 485 agentes de crédito. Cada um recebe treinamento constante como noções de matemática financeira, comunicação e assistência As lições aprendidas são sempre repassadas aos empreendedores. Além das prefeituras, o Banco do Povo mantém parcerias com o Sebrae e Pró-lar (programa do governo estadual que oferece moradia e melhores condições de habitação a famílias de baixa renda).

Outros projetos da Sert também utilizam o microcrédito estadual: Programa de Auto Emprego (PAE) e a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), que investe na capacitação e formação de cooperativas de artesãos. Recentemente, a instituição governamental firmou convênio com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) para oferecer empréstimo a empreendedores artesanais.

O Banco do Povo responde por 90% dos recursos direcionados aos clientes, e as prefeituras paulistas desembolsam os outros 10%. Cerca de 73% dos financiamentos concedidos retornaram aos fundos para novo empréstimo. O cliente solicita o crédito e o seu negócio tende a progredir. Quitando a dívida, a tendência é que regularize a situação (antes informal) para conseguir créditos maiores. O dinheiro é liberado somente após aprovação do comitê de crédito, formado por representantes de quatro entidades: Sert, comissão municipal de emprego, Banco Nossa Caixa e prefeitura.

Como obter o crédito

Para conseguir empréstimo, o interessado deve ter endereço fixo e produzir no município há mais de seis meses, com firma aberta ou não. Ter nome limpo na Serasa, no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e faturar menos de R$ 150 mil por ano. É necessário apresentar um avalista. Esse fiador pode ser parente de primeiro grau, desde que não more na mesma casa.

O dinheiro é cedido tanto para investimento fixo (compra de máquinas, equipamentos e ferramentas) como para capital de giro (mercadoria, matéria-prima, consertos e ferramentas). Não é permitido usar os recursos para aquisição de insumos do setor agropecuário (sementes, fertilizantes, animais) e pagamento de dívidas. É proibido fazer uso do crédito para compra de veículos de passeio e para qualquer atividade ilegal. A verba deve ser empregada na produção e em atividades de empreendedorismo.

Outras instituições oferecem linhas de financiamentos especiais na área de agropecuária. O valor mínimo do empréstimo é de R$ 200 e o máximo, R$ 5 mil. O prazo de pagamento é de até seis meses para capital de giro e no máximo 18 para investimento fixo. Se o solicitante for uma cooperativa legalizada, o valor pode alcançar até R$ 25 mil.


Segredo do sucesso: capacitação e responsabilidade

Izabel de Souza Sampaio tinha um pequeno salão de cabeleireiro em sociedade com outra pessoa, em São Bernardo do Campo. Quando a parceira resolver desfazer o negócio, a cabeleireira passou por dificuldades financeiras. No início de 2001, ao participar de curso de empreendedorismo do Sebrae, foi indicada a conhecer o Programa de Microcrédito do governo paulista.

De início, fez um empréstimo de R$ 2,7 mil, que lhe possibilitaram comprar novo lavatório, cadeira e maca. Resultado: aumento de 30% da clientela. Meses depois, Izabel percebeu a necessidade de mais espaço. Em novembro do mesmo ano, alugou uma casa numa rua bem localizada, em Rudge Ramos, bairro comercial da cidade. Nesse local, mora com a família e mantém o salão de beleza, agora, mais amplo.

A profissional contratou uma esteticista e mais uma cabeleireira. Em abril, pediu mais R$ 3 mil ao Banco do Povo. Ampliou o salão ainda mais e deu novo visual ao ambiente. Adquiriu novas bancadas, duas cadeiras e admitiu outra funcionária.

“Quanto ao acerto da dívida, não tenho problemas. Pago 18 parcelas de R$ 182. Se fosse num banco comum, os juros seriam bem maiores”, ressalta a moça, completando: “Compro os equipamentos à vista e obtenho entre 4% e 5% de desconto. Com isso, os juros de 12% ao ano (do Banco do Povo) caem para 7% ou 8%”, celebra.

“Se parcelasse os produtos nas lojas, as prestações seriam bem mais altas”, calcula. Izabel relata que sempre pagou os débitos com o banco em dia, por isso tem credibilidade para novos recursos. A dona do Lis Cabeleireiras dá uma dica a quem quer progredir no empreendedorismo: “Seja um profissional responsável. Estude bastante e capacite-se para a função”.


Soluções encontradas na agência Araraquara

A agência Araraquara do Banco do Povo é uma das mais movimentadas do interior. Criada em dezembro de 2001, dispõe de três agentes de crédito e emprestou mais de R$ 1,1 milhão.

O agente Paulo Alexandre da Silva conta que 80% dos pedidos atendidos são de trabalhadores informais e os 20% restantes para os formais. “A maior motivação é saber que, depois do levantamento econômico para conceder o primeiro crédito, passamos para o cliente nova visão gerencial de seu próprio negócio, que ele não era capaz de enxergar”, diz.

Seu colega Celso Paiva afirma que os vínculos de amizade formados são frequentes: “Muitos empreendedores voltam para trocar ideias, informações e pedir novos empréstimos”.

Juliana Porto, também agente de crédito, lembra da história de um migrante que veio para a região colher laranja e ficou desempregado na entressafra. Decidido, começou a percorrer a cidade recolhendo sucata com sacolas. Logo, transformou uma geladeira velha em carrinho para carregar mais itens. Para expandir a atividade e coletar o material proveniente de indústrias, solicitou ao Banco do Povo o financiamento de uma kombi.

O comitê de crédito estudou a viabilidade e constatou que o homem não teria como arcar com as despesas do veículo e da carteira de habilitação. Foi sugerido, então, que financiasse uma charrete com mula, por R$ 1 mil. “Foi a solução encontrada, viável e que atendeu à necessidade do cliente sem sobrecarregá-lo”, diz Juliana.


Depoimentos de empreendedores da região de Araraquara

“Ajudou-me na produção, tornando-a mais rápida e com melhor qualidade”. Ana Maria Mauri – dona de confecção

“Com o financiamento ampliei os itens vendidos, oferecendo comodidade aos clientes e aumentando o movimento”. Andréia Rodrigues – setor de alimentação

“Auxiliou-me na compra de equipamentos para expandir a produção e aperfeiçoar a qualidade”. Antônio Ciniato – afiador de ferramentas

“Tive oportunidade de ampliar minha floricultura. E o número de consumidores aumentou”. Inara de Freitas – dona de floricultura

“O Banco do Povo Paulista me deu condições de maior produção e variedades na parte de tecelagem”. Josefa da Silva – proprietária de confecção

“Com o financiamento, comprei uma máquina de café expresso. E aumentei a minha clientela”. Manoel Gomes – setor de alimentação

“Promoveu impulso mais rápido para viabilizar negócios maiores”. Maria Cristina Ruivo – artesã

“Consegui melhorar diagnósticos com mais rapidez, depois que comprei equipamentos com o financiamento”. Roberto Zacarias – oficina mecânica


Números do Banco do Povo desde 1998

– Total de contratos formalizados: 100.699;
– Valor emprestado: R$ 269.045.895;
– Geração de 61,9 mil empregos diretos e 12,85 mil indiretos, com efeito renda de 44,5 mil.

Viviane Gomes e Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/08/2005. (PDF)

Banco do Povo Paulista encerra biênio 2003-2004 com 55 mil novos contratos

Crescimento de 166% comparando períodos entre 98 e 2002. Em seis anos, programa de apoio ao pequeno empreendedor gerou 54 mil empregos diretos e 11 mil indiretos

O Banco do Povo Paulista, iniciativa da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), em parceria com os municípios do Estado, encerra o biênio 2003-2004 com a assinatura de 55 mil novos contratos. O crescimento foi de 166% em comparação com o período de setembro de 1998 a dezembro de 2002. O volume de dinheiro emprestado desde o início das atividades do banco aproxima-se dos R$ 230 milhões.

Segundo o consultor técnico do programa, José Francisco Ramos Bastia, o objetivo do Banco do Povo Paulista é gerar ocupação e renda para o pequeno empreendedor paulista, com situação regularizada ou não. “O projeto tem apelo social, não visa ao lucro, empresta dinheiro com juros de 1% ao mês e a inadimplência é baixa, menos de 2%. Desde o início das atividades, gerou 54 mil empregos diretos e 11 mil indiretos”, informa.

Condições para o empréstimo

Para conseguir o recurso financeiro, o interessado deve ter endereço fixo e estar produzindo no município há mais de seis meses, com firma aberta ou não. Precisa, também, ter nome limpo no Serasa e no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), e faturar menos que R$ 150 mil por ano. É necessário, ainda, apresentar avalista que não tenha restrições no comércio. O fiador pode ser parente de primeiro grau, desde que não more na mesma residência.

O dinheiro deve ser cedido para investimento fixo (compra de máquinas, equipamentos e ferramentas) ou para capital de giro (mercadoria, matéria-prima, consertos e ferramentas). Não é permitido usá-lo para compra de insumos para o setor agropecuário – sementes, fertilizantes, animais – pagar dívidas, adquirir veículos de passeio e qualquer atividade ilegal.

O valor mínimo do empréstimo é de R$ 200 e o máximo, de R$ 5 mil. O prazo de pagamento é de até seis meses para capital de giro e de até um ano e meio para investimento fixo. Se o solicitante for cooperativa legalizada, o valor pedido pode chegar até R$ 25 mil. O agente financeiro da operação é o Banco Nossa Caixa e o empréstimo é concedido em qualquer uma das 340 agências no Estado.

O dinheiro está disponível para pequenos negócios, em especial clientes como um catador de papelão que, muitas vezes, não consegue comprovar renda e preencher todos os requisitos exigidos pelo sistema financeiro tradicional. “A proposta do Banco do Povo não é fazer caridade e sim possibilitar a expansão do negócio. As parcelas são baixas e calculadas para não sobrecarregar a pessoa necessitada”, ressalta Guaracy Fontes Monteiro Filho, diretor-executivo do programa.

Agentes de cidadania

O agente de crédito é o grande motor do banco. Ele atende ao empreendedor, faz estudos de viabilidade do negócio e orienta e acompanha o cliente. É ele quem identifica riscos de inadimplência e define o valor a ser emprestado. Esse profissional não tem perfil burocrático, se desloca da agência até a propriedade ou negócio do cliente e faz um estudo de viabilidade.

O Estado dispõe de 482 agentes de crédito. Cada um recebe treinamento constante e tem noções de matemática financeira, comunicação e assistência. As lições aprendidas são sempre repassadas para os empreendedores. Além das prefeituras, o banco mantém parcerias com o Sebrae, Banco Nossa Caixa e com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), por meio do Projeto Vida Nova, de financiamento a parentes de detentos.

Outras iniciativas da Sert também participam como o Programa de Auto Emprego (PAE) e a Sutaco, que investem na capacitação e formação de cooperativas de artesãos. Guaracy informa que, em breve, será firmada parceria do banco com o Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp). “A meta é atender os empreendedores que participaram das oficinas artesanais mantidas pelo Fussesp.”

Dupla que deu certo

José Luiz Mendonça e Lúcio Antonio Giannini, proprietários da MG Artes Gráficas, conheceram o Banco do Povo Paulista por meio de um folheto e decidiram procurar a agência, em Matão, para financiar R$ 5 mil, parte do preço de uma máquina offset. O equipamento permitiu à empresa imprimir 2,5 mil folhetos monocromáticos por hora, no formato ofício, e ampliar a produção.

O investimento teve retorno rápido e a dupla decidiu quitar o empréstimo antes do vencimento das 18 parcelas. Objetivo: comprar outra offset para imprimir no formato duplo ofício e ampliar a variedade de panfletos para os clientes. “O empréstimo permitiu a expansão do negócio. Antes restrito a nós dois, já chegamos a ter 12 funcionários”, lembra Lúcio.

Números do Banco do Povo Paulista em seis anos

Total de empréstimos formalizados 
87.235
Valor emprestado
R$ 228,9 milhões
Empregos diretos gerados
53.885
Empregos indiretos criados
10.878

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/12/2004. (PDF)

Novo Poupatempo de Campinas facilita para a população o acesso a serviços públicos

Segundo posto do município foi projetado para atender 4,5 mil usuários por dia, tem área de 2,4 mil metros quadrados e está localizada no Campinas Shopping, zona sudoeste da cidade. Fica distante 3,5 quilômetros da agência central e, juntas, atendem 93 municípios da região, com 2,3 milhões de habitantes

A população de Campinas e região recebeu, na semana passada, o 10º posto do Poupatempo no Estado de São Paulo, programa da Prodesp, empresa vinculada à Secretaria Estadual da Casa Civil.

A cidade é a primeira do interior a dispor de duas unidades do serviço, que começou a funcionar no dia 17, com novidades: um espaço permanente de 72 metros quadrados para a Livraria da Imprensa Oficial dentro da agência e um posto do Acessa São Paulo, com 12 computadores de uso livre.

Da solenidade de inauguração participaram o governador Geraldo Alckmin e o secretário da Casa Civil, Arnaldo Madeira. “A proposta do novo posto é facilitar para a população o acesso a serviços públicos estadual e municipal”, destacou Madeira.

O novo Poupatempo tem 2,4 mil metros quadrados de área e está localizado no Campinas Shopping, zona sudoeste da cidade. Fica distante 3,5 quilômetros da agência central e, juntos, atendem 93 municípios da região, que tem 2,3 milhões de habitantes. A agência gerou 200 empregos temporários durante o período de obras. Agora, mantém 164 trabalhadores diretos.

Oferece estacionamento grátis para usuários do shopping e do Poupatempo. O gerente, Paulo Andrade, explica que o empreendimento foi projetado para atender, em média, 4,5 mil usuários por dia e oferecer conforto aos moradores de Campinas e região. “Assim, muitos clientes evitam viagem desnecessária ao centro para utilizar a outra agência, que fica na Avenida Francisco Glicério”, informa.

A expectativa, segundo Andrade, é alcançar dez mil atendimentos nos dois postos até o fim do ano, “além de dividir o trabalho entre as duas unidades, já que o primeiro tem muita procura.

A nova unidade tem horário diferente das outras – de segunda a sexta-feira das 10 às 20 horas – e abre aos sábados, das 8 às 14 horas. No local, o cidadão encontra serviços prestados pela CDHU, Detran, Polícia Civil (Instituto de Identificação), secretarias da Fazenda e do Emprego e Relações do Trabalho, Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, Correios e Instituto de Previdência do Estado (Ipesp).

Sert: vagas de emprego

No posto da Sert, o trabalhador desempregado pode se cadastrar para concorrer a vagas disponíveis que constam do sistema de informática da secretaria. Esse banco de dados é alimentado todos os dias com novas chances de emprego e também com currículos de interessados em recolocação profissional. Assim, o sistema “cruza” os perfis e informa no ato se há possibilidade de indicar um candidato que preencha os requisitos para concorrer ao cargo. Se não houver vaga, fica na espera, até surgir uma oportunidade.

A Sert dispõe de 28 funcionários no novo Poupatempo, que têm a missão de orientar e encaminhar as pessoas às vagas, atender solicitação de seguro-desemprego e expedir carteira de trabalho (que pode ser a continuação do documento original quando todas as folhas estiverem preenchidas) ou, ainda, segunda via, que só é fornecida mediante apresentação de boletim de ocorrência – medida legal que visa a evitar fraudes.

Jovens com idades entre 16 e 24 anos podem se cadastrar na unidade da Sert para participar do Programa Primeiro Emprego do governo federal. Os requisitos exigem do interessado renda familiar per capita de até meio salário mínimo e escolaridade média ou fundamental incompleta.

Acessa São Paulo

O Poupatempo oferece um posto do Acessa São Paulo, vizinho ao da Imprensa Oficial. Nele, 12 computadores – com acesso gratuito à Internet e impressora colorida – foram instalados para os usuários se conectarem. A rede foi projetada pela Prodesp – órgão responsável pela manutenção, suporte e segurança dos equipamentos.

“São micros antigos da Compaq, que ganharam nova vida com o software livre (Linux)”, explica Jair Barreto, consultor da Prodesp.

Cada pessoa tem direito a utilizar um terminal durante 20 minutos. Pode digitar e imprimir currículos e trabalhos escolares, enviar e receber e-mails e, depois, copiar o arquivo em disquete (não fornecido) ou remetê-lo por correio eletrônico. A única restrição de uso é para sites pornográficos.

Ao iniciar a conexão, o sistema informa a hora atual e o prazo de encerramento da sessão regressivamente: quando faltam dez minutos, cinco minutos e um minuto para terminar o acesso.

Edmarques Dias, também consultor da Prodesp, diz que se não houver fila, a pessoa pode iniciar nova sessão e continuar a trabalhar. “Caso contrário, cede o lugar, retira nova senha e espera pela vez novamente para utilizar os micros. Não há limite de uso”, finaliza.

Ana Rachel Borges, supervisora do Posto do Acessa São Paulo, conta que a expectativa dos cinco profissionais de sua equipe é oferecer, em média, 450 atendimentos diários nos 12 terminais.

“A estimativa é baseada no Poupatempo do centro, onde com oito computadores prestamos serviços a cerca de 300 pessoas diariamente. Além disso, quando chegar no shopping, o usuário vai decidir se quer pagar ou não pelos serviços de informática – o cybercafé cobra, no Posto do Acessa São Paulo tudo é grátis”, comenta.

Luciana dos Santos, encarregada de limpeza do shopping, aprovou a iniciativa, em especial, o posto do Acessa São Paulo. “Para mim é ótimo, hoje mesmo digitei e imprimi três cópias coloridas do meu currículo. Como sugestão, gostaria que fosse estendido o tempo de acesso para 40 minutos”, opinou.

Fazenda

A agência do Instituto de Previdência do Estado (Ipesp) oferece serviços aos pensionistas do Estado e também àqueles que o serão no futuro. “O objetivo é atender rápido, informando, inclusive, sobre andamentos de benefícios de servidores e seus dependentes”, explica Rosali de Paula Lima, superintendente do posto.

Thereza Ignez Pereira, presidente da associação das pensionistas de servidores do Estado, gostou da novidade. “Agora, as viúvas da região não precisam viajar até a capital para dar entrada no requerimento de pedido de pensão. Esta nova agência prestará serviço a mais de 7 mil pensionistas, que estão sem atendimento desde o fechamento do posto da Fazenda, em Campinas, em 2001”, finaliza.

Sandra Oliveira, supervisora da Secretaria Estadual da Fazenda, explica que o cidadão pode conseguir no posto a regularização de débito de IPVA para veículos novos e usados. O documento é impresso na hora e pode ser quitado na agência da Nossa Caixa. O cliente consegue, também, a certidão de arrecadação do ICMS e tem cinco funcionários para atendê-lo.

Habitação

Cláudio Sanches, supervisor da CDHU no Poupatempo, explica que a unidade oferece muitos serviços no local, “porém, o mais procurado é a segunda via da prestação do financiamento da casa própria. Não faz inscrições nos programas, porém, informa ao cidadão sobre como proceder”.

Para participar dos programas da companhia, o interessado precisa ter família constituída, renda entre um e dez salários mínimos, morar ou trabalhar na cidade pelo menos há três anos, e não ter imóvel e financiamento pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Detran: agilidade

Elaine Oliveira, supervisora do posto do Detran, conta que lá o usuário pode renovar a CNH, licenciar veículos e obter segundas vias de documentos, entre outros. “A maioria das solicitações é resolvida em poucas horas. Este Poupatempo é o primeiro a oferecer avaliação psicológica, serviço dirigido para motoristas que exercerão atividade remunerada, como taxista, motoboy e motorista de ônibus.”

Vanessa Cristófaro, representante executiva do órgão, explica que o posto tem 40 profissionais. “Os terminais informam a pontuação de infrações de trânsito cometidas pelos motoristas. Aqui, podem fazer exame médico e psicotécnico com médicos e psicólogos”, informa.

EMTU

A EMTU instalou duas novas linhas de ônibus para servir o Poupatempo. A 870 tem ponto inicial no Jardim Amanda, no município de Hortolândia, e faz nove viagens diárias até o Shopping Center. A linha 871 sai 6 vezes do Jardim Paulo II em, Sumaré. Para o morador de Indaiatuba, a opção são as linhas 600 e 601, que passam pelo Aeroporto de Viracopos antes de chegar no Poupatempo.

Para a população de Valinhos, a dica é utilizar as linhas 679 e 680, que partem do Parque das Figueiras. A primeira tem itinerário pela Avenida João Jorge e a segunda, pela Avenida Lix da Cunha. A recomendação é desembarcar no ponto junto à passarela da Rodovia Anhanguera (SP-330), km 93.

Mais informações sobre transportes podem ser obtidas na Ouvidoria da EMTU pelo telefone 0800 19 00 88, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas, inclusive aos feriados, ou pelo site da EMTU.

Livraria da Imprensa Oficial: pioneirismo

Odete Costa, líder da filial da Imprensa Oficial e supervisora da Livraria, conta que, no espaço permanente da empresa, o público tem à disposição três computadores exclusivos para consultar os produtos da empresa (Junta Comercial Digital, ejustitia, e-acordão, certificados e clippings), conhecer o catálogo de livros editados pela Imprensa e, ainda, remeter matérias para o D.O. Empresarial, pelo sistema on-line.

“Este serviço é inédito. O cliente paga pela publicação no posto da Nossa Caixa e, no dia seguinte, imprime o documento diretamente de seu computador, sem custos. Se preferir, pode passar aqui, pagar R$ 1,50 e receber cópia autenticada do jornal publicado. A novidade trouxe agilidade e atende à antiga reivindicação dos usuários”, finaliza a funcionária.

Ana Maria Silva, atendente da Nossa Caixa, visitou o espaço da Imprensa Oficial e gostou das publicações. “Adorei os títulos em exposição e achei os preços dos livros mais baratos que os de outras editoras”, aponta.

Jersey Sobrinho, técnico-administrativo do posto da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho (Sert), também aprovou. “Achei de boa qualidade o conteúdo e o acabamento das publicações, e muitas abordam arte e cultura com enfoques diferenciados”, acrescentou.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/09/2004. (PDF)